CAPÍTULO 47

CAPÍTULO 47:
Seu dia, filha.



°•°•°• 2 meses depois •°•°•°

Dobrei a última roupa da Lily e coloquei na gaveta. Finalmente consigo chamar ela por um nome. Decidimos isso há uns seis dias e até que foi uma decisão pacífica, sem facas ou ameaças de morte, bem diferente de quando foi com o Oliver. Inclusive, meu gato foi passar alguns meses na Academia porque Cinco não queria que ele estivesse aqui quando nossa filha nascer, ele diz que ela pode acabar tendo uma alergia. Apenas porque ela vai ser uma recém nascida, eu aceitei.

Eu quis chorar na decisão do nome de Lily. Cinco e eu estávamos apenas falando nomes que achamos bonitos e delicados, segundo ele, a princesa dele vai ser super gentil então merecia um nome igual. Obviamente descartamos a possibilidade dos números como nome e preferimos o nome de uma flor. Até porque minha mãe sempre foi apaixonada por flores e pássaros, e por conta disso, sei o nome da maioria deles. Em um certo momento, Cinco ficou calado e pensativo, logo depois me disse que gostaria de adicionar mais um nome.

Sendo assim, te esperamos Lily Grace Hargreeves.

O quarto dela ficou pronto e está muito mais lindo do que planejamos. Cinco achou ridículo a ideia das abelhas na parede mas me deixou colocar. Ficou tão lindo. Os lençóis, cobertas e paninhos de boca da Lily variam entre amarelo, rosa e branco e não vejo a hora de poder usá-los. Certamente ainda vai faltar muitas coisas, mas isso podemos resolver ao longo dos meses.

Era engraçado que enquanto eu comprava roupinhas rosa com estampa de coração, Cinco comprou uma chupeta da Hot Wheels, dizendo que é um pai desconstruído.

— Terminamos a tempo — disse Cinco passando o braço pela testa, depois de horas dobrando roupas.

— A tempo?

— De ela nascer. Achei que iria demorar mais alguns meses, mas conseguimos.

Segurei as mãos dele e me aproximei de seu corpo, não tão perto porque o tamanho da minha barriga me impede agora.

— Conseguimos — Sorri.

Ele me deu um beijo. E depois mais um. E mais um. Demos um último olhar para o quarto antes de sairmos, fazendo a cena dramática de apagar a luz e fechar a porta. Tenho que ser honesta: arrasamos nesse quarto.

— Ainda está sentindo dor? — A voz de Cinco ecoou no corredor enquanto nos direcionamos para o nosso quarto.

Já faz algumas semanas que tenho sentido umas cólicas, contrações, eram bem leves e com espaços de tempo maiores, mas agora estão ficando cada vez piores. Hoje foi um desses dias difíceis, e agradeço que Cinco têm me ajudado em tudo. Tudo mesmo.

— Agora passou um pouco — deitei na cama igual uma foca. Ultimamente tem sido difícil achar uma posição boa. Sério, eu ocupo quase metade da cama.

— Então posso ir comprar o café que está faltando? Você vai ficar bem?

— Vou sim, pode ir. Só não demora muito.

Ele me deu um beijo na testa e saiu. Segundos depois eu já tinha capotado de sono, é o que eu mais faço nessas últimas semanas. Para me interromper desse sono da tarde, acordei com uma contração, essa foi bem forte. Me sentei na cama e comecei a respirar fundo, o calor dessa primavera não ajudava muito, então decidi ir ao banheiro para lavar o rosto.

Pronto, eu estava mais refrescada. Senti uma outra dorzinha, um pouco diferente, e rezando todas as orações que conheço, olhei para baixo. Tinha uma poça de água nos meus pés na qual não estava aqui quando entrei. Porra, não acredito que isso está acontecendo. Filha, você não podia esperar mais um pouco? Os intervalos das contrações ficavam cada vez menores e mais fortes, e eu fazia o que podia para me aliviar. Apoiei as mãos na pia do banheiro e fechei os olhos, respirando fundo e de vez em quando gemendo pela dor.

Não acredito que vou parir em casa.

Onde está o Cinco que ainda não voltou? Aquele idiota, desgraçado. Não está aqui por causa da porcaria do café.

Ah, eu estava com tanta dor que xingava todo mundo sem motivo nenhum, até o pobre coitado do pássaro que só estava cantando. Apertei meus punhos e me agachei para diminuir a dor. Porra, Candace, péssima ideia, agora sim que ela vai nascer de vez.

Levantei e caminhei devagar até a minha cama, pegando meu telefone. Fui no primeiro contato e liguei. Ben não atendeu. Tentei o Diego e também deu caixa postal. Alisson. Viktor. Lila. Todos estavam em outro ponto da galáxia, só assim para não me atenderem.

"Respira, Candace, respira. Ver o Cinco lavando as roupas brancas com as coloridas dói muito mais do que isso". Era o que eu colocava na minha cabeça.

Lily estava com pressa e as dores eram tão fortes que os gemidos não davam conta. Eu queria gritar. Queria quebrar a primeira coisa que eu visse. Eu tive medo de acabar morrendo de dor. Ou pela raiva, acabar descontrolando os meus poderes. Estava doendo tanto que eu não sabia se conseguiria colocar minha filha no mundo.

Eu já estava chorando, desesperada, sozinha e gritando com as cólicas e dores nas costas. Se eu não morresse pelo parto, morreria de angústia.

Escutei o barulho do carro voltando e em seguida a porta da sala. Não pensei duas vezes em gritar o nome do pai da criança que está me rasgando.

— CINCO, VEM AQUI AGORA!

Ele apareceu milésimos de segundos depois, no meio do quarto com seu teletransporte. Ainda acho que demorou muito.

— Olha, eu sei que eu esqueci de estender as roupas. Não briga comigo, já vou arrumar…

— Não, não é isso. Minha bolsa estourou.

Só depois ele notou que eu estava segurando minha barriga, como se ela fosse despencar se eu soltasse.

— Ela vai nascer? — Cinco arregalou os olhos.

— O que você acha, animal?

Cinco colocou a mão na cabeça e deu uma volta completa, totalmente confuso. Assim que voltou a realidade, se pôs no papel de pai e fez a primeira coisa que veio à mente.

— Vamos ao hospital. Eu te ajudo a chegar no carro.

Ah, bom. Achei que ele iria me levar pra parir no quintal.

— Espera, eu não fiz a bolsa dela — puxei o ar pelos dentes de dor.

— Que bolsa?

— Bolsa maternidade, seu verme! — falei estressada. Cinco nem ligava, ele sabia que eu estava morrendo de dor.

— Você não devia ter feito isso antes?

— Eu ia fazer hoje!

— Tá, bom. Respira. Se acalma — ele começou a me guiar para o corredor — Pode deixar que eu faço.

— Ai meu Deus, você vai fazer tudo errado.

— Me fala o que precisa e eu faço.

Falei das coisas que eu me lembrava para ele pôr na bolsa. Duvido que ele vai lembrar de tudo, mas é melhor do que ir sem nada. Com passos de uma idosa, eu caminhei até o carro enquanto Cinco provavelmente colocava todos os produtos errados na bolsa. Cheguei no carro ao mesmo tempo que ele, que carregava a bolsa maternidade pela metade vazia. Com certeza falta muita coisa. Meu Deus, por que eu fui aceitar me casar com esse homem?

— Você pegou roupa pra mim?

— Era pra pegar roupa pra você? — perguntou sincero.

Que ódio. Que ódio dele. Na mesma hora, a cólica apertou. Toda vez eu acho que é a mais forte que já senti, mas essa… puta que pariu. Gemi com os olhos fechados e agarrei minha barriga.

— Esquece, vamos logo — falei abrindo a porta do carro.

Ele se teletransportou para o meu lado e me ajudou a sentar no banco. A única parte boa de Cinco nesse momento é sua agilidade com o teletransporte. Duvido que outra mãe no mundo teve essa sorte.

Ele dirigia feito um louco, ultrapassando sinais vermelhos e buzinando para qualquer um. Não morávamos muito longe do hospital, mas o caminho parecia de um país ao outro. Deitei minha cabeça de lado e comecei a chorar, agarrando a minha barriga e suspirando nos minutos em que as contrações me davam sossego.

— Ei, fica calma. Estamos chegando, aguenta só mais um pouco — Cinco tirou uma mão do volante e segurou a minha.

Acho que ele se arrependeu, porque toda vez que doía, eu apertava a sua mão com toda a força.

Finalmente chegamos ao hospital. Fui levada a emergência e me colocaram uma roupa hospitalar horrorosa e depois numa maca. Sei que xinguei Cinco demais e o tratei da pior forma nesse momento, afinal, ele também estava ansioso para ver a filha nascer, mas ter que me separar dele agora foi doloroso. Tanto quanto as contrações. Ver eu ser levada para longe dele, enquanto sua expressão é de quem estava perdido no mundo, era horrível. Eu poderia nem sair daquela sala viva, e isso me deixava assustada.

Fui levada às pressas para um quarto porque quase dei a luz no corredor. Chegando lá foi luta atrás de luta, Lily não estava perfeitamente encaixada, só faltavam alguns centímetros. Me ofeceram um parto cesariana e meu pavor de agulhas rejeitou. Ter um parto normal com Lily assim não era perigoso, mas seria dolorido. Aceitei mesmo assim.

No começo era muito sofrimento, agonia, e eu até me arrependi de ser mãe. Eu agarrava os lençóis e gritava, chorava, e só o que eu conseguia era ficar mais cansada. Meu cabelo começou a grudar em meu rosto e eu gritava para eles tirarem aquela menina de dentro de mim. Às vezes eu desistia e parava de fazer força, porém os médicos me incentivaram a continuar. Desistir agora não seria saudável para nenhuma de nós duas. Quando foi a hora certa, passou rápido. E então eu escutei o choro dela.

Minhas lágrimas agora eram de alegria, eu consegui, ela está viva. Ouvi os médicos e enfermeiros falarem alguma coisa entre eles e depois entregaram ela para mim. Chegou o momento de eu conhecer minha filha. Lily estava com um pouco de sangue e não parava de chorar, que coincidência, filha, eu também. Fechei os olhos e agradeci a qualquer ser que tenha me dado essa força. Dei um beijo na cabeça dela e seu choro era como a prova da minha força, ela está aqui e está viva.

Fomos muito fortes, minha pequena.

Toda a dor e sofrimento passou, e valeu cada segundo para ver ela em meus braços. A pele tão frágil e roxa, seus fios de cabelo, a mãozinha minúscula, os bracinhos que não paravam de se mexer. Tudo, tudo valeu a pena.

Os enfermeiros tiveram que tirar ela de mim, e foi aí que eu senti o peso de quando falam para "cortar o cordão umbilical". Ela passou tanto tempo comigo e agora vão levá-la para o berçário, me senti sozinha. Depois de muita dor e esforços, eu desmaiei naquela maca.

°•°•°•°•°•°•°•°• ☆ •°•°•°•°•°•°•°•°

Acordei, sem ideia de quanto tempo se passou, tudo estava meio borrado e eu sentia a dor latejando nas minhas partes. Quando a visão ficou nítida, eu estava em outro quarto, bem menos caótico e cheio de médicos em cima de mim. Estava calmo e aconchegante, tirando esse colchão. Olhei para os dois lados e na minha esquerda vi Cinco, dormindo na poltrona com uma roupa do hospital. Quanto tempo será que ele está aí?

Me remexi na maca, tentando achar uma posição confortável. Consegui ficar sentada, era melhor para eu não ter dores de cabeça. Do meu lado direito tinha uma tigela de sopa ao lado de algumas flores. A minha fome só pedia a comida do meu noivo, e não sopa de hospital.

Cinco foi despertando aos poucos e quando me viu acordada, se levantou e segurou a minha mão.

— Oi — falei com a voz rouca. Talvez de tanto gritar.

Ele deu um sorriso. Isso. Era isso que eu precisava.

— Você está bem?

— Melhor, impossível — sorri sarcástica. Nós temos essa mania de brincar em momentos sérios. Apontei para a sopa — Olha só o que eu tenho: um prato ultra fino do melhor restaurante.

Os olhos dele se encheram de lágrimas ao ver que eu estava bem e ainda estava fazendo piada.

— Amor, os médicos me contaram sobre a Lily. Eu tive medo por vocês. Pensar em perder vocês duas de uma vez foi… — ele pressionou a minha mão, passando o seu polegar sobre a minha aliança.

— Foi difícil, mas já está tudo bem — minha voz quase não saía — Você já viu ela?

— Ainda não — falou ansioso — Como ela é?

— Igual qualquer bebê. Mas não tem cara de joelho, graças a Deus — eu ri. Se eu pelo menos tivesse visto os olhinhos dela, poderia compartilhar isso com Cinco, mas ela chorava demais.

— Eu quero muito ver ela — ele sorriu olhando para baixo, feito um pai babão.

— Vai lá. Eles permitem você olhar só pelo vidro, não é?

— Não quero te deixar sozinha.

— Pode ir.

— A última vez que eu te deixei sozinha, você quase pariu no meio do nosso quarto. Eu vou ficar aqui — ele falou decidido e se sentou na poltrona.

Eu não vou reclamar da sua companhia. Depois de ver o mundo desabando no reflexo dos seus olhos quando fui levada na maca, quero passar bastante tempo com ele. Olhei para o vaso ao meu lado e perguntei a ele:

— Você que trouxe?

— Sim, é um lírio, você viu?

Lily.

— Eu amei. Vem aqui — estendi o braço e ele acompanhou até me dar um selinho — Achei que você só iria me dar flores no dia do meu funeral.

— Não fala isso — Cinco repreendeu.

Curiosa para saber que dia minha filha nasceu, lembrei da data de hoje. Oito de maio. Era incrível como eu estava vivendo uma rotina, e agora estou vivenciando um dos dias mais importantes da minha vida. Poderia ser qualquer dia, mas foi hoje. E vou me lembrar para sempre do dia oito de maio.

— Se dissermos que ela nasceu no mês do seu nome, podemos dizer que ela foi planejada? — fiz uma pergunta retórica. Ele riu.

— Seria uma boa desculpa.

A confusão de horário me atacou de novo. O único relógio que tem nesse quarto deve estar em cima da minha cabeça, e as janelas estão fechadas.

— Que horas são? — me espreguicei o tanto que eu aguentava sem sentir dor.

— Dez da noite.

— Caraca, saímos de tarde… — pelo visto eu dormi muito, e Cinco também.

— Tá preparada pra uma notícia? — disse Cinco com uma carinha contente.

— Depende.

— Quando saímos de casa, eu tive uma chamada perdida do Diego. Retornei e ele disse que a Lila estava no hospital.

— O bebê dela…

— Ainda não nasceu. Mas tá quase.

Levei as mãos a boca, sorrindo. Por que todos nessa família tem que nascer no mesmo dia? É por isso que ninguém me atendia na Academia.

— Não deve ser coincidência — falei, colocando a mão na barriga e esquecendo que não tem mais um bebê dentro.

— Espero que seja. Não estou a fim de resolver nenhum problema envolvendo o espaço-tempo — ele olhou para a minha mão — Tá com fome?

— Sim.

Eu estava, mas se minha refeição for aquela sopa, prefiro não. Cinco deu a volta na maca.

— Quer que eu te dê na boca? — falou pegando a sopa e me provocando.

— Não. Não me faça passar essa vergonha. E isso parece estar horrível. Não consegue contrabandear um chocolate para mim?

— Você sabe que não pode comer chocolate agora.

— Então eu não quero comer nada.

— Como você é teimosa! Abre a boca — ele pegou uma colher de sopa. Eu involuntariamente comecei a rir.

— Come você pra ver se tá bom.

Ele aceitou o desafio como se não fosse nada. Ao sentir o gosto da sopa, ele fez uma careta.

— Tá sem sal.

Largou a sopa de lado. Não importa se é o melhor hospital da cidade ou do país, a comida sempre vai ser ruim. Depois das conversas descontraídas que tive com Cinco, um enfermeiro entrou para repor o soro. Virei o rosto para não ver as agulhas, e Cinco parecia pronto para matar o moço apenas por ele estar fazendo a sua função.

— Será que ela pode vir aqui? — perguntei ao enfermeiro. Ele pegou uma prancheta que tinha ao meu lado e olhou por um tempo.

— Lily Grace, não é? — perguntou e eu assenti — Vou ver se ela já está pronta.

Ele saiu do quarto e eu pude ver o Cinco ansioso.

— Você vai ver ela — falei animada.

Ele sorriu todo bobo, mas tenho dúvidas de que ele irá segurá-la. Enrolada num pano branco, Lily apareceu na porta, eu até me ajeitei na maca para receber minha filha. Já era hora de amamentar então ela pôde vir. Estava menos roxa do que a primeira vez que a vi, mas sua pele ainda parece a mais frágil do mundo. Ela estava quase acordando, e então a enfermeira que me entregou ela saiu do quarto.

— Olha, filha, nossas roupas estão combinando — brinquei com a roupa hospitalar — Sabia que você nasceu na primavera?

As bochechas dela estavam vermelhas, mesmo sem nenhuma corrente de vento nesse quarto.

— Tá conseguindo ver ela? — perguntei ao Cinco sem tirar os olhos de Lily. Estranhei porque até agora ele não disse nada — Cinco?

Me virei para o lado e ele estava enxugando as lágrimas com a barra da roupa. Eram lágrimas silenciosas e de felicidade. Ele estava emocionado de ver sua primogênita bem aqui na sua frente, quebrando seu coração de pedra.

— Pode chorar, papai — falei rindo de leve — Não quer segurar ela?

Ele fungou e seus olhos estavam vermelhos.

— Candace, ela parece tão… vulnerável. Você sempre me chama de bruto. Não acho uma boa ideia.

— Você não vai ser bruto com ela

— Não. Não quero. Melhor deixar pra outra hora.

Cinco se limitou a apenas observá-la e passar a mão de leve pela sua cabeça. Por um bom tempo, ele não olhava para outra coisa a não ser a filha. Após sentir o toque de seu pai e sua voz tão próxima chamando-a, Lily acordou. Finalmente podemos ver seus olhinhos.

— Meu Deus, é a sua cara, que raiva. Os olhos de vocês são verdes idênticos — suspirei.

Cinco sorriu.

— Bate aqui, filha — ele encostou a ponta de seu dedo na mãozinha dela.

Inclusive, a mão dele comparada a da filha é algo em escalas interessantes. Ele gostou de ver essa comparação, então ficou brincando com a mão dela enquanto ela se alimentava. Lily agarrou seu dedo indicador.

— Ai, caralho. Ela é forte — disse Cinco, tentando se soltar das garras da filha.

— Amor, você não está cansado? Quer ir pra casa? — falei porque Cinco sempre dorme cedo, e estar aqui a noite toda para me fazer companhia pode ser um incômodo.

— Não quero ir embora. Quero ficar vendo ela.

Ele passava a ponta de seu dedo com tanta delicadeza sobre o rosto de Lily, era como se ele tivesse medo de ela quebrar.

A vida nos trouxe o maior desafio. E não foi desvendar cartas ou enfrentar atiradores. Foi cuidar de algo tão leve e delicado. Cinco e eu éramos acostumados a viver nos tapas e nossa forma de carinho normalmente era um soco. Cuidar da nossa filha agora é um grande desafio. E ela veio no momento certo para mostrar que o amor não é bruto. Cinco consegue amar sem dar socos, apenas passando o dedo de leve pelo rosto dela. Assim como eu também consigo amá-lo sem precisar xingar a cada dois minutos.

Lily é o freio que nós precisávamos ter. Ela é tipo uma placa de "pare" enorme de trânsito. E, por ela, nós vamos mudar.




_____________________________________
aí gente, não sei vcs, mas eu chorei

Cinco vendo a Candace ir pra sala do hospital:

hj não tem beijinhos pra ngm pq tem muitos curupiras que não estão votando

os de verdade eu nem sei quem são 😥

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top