#𝓞𝟏 𝖻𝖾𝗅𝗂𝖾𝗏𝖾 𝗂𝗇 𝗒𝗈𝗎𝗋 𝗱𝗿𝗮𝗴𝗼𝗻 𝗵𝗲𝗮𝗿𝘁
Era 84 depois da conquista quando Alyssa Targaryen morreu, deixando com ela seu marido Baelon e seus dois filhos, Viserys e Daemon, ela nem chegou a dar a luz ao terceiro bebê que teria com seu marido-irmão, a criança já estava sem vida em seu útero. Na ocasião, Baelon ficou tão desolado que trancou-se em seu quarto por dias após a cerimônia fúnebre de sua amada, ele verdadeiramente amava o espírito selvagem e jovem dela, ela era o seu amor verdadeiro.
De imediato o velho rei Jaehaerys não achou que seu filho precisava de uma nova esposa, ele já tinha dois filhos homens e e a corte era grande, caso Baelon não conseguisse cuidar de ambos tem quem faria. Alguns anos depois, em 92 depois da conquista, o herdeiro do trono, Aemon, irmão mais velho de Baelon, morreu deixando sua jovem filha de só 18 anos e a esposa, mas o velho rei achou melhor que Baelon fosse o herdeiro, enfurecendo Jocelyn e Rhaenys, assim como causando certo atrito com a casa Velaryon, o que Jaehaerys soube controlar com o tempo.
A ascenção de Baelon ao novo posto não surtiu o efeito imediato que o velho rei queria, então cinco anos depois, em 97, ele faz com que o seu novo herdeiro case-se com uma aliada política, para acalmar os ânimos que ainda pudessem estar exaltados com a escolha de Baelon e não Rhaenys como sua herdeira. Baelon casa-se com Madlyn Baratheon, irmã caçula de Jocelyn, uma jovem doce e ingênua demais, ela só tinha 15 anos, mais nova que o próprio filho de Baelon, Viserys, e Rhaenys também, tendo a mesma idade de Daemon. Naquele mesmo ano, semanas mais tarde, Aemma e Viserys receberiam a chegada de sua querida Rhaenyra.
A convivência de Baelon e Madlyn era pacífica, era era boa, passava a maior parte do seu tempo conversando com Aemma, elas eram amigas próximas, já que a relação de Madlyn com Jocelyn não era exatamente próxima, a mais velha ressentia-se da irmã, já que primeiramente desejava que fosse ela a se casar com Baelon, já que fora casada com o irmão dele antes e ambos eram viúvos agora. Baelon queria provar que ainda era o mesmo homem de antes, que as expectativas que Jaehaerys colocava nele poderiam ser atendidas então poucos meses após o casamento Madlyn apareceu grávida.
Foi uma gravidez difícil, Madlyn não tinha a estrutura óssea para tal, era pequena, mesmo para sua idade, apesar de bonita até em seus momentos mais sofridos, foi um parto difícil, que ambas sobreviveram, mas menos de um mês depois Madlyn foi levada por uma doença, sua saúde nunca foi a mesma depois do parto, vivia acamada, com isso os deuses levaram a segunda esposa da Baelon. Muitos mumúrios se levantaram contra o bebê, principalmente quando olharam para ela, a garotinha - nomeada de Drasilla - tinha belos olhos violeta como os do pai, mas seus cabelos eram escuros como os dos Baratheons, Baelon prometeu acabar com todos aqueles que ousassem levantar boatos de que ela fosse uma bastarda.
Baelon sequer conseguia olhar direito para a criança sem pensar que estava amaldiçoado, perder duas esposas em tão pouco tempo? Parecia algo que os deuses estavam querendo dizer. Foi praticamente Viserys e Aemma que criaram Drasilla, já que Baelon preferia se dedicar a seu posto de mão do rei e a caças, a garotinha era apaixonada pelo pai, mesmo que distante e ficou completamente devastada quando em 100 depois da conquista, Baelon morreu a deixando assim sozinha. Muitos não entendiam como uma criança tão pequena poderia absorver tanto, mas os que conhecima Drasilla antes e depois garantiram que ela tinha mudado.
Aemma e Viserys foram os que mais a protegeram, sabiam que ela era uma Targaryen. Ao lado de Rhaenyra ela aprendeu a voar de dragão aos 6 anos, enquanto a sobrinha - quem considerava uma irmã - tinha 7, seu dragão era belo, tinha sido escolhido por ela pelo próprio pai, eles tinham uma ligação forte, Flarion sempre foi gentil com ela e desconfiado com os outros, o que fazia Rhaenyra rir, dizendo que possivelmente o dragão branco tinha alguma paixão por Drasilla que eles não sabiam explicar.
Drasilla era a irmã mais nova de um pai morto, haviam muitos herdeiros na sua frente e então ob seus ombros não havia tanta pressão, ninguém acreditava que ela montaria um dragão, ela montou, ninguém acreditava que ela poderia ser tão voraz quanto um Targaryen, ela tentava ser, mesmo que na maioria das vezes Rhaenyra fosse a pessoa com quem ela permenecia por perto, que a continha, a princesa de cabelos claros via na tia uma irmã e sentia na obrigação de protegê-la também, apesar de Alicent Hightower dizer que Drasilla era na verdade uma influência ruim para a amiga, já que era desobediente e vivia descabelada como um menino, Viserys via na irmã as histórias que contavam sobre a mãe, Drasilla poderia muito bem ser a reencarnação de Alyssa, se assim eles acreditassem.
Na ocasião, em 110d.c., havia um belo torneio rolando, Aemma quase dando a luz a seu segundo filho ficara no castelo, Viserys e parte da corte tinham ido prestigiar, mas é claro que havia um lugar vazio do lado de Rhaenyra, a sua direita, ela e Alicent olharam para a cadeira que deveria ser ocupada por Drasilla, Viserys tinha que ficar com os dois olhos abertos com sua irmã caçula na maioria das vezes, ela era como uma filha para ele, como Rhaenyra. O rei se inclinou, se aproximando da filha, Rhenyra olhou por cima do ombro, vendo o velho pai.
— Onde ela está? — Ele perguntou tirando um sorriso do rosto da filha. — Eu tinha te pedido para garantir que a Drasilla estivesse aqui, ela não retornou com você quando foram voar?
— Sim, ela retornou. — Rhaenyra o tranquilizou. — Mas nos separamos depois do banho e de trocarmos de roupas, eu a lembrei que teríamos esse evento, mas ela disse que tinha outras ideias.
— Pelos deuses! — O rei meneou a cabeça, assinalou ao comandante da guarda real, Sor. Harrold Westerling. — Por favor, encontre a princesa Drasilla e traga até aqui imediatamente.
— Você sabe onde ela está, não sabe? — Alicent perguntou nervosa olhando para Rhaenyra. — Fale para eles.
— Ok! — A loira bufou com meio riso. — Sor. Harrold, procure meu tio Daemon.
— Certo princesa. — O guarda assentiu.
Drasilla amava dragões e voar, mas aos 12 - para 13 - anos ela também amava espadas, já havia pedido a Viserys para que deixasse ela participar do torneio, mas mesmo que o rei fosse bondoso e gentil não permitiu tal coisa, ela era boa, não a melhor, mas derrubaria alguns cavalheiros, isso mexeria com o ego de alguns deles. Vivia correndo entre os garotos, parecendo um moleque como eles, quando estava de vestidos a barra sempre estava suja de lama, isso quando a obrigavam a usar, naquela ocasião, entre as colcheiras dos cavalos e as paredes de pedra, ela segurava a saia enquanto corria até o irmão mais velho.
— Daemon, Daemon! — Ela gritou parando quando o príncipe se virou. — Achei você!
— Você não deveria estar lá em cima com os outros? — Ele riu tocando o rosto dela, nunca tocaria ou se casaria com Drasilla, nenhum costume Targaryen o obrigaria a deflorar a garota que ninou em seus braços e por um tempo cuidou como uma filha, antes de Viserys a tomar como sua segunda prole praticamente. — O rei deve estar furioso sem você.
— Você sabe que a fúria dele dura pouco, Viserys é doce. — Ela sorriu. — Abaixe, deixe-me ver se o medo mora em seus olhos.
Daemon pressionou os lábios e meneou a cabeça, não se abaixava para qualquer um, não mesmo, mas Drasilla não era qualquer um, era sua irmãzinha, não importava o quanto ela crescesse ou parecesse uma mulher, por comentários sujos de alguns que Daemon fez questão de socar, ela ainda parecia uma criança pro príncipe. A jovem de cabelos escuros tocou o rosto dele, tirou o almo e colocando no chão e com as mãos quentes segurou o rosto de Daemon próximo ao seu, olhando no fundo dos olhos dele, o silêncio permeou por alguns segundos, até passos serem ouvidos.
— PRINCESA DRASILLA! — Uma voz grossa se ergueu entre as demais, era Sor. Harrold
— Só tem fúria em seus olhos, muito bem. — Ela sorriu o soltando e se virando. — Você me achou, que ótimo.
— O rei está a sua procura. — O homem estava até ofegante. — Vim levá-la para tribuna, ande.
— Eu acho que já passou da hora dela ter um cavaleiro juramentado. — Daemon riu se afastando.
— Eu também acho. — Sor. Harrold agarrou o pulso de Drasilla.
— Pelos deuses, não! — Ela resmungou caminhando sem oferecer resistência. — Se você que é da Rhaenyra me enche assim, imagina um só meu.
— Alteza eu já não tenho mais idade para correr atrás de duas de vocês. — O home a soltou deixando que ela fosse na frente. — Ande, ordens do rei devem ser cumpridas logo.
Drasilla passou a maior parte do tempo ali sentada a seu contra gosto, até acenou para Daemon e olhou de canto para Rhaenyra como quem via algo rolando no ar, mas não se ouviu uma só palavra da boca dela, quando o rei foi chamado sobre Aemma entrar em trabalho de parto, Drasilla aproveitou a ocasião para sair despercebida, para o fosso dos dragões, onde Flarion ficava quando a princesa não era obrigada a seguir com suas obrigações.
Ela odiava aquele lugar, como as pessoas a olhavam estranho, não era comum alguém como ela, com cabelos escuros, sair por aí em um dragão, então ela sempre estava desconfortável, só não se sentia presa quando estava no ar, sentindo o vento em seus cabelos, ouvindo o rugido de Flarion e sendo livre, como ela nasceu para ser, como ela queria ser. Drasilla voou por horas, Flarion já estava cansado, ela sentia pelo movimento que ele fazia, já não alçava voos muito altos, planava mais baixo, mesmo que ela pedisse, então resolveu descer e voltar para casa, para as pressões e resmungos de Viserys.
Quando ela atravessou os portões do castelo foi capturada pelo braço por Sor. Harrold, o silêncio pelo caminho mostrava que as coisas não estavam fáceis para a princesa, mas assim como para todos. Os estandartes de antes tinham todos sido trocados para preto e Drasilla era arrastada pelos salões a contra gosto, até ser levada a uma sala e jogada lá dentro, a porta se fechou e quando ela organizava o vestido amassado pode ver uma figura masculina sentada e uma cadeira, com a face avermelhada.
— Onde você estava? — A voz de Viserys estava rouca. — Os guardas procuraram você por horas.
— Saí para voar com Flarion, aquele torneio estava um saco. — Ela meneou a mão. — O Daemon ganhou de novo né?
— Não. — Viserys se levantou devagar, escondendo o rosto. — Você não pode sair assim, a partir de agora você será escoltada por Sor. Cadmus Stark para onde você for.
Os olhos de Drasilla foram até um ponto mais escuro do ambiente, um homem alto saiu das sombras, ele tinha ombros largos, cara fechada e uma cicatriz no queixo, seus olhos eram azuis como o mar mais puro, mas exalavam raiva e medo, um guerreiro de fato, mas Drasilla via que ele era jovem. Ela deu alguns passos na direção do rei, mas Cadmus interveio.
— Isso é exagerado, guardas juramentados são para pessoas ligadas diretamente a linhagem do trono, eu sou mulher e sua irmã caçula. — Ela tentou negociar. — E tam...
— CHEGA! — Viserys gritou com ela, Drasilla deu dois passos atrás, ele nunca tinha feito isso. — Aemma está morta, meu filho está morto, eu não tenho forças para lidar com picuinhas e problemas que não deveriam existir, como você.
— Como eu? — Ela repetiu sentindo os olhos queimando.
O corpo dela se afastou mais, encostando na porta, Sor. Cadmus olhou na direção do rei e depois da jovem dama, caminhando na direção dela, impedindo que saísse ao repousar a mão sob um ponto mais alto da porta, ela até tentou abrir, mas ele era maior, cerca de 1,85, e bem mais forte que ela, não emitia uma só palavra, só obedecia ordens e sabia que aquela conversa não deveria terminar assim.
— Tire a mão daí, você é meu guarda, deve me obedecer. — Ela puxava a porta quanto chorava.
— O rei não terminou, princesa. — O guarda repetiu olhando para Viserys.
— Não foi isso que eu quis dizer, querida. — Ele tentou mudar as coisa. — Era sobre as transgressões e ...
— Mas você disse! — Ela gritou, agora chorando, só então deixando que aquele mal entendido passasse, não o perdoando, mas a dor de perder Aemma era maior. — Não, ela não ...
Drasilla não tinha uma mãe, nunca teve de fato, Aemma era o mais próximo que ela chegou de ter alguém assim, então por mais que se orgulho falasse na frente e parte do que Viserys disse doesse, a dor de não ter Aemma lá ra maior. A princesa chorou, por muito, depois foi procurar Rhaenyra, a sobrinha era como uma irmã, sua irmã mais velha, Rhaenyra sempre foi mais centrada do que Drasilla, mais perspicaz e inteligente, elas ajudaram uma a outra a passar pela dor, mesmo que Alicent estivesse lá era em Drasilla que Rhanyra apoiava a cabeça para chorar a maioria das vezes e quem dividia a cama a noite para rezarem juntas, como irmãs.
Durante o velório da rainha as duas seguiram de mãos dadas, Drasilla chorava, Flarion de longe observava, só Syrax tinha ficado por perto, foi quem acendeu a pira, mas o dragão branco conseguia e observava a sua senhora distante, a única dos Targaryen de cabelos escuros, uma estranha no ninho, um cervo com coração de dragão.
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