CAPÍTULO 40

CAPÍTULO 40:
Dia de surpresas.




Cinco estava no quarto vazio que tem aqui em casa, apoiado em uma das pernas analisando o lugar. Deve estar indeciso de como fará essa biblioteca. Dei algumas batidas na porta e cocei a garganta, chamando sua atenção.

— Amor, a gente pode conversar?

— Agora não, estou ocupado — ele respondeu sem olhar para mim.

— A gente precisa conversar. — Corrigi e ele se virou, mais interessado.

— Fiz merda?

Saí daquele quarto vazio sem respondê-lo, e ele veio atrás em busca de explicações.

Percebi que uma hora ou outra vou ter que contar para ele. Meu plano de usar Ben como álibi não vai dar certo, simplesmente porque Ben não quer me ajudar sem saber o porquê ele está ajudando. Ben e suas chantagens. Me recuso a contar para Ben antes de Cinco, quero que ele seja o primeiro a saber. Chamei ele para conversar porque preciso cortar esse mal pela raiz, esperar mais dias só vai me deixar mais paranoica, e eu preciso da ajuda dele. Eu espero a pior de suas reações, então não vou me surpreender se ele não quiser mais ficar comigo. Ou qualquer coisa do tipo.

Pedi para ele sentar no sofá e até peguei o copo d'água se ele precisar. Eu organizava e reorganizava as palavras na minha mente até que alguma frase tome forma, ou que pelo menos faça sentido e que não o pegue de surpresa.

— Você está de bom humor? — perguntei.

— Depende.

— Tenho duas notícias. A primeira é que seus irmãos vêm nos visitar amanhã.

— Que inferno. Desse jeito vou ter que mudar de país — Cinco jogou a cabeça para trás. Péssima ideia ter dado essa notícia primeiro, agora ele está estressado e não sei se isso influenciará seu comportamento — E a segunda?

— A segunda…

Eu ri, de desespero. Eu estava nervosa, suando frio e minhas pernas tremiam, mesmo sentada. Antes de dormir, imaginei todos os cenários possíveis, até a casa pegando fogo como um final. Mas nada se comparou a sua verdadeira reação.

— Eu acho que eu estou grávida.

Falei de uma vez e depois desviei o olhar. Não tenho coragem de o encarar nos olhos. Ficamos um bom tempo em silêncio, talvez uns quatro minutos, e para quem imagina sua resposta a quase uma semana, é muito tempo. Voltei a encará-lo e ele estava mirando o chão, de boca aberta, nem sei se estava respirando de tão paralisado que ele parecia.

— Por favor, diga alguma coisa.

Ele olhou para mim, tentou falar mas nada saiu de sua boca. O desespero me tomou e meus olhos começaram a se encher de lágrimas.

— Cinco… — implorei.

— É sério? Tá brincando comigo? — finalmente escutei a voz dele. Seus olhos lacrimejavam pois ele não piscava há alguns minutos.

— Eu nunca brincaria com isso.

— Você… está bem? Descobriu hoje? — Cinco começou com as perguntas.

— Descobri há cinco dias — falei e apertei os olhos, esperando a bronca.

— Caramba, por que não me contou?!

— Para começar, eu não tenho certeza. Fiz dois testes e eles ficaram muito confusos — respondi, um pouco impaciente — A pior parte disso foi não saber como você reagiria.

Ele demorou para se colocar no meu lugar e imaginar o pavor que eu sentia ao ter que encarar esse assunto com ele.

— Não quero que sinta medo de me contar as coisas. Não vou poder ajudar se eu não estiver sabendo — ele colocou sua mão por cima da minha e quase me assustei com o toque.

— Ah, obrigada. Eu só não aguento mais ficar na dúvida, quero uma prova, estou ficando louca — comecei a mexer as mãos, agoniada.

— Ei, calma — ele riu de leve, puxando meu ombro para me amansar com um abraço — Não precisa ficar nervosa.

— É que você disse que não queria ter filhos.

— Eu disse no sentido de planejar. Eu pensei que você estava planejando. Mas se aconteceu agora por acidente, nós vamos dar um jeito.

Deitei em seu ombro e as lágrimas silenciosas vinham. Cinco arrumou o meu cabelo dizendo que eu não estava no fundo do poço que achei que estava. Disse que estava tudo bem. Isso me confortou em níveis absurdos.

— E o lance de você ter medo de cometer os mesmos erros que seu pai? — falei. Acho que eu deveria ter usado palavras um pouco mais sutis, pois vi o desconforto em seu rosto ao ouvir eu falar assim.

— Bom, eu vou tentar superar esse medo. Talvez se eu ver como um desafio, será mais fácil de…

— Você quer se referir ao seu filho como "desafio"?! — olhei para ele, um pouco indignada e percebendo que essa é uma frase que Reginald provavelmente falaria. Cinco já está cometendo os mesmos erros que seu pai.

— Desculpa, não foi isso que eu quis dizer. Eu estou me esforçando, tá? — ele realmente estava arrependido do que disse — Acredito que você vai estar lá para corrigir minha criação. Como fez agora.

É claro que vou. Se ele aceitou fazer parte disso, vamos fazer juntos. Um ajudando o outro.

— Me diz o que aconteceu com o teste, eu não entendi muito bem.

— Nem eu entendi. Um deu negativo e o outro ficava mudando. Nunca vi isso na minha vida — respirei fundo, deitando minha cabeça em seu ombro de novo.

— Quer que eu vá comprar outro pra gente ter certeza?

Acho que fiz a melhor escolha. É tudo tão mais fácil quando conto para ele. Não preciso criar um plano mega bizarro para sair de casa.

— Claro. Vou só trocar de roupa e podemos ir…

— Não.

— Não o quê?

— Você fica.

— Por quê?

— Porque preciso resolver outra coisa, vou acabar demorando.

— Não tem problema, eu vou com…

— Candace, você fica!

Ele disse um pouco rude e se levantou do sofá, indo pegar a chave do carro. Por que ele quer tanto que eu fique? Qual o problema de eu ir? Ele voltou para a sala minutos depois, com o cabelo arrumado e com a chave na mão.

— Vou chegar tarde, não precisa me esperar — Cinco passou e me deu um beijo na testa. Nem um beijo decente ele fez questão. Tudo isso é muito estranho. — Se cuida.

Ele não me deu chance de argumentar sobre essa saída. Quando me dei conta ele já tinha saído de casa e eu estava sozinha.

Sozinha.

°•°•°•°•°•°•°•°• ☆ •°•°•°•°•°•°•°•°

Cinco saiu de casa há um tempo e não me disse para onde foi. Só disse que precisava resolver algumas coisas e que compraria o teste de gavidez, também disse que voltaria tarde. Tento não ser uma namorada tóxica e possessiva, mas isso me deixou nervosa, e além de tudo, não somos como os casais normais, temos inimigos perigosos e é aceitável que eu queira saber para onde ele vai, só para ficar mais tranquila e, se eu precisar dele, sei onde encontrar.

Mas Cinco é autônomo e sabe se cuidar. Pelo menos foi uma das coisas que ele me disse antes de sair. Mesmo assim, não consigo deixar de ficar preocupada. Preciso parar de pensar nisso ou então vou ficar maluca.

Depois de tanto tempo esperando sentada, tirei um cochilo no sofá até ele chegar. Esse sofá parece até uma nuvem, nunca me deitei numa nuvem, mas imagino que seja assim. É tão chato quando ele não está aqui, não tem ninguém para eu perturbar e, se eu fizer isso com Oliver, ele me arranha até tirar sangue. Deve ter aprendido com o Cinco. Despertei com o barulho de chaves e olhei para a porta. Uma sombra entrou e trancou, logo depois acendeu um abajur da sala.

— Demorei? — Cinco perguntou me dando um beijo na cabeça e soltando uma sacola plástica no sofá.

— Um pouquinho.

Com um pouquinho quero dizer que ele demorou quase quatro horas.

— O que você foi fazer? — perguntei sonolenta, me sentando no sofá.

— Papelada da casa. — Cinco jogou algumas pastas na mesa de centro — Estava dormindo?

— Óbvio.

— Então vai lavar o rosto e volta. Mas vai rápido.

Que chato. Acho que prefiro quando ele não está aqui. Fui ao banheiro mais próximo e lavei o rosto, eu não estava com tanta cara de quem estava roncando no sofá. Voltei para a sala e vi que ele tinha acabado de se teletransportar. Tem alguma coisa acontecendo.

— Comprou? — perguntei, olhando para a sacola.

— Sim. Só deixa eu te fazer uma pergunta. Quando foi que você fez o teste?

— Ontem.

— Tô falando do horário.

— Sei lá, umas três da tarde — balancei os ombros.

— Meu Deus, você é muito burra. Sério, amor, inacreditável — ele começou a rir.

— O que foi?

— Onde estão os testes?

— Eu queimei.

— É a sua cara, sabia? — Cinco tirou a caixinha da sacola — O que você comprou era parecido com esse?

Respondi que sim.

— Então você precisa fazer quando acorda, idiota. É por isso que seus testes ficaram estranhos.

Ah. Acho que eu tinha me esquecido disso. Fiquei tão desesperada em fazer que nem lembrei da parte mais importante.

— Isso significa que você vai ter que fazer amanhã.

— Ah, não. Vou explodir de ansiedade — me joguei no sofá.

— Não vai, não, porque tenho uma coisa pra você — ele me puxou do sofá — Fecha os olhos.

— Não. Eu não confio em você. Você vai colocar uma barata na minha boca.

— Eu beijo a sua boca. Nunca faria isso.

— E se você pôr um sapo na minha cabeç…

— CANDACE, VAI LOGO — ele gritou quase rindo.

Morrendo de medo, fechei os olhos. Senti ele chegar atrás de mim e segurar minha cintura com uma mão, com a outra ele tapava meus olhos porque também não confiava em mim. Ele foi me guiando e eu tentei descobrir para onde estávamos indo, mas me perdi na contagem de passos e ainda não decorei os cômodos dessa casa.

— Já sei, você vai me empurrar na piscina para me afogar.

— Quase isso — ele deu uma risada fraca que senti em meu cabelo.

O quê?!

— Cala a boca e anda.

Andamos mais um pouco em passos curtos até eu sentir um vento mais gelado e um chão mais fofinho. Isso parece… grama. Estamos do lado de fora. A hipótese de que ele vai me empurrar na piscina ainda é assunto aberto. Caminhamos um pouquinho e ele travou minha cintura, dizendo que já tinha chegado. Pediu para que eu não abrisse os olhos ainda porque teve problemas técnicos e saiu de perto de mim. Cinco voltou e me abraçou por trás dizendo que eu podia abrir os olhos.

— Independente do resultado que der amanhã, é isso que eu quero — ele disse em meu ouvido.

O que vi foi a coisa mais fofa da minha vida. Oliver estava com uma roupinha vermelha e ficava o tempo todo tentando tirar os sapatinhos. Ele tinha até um arco na cabeça com formato de coração. Perto dele tinha uma caixinha preta fechada, aquilo era…

— O seu gato pulguento não para quieto — Cinco desmanchou o abraço e ajeitou a roupa de Oliver.

— Cinco… — eu olhava para tudo aquilo desacreditada. Será que eu estava sonhando alto demais?

Cinco se agachou, pegou a caixa preta que estava entre as patas de Oliver e parou na minha frente. Nunca vi ele assim, tão inquieto e nervoso. Ele parecia não saber por onde começar. Me deu um último abraço antes de tentar novamente.

— Amor, se acalma — falei quando senti que seu corpo estava tremendo, e não era de frio.

— Foda-se, vou fazer do meu jeito — Cinco sussurrou para si.

— Fazer o quê? — perguntei na esperança de que fosse o que estava pensando.

Ele não se ajoelhou, não espalhou pétalas de flores e nem me comprou um buquê enorme. Foi ali, ao lado da piscina, com formigas subindo no meu pé, eu vestindo a camisa dele e o meu gato fantasiado. E foi mais que perfeito. Foi ali que ele fez a pergunta que quase me fez desmaiar.

— Candace, quer casar comigo?

Não. Isso está acontecendo? É uma alucinação? E se ele estiver brincando comigo? Puta que pariu, isso é muito real. Só percebi que é real pelo brilho da aliança naquela caixinha. Não sei se brilha tanto quanto os olhos dele que estão marejados de ansiedade. Fiquei paralisada, igual ele mais cedo quando recebeu a notícia.

— Meu bem, me dê o prazer de ser seu marido?

Cinco hesitava em segurar minhas mãos, mas ainda assim fez. Ele ficava cada vez mais nervoso, acho que demorei mais do que devia para responder. Olhei para a aliança, depois para ele, depois para a aliança, e comecei a sorrir ao mesmo tempo que derramava lágrimas, percebendo que isso é sim real.

— Para de fazer isso. Não me torture assim. Você aceita?

— É claro que sim, seu idiota. — me joguei em seu pescoço, abraçando-o como nunca antes.

Nunca me senti tão confortável num abraço quanto estou agora, e a maioria desse conforto vem dele. Sem dizer uma palavra, apenas me abraçando, ele faz eu me sentir no céu, com uma paz extraordinária. Seu abraço era tão forte que doía, mas é uma dor que gosto de sentir, é como uma prova sólida de seu amor. Cinco se afastou, sorrindo e chorando ao mesmo tempo, assim como eu, e pegou uma das alianças da caixa.

— Tem certeza? É pra sempre, viu? — perguntou rindo.

— Tenho toda certeza.

E então ele colocou a aliança no meu dedo. Foi a primeira vez que fizemos isso. Antes, a única coisa que pelo menos significava o nosso compromisso era o meu colar. Agora ele também tem um objeto de compromisso. Me surpreendi que ele acertou no tamanho da aliança, entrou perfeitamente. Peguei a outra e coloquei em seu dedo anelar, sorrindo igual boba, é tão lindo fazer isso que nunca quero me esquecer. Sua mão fica muito mais linda assim, mas sou suspeita para falar. Levantei a visão e encarei seu rosto. Seus olhos verdes brilhantes pelas lágrimas estavam quase inteiramente pretos pela sua pupila enorme. Se vamos mesmo ter um filho, espero que tenha seus olhos.

Foi a primeira vez que vi tanta felicidade nele, isso enche meu coração inteiro. Vê-lo feliz é muito melhor do que penso, é gratificante, é satisfatório e consigo sentir esse amor. Cinco encostou sua testa na minha e ficamos assim por um tempo, derramando lágrimas de felicidade.

Desde que conheci Cinco, não achei que eu pudesse ter o mínimo dos sentimentos afetivos, achei que o odiaria para sempre. Começamos a namorar, e o amor e o ódio ficavam divididos em partes iguais. Hoje, tenho toda a certeza quando digo que mais o amo do que odeio. Ele era extremamente insuportável quando éramos crianças, e só depois descobri que era a sua forma de demonstrar carinho. Eu aprendi a amá-lo desse jeito, arrogante e pirracento, e só aprendi porque ele me ensinou o caminho do seu coração. Ele me guiou porque queria ser amado. E amado por mim. Mas nada disso foi manipulação, eu me apaixonei por ele. Me apaixonei pela forma que ele me priorizava, pelo jeito que sorri quando eu mexo em seus cabelos, e pela exclusividade de ser a única que posso chegar tão perto de seu corpo.

Cinco não é do tipo que me presenteia com buquê ou que diz toda hora que me ama. Nós não andamos de mãos dadas porque ele sempre está com as mãos no bolso. Seu jeito de amar é diferente. Ele merece muito mais do que três palavras, pois faz de tudo por mim e por nós e daria sua vida se precisasse. É o homem que sempre sonhei e que esse tempo todo estava escondido dentro do meu amigo irritante de infância. Há dez meses atrás, eu estava morando com a minha mãe, e hoje estou prestes a me casar. Dá pra ter ideia do tanto que ele mudou a minha vida? Esse cara virou minha vida de cabeça para baixo e depois ficou para arrumar a bagunça que fez. Estamos começando uma vida nova, com uma casa nova, e um casamento à frente. Ele fez a melhor bagunça que poderia ter feito na minha vida.

— Caralho, você me deu um susto — ele riu em meu pescoço.

— Você tinha dúvidas?

— Sei lá, você é jovem. Não sabia se queria passar o resto da vida comigo.

Não consigo imaginar ninguém que me faria sentir esse amor do jeito que ele faz. Então, claramente, eu nunca trocaria ele por um romance enjoativo.

— Olha aqui, seu idiota — segurei o rosto dele com as duas mãos — Eu amo você. Tipo muito, tá?

Seu sorriso foi enorme, e suas covinhas ficaram lindas com a luz fraca que tinha aqui. Lindo. Ele é lindo.

— Eu… — Cinco queria dizer, só era meio difícil — Eu te amo também. Prometo te fazer a mulher mais feliz de toda a linha do tempo.

Cinco disse, olhando em meus olhos. Essa promessa fez derrubar uma onda de calor em mim, e por algum motivo, nunca me senti tão protegida. Amo suas associações do nosso amor com o espaço-tempo, é algo importante para ele, então é para mim também. Ele deu sequências de beijos em meu rosto enquanto eu sentia o Oliver passar entre nossas pernas. De dor, puxei o ar pelos dentes e olhei para baixo.

— O que foi? — disse ele.

— Uma formiga me mordeu.

— Quem mandou vir descalça?

— Você.

— Cala a boca — ele franziu as sobrancelhas fingindo estar bravo — Espera, essa camisa é minha?

Só percebeu agora?

— Não, agora é minha.

Peguei o Oliver do chão e segurei a mão de Cinco, levando os dois para dentro de casa. Ele se importou que o Oliver fizesse parte disso, ele sabe que eu amo esse gato, então foi o melhor pedido que ele poderia ter feito. Levei os meus garotos para o quarto e nós deitamos na cama, já era tarde mas aquela noite ia demorar para acabar. Cinco se deitou e abriu espaço para que eu ficasse entre as suas pernas, e então eu deitei, apoiando minhas costas em seu peito. Ele colocou um filme, deve ser a primeira vez que assisto um filme com ele, e sendo bem sincera, não assistimos o filme.

Olhei para trás e dei um beijo em seu pescoço, ele sorriu com o gesto e retribuiu.

— Deixa eu adivinhar. Você demorou porque procurava uma roupa para o Oliver — falei baixinho, já com a voz rouca de sono.

— Acertou — ao contrário da minha, sua voz estava bem firme, vibrando em minhas costas — Sabe como é difícil encontrar esse tipo de roupa pra gatos?

— Eu imagino.

Cinco pegou minha mão esquerda e deu um beijo, logo depois na aliança.

— Você gostou? — Ele girou a aliança no meu dedo.

— O quê?! Eu amei. Ela é linda.

— Que bom, fiquei em dúvida entre duas. Achei essa mais a sua cara.

— Porque tem pedrinhas lilás? — eu ri e ele confirmou. Passei meu dedo contornando seu rosto, admirando cada detalhe.

— Sabe… — Cinco tomou fôlego — Eu tinha certeza que minha vida já tinha acabado. Que eu já tinha cumprido minha missão. Salvei meus irmãos do apocalipse, e que agora iria viver lendo jornal e pagando imposto. E então, do nada, você aparece na minha casa dizendo que vai morar lá e eu que lide com isso.

Eu soltei uma risada ao me lembrar. Cinco continuou:

— Eu não tinha planos, vivia cada dia exatamente igual, como se fosse um loop. E depois você decide acender os velhos sentimentos que eu tinha e bum… agora moramos juntos. Eu sinto que ganhei o mundo inteiro da noite para o dia, entende como sou sortudo?

— Sortudo? Por me ter? Você não vai ter um dia de paz enquanto estiver comigo, te garanto.

— Assim que é bom. — Cinco riu e beijou minha cabeça, logo depois parou de rir, confuso — Você é minha esposa agora?

Sua dúvida é sincera, acho que nunca chegou em tal ponto em uma relação.

— Sou sua noiva, burro — falei esperando sua reação. Ele levou um pequeno susto ao ouvir a palavra, mas seu sorriso foi enorme quando abriu — O que acha disso?

— Acho que devemos pular essa parte — ele me jogou para o outro lado da cama, ficando por cima de mim — Não concorda, Candace Hargreeves?

Meu nome saiu como melodia de sua boca, e combinado com seu sobrenome então? Me deu até frio na barriga.


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aaeeeee finalmente velhote 🥳🙈💍💐

tenho certeza que rolou suborno de petisco por trás 🐈

eai, curupiras, o que vcs acharam?

beijinhos meu lindos 💙

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