#𝓞𝟕 - 𝘿𝙧𝙖𝙘𝙖𝙧𝙮𝙨, 𝖲𝗒𝗋𝖺𝗑!
A dupla caminhava pelas ruelas, até a entrada para o castelo, Daemon ia na frente, um pouco cambaleante, já Drasilla vinha logo atrás, escoltados or Cadmus, uma vez o príncipe quase caiu, se escorando para vomitar, Cadmus até quis ir até Daemon e ajudar, mas o braço de Drasilla a frente do guarda o impediu de passar, da mesma maneira que Daemon tinha se metido naquela confusão sozinho, ele teria que sair dela e foi assim que o grupo caminhou próximo até a chegada do castelo, quando guardas os interceptaram.
Os olhos de Sor. Harrold traziam o desgosto para o grupo, por Daemon era óbvio, havia julgamento mesmo que ele não quisesse, havia um traço de preocupação com Drasilla e Cadmus, ele sabia que o jovem guarda e a princesa não deveriam se meter em problemas, mais ainda por causa de Daemon, mas era o que aconteceria, o rei não ficaria feliz com Drasilla por aí e Lord Rickon Stark, senhor da casa Stark no norte e tio de Cadmus, não ficaria muito mais feliz, seu sobrinho tinha sido mandado pra lá para se tornar um lutador, um bom guarda, não para arrumar problemas.
— O rei exige ver o Príncipe Daemon. — Harrold avisou um pouco antes de dois guardas agarrarem Daemon a contra gosto. — Não tente resistir, alteza.
— Eu vou com vocês! — Drasilla falou alto e depois se voltou para Cadmus. — Preciso que faça uma coisa por mim.
— O que precisa princesa? — Ele respondeu e eles viram juntos Sor. Harrold, Daemon e os outros guardas se afastarem.
— Quero que descubra a pessoa que espalhou esse boato sobre Rhaenyra e Daemon, pode fazer isso por mim? — Ela o encarou nos olhos. — Eu tenho uma suspeita, mas se for levar isso ao rei preciso que ela seja verdadeira, não se preocupe, não vou citar seu nome.
— Claro que sim, alteza. — Ele concordou com a cabeça e ela seguiu por onde os outros tinham ido.
Drasilla teve que dar passos longos e rápidos atrás do grupo que levava Daemon até o rei, ela não correu, só andou mais depressa, com isso suas pernas já estavam doendo quando chegou a porta do grande salão onde o trono de ferro estava, os guardas já saíam e ela olhou para Sor. Harrold, piscando algumas vezes e recuperando o fôlego, o rei olhou para a jovem por alguns segundos, Drasilla parou a uma distância considerável, ele esperava que a mais jovem interviesse, mas até ela entendeu que não deveria, Daemon merecia por seus atos.
— Minha filha ... — O rei circulava em volta do príncipe ao chão. — Você não vai nem negar...
— Preciso saber do que me acusam, antes de tentar me defender. — Daemon se virava lentamente para ficar de barriga para cima.
Nesse momento Viserys olhou para Drasilla, como se buscasse nos olhos dela a resposta para o que estava procurando, no mesmo momento ela desviou o olhar, se tinha alguém que deveria responder por isso, era Daemon, não ela.
— Você a deflorou! — O rei disse com raiva, chutando o irmão, Drasilla deu alguns passos a frente, mas Viserys ergueu o braço. — Fique onde está.
— Viserys ... — Ela falou baixo, como se pedisse, mas o irmão seguiu olhando o outro.
— Ainda sim você não responde nada. — Viserys rondava o irmão, queria uma confissão de Daemon.
— O que seria melhor que isso, irmão? — Daemon praticamente gemia enquanto sentia a dor do chute de Viserys. — Quando tínhamos a idade da Rhaenyra e da Drasilla já havíamos frequentado uma dezena de bordéis em King's Landing.
— Nós éramos homens. — Viserys falou, sem conseguir sequer olhar para Drasilla e imaginar algo. — Elas são apenas garotas. Sua irmã e sua sobrinha!
— Não há uma experiência melhor para a primeira vez dela do que estar comigo. — Daemon falava calmo e convicto.
— Seu nojento. — Drasilla fez uma careta, já se aproximando da dupla. — Eu nunca dormiria com você.
— Isso é recíproco. — Daemon respondeu logo em seguida, ela sempre seria só a menininha dele, como sua filha, não como Rhaenyra, não importava a situação.
— SEU IDIOTA! —Viserys segurou o irmão pela gola da camisa, se abaixando para puxá-lo. — Você a arruinou. Que lord vai querê-la agora? Nessa condição.
— Foda-se o que os lordes pensam! — Daemon vociferou olhando o irmão, seus olhos depois foram em Drasilla em pé já ao lado dele, as bochechas do príncipe coraram ao olhar a irmã, então voltou a encarar Viserys. — Você é o dragão, sua palavra é a verdade e a lei.
— Eu passei uma vida inteira defendendo você e protegendo a Drasilla. — Havia desgosto na voz do rei. — Mas diferente dela que merece meu apoio e confiança, você sempre me parece ter pensamentos ainda mais obscuros. Eu deveria deserdar Rhaenyra se você realmente tivesse terminado com isso.
— Também não é pra tanto. — Drasilla tocou o ombro do rei. — Nós podemos ...
— Só quero te lembrar ... — Daemon a interrompeu, olhando diretamente para Viserys. — Quando eu te dei minha coroa, você disse que eu poderia ter qualquer coisa. Eu quero a Rhaenyra.
Viserys e Drasilla olhavam para Daemon perplexos com o seu pedido, o rei estava estático, a princesa se movia um pouco, mas suas orbes tremiam, como se aquilo fosse absurdo demais para ser considerado, de fato a jovem nem mesmo poderia pensar que um dia as coisas chegariam a isso, ela sabia que os pais deles eram irmãos e que casamentos co-sanguíneos eram comuns entre os Targaryen, Aemma e Viserys por exemplo eram primos, mas aquilo não deixava de soar estranho.
— Isso é completamente doentio, ela tem a minha idade, poderia ser comigo que você quer cometer essa loucura. — Ela falou alto, não sendo interrompida por Viserys, o rei tinha o mesmo pensamento.
— Nós vamos nos casar, como manda a tradição da nossa casa. — Daemon completou, ignorando totalmente o que Drasilla tinha acabado de dizer, ela não o entenderia.
— Você não pode estar falando sério ... — Drasilla seguia incrédula.
— Você não cumpriu o período de luto pela lady Rhea. — O rei ria completamente de nervoso. — Não que eu vá permitir depois disso, tem uma centena de ladies para serem sua próxima esposa.
— Isso não impediu Aegon, o Conquistador, de ter uma segunda esposa. — Daemon tentava dialogar.
— Você não é o conquistador. — Drasilla falou duramente, mal percebeu quando Viserys tirou uma adaga e se abaixou a colocando no pescoço de Damon. — Irmão ...
— Você é uma praga mandada para me destruir. — O rei vociferou sob o peito do irmão.
— Me dê Rhaenyra como esposa e traremos de volta a casa do dragão a seu momento de glória. — Daemon olhava para Viserys e de canto de olho para Drasilla, a garota parecia enojada.
— Então é isso, você não quer a minha filha, quer o meu trono. — Viserys se levantou devagar. — Volte para o vale Daemon, e tente reconstruir qualquer coisa que você chame de honra, ou não, isso não me importa agora. É melhor você ficar fora da minha vista, pro seu bem.
— Como você quiser, irmão. — Daemon respondeu quando Viserys se afastava.
— E você. — O rei parou olhando a irmã. — Como o encontrou na cidade? Não em diga que você ...
— NÃO! — Ela respondeu de pronto. — Sir. Cadmus o achou e veio me comunicar.
— Certo...— O rei a olhou e depois para o irmão, então saiu do salão.
Drasilla ficou lá de pé, enquanto Viserys saía do recinto e Daemon ainda estava jogado no chão, tomado por ressaca e sono, ela queria chutar ele e foi o que fez, mas ela tinha que sempre se lembrar de uma coisa, seu irmão ainda era um guerreiro, mesmo bêbado e atordoado, era Daemon Targaryen, então ele a agarrou na perna e a derrubou, mesmo deitado, como já tinha feito outras vezes, Drasilla não achou que ele ousaria, o que só causou uma crise de risos nela, logo os dois estavam ali, deitados no chão do salão onde ficava o trono de ferro, olhando o teto do castelo e pensando ou rindo.
— Você é um idiota! — Ela falou recuperando o fôlego e sentindo as bochechas doerem. — Porque não me contou sobre seu interesse na Rhaenyra?
— Achei que você fosse perceber. — Ele olhou a irmã ao seu lado. —Você sempre foi tão observadora, nunca deixava passar um só detalhe.
— É, eu sempre precisei. — Ela o encarou de volta, tirando o cabelo da frente dos olhos do príncipe. — Pra sobreviver nessa família sendo diferente.
— Você é minha irmãzinha, nunca deixaria que machucassem você. — Ele respondeu, passando o braço por trás da cabeça dela. — Eu socaria a cara dele, Viserys deve arrumar um casamento pra você depois da Rhaenyra, se for alguém ruim, eu sirvo de comida pro Caraxes.
— Eu não vou me casar, eca! — Ela riu e ficou séria logo em seguida. — E você não estava aqui e agora vai embora de novo, porque fala que não vai deixar que me machuquem se não pode me proteger?
— Aí que você se engana, acha que aprendeu a ser desse jeito com quem? — O príncipe arqueou a sobrancelha direita e se levantou um pouco, se sentando devagar. — Se eu tivesse uma filha, iria querer que ela fosse como você, forte, inteligente e indomável.
— Só não dê um nome pra ela baseado no meu. — Ela apontou pro irmão. — Tipo Aemond ... Que nome péssimo.
Daemon riu dela, sentiria falta de Drasilla, sentia que cada vez que ficava longe da sua irmã perdia algo dela, não era fã de crianças, as evitava sempre que podia, mas ela era especial, não o suficiente para desejar ser pai de algo, mas o tocava, quando ele era jovem queria ter cuidado mais da pequena, mas Viserys já era casado com Aemma e com certeza o rei tinha muito mais estabilidade que o príncipe.
Depois de se despedirem, Drasilla foi procurar com Rhaenyra, toda aquela confusão também tinha a loira como culpada, ela não gostava de brigar com a sobrinha, não queria que esse momento inclusive fosse um que existisse briga entre as duas, ela tentaria ao máximo. Encontrou Rhaenyra sentada e lendo ao pé de uma grande árvore no jardim, estava com suas roupas de voar com Syrax, isso deixou Drasilla pensativa sobre Sigmis e como ela tinha ficado em Driftmark, mesmo poucos dias longe eram o suficiente para algo crescer, como saudade.
— Aí está você, não te achava em lugar nenhum. — Drasilla riu se sentando ao lado de Nyra. — Está se escondendo de algo?
— Não gosto dos cochichos dos criados e das pessoas me olhando estranho. — A outra respondeu sem tirar o olhar do livro.
— Queime todos eles. — A morena sugeriu e ambas riram. — Dracarys, Syrax!
— Eu não falo assim. — Foi a vez da loira rebater. — Não posso queimar todos que me contrariam, quem te ensinou algo assim?
— O Daemon, é claro.
As duas riram por alguns segundos, então estendeu-se o silêncio, a menção ao príncipe dragão fez com que elas ficassem pensativas, Drasilla sabia a verdade, não precisava que Rhaenyra falasse, simplesmente via em seus olhos e também ela estava no lugar errado, na hora certa, só não testemunharia contra a loira, elas eram irmãs de alma, mesmo que geneticamente Rhaenyera e Drasilla fossem tia e sobrinha.
— Eu acredito em você, sobre o Daemon. — A morena rompeu o silêncio. — Mas nós duas sabemos que houve uma coisa ... Com outra pessoa.
— Vai me julgar também?
— Não. — Drasilla rebateu de pronto. — Mas nós duas sabemos que ações tem consequências, Nyra.
— Na nossa idade eles já tinha dormido com várias pessoas e ninguém nunca questionou nada, mas ... — O folêgo faltou a loira.
— Mas eles são homens e é isso. — Drasilla se levantou devagar. — Eu preciso achar o Cadmus, pedi a ele que conversasse com alguns serviçais e tirasse a prova se minhas suspeitas sobre quem espalhou esse boato estão certas.
— Você anda muito próxima do seu guarda. — Rhaenyra falou de forma sugestiva.
— Não tanto quanto você do seu. — Drasilla rebateu rindo e se afastando da sobrinha.
A princesa caminhava pelos corredores do castelo, precisava encontrar com Cadmus, ele deveria ter reunido algumas informações, se ela queria acabar com aqueles boatos e que o rei punisse quem realmente tinha espalhado isso, ela tinha, sem sombra de dúvidas, que adiantar as coisas, estar um passo a frente de quem tinha atentado contra a sua família. Muitos podiam dizer que Drasilla não era de fato uma Targaryen, por seus cabelos, sua aparência que poderia se passar por de uma nortenha, mesmo que ela fosse metade Baratheon, mas ela sabia que seus irmãos, Nyra e sua prima Rhaenys - até mesmo Leana - fariam tudo por ela e ela farinha por eles.
Enquanto passava pelos corredores podia ouvir um conjunto de vozes, uma mulher cantava para alguém, curiosa ela desfocou de sua rota para ir até onde ouvia a música, não era comum que alguém cantasse assim, não ali, então logo ela se pegou parada a frente de um cômodo, uma jovem dama que não deveria ter muito mais do que vinte anos, trocava o jovem Aemond, enquanto deitado em um berço ao lado, Aegon prestava atenção com seus olhos curiosos, a ama demorou para perceber que Drasilla estava lá, enquanto cantava e trocava as fraldas dos príncipes.
— Alteza! — Ela fez uma reverência, tendo Aemod nos braços. — Desculpe se lhe incomodei, achei que estivesse só enquanto fazia minhas tarefas.
— Tudo bem, você tem uma bela voz, senhorita. — Ela sorriu se aproximando, não costumava ficar com os seus sobrinhos, toda a relação de Drasilla com Alicent era conturbada, então ser próxima dos filhos dela era estranho, mas ainda sim a princesa estendeu os braços para o bebê que a ama segurava. — Posso?
— Claro! — A outra jovem sorriu entregando Aemond para Drasilla. — Você pode distraí-lo enquanto troco o príncipe Aegon?
— Claro.... — Drasilla concordou com a cabeça, se sentando em uma poltrona com o bebê no colo.
A morena não se via como mãe, nunca viu, apesar de saber o que o destino reservava para mulheres como ela, alguém de alto título de nobreza, era um casamento sem amor, com alguém que ela odiaria, não teria a sorte de Viserys e Aemma, na verdade não achava que fosse encontrar alguém. Enquanto ninava o bebê de cabelos brancos, como os que ela sempre quis ter enquanto estava insegura sobre quem era, o via bocejar, tocou a ponta do nariz de Aemond com o indicador destro.
— Eu nunca teria um bebê fofo como você. — Riu ponderando com a cabeça.
— Claro que vai, princesa. — A ama respondeu ouvindo a conversa. — Você é jovem e saudável, terá muitos filhos para darem um ótimo futuro a casa Targaryen.
— Eu teria que me casar com outro Targaryen pra isso acontecer. Caso contrário meus filhos teriam o nome do meu marido, meu título não é forte como o da Rhaenyra, os filhos dela serão Targaryens. — Drasilla riu anasalada. — Isso então está fora de cogitação.
Drasilla era prática, sabia que a casariam com um lorde de uma das casas aliadas da coroa, ela não sabia qual opção seria pior, como seu dragão sobreviveria dessa forma? Seus filhos não montariam como ela? A tradição sairia da casa Targaryen e ganharia força em outro lugar, não haviam outros valirianos além deles e dos Velaryon, talvez ela devesse se casar com um Velaryon, só a possibilidade de ser obrigada a isso a deixou insegura e impaciente.
— Princesa? — Uma voz masculina a chamou. — Finalmente te achei, o rei está chamando por vossa alteza.
— Claro. — Drasilla concordou entregando o pequeno Aemond a ama que trocava seu irmão. — Vamos!
O rei queria vê-la, ótimo, isso significava que era um problema, Viserys nunca a mandava chamar por pouca coisa. O caminho foi feito parcialmente em silêncio, Cadmus pensava como diria a ela o que tinha sido descoberto em tão pouco tempo, por ele poderia ficar mais tempo investigando essa situação, mas teriam mais tempo no fim das contas? Ele achava que não, as coisas na casa do dragão queimavam muito rápido.
— Creio que queira respostas. — Ele falou baixo, quando passaram por outros guardas. — Eu tenho uma, princesa, mas creio que é algo que tenha que ser melhor investigado.
— Nós não temos tempo, não vê? — Ela parou de imediato segurando o braço dele. — Quem os cochichos apontam? É o Otto não é?
— Princesa ...
— Do que você tem medo, Sir. Cadmus? — Ela o encarou em silêncio, ele estava nervoso. — Otto tem algo contra você?
— Não, mas o Sir. Hightower tem aliados. — Ele ponderou com a cabeça. — Como Larys Strong, que estava nos vigiando naquele dia no jardim.
— Eu posso empurrá-lo de uma das escadarias e não seria mais problema. — Ela sugeriu verdadeiramente.
— Drasilla! — Ele a repreendeu de imediato.
A morena riu de imediato, ele nunca tinha se dirigido diretamente a ela sem o tratamento adequado, mas o susto pela colocação dela o fez agir assim, Cadmus era responsável pela princesa quando estavam juntos, era seu guarda pessoal, mesmo tendo pouca idade, uma coisa conquistada por meio de favores que seu tio tinha com o rei e também por sua habilidade com a espada desde quando era uma criança, mas conter a princesa as vezes se tornava algo perigoso, não era a primeira vez que o cavaleiro se perguntava porque aceitou aquilo.
— Ele é manco, é fácil de derrubar. — Ela ainda ria pela cara dele. — Estou brincando, mas então é mesmo o Otto a pessoa?
— Sim. — Ele se limitou a dizer.
— Ok, cuido do Larys depois. — Ela saiu andando na frente.
— Eu adoro como você fala como se fosse uma velha que entende e tem solução para todos os problemas do mundo. — Ele reclamou caminhando atrás dela. — E não como um adolescente enxerida.
— Eu não devo te lembrar sobre com quem está falando, certo? — Ela o fuzilou com o olhar quando o mesmo a alcançou. — Ainda sou a princesa.
— Desculpe alteza ... — Ele respondeu de pronto.
Cadmus deixou Drasilla na porta dos aposentos do rei e depois partiu para sua patrulha, Viserys parecia cansado, dessa vez não estava mexendo com sua maquete de sempre, mas sim com os olhos atentos na janela lateral, olhando para King's Landing, vendo o seu reino, ele meneou a mão para que a irmã viesse até ele e Drasilla o obedeceu em silêncio, eles ainda ficaram assim por um tempo, até que ele olhasse pra ela.
— Eu me preocupo muito com você, sabia? — Ele rompeu o silêncio. — Lembro quando te peguei no colo pela primeira vez, nosso pai nos apresentou, ele sempre sonhou em ter uma menina e minha mãe estava grávida de uma quando morreu.
— Viserys ...
— Tudo bem. — Ele riu movendo os ombros. — Eu gosto de acreditar que você era essa menina e que os deuses te mandaram de novo para nós, sua personalidade parece tanto com a dela, que eu e a Aemma não conseguimos ficar longe, ainda mais depois que a sua mãe morreu.
— Como ela era? — Drasilla nunca perguntava. — Minha mãe.
— A Madlyn era irmã mais nova da nossa tia Jocelyn, a mãe da Rhaenys, ela era dócil e gentil, tinha belos olhos âmbar, fazia bons doces, por um tempo depois que ela e meu pai se casaram, ela gostava de ir a cozinha do castelo e fazer doces pra mim, pro Daemon e pra Aemma. — Viserys ponderou com a cabeça. — Ela da idade do Daemon, eles facilmente poderiam ter se casado se não fosse pelo nosso avô ter escolhido ela para nosso pai.
— Não parece alguém que combinaria com o Daemon. — Drasilla riu.
— É, não mesmo, falando assim, mas combinava. — Viserys teve que concordar. — Eu sinto falta da Madlyn, da Aemma ... De muita gente.
O silêncio permeou entre os dois, Viserys parecia enlutado, não só pela perda recente, mas por todas que já tinha acometido sua vida, talvez ressentido, seu pai poderia estar no trono de ferro hoje, não ele, se tivesse a sorte de ser tão próspero como seu avô tinha sido, na verdade se os deuses fossem justos Rhaenys ou seu pai estariam governando Westeros, não ele, mas Viserys não falav isso em voz alta.
— Eu sempre tenho medo de perder mais pessoas. — O rei se dirigiu a irmã. — Você, Rhaenyra, meus filhos ...
— O Daemon ... — Drasilla completou. — Vocês precisam fazer as pazes.
— Não é tão simples. — Havia uma ruga de preocupação no rosto de Viserys. — Eu também tenho você, que apesar de ser instável as vezes, é bem mais ponderada e inteligente, agiria muito bem como minha mão ou em um futuro a mão da Rhaenyra.
— Sobre isso de mão ... — Drasilla lembrava das palavras de Cadmus. — Foi o Otto que espalhou a notícia sobre a Rhaenyra e o Daemon.
Os olhos de Viserys ficaram nela, ele não queria dizer que Drasilla estava mentindo ou deslegitimar a forma como ela tinha conseguido aquelas informações, mas ele tinha medo, ela era jovem, fulgaz, tinha quela poder a chama nos olhos, não importava o que falassem dela, ela ainda tinha a chama Targaryen queimando dentro de si, tão valyriana quanto ele mesmo era.
— O Otto é a mão do rei, parte do pequeno conselho, não faria algo assim, a ruína da nossa casa é a ruína dele. — Viserys se afastou da janela e Drasilla permaneceu.
— Otto é ambicioso, irmão. — Ela logo foi atrás do rei. — Quando o nosso pai morreu, quem ascendeu de um nobre proeminente na corte para um dos lugares mas poderosos de westeros ao lado do rei? Quem levou nosso pai para aquela caça? Quem colocou a filha dele próxima da Nyra e depois de você, até que achasse que a Alicent era boa o suficiente para ser a próxima rainha?
— Drasilla ...
— Me ouve... — Ela o interrompeu chegando perto. — Confia em mim, Viserys. Enquanto nós estamos perdendo coisas e pessoas, os Hightower e sua proximidade da coroa estão cada vez mais poderosos.
— Eu tenho medo de saber onde você tira essas informações. — O rei segurou a mão dela. — Mas talvez tenha razão.
— Eu observo calada, irmão. — Ela respondeu. — Mas eu observo, as pessoas não esperam que mulheres pensem ou leiam ou vejam, esse é o erro deles, o conquistador não teria muito de seus feitos em Westeros sem suas irmãs-esposas, você não seria ninguém sem a Aemma.
— Muito engraçado, se não fosse parte real. — Ele riu.
— Aliás, uma outra coisa. — O silêncio permeou e Drasilla soltou as mãos do irmão. — Peça aos meistres para fazerem um chá da lua e dá-lo a Rhaenyra.
— Como? — Viserys não queria entender o que tinha entendido. — Se você e eu sabemos que o Otto espalhou mentiras ... Porque? Não confia nela.
— Confio. — Ela ponderou. — Mas algumas coisas precisam ser feitas além da confiança para salvar nossa integridade.
— Você tem razão. — Viserys as vezes se esquecia como ela era jovem, do jeito que falava, Drasilla o lembrava de sua mãe.
Viserys morria de saudades de Alyssane.
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