seven

amar e chorar


Encarou as orbes escarlates de Sukuna, repreendendo o mesmo apenas por seu olhar. A boca inchada e rosada formou um bico engraçado, Ren mordendo a bochecha esquerda enquanto dava um pequeno peteleco na testa de Ryomen, que era deitada em seu colo. Em sua mão direita encontrava-se o livro preferido da menina, onde lia na metade do capítulo nove.

- Preste atenção! - pediu.

- Mas é sem graça - Sukuna revidou, levando outro peteleco na testa - Ai!

Quem diria que um dia, o xamã negro seria tão submisso à um humano. Até mesmo Ryomen se surpreendia com a facilidade que Ren tinha para desarma-lo.

- Não é sem graça - cerrou as sobrancelhas - Estou lendo meu livro preferido para você!

O vento bateu, levando os fios escurecidos da garota aos ares, uma essência agradável de flores preencheu o ambiente em que estavam. Sukuna se perdeu na heterocromia de Ren, o coração se despedaçando ao contemplar a japonesa lutar contra a ventania e arrumar o cabelo solto. Sentiu vontade de beija-la, embora ficasse inseguro sempre que pensava isso, ele sabia o tanto que ela era tímida. Tinha medo da morena ficar desconfortável com sua ousadia e experiência sexual.

- Sabe o que me interessa? - questionou para Ren, que apenas levantou uma sobrancelha - Você.

Observou as bochechas dela tornarem-se vermelhas, a garota de olhos bicolores tampando o rosto com o livro de capa grossa. A japonesa se perguntava o por que de Sukuna a tratar daquele jeito, constantemente se vendo perdida em dúvidas que formavam-se em sua mente inocente. Ela ficava envergonhada por não saber reagir ao ele dizia, imaginando se Ryomen importava-se com aquele detalhe ou nem ligava. Ren nunca tivera contato tão íntimo como estava tendo com o homem, aqueles simples gestos de afeto e palavras que mexiam intensamente com seu coração, faziam a garota delirar em insuficiência que sentia. Afinal, Sukuna era mais velho, com mais experiências e obviamente, entendia melhor a situação.

- O que se passa em sua cabeça? - tirou o livro do rosto dela, encarando-a.

Você. Quis responder, porém sua timidez era maior que a coragem.

- Hm? - instigou que Ren respondesse.

- S-sabe... - sentiu-se levada, uma vontade enorme de desabafar o que havia em seu peito se instalava na ponta da língua - Por que o senhor está aqui comigo, sendo que há várias mulheres melhores?

Encararam-se, Sukuna refletindo sobre o que dizer para Ren. Resolveu sair do colo da garota, sentando-se adequadamente ao seu lado enquanto ainda divagava sobre o que dizer para reconfortar sua insegurança.

Fazia exatamente um mês que se conheciam, se tornaram íntimos tão rapidamente que Ryomen se xingava por ser tão frouxo com a garota. Mas o que poderia fazer? Afinal de contas, Ren era seu ponto fraco e não havia algo que ela fizesse que não mexesse com o coração dele. Sukuna sentia-se mal ao ver que a japonesa ficava insegura com o maior, talvez alguns motivos totalmente bobos circulassem a mente da morena e distorcessem o que realmente acontecia. Todavia, ele entendia o que ela queria dizer.

- Nenhuma é você - respondeu sincero.

- Mas eu não tenho experiência nenhuma com relacionamentos - sua voz ficou manhosa - Eu nem mesmo sei beijar.

- Você não aceitou minha proposta de te ensinar - Sukuna brincava, divertindo-se com o diálogo. No fundo, ele apenas tentava amenizar o clima.

Ren jogou o livro por impulso no maior, vendo Ryomen segurar o objeto no ar com um sorrisinho nos lábios carnudos.

- Eu vou esperar o seu tempo, não se preocupe com isso - voltou a ficar sério, mostrando que compreendia os sentimentos da moça.

Se encararam por alguns segundos até a japonesa suspirar frustrada, engatinhando até Sukuna e sentando-se na frente do maior. Inspirou fortemente o ar, refazendo seus próximos atos na mente e materalizando eles em seus músculos.

- Posso tentar algo? - admirou-se das orbes vermelhas de Ryomen.

- Claro - deu liberdade para Ren ficar confortável em sua presença.

A garota colocou suas duas palmas nas bochechas quente do maior, chegando perto ao ponto das bocas rasparem-se de leve e um choque de entusiasmo percorrer o interior dos dois. Uma chama se aflorava no peito da mais nova, como se um fogo ardente incentivasse os movimentos dela e não deixasse que desistisse do que faria. Colou seus lábios nos dele, fechando as pálpebras enquanto apenas sentia uma emoção esquisita e desconhecida preencher o vazio de seu coração. Era como se o chão ficasse mais rígido e sólido, como se a atmosfera ficasse mais densa e vívida, o barulho da brisa batendo nas folhas recém-nascidas das árvores e os pássaros piando no fundo. Ren sentia tudo, o corpo se tornando mais sensível e aguçado, um alívio descomunal se fazendo na mente da morena. Era uma vitória para si mesma, finalmente havia dado o primeiro passo.

Ryomen apenas sentia, colocando a mão nos cabelos dela e iniciando um carinho suave em sua nuca. Ainda sentindo os lábios molhados de Ren em sua boca, decidiu que intensificaria o contato, pedindo passagem com sua língua para o interior da garota. A japonesa apenas seguiu os movimentos de Sukuna, permitindo que o mais velho guiasse ela por aquele vasto caminho desconhecido de valores sexuais e íntimos. O coração não batia tão fortemente e dessa vez, a respiração encontrava-se estável, podia compreender completamente a situação e o que deveria fazer.

Aprofundou o beijo, segurando mais forte os contornos de Sukuna. A língua de Ren brincava por todos os cantos do mais velho, aproveitando com cuidado e lentidão aquela experiência única que sentia. Mesmo não sendo seu primeiro beijo, considerava aquele contato como seu grande começo naquela área que Ryomen já conhecia. Quis sentir mais daquela sensação, queria saciar sua curiosidade para saber quais mais emoções era capaz de sentir, então se aproximou mais do que deveria, passando as duas pernas entorno do corpo de Sukuna e se sentando no colo do mais velho, que se viu completamente chocado com os atos dela.

Segurou a cintura dela, afastando os lábios de Ren e encarando-a com urgência. As mãos da japonesa circulavam o pescoço do Rei das Maldições, os dígitos pequenos embrenhados pelos fios rosados e os puxando suavemente quando queria mais intensidade. Os olhos bicolores dela estavam baixos e encaravam excessivamente os lábios inchados e úmidos de Sukuna, tornando logo
após as orbes para o escarlate do maior, sentindo-se observada.

- O que pensa que está fazendo? - ele perguntou, dando um aperto nos quadris de Ren.

- Explorando - respondeu.

- Sei disso - a morena tinha seu corpo muito colado no do homem e Sukuna realmente não queria fazer nada precipitado com ela - Não quero que você sinta-se na obrigação de fazer algo comigo.

Não era isso, Ren apenas queria descobrir mais dos próprios sentimentos. Desejava entender o que era aquele formigamento constante na região íntima e por isso, resolveu tomar as iniciativas. Todavia, se Ryomen não queria continuar naquele momento, ela respeitaria, então apenas saiu do colo dele e voltou a pegar o livro em mãos, ainda sentindo-se anestesiada pelo beijo profundo.



[10/06/21]
sem revisão

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