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𖹭⠀࣭⠀ֹㅤ Um convite, uma conversa e um surto ⊹ㅤ ㅤ゜★
❛ Se eu tiver que passar por mais um desenvolvimento de personagem, meu personagem vai se tornar o vilão. ❜
4.028 palavras

. ݁ ٬٬ 𝐌𝐄𝐓𝐀 ִ ֗ ៵ʾ ▎110 votos
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AGATHA SEMPRE GOSTOU DE PLANEJAR, era sua forma de equilibrar o caos ao redor, de transformar o imprevisível em algo palpável, organizado, controlado. A habilidade de ver cada peça e colocá-la em ordem trazia uma sensação de paz para ela, e agora, com o jantar de Natal se aproximando, não seria diferente.

Mas, desta vez, o planejamento não era apenas para o jantar. Ela percebia que, de alguma forma, também estava tentando controlar a nova variável que havia surgido em sua vida com toda a intensidade de uma tempestade: Rio Vidal.

Desde o momento em que a jogadora começou a aparecer com frequência inesperada, cruzando barreiras e deixando impressões que pareciam irromper pelo escudo meticulosamente construído de Agatha, o desejo de manter algum controle sobre a situação tornava-se quase uma necessidade.

Não era segredo para ela que Rio tinha um histórico amoroso... movimentado. Era difícil ignorar os tabloides, as fofocas, e as incontáveis ex-namoradas que surgiam nos círculos sociais de Nova York sempre que o nome de Vidal vinha à tona.

Agatha respirou fundo, os olhos fixos na lista de preparativos para o jantar. Se quisesse ser diferente, teria que seguir um caminho novo, evitar cair na mesma teia de romance efêmero. Sabia que o que Rio oferecia era tentador, mas também sabia que, se se entregasse, tinha que ter certeza de que não seria apenas mais um capítulo rápido na história da jogadora.

─── Concentre-se, Agatha.

Murmurou para si mesma, mordendo a ponta da caneta enquanto relia a lista. Tudo precisava estar perfeito, dentro do padrão de qualidade Harkness.

Foi então que Nicky entrou correndo na sala, com uma expressão animada e já segurando um bloquinho de notas, pronto para ajudar, distraindo sua mãe do dilema no qual se encontrava.

─── Consegui meu assistente de volta? ─── ela questionou, sorrindo. ─── Achei que suas tardes livres agora fossem para treinar com a Rio.

Nicky sorriu inocentemente, aproximando-se de sua mãe rapidamente, sentando-se em seu colo antes de abraçar seu pescoço.

─── Rio disse que só vai vir mais tarde hoje, algo do time, e, bom... ─── Nicky começou, dando de ombros. ─── queria te ajudar, mamãe. No jantar.

Agatha sorriu, sentindo o calor do abraço de Nicky e a sinceridade que ele colocava em cada gesto. Era uma das coisas que ela mais amava no filho: essa vontade de participar, de estar presente, de ajudar.

─── Sabe, Nicky, você já está ajudando só por querer estar aqui comigo. Mas acho que posso ter uma lista de coisas importantes para o meu assistente cuidar, que tal?

Ela disse, afagando o cabelo dele. Nicky assentiu rapidamente, os olhos brilhando de entusiasmo.

─── Que tal... guardanapos coloridos? Ou talvez velas que combinem com o cheiro de natal?

Sugeriu ele, mexendo no bloquinho com um ar de seriedade. Agatha soltou uma risada suave.

─── Velas com cheiro de pinheiro? Ou você prefere algo mais fresco, como lavanda? É mais refinado.

─── Pinheiro!

Ele respondeu, com a decisão de alguém que já sabia o que queria há muito tempo.

Ela fez uma anotação, deixando que Nicky ditasse mais algumas ideias: guardanapos vermelhos, luzinhas piscando pela casa, talvez até mesmo alguns balões para "deixar o ambiente divertido", como ele insistiu.

Entre as anotações e risadas, o celular de Agatha vibrou com uma mensagem da organizadora de eventos. Ela rapidamente leu as atualizações sobre as decorações e detalhes da mesa, antes de responder com algumas sugestões pessoais, misturando as ideias dela e as de Nicky para criar algo único.

─── Vai ser o melhor jantar de todos, você vai ver. Não vou mentir, serão dias de preparação exaustiva, mas agora que tenho meu assistente, sei que podemos fazer isso.

Ela sussurrou, beijando a cabeça dele. Nicky sorriu, orgulhoso por ajudar a mãe.

Enquanto Agatha revisava os detalhes para o jantar de Natal com sua organizadora de eventos por telefone, bem como marcava a entrega do jantar e tudo mais, Nicky corria pela sala, empenhado em sua tarefa. Ele já tinha feito desenhos de peru e folhas secas para decorar a mesa, e, entre as sugestões adoráveis e improvisadas dele, Agatha não conseguia deixar de sorrir.

Ela mal terminou de revisar a lista de convidados com a organizadora quando Nicky puxou seu braço com suavidade, o rosto iluminado por uma expressão de expectativa.

─── Mamãe, a gente vai convidar a Rio também, né?

Agatha deu um sorriso de canto, tentando esconder a empolgação que a própria ideia lhe causava.

─── Bom, querido... ainda não sei se ela tem algum plano para o feriado.

Nicky parecia decidido. Ele fitou a mãe com olhos brilhantes, confessando em um tom quase conspiratório:

─── Eu adoraria ter ela aqui, mamãe. Acha que ela pode vir? Vai ser tão divertido com a Rio!

Agatha olhou para ele, tocada pela sinceridade e pelo carinho evidente em sua voz.

─── Prometo que vou fazer de tudo para que ela esteja com a gente, Nicky. Se depender de mim, vamos ter um Natal memorável.

Ele sorriu, satisfeito com a resposta, e logo correu para outra ideia mirabolante de decoração.

(...)

ERA FINAL DE TARDE QUANDO RIO ESTACIONOU SEU CARRO DO OUTRO LADO DA RUA, um tanto surpresa com a quantidade de veículos alinhados na calçada de Agatha. Aquele caos era a antítese da rotina meticulosamente controlada de Harkness, que normalmente programava até os serviços de entrega para evitar qualquer alvoroço em sua casa.

Ao entrar, o som de vozes e ferramentas ecoava pelo ambiente. Entre organizadores, decoradores e técnicos que iam e vinham, Rio finalmente avistou Agatha no quintal, completamente agasalhada, inspecionando uma estrutura imensa que parecia estar sendo montada. Luzes cintilantes se espalhavam pela área, e um técnico ajustava um aquecedor portátil que iria garantir que todos estivessem confortáveis, mesmo com o ar frio de inverno.

Rio fez o caminho até o quintal, observando tudo com um sorriso no rosto. Havia painéis de vidro sendo ajustados ao redor do pátio, transformando-o em uma área climatizada e sofisticada. O toque de Agatha estava em cada detalhe, desde as velas altas e elegantes nas mesas até os arranjos de folhas secas misturadas com flores frescas. Ela parecia em seu elemento, com o tablet em mãos, coordenando cada tarefa e monitorando os preparativos.

─── Então, era isso que você queria dizer com 'algo especial'?

Rio perguntou, cruzando os braços e se recostando numa das colunas decoradas com grinaldas. Agatha virou-se, surpresa por vê-la ali tão cedo, mas logo um sorriso satisfeito cruzou seus lábios.

─── Se eu fosse fazer um simples jantar, não seria eu. ─── Ela ergueu uma sobrancelha, orgulhosa. ─── Estamos falando de um evento de Natal memorável, algo que vai deixar todos falando por semanas. Um Harkness-Christmas de respeito.

Rio caminhou pelo quintal, seus olhos percorrendo cada detalhe da montagem. Mesmo sem entender de logística de eventos, conseguia ver o cuidado em cada escolha, a personalidade de Agatha refletida em cada arranjo.

─── E eu achando que Natal era só peru e sobremesas em volta da mesa. ─── Ela riu, aproximando-se de Agatha. ─── Mas agora estou começando a ver o quanto isso significa para você. Esse é o seu Super Bowl, não é?

─── Se você quiser chamar assim, então sim.

Agatha deu uma risadinha, tentando esconder o quanto aquele reconhecimento a agradava.

─── Precisa de ajuda? ─── Rio ofereceu, com um sorriso malicioso. ─── Sei, mais ou menos, como montar uma tenda.

─── Hm... acho que posso pensar em algo para você. ─── Agatha respondeu, um tom de brincadeira em sua voz, mas com os olhos cheios de uma leve admiração. ─── Você se importaria de ajudar Nicky a escolher uma roupa? Fomos ao shopping para fazer a compra, mas ele não gostou de nada, acho que seu incentivo é o que ele precisa.

Rio sorriu ao ouvir o pedido de Agatha, sentindo um calor estranho no peito ao imaginar a situação. A ideia de ajudar Nicky a escolher uma roupa parecia inusitada, mas também divertida, e ela sabia que era um gesto que significaria muito para Agatha.

─── Claro, eu adoro um desafio. ─── Rio respondeu com um sorriso travesso, sua voz cheia de entusiasmo. ─── Não sei como você ainda tem paciência para essas compras. Já aprendi a nunca levar as crianças para fazer compras comigo. Quando os gêmeos eram crianças, gastei uma fortuna em brinquedos.

Agatha não conseguiu deixar de sorrir ao ver Rio tão à vontade, ajudando com Nicky. Isso parecia certo de alguma forma, como se tudo estivesse começando a se encaixar.

Após um momento de silêncio confortável, Agatha se aproximou um pouco mais de Rio, como se de repente tomasse coragem. O que ela estava prestes a dizer a deixou com um nó na barriga.

─── E... Rio... já que está tão disposta a ajudar, não gostaria de passar o dia de Natal com a gente? ─── Ela perguntou, a voz mais suave do que o esperado. ─── Nicky ficaria feliz, e seria bom ter você aqui.

Rio ficou surpresa com o convite, seus olhos brilharam por um segundo antes que ela colocasse a mão no queixo, pensando na proposta.

─── Eu... já tenho planos com Natasha e Wanda, sabe... ─── Rio começou, a expressão um pouco desconfortável, mas sem parecer totalmente desinteressada. ─── Não posso simplesmente cancelar.

Agatha franziu o cenho, um pequeno fio de frustração atravessando sua mente, mas logo seu olhar se suavizou.

─── Não se preocupe com isso. Elas e seus convidados são mais que bem-vindos. ─── Ela disse, quase sem pensar, antes de completar com um tom ligeiramente provocador. ─── O jantar é grande, já estou com alguns convidados confirmados, e seria ótimo tê-los também. só me passe os nomes para o mapa de lugares.

Rio olhou para ela, um sorriso quase imperceptível se formando no canto de sua boca. Ela sabia o que Agatha estava fazendo ali, mas ao mesmo tempo, não podia deixar de achar a proposta tentadora.

─── Você é muito generosa, Agatha Harkness. ─── Ela respondeu com um tom mais suave, um toque de admiração em sua voz. ─── Vou falar com Natasha e Wanda. Vou ver o que elas acham. Te veo, mi amor.

Agatha apenas assentiu, o sorriso em seus lábios um pouco mais verdadeiro agora. Algo na maneira como ela falava parecia saber que as palavras haviam sido mais do que um simples convite para o jantar.

(...)

RIO ESTAVA DIRIGINDO COM NICKY NO BANCO TRASEIRO, o caminho do Shopping a casa Maximoff-Romanoff silencioso, exceto pelo som da música suave tocando no rádio. Nicky estava distraído, olhando pela janela, mas algo parecia estar na sua cabeça, e ele não demorou muito para quebrar o silêncio.

─── Rio? ─── Nicky disse, sua voz curiosa, mas com um toque de seriedade que Rio não podia ignorar. ─── Você gosta da minha mãe, né?

Rio piscou, surpresa com a pergunta direta de Nicky. Ela deu uma rápida olhada na criança ao seu lado antes de voltar os olhos para a estrada.

─── Hã... você quer dizer, de um jeito especial?

Ela respondeu, tentando captar o que o menino queria saber sem soar evasiva. Nicky assentiu, mas sua expressão era mais madura do que seu corpo pequeno deixaria transparecer.

─── Tipo... eu vejo vocês duas se olhando de um jeito diferente. E, bem, vocês abraçam e dão as mãos, sabe? ─── Nicky falou, seus olhos brilhando com um interesse genuíno. ─── Não quero que você machuque a mamãe. Ela já sofreu muito e eu não gosto de ver a mamãe triste.

Rio parou por um momento, o coração apertando com a sinceridade na voz de Nicky. Ela sabia que Agatha era uma mulher reservada, mas a preocupação do filho parecia mostrar o quanto ela ainda carregava cicatrizes.

─── Eu não quero machucá-la, Nicky. ─── Rio respondeu, tentando ser o mais honesta possível. ─── Eu só... bem, a mamãe é incrível. E sim, gosto dela de um jeito especial. Mas, você sabe, ainda estamos descobrindo como fazer as coisas direito.

Nicky pensou por um momento, seu olhar distante enquanto ele absorvia as palavras de Rio.

─── Eu sei que você a faz sorrir. ─── Ele disse de repente, com um sorriso leve. ─── Isso já é um bom começo, né?

Rio riu suavemente, o sorriso dela se suavizando ao ver a ingenuidade e a esperança de Nicky. Ela não estava esperando uma resposta tão madura dele, mas, de algum modo, era uma resposta perfeita.

─── Você tem razão, Nicky. ─── Ela respondeu, com um sorriso caloroso. ─── E prometo que vou continuar tentando fazer a sua mãe sorrir, porque ela merece ser feliz.

Nicky ficou pensativo por um momento, sua expressão de criança simples e sincera, mas com uma compreensão que provavelmente vinha de mais observações do que qualquer outra coisa. Ele parecia finalmente mais tranquilo, como se tivesse encontrado uma espécie de resposta, mesmo que ainda não completamente.

─── Eu só... não quero que ela fique triste de novo.

Nicky disse baixinho, olhando para a janela novamente, com a voz embargada, mas a determinação de alguém que já viu mais do que a idade sugeriria.

Rio sentiu um nó apertar em seu peito ao ouvir isso. A última coisa que ela queria era ver Agatha triste, especialmente agora que a reação de Nicky indicava que coisas ruins haviam acontecido a Harkness.

─── Eu entendo, Nicky. E prometo que vou fazer de tudo para que ela não fique triste. Vou cuidar dela, como você faria.

Rio respondeu com firmeza, sua voz cheia de um compromisso silencioso, embora o peso da promessa fosse grande. Nicky finalmente sorriu, um sorriso aberto e cheio de confiança, como se acreditasse em cada palavra que Rio dissera. Ele deu um suspiro aliviado, e isso fez com que Rio sentisse que, por algum motivo, tinha feito a coisa certa.

─── Então, você e a mamãe vão ficar bem, né?

Nicky perguntou, a preocupação nos olhos, mas também uma faísca de esperança.

─── Vamos ficar bem, Nicky. ─── Rio respondeu, agora olhando para ele através do retrovisor, seus olhos encontrando os dele. ─── Mas, você tem que prometer uma coisa pra mim: você vai me ajudar a garantir que tudo dê certo, okay?

Nicky sorriu com entusiasmo, fazendo um sinal de positivo com a mão, claramente mais animado.

─── Pode deixar, Rio! Vou ser o melhor ajudante!

A conversa, embora simples, pareceu ter resolvido o que havia pesado sobre os dois. Enquanto o carro se aproximava da casa Maximoff-Romanoff, o silêncio entre eles agora era confortável, com uma sensação de que algo positivo estava, de fato, acontecendo.

Quando Rio virou a esquina e estacionou o carro na frente da casa Maximoff-Romanoff, Nicky estava praticamente saltando de empolgação. A casa era grande, com um jardim bem cuidado e algumas luzes suaves piscando nas janelas, criando uma atmosfera acolhedora e festiva.

─── Estamos aqui!

Nicky disse empolgado, mal podendo esperar para sair do carro. Rio sorriu ao ver a animação do garoto. Ele realmente adorava aqueles momentos, e isso era contagiante. Ela saiu do carro, indo até o lado dele para ajudá-lo a sair, enquanto Nicky já começava a caminhar rapidamente em direção à porta.

Ao entrar na casa, o cheiro de comida deliciosa invadiu o ar, e a risada baixa de Yelena podia ser ouvida vindo da sala. Natasha e Wanda estavam conversando animadamente com Kate, e Billy estava no sofá, jogando um videogame, o que foi o suficiente para fazer com que Nicky desconsiderasse todo o resto.

─── Billy!

Nicky gritou ao ver o amigo, seus olhos brilhando. Ele praticamente pulou para o sofá, correndo para cumprimentá-lo, logo abraçando-o de forma animada.

─── Oi, Nicky! ─── Billy respondeu, abraçando-o de volta. ─── Quer um biscoito? Minha mãe acabou de fazer alguns.

Nicky sorriu, sua boca começando a salivar só com o cheiro dos cookies, mas ele rapidamente olhou para Rio, que estava apenas entrando na sala e observando a interação dos dois.

─── Posso?

Nicky perguntou, seus olhos brilhando com a expectativa de um sim. Rio piscou, surpresa que Nicky tenha a pedido permissão em primeiro lugar. Ela balançou a cabeça, sorrindo.

─── Claro, Nicky. Pode pegar, só não exagera, ok?

Rio disse com uma expressão amigável, tentando abrir como se aquilo não tivesse a afetado. Nicky sorriu de orelha a orelha e rapidamente foi para a cozinha com Billy.

─── Isso foi intenso. ─── Yelena se pronunciou, arqueando uma sobrancelha enquanto observava Nicky correndo para a cozinha com Billy. ─── Ele faz muito isso? Te pedir permissão?

Rio deu de ombros, tentando não demonstrar muito o quanto a situação a havia tocado. Ela sorriu brevemente e respondeu de maneira descontraída.

─── Ah, ele é só muito educado. Nicky tem esse jeito de ser atencioso, sabe? Ele sempre quer garantir que está fazendo as coisas da maneira certa. Não é nada demais.

Ela desviou os olhos para ver Nicky e Billy já na cozinha, pegando mais biscoitos e rindo. A cena era descontraída, simples e, de algum modo, acolhedora.

─── Enfim, ─── Vidal sorriu, de volta à realidade. ─── Hoje vim aqui com um propósito.

Yelena abriu a boca, pronta para fazer uma réplica afiada, mas Kate Bishop somente a segurou, fazendo com que ela se silenciasse. .

─── Agatha me convidou para passar o Dia de Natal com ela e Nicky. ─── Rio começou, tentando parecer casual, mas a expectativa em sua voz era clara. ─── Mas eu já havia aceitado o convite da Natasha e da Wanda... então, naturalmente, recusei.

Yelena, que havia ficado quieta até agora, franziu as sobrancelhas, e Kate olhou para Rio com um ar de curiosidade.

─── Ah, mas e aí? ─── Kate perguntou. ─── Você recusou o convite de Agatha? Isso parece algo bem... arriscado.

─── Não, não foi isso. ─── Rio fez um gesto com as mãos, tentando explicar. ─── Eu, bom, disse que já tinha planos. Só que, Agatha, sendo quem é, sugeriu que... bem, sugeriu que todos nós fôssemos. Que eu trouxesse o resto do pessoal.

O silêncio na sala se estendeu por alguns segundos enquanto as informações assimilavam.

─── Espera aí, ─── Yelena foi a primeira a reagir, erguendo uma sobrancelha. ─── Você está dizendo que a Agatha, a mulher que está enfiando a língua na sua garganta, convidou todos nós para o jantar de Natal dela? E você não aceitou imediatamente e mandou todos nós para o inferno? Estou emocionada.

Rio suspirou, com um sorriso desconcertado, claramente se divertindo com o choque de Yelena.

─── Eu sei, eu sei. ─── Rio falou, as palavras escapando rapidamente, como se estivesse tentando desesperadamente convencer a todos. ─── Mas ela foi tão... insistente. E, olha, vocês sabem como é. Ela estava tão empolgada, tão... bem, é Agatha, né? Ela tem esse jeito de conseguir tudo que quer. E, sinceramente, seria uma boa oportunidade para passar mais tempo com minha morena. Então... pensei que poderia ser uma boa.

Rio deu uma pausa dramática, olhando para Natasha, Wanda e Yelena, como se estivesse buscando uma reação.

─── E aí? O que acham? Vão se juntar a nós para um jantar chique, sem ter que se preocupar com o peru queimado, com a comida sendo um desastre... podemos relaxar e só curtir. E, claro, a festa vai ser incrível. Tenho certeza de que vai ter de tudo, decoração, música, tudo dentro do padrão de Agatha.

Kate olhou para as outras, claramente divertindo-se com a insistência de Rio. Natasha, sempre a mais racional, franziu as sobrancelhas e olhou para Wanda, como se estivesse pesando as possibilidades.

─── Isso pode ser interessante... ─── Wanda comentou, olhando para Natasha, que estava começando a sorrir. ─── Quero dizer, Agatha parece ser o tipo de mulher que faz eventos extraordinários.

─── E se eu você não se preocupar com o peru, Rio, então eu topo. ─── Yelena falou, visivelmente mais animada do que antes, com um sorriso travesso no rosto. ─── Afinal, ninguém quer passar o feriado enfiando a mão num peru.

─── Fico feliz que concordem! ─── Rio exclamou, sentindo um peso sair dos seus ombros. ─── Eu sabia que vocês iriam gostar. Vai ser uma oportunidade incrível para todos nós, e ainda vamos ganhar uma comida maravilhosa.

(...)

APÓS A CONVERSA ANIMADA COM O GRUPO, Rio se retirou para a varanda, sendo seguida por Yelena alguns minutos depois. Rio sentiu que precisava de uma pausa do frenesi da conversa, especialmente porque algo estava mexendo com ela.

Yelena observou Rio, sem dizer nada, mas a expressão pensativa de Rio não passou despercebida.

─── Tudo certo?

Yelena perguntou, dando dois passos em direção a Vidal.

─── Acho que sim. ─── Rio suspirou, cruzando os braços sobre o peito. ─── Só... me senti estranha, sabe? Isso com Agatha... está ficando mais real do que eu esperava. Ela me convidou, e agora estou aqui, pedindo para todo mundo ir. Não sei, parece que está tomando uma proporção que eu não planejei.

Yelena soltou uma risada baixinha e olhou para Rio com uma expressão de curiosidade.

─── Então você está dizendo que está se enrolando sozinha? ─── Yelena provocou, com um sorriso torto. ─── Eu não te vi tão hesitante desde que decidiu descolorir o cabelo. A verdade é que você está começando a se envolver de verdade com essa mulher, não está?

Rio olhou para Yelena, suas palavras caindo como uma verdade que ela não queria encarar. Ela deu uma leve risada nervosa, mexendo os dedos em seus cabelos, uma maneira de desviar a atenção.

─── Não sei se é tão simples assim. ─── Ela murmurou, evitando encarar Yelena diretamente. ─── Eu realmente gosto dela, mas é complicado, Yelena. Eu sempre fui do tipo que não se apega. Não sei o que estou fazendo aqui, com esse convite... com o jeito que ela me faz sentir.

Yelena a observou por alguns segundos, e então, com um tom mais sério, falou:

─── Rio, se você está começando a se preocupar com isso, é porque, no fundo, sabe o que está acontecendo. Você gosta dela. Gosta de verdade. E não tem nada de errado com isso. Mas, ao contrário do que você pensa, se abrir e admitir que está se envolvendo não é fraqueza. Pelo contrário, é uma grande força. Não se apague, por mais assustador que seja. Se você quer que isso seja algo real, vai ter que deixar a Agatha ver você inteira.

Rio se recostou na parede da varanda, com as palavras de Yelena ecoando na sua mente. Ela não estava acostumada a abrir seu coração para as pessoas. Sempre teve esse muro de proteção, e era difícil imaginar derrubá-lo. Mas a verdade era que, a cada encontro, a cada palavra trocada com Agatha, ela se sentia mais vulnerável.

─── Você está dizendo que eu deveria... me entregar a isso? ─── Rio questionou, com um olhar de dúvida.

─── Se entregar... não. ─── Yelena corrigiu, com um sorriso travesso. ─── Mas, sim, talvez deixar as coisas acontecerem. Deixar-se conhecer. Você não precisa sair por aí contando toda a sua vida, mas seja verdadeira com o que sente. Só assim, vai saber o que realmente pode acontecer entre vocês.

Rio deu um pequeno suspiro, sentindo um peso extra no peito, mas também um alívio. As palavras de Yelena tinham um efeito inesperado. Talvez fosse hora de começar a encarar seus próprios sentimentos, e mais importante ainda, permitir que Agatha visse quem ela realmente era. Não só a mulher independente e segura, mas também aquela que, por dentro, desejava algo mais duradouro.

─── Está vendo? ─── Yelena deu um último sorriso. ─── Não é tão difícil assim. E quem sabe, se você finalmente se jogar nessa história, talvez Agatha te mostre o que é se apaixonar de verdade.

Rio riu, mas agora com uma sensação de clareza. Ela sabia o que tinha que fazer. Estava na hora de parar de resistir ao que estava acontecendo entre ela e Agatha. Ela não sabia o que o futuro reservava, mas estava disposta a descobrir, sem mais desculpas.

─── Ok, Yelena. Vou tentar. ─── Rio respondeu, mais confiante, embora o nervosismo ainda estivesse lá, como uma pequena chama acesa. ─── Vou tentar.

Yelena deu um sorriso largo, com um tom de aprovação.

─── Essa é a Rio que eu conheço.
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• ⚾ . . OO1 ❜ Eu fiz uma coisa ruim (planejei o trigésimo e último capítulo dessa história), fiquei me sentindo mal (sentindo saudades do que nem acabou ainda) e decidi mimar vocês.

• ⚾ . . OO2 ❜ No próximo capítulo: O primeiro Natal Agathario.

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