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𖹭⠀࣭⠀ֹㅤ Sangue, Suor e Lágrimas ⊹ㅤ ㅤ゜★
❛ É, não é um bom dia para aqueles que não tem um bom advogado. ❜
3.795 palavras
. ݁ ٬٬ 𝐌𝐄𝐓𝐀 ִ ֗ ៵ʾ ▎110 votos e 380 comentários para a próxima atualização
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O SOM APRESSADO DAS PASSADAS DE AGATHA ECOAVA NA TRILHA, seus pés batendo contra o chão de terra com força, enquanto o vento bagunçava seus cabelos perfeitamente arrumados. Ela não se importava, sua mente completamente focada no único objetivo: chegar até Nicky. O medo e o pânico eram um peso constante em seu peito, mas não havia espaço para hesitação.
Rio estava logo atrás, seus passos firmes e rápidos. Agatha sentiu a pressão de seu braço ao redor da sua cintura, como se a mais nova estivesse a puxando mais rápido, mantendo seu ritmo, sem permitir que ela perdesse o fôlego. Harkness, no entanto, não tinha olhos para mais nada a não ser o caminho à frente, sua mente completamente tomada pela preocupação com o filho.
Em determinado momento, Agatha, ofegante, fez uma careta quando seus sapatos de grife começaram a atrapalhar sua corrida, o salto batendo na trilha irregular. Sem hesitar, ela os arrancou, jogando-os de lado. O som de seus pés descalços tocando o chão parecia se misturar ao batimento acelerado de seu coração.
─── Onde está ele? O que aconteceu?
─── Agatha, calma. Ele está bem, está respirando. ─── Rio disse, a voz firme, mas carregada de preocupação. ─── Alice está com ele. Vamos chegar rápido. Ele vai ficar bem.
Mesmo com as palavras reconfortantes de Rio, o pânico de Agatha não cedia. Cada segundo parecia uma eternidade, e ela queria gritar, mas se limitava a correr. As árvores ao redor pareciam se esticar como um túnel, tornando tudo ao seu redor mais opressor.
As outras mulheres, atrás delas, mantinham o mesmo ritmo, com a pressão da situação atingindo cada uma de formas diferentes. Wanda estava a poucos passos de Natasha, que, apesar da sua expressão focada, estava começando a demonstrar sinais de inquietação.
─── Quase lá. ─── Rio disse, a voz ainda calma, mas tensa, enquanto virava o rosto para olhar Agatha. ─── Estamos quase no carro, você vai ver, ele vai estar bem.
Agatha não respondeu, apenas acelerou os passos, ouvindo sua respiração se tornando cada vez mais pesada. Nicky. Seu pequeno Nicky. Ele estava ali, em algum lugar, esperando por ela. Ela só precisava chegar até ele.
No final da trilha, o veículo de Wanda apareceu à vista. Agatha quase sentiu um alívio instantâneo ao ver Alice sentada no banco traseiro, com Nicky nos braços, sua cabeça apoiada contra o colo da mulher,, os olhos fechados. O pequeno ainda estava inconsciente, mas ao vê-lo, Agatha sentiu uma explosão de alívio em seu peito.
─── Nicky…
Agatha sussurrou, quase sem fôlego, enquanto corria para o carro.
Rio, ao seu lado, alcançou o carro primeiro, abrindo mais a porta para ajudar Agatha a entrar, mas ela foi mais rápida. Com uma força desesperada, ela se ajoelhou ao lado de Alice, pegando Nicky em seus braços. A sensação de tê-lo de volta a fez quase perder o equilíbrio, mas ela segurou firme, respirando aliviada ao sentir a leve respiração do menino.
─── Ele está bem, Agatha, ele vai ficar bem.
Billy disse, seus olhos preocupados, mas seu tom era reconfortante.
Agatha olhou para o rosto de Nicky, suas mãos tremendo enquanto tocavam a testa do filho. Ela não conseguia acreditar que ele estava ali, em seus braços, tão frágil e pequeno. O medo ainda estava presente, mas ela estava ali, com ele.
─── Nicky, meu amor…
Agatha murmurou, acariciando os cabelos do filho, seu olhar fixo no pequeno, como se temesse que algo fosse acontecer a qualquer momento. Rio se aproximou, pondo uma mão no ombro de Agatha, tentando transmitir uma sensação de calma.
─── Vamos levá-lo para o hospital, ok? Tudo vai ficar bem. ─── Rio disse, com suavidade, como se fosse uma promessa.
Agatha não respondeu. Ela sabia que Rio estava certa. Tudo ficaria bem. Tinha que ficar.
(...)
O TRAJETO ATÉ O HOSPITAL PARECIA UMA ETERNIDADE. Cada segundo, cada curva, cada frenagem brusca parecia demorar mais do que o necessário. O carro seguia rápido, mas para Agatha, o tempo havia se esticado, tornando-se uma linha tênue entre o pânico e a espera angustiante.
Ela segurava Nicky contra seu peito, com a delicadeza de quem carrega o tesouro mais precioso. Suas mãos tremiam levemente enquanto embalava o corpo pequeno e frágil do filho, tentando dar-lhe o conforto que ele não podia entender, mas que ela sentia tão intensamente em seu coração.
Nicky ainda estava inconsciente, mas a cada suspiro dele, Agatha sentia um fio de alívio correndo por seu corpo. Ele ainda estava ali, ela ainda o tinha. E ela faria qualquer coisa para que ele estivesse bem.
No banco do motorista, Wanda mantinha o foco na estrada, seu rosto tenso, os olhos fixos no caminho à frente. Natasha, ao lado dela, tentava disfarçar a apreensão, mas o jeito como seus dedos brincavam nervosamente com a alça da bolsa deixava claro que ela também estava lidando com a tensão de forma interna.
No banco de trás, Rio estava ao lado de Agatha, com a mão levemente sobre a de Harkness, tentando oferecer alguma sensação de apoio. Seu olhar estava fixo no pequeno corpo nos braços de Agatha, mas ela sabia que não podia falar nada. Não havia palavras que pudessem aliviar o medo que dominava o carro. A única coisa que podia fazer era estar lá, sendo o apoio que Agatha precisava, sem pressa, sem cobrança. Apenas ali.
─── Ele vai ficar bem, Agatha. ─── Rio disse, sua voz suave, mas falha de nervosismo. ─── Está tudo bem.
Mas as palavras soaram vazias para Agatha. A angústia no peito dela não se dissipava. Ela apenas olhou para Rio, seus olhos expressando uma dor que ela não conseguia esconder, e continuou embalando Nicky com um cuidado quase obsessivo.
Ao fundo, Jennifer tentou manter a conversa, talvez para aliviar o clima, mas não foi eficaz. Todos sabiam que nada poderia mudar aquele momento. A tensão pairava no ar, um peso que nenhum de nós conseguia remover. As palavras estavam presentes, mas as mentes estavam em outro lugar, todas concentradas apenas no bem-estar de Nicky.
O carro parecia andar em câmera lenta, como se o mundo estivesse retardado, em total desacordo com o pânico interno de Agatha. Ela sabia que precisavam chegar logo, mas cada luz vermelha, cada curva parecia um obstáculo a mais, e a estrada, uma distância interminável entre ela e a resposta que tanto desejava.
─── Por favor, Wanda… ─── Agatha sussurrou, a voz trêmula, sua cabeça pendendo levemente sobre Nicky. ─── Acelera, por favor. Acelera.
Wanda olhou rapidamente para o retrovisor, seu rosto tão rígido quanto o de Agatha. Ela apenas assentiu, pressionando o acelerador um pouco mais, embora o carro já estivesse em alta velocidade.
O carro parou bruscamente na entrada do hospital, o som dos pneus cortando o asfalto ecoando no silêncio tenso do ambiente. Agatha não esperou um segundo sequer. Com as mãos trêmulas, mas firmes, ela rapidamente abriu a porta e saiu, sem olhar para trás. Sua única prioridade era Nicky, e nada mais importava naquele momento. O pequeno corpo dele, ainda inerte nos seus braços, parecia o único peso que ela podia sentir, o único que importava.
─── Agatha, espere!
Rio a chamou, correndo atrás dela, mas Agatha não respondeu. Seus olhos estavam fixos no que estava à sua frente, no rosto de Nicky, e a única coisa que ela podia pensar era em mantê-lo seguro.
Sharon e Lilia chegaram logo atrás. Lilia foi até a recepção, explicando a situação com um tom de autoridade que parecia impositivo, enquanto Sharon, que raramente se mostrava desconcertada, falava com a enfermeira com uma calma que parecia irreal dada a tensão no ambiente.
Mas Agatha não podia pensar nisso. Ela estava focada apenas em Nicky. O hospital parecia um mundo à parte agora, com pessoas correndo de um lado para o outro, mas nada disso alcançava a mente de Agatha. Ela manteve Nicky contra o peito, com as mãos segurando sua cabeça com o máximo de cuidado, embora a ansiedade no seu olhar não passasse despercebida.
─── Agatha, por favor, deixe-nos ajudar.
Rio disse, tentando uma última vez. Ela passou uma mão pelas costas de Agatha, oferecendo um toque suave, mas Agatha não queria largá-lo. Ela não podia.
Enquanto isso, Agatha permanecia imóvel no centro da sala de espera, seus braços envolvendo Nicky como se ele fosse o único elo que a mantinha de pé.
Rio colocou uma mão suave no ombro de Agatha, inclinando-se para sussurrar:
─── Estou aqui, meu amor. Vai ficar tudo bem.
Agatha olhou para ela, os olhos marejados e cheios de medo. Ela assentiu lentamente, mas sua expressão dizia que ela não acreditava totalmente.
Logo, um médico veio ao encontro deles.
─── Senhora, por favor, precisamos levar o menino para uma avaliação. Vamos cuidar dele.
─── Eu vou com ele.
Agatha declarou, sua voz firme apesar do tremor em suas mãos. O médico balançou a cabeça.
─── Eu entendo, mas precisamos levá-lo para exames imediatamente. Você pode esperar aqui, prometo que o manteremos informada a cada etapa.
─── Não. Ele é meu filho. Eu não vou soltá-lo.
Agatha insistiu, segurando Nicky ainda mais firme. Rio deu um passo à frente, colocando as mãos gentilmente nos braços de Agatha.
─── Amor, deixa eles fazerem o trabalho deles. Ele precisa disso para ficar bem, ok? Estamos aqui, e ele sabe que você está com ele.
Agatha hesitou por um momento, seus olhos indo de Nicky para Rio e depois para o médico. Finalmente, com um suspiro trêmulo, ela inclinou-se para beijar a testa de Nicky, sussurrando:
─── Você vai ficar bem, meu amor. A mamãe está aqui.
Com cuidado, ela entregou o filho para o médico, que saiu apressado com a equipe. Agatha ficou parada no meio da sala, como se o mundo ao redor tivesse desaparecido. Rio imediatamente a puxou para um abraço apertado, segurando-a enquanto as lágrimas finalmente caíam.
Agatha permaneceu imóvel por um momento após entregar Nicky, o vazio em seus braços sendo preenchido por uma dor que parecia arrancar parte de si. Rio não hesitou; ela a segurou firme, como se pudesse transferir toda a força do mundo para Agatha apenas naquele abraço.
─── Ele vai ficar bem, meu amor. Ele é forte, ok?
Rio sussurrou, sua voz mais calma do que ela se sentia, mas cheia de convicção. Agatha não respondeu. Suas mãos apertaram o tecido da camisa de Rio, enquanto lágrimas silenciosas traçaram caminhos pelo seu rosto. Rio apenas a segurou, balançando-a levemente como se estivesse protegendo algo precioso que não podia ser quebrado.
Foi nesse momento que o som apressado de passos ecoou pela sala de espera. Natasha foi a primeira a aparecer, segurando Wanda pela mão, os rostos preocupados. Logo atrás vieram Billy, Kate e Yelena, todos tensos, mas calados. Por último, Jennifer e Alice surgiram, e Alice parecia estar em pedaços.
Agatha permaneceu imóvel por um momento após entregar Nicky, o vazio em seus braços sendo preenchido por uma dor que parecia arrancar parte de si. Rio não hesitou; ela a segurou firme, como se pudesse transferir toda a força do mundo para Agatha apenas naquele abraço.
─── Ele vai ficar bem, meu amor. Ele é forte, lembra? Como você. ─── Rio sussurrou, sua voz mais calma do que ela se sentia, mas cheia de convicção.
Agatha não respondeu. Suas mãos apertaram o tecido da camisa de Rio, enquanto lágrimas silenciosas traçavam caminhos pelo seu rosto. Rio apenas a segurou, balançando-a levemente como se estivesse protegendo algo precioso que não podia ser quebrado.
Foi nesse momento que o som apressado de passos ecoou pela sala de espera. Natasha foi a primeira a aparecer, segurando Wanda pela mão, os rostos preocupados. Logo atrás vieram Billy, Kate e Yelena, todos tensos, mas calados. Por último, Jennifer e Alice surgiram, e Alice parecia estar em pedaços.
─── Onde ele está? Onde está o Nicky? ─── Alice perguntou, a voz embargada enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto.
Agatha se afastou um pouco de Rio, seus olhos vermelhos e inchados, mas cheios de algo mais profundo: fúria.
─── Está com os médicos. ─── Ela respondeu, a voz gélida e cortante. ─── Mas você... ─── Agatha deu um passo à frente, apontando um dedo para Alice, cuja expressão já parecia desmoronar. ─── Como você pôde deixá-lo sozinho? Ele tem seis anos, Alice! SEIS! VOCÊ DISSE QUE CUIDARIA DELE!
Alice soluçou, tentando desesperadamente justificar:
─── Eu... Eu pensei que ele estava... Ele estava com Kate e Billy, eu...
─── Pensou?! ─── Agatha interrompeu, sua voz subindo em um crescendo que fez todos na sala se encolherem. ─── Você devia ter certeza! Você devia estar cuidando dele!
Jennifer colocou uma mão no ombro de Alice, tentando confortá-la, mas Alice se afastou, os olhos cheios de culpa.
─── Eu sinto muito, Agatha... Eu...
─── Sinto muito não traz meu filho de volta se algo acontecer com ele! ─── Agatha gritou, sua voz quebrando enquanto as lágrimas voltavam.
Rio se colocou entre as duas, levantando uma mão de maneira firme, mas gentil.
─── Agatha. Chega. ─── Sua voz era suave, mas carregava uma autoridade inegável. ─── Não é hora para isso. Nicky está sendo cuidado agora. Vamos focar nele, está bem?
Agatha olhou para Rio, seus olhos brilhando com um misto de raiva e dor, mas ela assentiu lentamente, os ombros finalmente relaxando um pouco.
Agatha respirou fundo, mas seus olhos ainda estavam marejados e fixos em Alice, cujo rosto estava uma mistura de culpa e desespero.
─── Desculpe, Alice. Eu… Eu só quero meu filho bem...
Agatha murmurou, sua voz finalmente cedendo à vulnerabilidade. Rio estendeu a mão e tocou o rosto de Agatha com delicadeza, obrigando-a a olhar para ela.
─── E ele vai ficar. ─── Rio disse com firmeza. ─── Vamos resolver isso juntas, ok?
Agatha hesitou por um momento antes de assentir, mas era claro que ela estava longe de estar calma. Rio deslizou os braços ao redor dela, trazendo-a para um abraço que ela claramente precisava, mesmo que não admitisse.
Jennifer, percebendo que a tensão havia diminuído, virou-se para Alice, que estava de cabeça baixa, as lágrimas caindo silenciosamente.
─── Alice…
Jennifer começou suavemente, tentando aliviar a situação.
─── Eu estraguei tudo. ─── Alice disse, com a voz quebrada. ─── Ele se machucou por minha culpa.
─── Ei, todos nós deveríamos ter prestado mais atenção. ─── Jennifer respondeu, lançando um olhar significativo para Kate e Billy, que estavam encostados em um canto, obviamente sentindo-se tão culpados quanto Alice. ─── Não foi culpa de vocês.
Sharon e Lilia retornaram do balcão da recepção, onde haviam tratado dos trâmites médicos.
─── Tudo pronto. ─── Sharon informou, sua voz calma. ─── O médico vai mantê-lo sob observação por algumas horas, mas ele já está sendo tratado.
─── E disseram que foi um corte superficial na cabeça. ─── Lilia acrescentou. ─── Sem fraturas, sem lesões internas graves. Só estão o mantendo aqui devido a inconsciência.
Essas palavras trouxeram um alívio imediato, mas não total. Agatha se afastou do abraço de Rio, limpando as lágrimas rapidamente enquanto olhava para Sharon.
─── Eu quero vê-lo. Agora.
Sharon acenou para a porta onde Nicky havia sido levado.
─── Já pedi permissão.
Agatha se moveu imediatamente, mas Rio segurou sua mão.
─── Eu vou com você.
Agatha olhou para ela, querendo protestar, mas desistiu. Era evidente que ela não queria enfrentar aquilo sozinha. Enquanto as duas desapareceram pela porta, Jennifer suspirou, esfregando o rosto.
─── Bem... isso foi intenso.
─── Intenso? ─── Yelena bufou, cruzando os braços. ─── Isso foi um desastre.
─── Ei. ─── Kate interveio, olhando para Alice e Billy. ─── Ninguém queria que isso acontecesse. Vamos nos concentrar em como ajudar daqui para frente, tá?
Billy, que até então estava em silêncio, levantou o olhar cheio de arrependimento.
─── Ele confiava em mim. ─── Ele murmurou. ─── Eu devia ter segurado a mão dele...
Alice colocou a mão no ombro de Billy, mesmo ainda carregando seu próprio peso de culpa.
─── Nós vamos fazer isso certo. Quando ele acordar, vamos estar lá, todos nós.
Jennifer observou o grupo em silêncio por um momento antes de finalmente dizer:
─── Vamos focar no que importa. Nicky vai ficar bem, e quando ele sair daqui, vamos garantir que ele saiba que tem toda essa gente incrível ao lado dele.
Apesar do clima pesado, todos assentiram, voltando sua atenção para o que realmente importava: o pequeno garoto que precisava deles.
(...)
O CORREDOR PARECIA INTERMINÁVEL ENQUANTO AGATHA E RIO ERAM CONDUZIDAS PELO ENFERMEIRO ATÉ O QUARTO DE NICKY. Cada passo parecia arrancar um pedaço de Agatha, que andava como se o chão estivesse desmoronando sob seus pés. Sua mente estava inundada por flashes de Nicky — seu sorriso quando tentava alcançar o armário para pegar biscoitos, o jeito que ele assobiava de volta para os pássaros no jardim, como ele sempre abria mão do último pedaço de bolo. Ele adorava desenhar corações em post-its e escondê-los pela casa, para que Agatha os encontrasse quando menos esperasse. Ele era seu bebê, seu doce bebê.
Agatha sentia o peso do mundo nos ombros. Como o menino que chorava quando via alguém triste, porque dizia que “ninguém deveria chorar sozinho,” agora estava ali? Como o mesmo garotinho que usava uma toalha como capa de super-herói e proclamava que ia “salvar o mundo” podia estar em um hospital, imóvel? Ela apertou o passo, as mãos tremendo, como se tentar alcançá-lo mais rápido pudesse mudar a realidade.
Quando elas finalmente chegaram ao quarto, o coração de Agatha parou por um instante ao vê-lo. Nicky estava deitado na cama, com um pequeno curativo na testa, os cachos castanhos espalhados contra o travesseiro branco. O monitor cardíaco ao lado fazia pequenos bipes regulares, um som que deveria ser reconfortante, mas que soava como um lembrete cruel de sua vulnerabilidade.
─── Meu bebê…
Agatha sussurrou, sua voz quebrada, enquanto caminhava até a cama. Ela segurou a mão dele, pequena e quente contra a sua, e se ajoelhou ao lado do leito, como se precisasse estar mais perto dele, como se sua presença pudesse protegê-lo de qualquer coisa.
Rio permaneceu ao lado de Agatha, a mão firme no ombro dela, uma âncora silenciosa. Ela não disse nada, porque sabia que não havia palavras que pudessem alcançar o turbilhão que Agatha sentia. Rio apenas apertou o ombro dela levemente, um lembrete de que ela estava ali, compartilhando aquele momento, pronta para ampará-la.
─── Ele é tão pequeno, Rio. ─── Agatha murmurou, sua voz um sussurro quase inaudível. ─── E ele é tudo para mim. Tudo.
Rio se ajoelhou ao lado de Agatha, olhando para Nicky com os olhos marejados. Ela sabia o que ele significava para Agatha, mas agora ela sentia isso de uma forma mais profunda. O garotinho que ria tão alto quando conseguia acertar a bola no softball, que se oferecia para ajudar no mercado carregando sacolas muito maiores do que ele, agora estava ali, tão frágil.
─── Ele vai superar isso.
Agatha não respondeu. Seus olhos estavam fixos no rosto de Nicky, o menino que ela havia prometido proteger de tudo. E agora, ele estava ali, vulnerável, e ela simplesmente soube. Soube com uma certeza esmagadora que não havia vida sem ele. Que se algo de ruim acontecesse a ele, ela não sobreviveria.
─── Eu não consigo... ─── Agatha finalmente murmurou, a voz quebrada. ─── Eu não consigo perdê-lo, Rio. Ele é... tudo.
Rio apertou os ombros dela com mais força, inclinando-se para sussurrar no ouvido de Agatha.
─── Você não vai perdê-lo. Ele é seu. Nada vai mudar isso.
Agatha respirou fundo, tentando se agarrar às palavras de Rio, mas a dor em seu peito parecia inescapável. Ela se inclinou mais perto de Nicky, pressionando um beijo suave em sua testa.
─── Meu menino doce... ─── sussurrou, com a voz embargada. ─── Por favor, volte para mim.
No quarto branco e impessoal do hospital, o som de passos firmes no corredor fez com que ambas prendessem a respiração. O médico entrou com uma prancheta em mãos, o semblante calmo, mas profissional. Agatha, sentada ao lado de Nicky com os olhos fixos no rosto adormecido do filho, ergueu-se imediatamente, segurando a mãozinha dele com força.
─── Doutor, ele está bem? ─── A voz dela saiu mais trêmula do que esperava.
O médico sorriu suavemente, um gesto que parecia carregar uma promessa de boas notícias.
─── Seu filho é muito forte, senhora Harkness. Ele sofreu um corte na testa e teve uma leve concussão, mas os exames indicam que não há danos significativos. Vamos mantê-lo sob observação por algumas horas, mas ele deve se recuperar completamente com repouso e alguns cuidados.
O alívio inundou Agatha com tanta força que ela quase caiu de volta na cadeira. Lágrimas escorreram silenciosamente, enquanto ela inclinava a cabeça para beijar os dedos pequenos de Nicky. Rio, ao lado dela, colocou uma mão firme em seu ombro, transmitindo apoio sem precisar dizer uma palavra.
─── Agora, sobre os trâmites administrativos. ─── O médico continuou, erguendo a prancheta. ─── Precisamos da assinatura para os procedimentos finais e para liberá-lo quando chegar o momento.
Agatha limpou o rosto rapidamente, pegando a caneta com as mãos ainda trêmulas. Antes que pudesse assinar, Rio, percebendo o estado da namorada, deu um passo à frente.
─── Doutor, talvez eu possa cuidar disso? ─── Ela perguntou, pegando a prancheta das mãos do médico com delicadeza. ─── Agatha está exausta, e eu…
O médico franziu levemente a testa, examinando Rio com curiosidade por um momento, reconhecendo-a, antes de perguntar educadamente:
─── Você é parente dele, senhorita?
Rio hesitou, sentindo um aperto no peito ao balançar a cabeça.
─── Não... Não oficialmente. Sou a parceira de Agatha, mas...
O médico interrompeu com um sorriso educado, mas firme.
─── Então não, infelizmente, apenas o responsável legal pode assinar. Precisamos da mãe ou de um guardião registrado para validar os documentos. ─── Ele olhou para Agatha. ─── Senhora Harkness, se estiver pronta, precisamos da sua assinatura aqui.
Agatha ergueu os olhos para Rio, um pedido silencioso de desculpas passando entre elas. Ela tomou a prancheta e assinou rapidamente, as mãos ainda trêmulas, antes de devolvê-la ao médico.
─── Obrigada. ─── Ele disse, recolhendo a prancheta. ─── Vou cuidar do restante para garantir que seu filho receba tudo o que precisa.
Quando ele saiu, o silêncio no quarto foi quase palpável. Agatha olhou para Rio, um misto de gratidão e culpa em seus olhos.
─── Eu... ─── Ela começou, mas Rio balançou a cabeça e se aproximou, segurando o rosto dela com as duas mãos.
─── Não precisa dizer nada, Agatha. Você fez o que precisava fazer. Nicky está bem, e é isso que importa.
Os olhos de Agatha encheram-se de lágrimas novamente, mas ela não se afastou. Em vez disso, inclinou-se para a segurança do abraço de Rio, sentindo-se ancorada no meio do caos.
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• ⚾ . . OO1 ❜ Como eu disse: era necessário, agora finalmente Agatha viu que precisa fazer alguma coisa para tornar a situação deles legalmente confortável. Sempre vi Agatha como alguém muito racional, mas que na sua vida pessoal tem uma facilidade muito grande em se cegar, então às vezes preciso esfregar algumas coisas na cara dela.
• ⚾ . . OO2 ❜ No próximo capítulo: Nicky ganha um novo amigo e Agatha ganha um novo fã.
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