CAPÍTULO 45

vou fingir que todos os spoilers que eu dei até agora eram pistas falsas, pq mudei o bebê 👏
sério, até a capa era azul

não sei quando vou fazer outra fic do Cinco, então decidi o bebê pelo voto popular.
beijão, boa leitura.


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CAPÍTULO 45:
O bebê é...


— Você cresceu, hein, garota — escutei a voz de Cinco antes mesmo de ouvir o seu bom dia.

Sua cabeça estava apoiada na minha barriga e eu sentia seus dedos desenharem sobre a minha pele. Cinco uma vez disse que não conseguiria fazer o que ele vê os outros pais fazerem, mas ele não percebe que já está fazendo. É inevitável ver uma parte de você crescendo e não mimar como um pai babão.

— Tá dando trabalho pra sua mãe? — ele conversava baixinho, deve pensar que estou dormindo — Pode dar trabalho mesmo, eu deixo.

Levantou um pouco a cabeça e deu um beijo.

— Você vai roubar ela de mim quando nascer, né? — ele sussurrou — A gente pode dividir ela em partes iguais, o que você acha?

Se tratando do Cinco, não sei se ele quer dividir horários semanais ou o meu próprio corpo em duas partes.

— Ontem eu pintei o seu quarto todo de branco e hoje eu vou saber qual vai ser a sua cor. Mas sua mãe é chata, ela quer amarelo.

Meu sorriso nessas horas é sempre automático. Cinco percebeu minha barriga se mexer e levantou a cabeça para me olhar.

— Te acordei com a minha conversa?

— Não, eu já estava acordada.

Ele se arrastou para cima até conseguir me dar um beijo.

— Minha princesa quer café na cama?

— Acho melhor eu lavar o rosto primeir…

— Eu estava falando com a minha filha.

Ah.

Acho que passei a ser insignificante para ele e nosso filho é quem tomou o meu lugar em seu coração.

— Esperou que ele fosse responder? — me levantei da cama, procurando meus chinelos.

— Não, né — ele disse óbvio — Você sabe que dia é hoje?

— É claro. Quase não dormi pensando nisso — falei fechando a porta do banheiro.

Hoje receberemos o exame de sexagem fetal e finalmente vamos poder saber se Cinco ou eu estamos certos. Tenho certeza de que estou carregando um garoto com a cara do Cinco.

O papo que ele puxou com o bebê estava certo, semana passada começamos a tirar os móveis do quarto de hóspedes e reformá-lo para um quarto infantil. Pintamos todas as paredes de branco e eu quis detalhes amarelos, muito porque fiquei ansiosa demais para esperar que uma cor definisse o quarto do nosso bebê. Sem contar que eu nunca gostei de um quarto completamente azul ou completamente rosa. Dá dor nos olhos só de pensar.

Por isso, escolhemos cores amarelas. Também porque eu fiquei com a frase de Cinco na cabeça desde que ele disse que nosso filho era uma abelhinha. Se ele não achar tão brega, vou adorar espalhar abelhas nas paredes do quarto.

— Hoje eu vou te provar que está errada — Cinco falou, vestindo uma camisa.

— Eu sou a mãe. Minha opinião conta uns trezentos por cento a mais que a sua.

Ele me lançou um travesseiro quando ouviu. Agarrei antes que batesse na minha cara.

— Mas eu espero mesmo que seja uma menina. Se for um menino e puxar você, eu tô lascada — joguei o travesseiro de volta nele.

— Se ela for tão preguiçosa e bagunceira quanto você, prefiro que puxe a mim — Cinco arremessou o travesseiro com mais força.

— Desse jeito teremos dois arrogantes dentro de casa — joguei de volta. Isso aqui virou guerra.

— Melhor do que dois idiotas.

— Daí seriam três — falei.

Apressei minhas pernas e corri para fora do quarto com toda a velocidade, porque cinco veio furioso para cima de mim. Passei pelo corredor, olhei para trás e não vi ele, então me escondi no primeiro quarto que vi, fechando a porta e ofegante por ter corrido dez metros. Fiquei tão desesperada em me esconder que até esqueci de acender a luz, e quando acendi, levei o maior susto que eu poderia imaginar.

— Oi.

— PORRA, CINCO! — levei minha mão ao peito, com um frio na barriga pelo espanto.

Ele estava lá dentro, no canto do quarto igual uma assombração. Se teletransportou para trás de mim e me segurou, fingindo uma força e de vez em quando fazendo umas cócegas.

— Só não te mato agora porque meu filho está dentro de você.

— Obrigada pela misericórdia de poupar a minha vida — eu disse entre uma crise de risos.

— Aproveite. Não sou sempre tão generoso — ele ria, se contagiando com as minhas gargalhadas.

O barulho da campainha ecoou pela casa, fazendo nós pararmos com as gracinhas. Esperei uma semana inteira para ouvir aquele barulho.

— Tchau — Cinco se teleportou, provavelmente para a porta de entrada, me deixando sozinha.

Merda, vou ter que ir correndo. Quando cheguei na escada, vi ele na sala com um envelope nas mãos, e olhava tão concentrado que seus próprios olhos poderiam rasgar o envelope.

— Me espera! — gritei da ponta da escada, exausta e com a respiração pesada.

— Você corre feito uma lesma — criticou ele.

A culpa não é minha, a cada semana que passa, me sinto mais pesada. Finalmente cheguei até o sofá, com o coração na garganta para saber se teremos uma menina ou um menino.

— Quem perder, lava a louça — apostei.

— Fechado — ele apertou a minha mão.

Chegou a hora. Cinco fez suspense para abrir o envelope e eu fiz o favor de lhe dar um tapa nas costas. Ele abriu e retirou o papel de dentro. Lemos depressa, passando os olhos por todas as linhas até achar a resposta. Encontrei a parte que falava sobre a ausência do cromossomo Y.

— PORRA! — Cinco gritou com os braços para cima, depois, segurou minha cintura e me levantou, dando alguns beijos em meu rosto. Derrotada, tapei meus ouvidos para abafar o seu grito vitorioso — EU TE FALEI, CARALHO. BATE AQUI, FILHA!

Me afastei quando vi sua mão.

— Você ia dar um tapa na minha barriga? — arrisquei a pergunta.

Ele recuou o braço e coçou a nuca, negando.

— Claro que não — disfarçou com um sorriso — Eu te disse. Vocês são as minhas garotas.

Cinco se inclinou e deu um beijo na minha barriga. Eu bufei, porque tinha certeza que era um menino.

— Você tá chatinha assim porque vai ter que lavar a louça, né? — ele agarrou minha cintura e me abraçou forte — Eu estou feliz que não vou ter que lidar com uma mini cópia minha, será que posso?

— Claro — dei um beijo em seu ombro — Eu só estou assim porque perdi minha moral como mãe que acerta o sexo do bebê.

— Então, como pai, minha opinião vale uns trezentos por cento a mais que a sua — ele me lembrou da minha frase mais cedo, e separou nossos corpos — Agora anda, vai lavar a louça.

— Não vou.

— Vai sim, você perdeu.

— Não.

— Vai sim — ele puxou o meu braço e me arrastou até chegar na cozinha.

Me colocou na frente da pia e pôs a esponja na minha mão. Com uma alegria que dá raiva, se apoiou no balcão de braços cruzados e um sorrisinho contente.

— Você está sendo meio sexista — eu disse começando a cumprir a aposta — Ela pode tranquilamente puxar sua personalidade. Então ainda tem chances de você ter que aturar um mini você.

— Nem me fale isso. Não vou suportar — Cinco chacoalhou a cabeça.

Viram? Nem ele se aguenta.

— Mas… pensando bem, será que ela vai ter poderes?

A pergunta que eu nunca tinha me feito parou na minha cabeça, e até me fez parar de lavar a louça. Tem alguma forma de nossos poderes serem passados geneticamente?

— Não sei. A Claire não tem.

— Porque o pai dela não tem. O que fizemos aqui é algo inédito — ele disse.

— Vamos demorar alguns anos para descobrir — terminei de lavar o último copo.

Sequei minhas mãos e Cinco segurou os meus quadris.

— Sabe qual é a primeira coisa que vou fazer quando ela nascer? — perguntou e eu neguei, curiosa — Vou fazer uma tatuagem.

Ok, isso me surpreendeu.

— Uma tatuagem?

— Sim. É minha primeira filha, acho que merece ter algo gravado na minha pele. — Cinco falou.

Nossa filha consegue amolecer seu coração de pedra mesmo antes de nascer. Demorei para conseguir fazer isso.

— E você vai fazer o quê?

— Uma abelha, lógico. Com o nome dela embaixo.

— Espera, ainda não temos um nome — pensei.

— Eita, é verdade — ele levou as mãos à cabeça, como se fosse fazer a tatuagem daqui dez minutos.

Isso claramente vai virar uma discussão séria entre mim e o Cinco. Nós já brigamos para escolher o nome do gato, imagina da nossa filha. Já consigo ver um cenário em que nós acabamos correndo um do outro pela casa com facas na mão.

— Bom, a gente ainda tem muito tempo pra isso. Agora precisamos nos preocupar em como vamos dar a notícia — Cinco falou e eu já percebi que falava sobre nossos irmãos.

— Vamos agora. Quanto antes, melhor.

Ele concordou. Se adiarmos isso, a possibilidade dos Hargreeves deserdarem o Cinco aumenta. Trocamos de roupas, para que não desse a impressão de que somos tão relaxados assim quando estamos em casa.

Antes de ir na Academia, Cinco e eu passamos em uma loja de roupas de bebês, para deixar essa notícia um pouco mais interessante. É a primeira roupa da nossa filha, o primeiro produto, antes disso ela não tinha uma mamadeira sequer. Agora ela tem uma macacão rosa claro com estampa de abelhas, que foi até difícil de achar. Infelizmente só Cinco e eu entendemos o lance das abelhas.

Com a roupinha numa caixa e fechada com um laço, nós enfim fomos até a Academia. Para a nossa sorte, todos estavam lá, e admiraram nossa visita. Klaus e Lila eram os únicos que sabiam sobre a gravidez, e quando chamamos todos os irmãos para a sala, eles dois foram os únicos que davam pequenos sorrisos, por desconfiarem da surpresa.

— Olha, como eu sou bom em dar notícias, eu vou começar dizend… — Cinco começou.

— Você é péssimo em dar notícias. Você é muito direto e isso assusta as pessoas.

— Tá bom, então fala você! — ele cruzou os braços.

A verdade é que fiquei nervosa demais para falar, então eu empurrei a caixa para a mesa de centro e todos os irmãos se entreolharam.

— É uma bomba? — perguntou Ben, que estava de frente para a caixa.

— Abre — respondi.

Ele deu um último olhar para os irmãos e abriu a caixa lentamente. Deu uma espiada e colocou a mão na boca, chocado e desacreditado.

— É sério? — perguntou.

— Sim.

— Mentira!

— É verdade, cara — Cinco respondeu.

— O que tem aí, Ben? — disse Viktor.

Ben levantou do sofá, ainda com a mão na boca e começou a dar voltas pela sala. Quando notei, meu rosto misturava lágrimas com sorriso. Viktor se aproximou da caixa e abriu um pouquinho. Ele ficou de boca aberta e fez a mesma pergunta de Ben. Os outros irmãos curiosos se aproximaram da caixa, e Luther foi quem pegou e abriu de vez, se deparando com uma roupa rosa minúscula de bebê.

— Eu não entendi. Vocês acharam isso aonde? — perguntou Diego.

— Compramos — corrigiu Cinco — Porque vamos ter um bebê. Uma menina.

A reação coletiva de surpresa e sorrisos me fez virar para o lado e deitar no peito de Cinco, chorando lágrimas felizes. Nunca achei que todos os Hargreeves estariam presentes num dia como esse, eu nem sabia se eles seriam meus amigos para a vida toda. Mas aqui estão eles, emocionados e nos dando parabéns, felizes por mim, enquanto eu molhava a camisa de Cinco e ele ria passando a mão pelo meu cabelo.

— Sério, eu não acredito. Minha melhor amiga vai ter um bebê! Me dá um abraço — Ben me puxou dos braços de Cinco. Corajoso.

Ele me balançava de um lado para o outro naquele abraço, se divertindo com a novidade. Um momento ele parou, me afastou e olhou nos meus olhos.

— Espera, então quer dizer que vocês dois já…?

— Não, encomendamos o bebê — Cinco respondeu irônico.

É idiota, eu sei, mas eu ri.

— É estranho isso, eu nunca nem vi vocês se beijando — o momento de realização de Ben ainda era muito longo. Para nos tirar desse assunto constrangedor, Klaus disse:

— É uma menina, né? Espero que seja igual a você, Candy. E não como o feio do Cinco.

— Com licença? — Cinco rejeitou a ofensa.

— Espera, se já sabem que é menina… A quanto tempo esconderam isso da gente? — perguntou Allison.

— Cinco meses — respondi de olhos fechados. Demoramos para fazer o exame, e mais ainda para contar a eles.

— Não fala mais comigo — disse Ben, saindo de perto de mim — Isso é traição, sabia?

— Candy, posso ver sua barriga? — Viktor chegou perto e eu assenti, levantando a blusa.

— É por isso que você só usava roupa larga, sua sem-vergonha — disse Klaus, fingindo que também não sabia.

— Meu Deus, que bonitinha — Viktor passou a mão pela minha barriga, esquecendo de tudo o que acontece ao redor. Aliás, tem muita coisa acontecendo ao redor, eles estão falando todos de uma vez.

— Gente, o Cinco tá feliz — Diego apontou e todos olharam — Eu acho que nunca vi ele sorrir.

— Que exagero. Eu vejo toda hora — falei indiferente.

— Não precisa jogar na nossa cara que ele é muito mais feliz com você.

— Sou mesmo. Obrigado por levantar esse ponto — respondeu Cinco. — Ben, será que a gente pode conversar rapidinho?

Ben fez uma micro expressão de dúvida e acompanhou Cinco para algum lugar reservado. Torço para que ele não esteja brigando com Ben por me roubar de seus braços. Continuei na sala recebendo parabéns, saúde para o bebê e alguns carinhos na barriga. Tudo isso é muito novo, e se eu me perder nos pensamentos vou acabar achando isso estranho.

Porque é estranho sentir todo esse amor deles, fazendo planos para a nova sobrinha… Até então eu só tinha a companhia de Cinco para dividir as ideias, hoje estão todos eles empolgados e mimando a minha filha. Isso é novo.

Lila me desejou coisas boas para o bebê e começamos a falar sobre a possibilidade de nossos filhos serem próximos e ótimos primos. Ela descobriu há algumas semanas que é um menino e até me mostrou o quarto dele na academia. Cinza e azul na medida certa. Estava lindo.

— Ainda falta bastante coisa, mas o principal tá aqui — disse Lila.

— Uau! Eu quero morar nesse quarto.

— Como anda o quarto dela? — Lila apontou com os olhos para a minha barriga.

— No momento só tem as paredes pintadas de branco e um macacão que compramos hoje.

— Quanta coisa — disse ela irônica.

Realmente, para quem está entrando no sexto mês de gestação, isso é pouca coisa. Se tivéssemos começado antes, poderíamos estar pelo menos uns dois meses adiantados, mas Cinco fingia que isso não estava acontecendo.

Agora, ele se importa até demais e está correndo contra o tempo para deixar tudo pronto na hora certa. E mesmo trabalhando dia e noite, com a minha ajuda, é óbvio, ainda é muito trabalho para ele. Tirar todos os móveis do quarto de hóspedes, pintar as paredes com várias camadas, planejar a posição dos futuros móveis em pontos estratégicos para o nosso dia a dia, isso é exaustivo. Ele está cansado. Mas ainda consegue ficar feliz toda vez que fala da filha.

— Quando ficar pronto, eu te chamo para ver — eu disse a Lila, quando vi Cinco entrar no quarto.

— Aqui ficou lindo. Parabéns — disse ele. Lila retribuiu com um sorriso. É confortante que os dois não estão mais brigando — Candace, precisamos ir, vai ficar tarde.

Acenei para Lila e saímos do quarto. A despedida foi até dolorosa, eles estavam tão animados com a gravidez que me fizeram ficar mais tempo.

Entramos no carro e eu segurei a roupinha dela, precisamos urgentemente comprar mais dessas para saciar a minha ansiedade de ter minha pequena em meus braços. Olhei para Cinco, que também estava preso em outro planeta fitando a roupinha rosa. Dei um beijo em sua bochecha e pedi para ele dirigir.

— Por que chamou o Ben? — perguntei sem curiosidade.

— Falei com ele se poderia me ajudar a montar o berço semana que vem. Eu estou morto.

Balancei a cabeça e olhei de novo para o macacão em minhas mãos. Aproximei do meu nariz e senti o cheiro de roupinha nova de bebê, isso é esquisito mas é bom.

— Eu quero comprar mais roupas pra ela — disse Cinco, incrivelmente dirigindo devagar.

— Eu também. Estava pensando nisso agora — sorri ao perceber — Tem tanta coisa que a gente precisa conversar, tipo: chupetas. Você vai querer que ela use?

— Tanto faz. Se ela gostar.

— E ela dormir na nossa cama?

— De jeito nenhum — ele afastou a ideia, negando com a cabeça.

— Só podemos comprar brinquedos macios.

— E móveis sem ponta.

— Fraldas hipoalergênicas.

— Deixar ela longe da escada.

— Ela não vai nascer sabendo andar — rebati.

— E se?

Eu ri fraco. Cinco fica preocupado em muitos níveis em relação a segurança dela. Aos poucos, ele está se tornando o pai que nunca achou que seria.





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na minha cabeça, esse é o Cinco


beijinhos, amo vcs 💖

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