CAPÍTULO 35

CAPÍTULO 35:
Acabou.




— Bom, eu… — Adam começou a pensar, quando recebeu na cara um soco inesperado.

— Errado. — Disse Luther, colocando o braço no lugar depois de ter usado sua superforça.

Eu faria o mesmo se meu namorado tivesse sido sequestrado por Adam, minha raiva quando vi Lila foi bem parecida. Christopher apareceu na frente do homem amarrado na cadeira e liberou seu poder, dando choques em seu corpo. Que cena satisfatória. O cubo murmurou algo que não entendi e se afastou, dando passagem para Alphonso. Virou um revezamento de porradas, isso está melhor do que espetáculos de circo. Quando Alphonso terminou o trabalho, se afastou dizendo:

— Isso é pelo Marcus.

Sim, todas essas porradas em Adam são merecidas. Sua barba e seus cabelos loiros estavam vermelhos de sangue, e seu rosto agora era irreconhecível. Por incrível que pareça, ele recebia todos os socos dando risadas, como se nós fossemos algum tipo de piada e como se aquelas agressões não fizessem nem cócegas. Mas ele não vai resistir por muito tempo, seu rosto e corpo não para de derramar sangue, e se continuar fingindo que não sente, vai acabar desmaiando.

— Vocês não podem me matar — disse Adam com a voz fraca. — Como vão saber onde a pequena Claire está?

— Então antes de te matar, vamos fazer você falar. — Respondeu Fei, fazendo um de seus pássaros pousar no ombro do homem.

— Podem esquecer. Eu nunca vou falar.

Você vai sim, Adam.

É com certeza a ideia mais idiota que já tive, mas eu precisava testar. Caminhei até Lila e coloquei a arma em sua cabeça, prendendo o seu pescoço com o meu braço. Diego pensou em partir para cima de mim, mas o tranquilizei com uma piscada disfarçada.

— O que você tá fazendo? — Lila sussurrou para mim, assustada.

— Confia em mim. — sussurrei de volta para só ela ouvir.

A confusão era nítida no rosto de cada um, e entre eles, apenas o de Cinco e Diego sabiam o que eu iria fazer.

— Saiam — pedi.

— Candace, você… — começaram a questionar.

— Podem ir. Adam é quem vai decidir a vida dela, já que ele gosta tanto desse tipo de poder.

Eles hesitaram em sair e para progredir no meu plano, Cinco começou a conduzir eles para a porta. Agora sou só eu, Lila e Adam na sala. Eu olhava para aquele homem, que sorri para mim com seus dentes vermelhos de sangue, uma sagacidade que me dá raiva. Não quero vê-lo morto, quero vê-lo sofrer.

— Você sabia que vai ser avô? — falei.

O sorrisinho triunfante dele se desfez e agora seu olhar era de preocupação. Não imaginava que um ser humano desses se importaria com a família, mas mesmo que ele tente, não consegue disfarçar o receio ao me ver com uma arma na cabeça de sua filha.

— Eh… Lila você tá…

— Sim. — ela confirmou, fingindo estar morrendo de medo da ameaça em sua cabeça.

— Solta ela agora! — gritou Adam, se rebatendo na cadeira e cuspindo sangue. — Você é louca? Ela tá grávida!

— Você já sabe como isso funciona. Diz onde está a Claire.

— Eu nunca vou te dizer, sua vadia de merda! Solte a minha filha — ele disse entre os dentes.

Ele não me deu escolhas. Removi a arma da cabeça de Lila e apontei para ele, atirei próximo ao seu pé para assustá-lo. Na verdade, mirei na sua perna, porém ainda não sou muito boa com armas. Voltei a apontar a pistola para Lila, enquanto eu ouvia batidas na porta perguntando se estava tudo bem. Por enquanto, tudo bem.

— O próximo tiro é nela — avisei. Por um lado é até compensador fazer a Lila de refém.

— Você não teria coragem — ele desafiou.

— Acabei de sair de um momento romântico valiosíssimo e sentimental pra mim, tudo porque você decidiu sequestrar uma criança. Então… sim, eu teria coragem. Porque você é o maior miserável que eu já conheci, e eu não me importaria em destruir tudo o que você ama.

— Você se acha uma santa, Candace? Acha que é diferente de qualquer um de nós? Você também é uma assassina. Aqueles caras que você matou? Muitos deles tinham família, filhos, esposas, e você destruiu a vida deles. Então pare de ser uma vadia hipócrita porque se eu sou um miserável, você também é.

Eu não percebi que tinha lágrimas escorrendo pela minha bochecha, só notei quando o silêncio predominou. Eu não podia cair nesse joguinho, ele estava tentando me fazer sentir mal para começar a dar as ordens. Sua persuasão iria me afundar, e perderíamos mais uma vez. Tudo aquilo que ele falou, cada palavra, seu tom de voz, tudo isso pesou em minhas costas. Criar empatia pelas pessoas que matei só vai me torturar ainda mais com a culpa. Eu precisava manter o foco. Não me deixar levar pelas emoções. O que vou fazer nessa situação? O que o Cinco faria? É difícil saber.

— Só vou perguntar mais uma vez. Onde está a Claire — Apertei ainda mais o pescoço de Lila.

— Pai… — ela disse com a voz rouca. E olha só, ela está até chorando, ótima atriz. O olhar de Adam trocou de persuasão para temor quando olhou para a filha.

— Não faça nada com ela. A Claire está… — ele hesitava em responder, como se seu império estivesse caindo — Ela está numa festa no final da rua.

Ele respondeu de cabeça baixa. Nada mais satisfatório que um homem se humilhando. Percebi que me faltava mais informações e ele levantou a cabeça, se perguntando porquê ainda não soltei Lila.

— Não sou idiota. Quantos caras tem lá? Quais as armas que eles têm? Quanto tempo temos até você querer chamar reforços?

— Tem vinte contratados. Eles estão usando um calibre 22. E eu não vou chamar reforços.

— Muito bem.

Soltei Lila, que deu um respiro fundo quando se viu livre. Adam o tempo todo mirava ela, para saber se a machuquei de algum jeito. Não sou o monstro que acabei de fingir ser, não machuquei ela. Abri a porta e meus irmãos entraram às pressas para saber o que aconteceu aqui dentro. Diego abraçou Lila, enquanto ela deitava em seu peito aliviada. Adam não gostou muito dessa cena, ele deixou de ser o homem humilhado e obediente para ser o canalha que ele é de nascença. Ao ver todos nós juntos e ter medo do pior, ele começou a se debater na cadeira, gritando palavras sem sentido.

— Se acalma aí, bonitão — debochou Alphonso — É bom ficar preso na cadeira, né?

— Isso não acabou! Eu vou atrás de cada um de vocês e vou montar a minha equipe. Vocês vão ser ótimos trabalhando para mim. — Adam gritou.

— Vou te passar um número de uma psicóloga, isso aí deve ser solidão — disse Jayme.

— Pessoal, sei onde Claire está. Quem vem comigo e quem fica? — eu disse.

Allison, Ben, Fei e Cinco decidiram vir comigo, os outros ficarão de olho em Adam até o levarmos para a Academia. Eu já estava quase saindo pela porta quando ouvi a voz irritante dele me chamar.

— Candace, você não passa da porra de uma cachorra hipócrita que se esconde atrás dessa máscara de menina mimada que você é.

Não tive tempo de responder, só consegui sentir alguém me empurrando para abrir espaço. Era Cinco. Ele passou na minha frente e quando Adam viu Cinco ir em sua direção, tive quase certeza de que vi sua alma sair do corpo. Cinco deu um tiro no pé de Adam. Tremi com aquele barulho porque não esperava que ele fosse fazer isso. Arregalei os olhos vendo Cinco agarrar a camisa do homem e dar sequência de socos em seu rosto. Alí ele descontava toda a raiva que sentia, tanto pelos vários sequestros, quanto pela maneira que Adam falou comigo. Ninguém tirou Cinco de cima do homem, aquela cena era boa. Ele bateu tanto que, sem equilíbrio, o homem caiu junto com a cadeira, desacordado e ainda amarrado.

Cinco ficou olhando para o homem desmaiado no chão enquanto respirava ofegante. Nunca fui capaz de imaginar Cinco desse jeito, tão sanguinário. Por um momento não parecia humano. Aquele não era meu namorado. Isso faz nossas brigas no chalé parecerem fichinhas. Ele voltou e passou pela porta sem olhar para ninguém, e não deixei de notar suas mãos ensanguentadas.

Fomos até a festa infantil, onde de longe deu para perceber quem eram os homens de Adam. São todos tatuados e fumavam algo fedorento. Eles nos deixaram passar porque, se tivesse que nos barrar, Adam teria avisado, mas ele nem está acordado para fazer isso. Entramos e era um salão comum, com meia dúzia de crianças pulando em todos os lugares. Espero que essas crianças não tenham sido sequestradas também.

Claire estava bem ali, sentada num canto e comendo pipoca devagar. Parece que ela quer chorar, isso acabou comigo. Allison correu para abraçar a filha, que largou o saco de pipocas e pulou no colo da mãe. Dessa vez, Allison é quem estava chorando. Pelo o que eu posso ver agora, Claire não tem nenhum ferimento, apenas estava triste por estar longe de casa. Nessa festa há tantos doces, pirulitos coloridos e brinquedos infláveis que seria impossível uma criança se entediar aqui. Ela só devia estar com saudades. Depois de alguns minutos de abraços e checagens de mãe, Allison pôs a filha no chão, que correu para nos abraçar.

— Tia! — A criança abriu os braços para eu pegá-la no colo. Nunca achei que eu sentiria falta de uma criança, são todas insuportáveis. Menos a Claire.

— Por onde você andou, mocinha? — funguei, porque vê-la de novo sã e salva é bem gratificante.

— Um homem disse que eu podia ir para festa dele e que iria me dar sorvete. Por que você tá chorando, tia?

— É alergia — disfarcei.

— O que falamos sobre você aceitar convites de estranhos, ein? Te falei tantas vezes. É perigoso, minha filha.

— Ele não era estranho. Ele era legal e bonito. O tio zangado que é estranho — Claire riu apontando para Cinco.

— Que calúnia! Vou te pôr de castigo, sua pirralha. Vem aqui — Cinco tirou Claire do meu colo e começou a fazer cócegas nela. E então começou a risada contagiante de criança, é impossível não rir com a risada dela. Depois de Claire dizer que já estava com dores na barriga de tanto rir, Cinco parou.

— O que é calúnia, tio?

— É um sabor de bolo — Cinco respondeu.

— Mãe, eu quero comer bolo de calúnia.

— Cinco, por favor. — Allison repreendeu o irmão.

Ben pegou Claire no colo e, antes de sairmos do salão de festa, Fei mandou um de seus pássaros para vigiar o lado de fora, a fim de saber se não tem dezenas de homens lá. E não tinha. Está dando certo. Saímos do salão e fomos para os carros em completa segurança. Adam ainda estava desacordado, então foi fácil levá-lo até o porta-malas.

Primeiro, passamos rápido no hotel, somente para pegar nossas malas que já estavam prontas. Olhei para cada canto do quarto e corredores, lembrando de todas as emoções que senti aqui. Espero nunca ter que precisar desse hotel de novo. Agora voltarei para a Academia. Para a casa. Mas não por muito tempo, pois agora tenho minha própria casa que me espera com uma cama enorme e chuveiros que devem ser maravilhosos.

Assim que chegaram, meus irmãos levaram Adam para o tal porão que eles falaram. Eu preferi me poupar de ver o lugar que Reginald prendia Viktor, deve ser horroroso e não quero ter que imaginar os sofrimentos que meu irmão passou por lá. Não sei se eles darão comida e água para Adam enquanto ele estiver lá, ou se vão apenas esquecê-lo e deixá-lo apodrecer. Parece a melhor alternativa.

E pensar que Adam só cedeu por causa da Lila, porém algo me diz que não é amor paterno. Ele estava com medo de perder seu instrumento, sua filha com poderes sobre-humanos. Estava com medo de perder a oportunidade de usufruir desses poderes. E ao saber que ela estava grávida, viu uma brecha para fazer seus experimentos. Ele é asqueroso.

Eu estava no meu antigo quarto da Academia, onde as lembranças viam à tona, uma por cima da outra. De certa forma, senti saudades da Academia. Foi aqui que Cinco e eu começamos a namorar. Foi aqui onde, não só lutamos nos treinos, como brigamos de verdade. Onde eu percebi que gostava do cara que eu odiava, e ele sentia o mesmo por mim. Foi nesse quarto que eu gritei com Cinco, pedindo para que ele mude suas atitudes ou não daríamos certo, e depois disso, ele mudou. Ele mudou por nós. Eu nunca devo duvidar de seu amor por mim. Aqui eu dormi a última noite com ele, antes de ele ser levado por Lila há três meses atrás. Caramba, como eu me lembro desses detalhes?

— F.B.I, abra a porta! — Escutei três batidas e uma voz familiar.

Levantei da cama e abri a porta. Eu não disse nada, só fiquei olhando para a cara dele.

— Posso entrar? — disse Cinco.

— Não.

— Obrigado.

Ele se teletransportou para dentro do quarto e, derrotada, eu fechei a porta.

— O que foi?

— Vim te dar boa noite — ele falou simples se sentando na cama.

— Hum, não vai me pedir pra dormir com você?

— Não. Você vai roubar minha coberta e minha cama é pequena. Desacostumei a dormir numa cama pequena contigo. Sabia que você é espaçosa?

— Me ofendeu.

— Ofendi?

— Muito.

— Que bom. Essa foi a intenção.

— Vai embora daqui, você já está me estressando.

Puxei os braços dele na tentativa de fazê-lo levantar mas ele nem se moveu. Continuei tentando e meus esforços eram ridiculamente inúteis.

— Se você rasgar meu blazer, vou vender seu cabelo pra comprar outro — ameaçou ele. Meu Deus, como ele é chato.

— Sai daqui, eu quero dormir.

Quando tentei puxar seus braços novamente, fui surpreendida pois foi ele quem me puxou, fazendo eu subir em seu colo. Fiquei encarando seus olhos, pensando na hora certa em lhe dar um tapa pela ousadia. Mas aconteceu algo totalmente diferente. Ele deitou em meu ombro e abraçou minha cintura de um jeito firme, por um milagre, não machucava.

— Acabou. — sua voz era mansa.

O quê? A gente?

— Quem acabou? Tá maluco? — eu disse.

— Não, burra. Tudo isso acabou. Cartas, sequestros, tiroteios. Acabou.

A sensação de estar em paz e estranhamente livre era boa. Muito boa. Eu nem me lembro mais de como era a minha vida antes disso. Em algumas horas, estarei bem longe daqui e meus irmãos vão cuidar para que Adam nunca mais veja a luz do dia. Então, como é uma vida sem o medo de perder alguém que ama? Espero desfrutar dessa paz o mais breve possível.

Quando saí de meus pensamentos, me deparei com um curva na boca de Cinco, ele também estava feliz. Porém seus olhos diziam outra coisa, ele me provocava. Não aguentei. Segurei a nuca dele e o beijei, passando a calmaria que eu estava sentindo. O problema é que não temos meio termo, ou nos beijamos por selinho ou nos pegamos até não conseguir respirar. A segunda opção pareceu mais conveniente para o começo de uma vida tranquila.

Cinco encolheu o espaço dos seus braços em minha cintura, fazendo eu me aproximar mais dele. Ele apertava mais e mais até não ter espaço nenhum e eu conseguir sentir seu coração batendo rapidamente, isso aqui parece o céu. Eu passava as mãos pelos seus cabelos macios e o jeito como ele desceu as mãos da minha cintura, me fez parar o beijo. Meu ar foi totalmente levado para algum lugar bem longe.

— Porra, Cinco. — Eu disse em seu ouvido, tão baixo que nem eu mesma escutei.

Aquilo era bom. As mãos dele são perfeitas em tudo o que fazem, tipo preparando a pizza que ele está me devendo. Deitei minha cabeça em seu ombro, sentindo o seu perfume tão próximo de mim. Eu não podia ficar parada, então, comecei a deixar marcas em seus pescoço. Talvez ele não goste tanto, mas eu adoro. Suas mãos passavam pelas minhas costas, cintura, quadril e mais um pouco. Ele revezava cada ponto na medida perfeita. A respiração frenética dele em meu ouvido me fazia imaginar quinhentos cenários diferentes, e não consegui ficar parada.

— Não faça isso. — Cinco prendeu meu quadril com as mãos para que parassem de se mexer.

Bufei e voltei a juntar minha boca na sua. Há tantos minutos sentada em cima dele desse jeito minhas pernas já deviam estar doendo, mas não sinto nada além do calor de seu corpo junto ao meu. É, tá ficando calor. O pescoço dele já começava a transpirar à medida que ele me beijava mais rápido e segurava meu cabelo. Eu lhe fiz o favor de tirar seu blazer, ele vai me agradecer depois. De vez em quando, eu sentia algumas mordidas em meus lábios e pescoço, e por serem de surpresa, dão uma sensação mil vezes melhor. Cinco já não se importava com o jeito que eu me mexia, muito pelo contrário, suas mãos me guiavam a fazer o movimento certo. Ele aproveitou da situação e de como eu estava quase desmaiada em seu ombro para morder a minha orelha. Morder. A. Minha. Orelha. Dessa vez não foi de um jeito sexy.

— Filho da puta, isso doeu! — parei tudo o que estava fazendo e encarei seu rosto.

— Eu falei para não fazer isso — ele apertou duas vezes meu quadril para mostrar do que ele estava falando.

— Mas você… Ah, esquece. — desisti, me afastando de seu peitoral.

— Desculpa, meu bem. Tá doendo muito?

— Tá.

— Você mereceu.

Acho que a Academia desperta nele sua versão que mais me irrita.

— Nossa, às vezes eu esqueço o quanto te odeio. Quer ir embora do meu quarto?

— Já vou, já vou.

Depois de muitas e muitas tentativas falhas de ele tentar me beijar segurando meu queixo, uma hora ele conseguiu. Agora satisfeito, ele saiu do quarto me dando um boa noite. Todo esse momento teria sido perfeito se ele não tivesse me mordido. Poderíamos ter ido mais longe. Cinco e sua vontade descontrolada de me irritar até nos momentos mais íntimos.

Senti um pouco de raiva de me acostumar a dormir com ele, eu não devia sentir essa dependência. Só é meio estranho virar para o outro lado e sentir a cama fria, sem ninguém. Me pergunto se ele está sentindo o mesmo que eu, se também está sentindo minha falta lá, se está aliviado que não vai precisar dividir o cobertor comigo, ou se está tão independente que já está dormindo a essa altura. Mesmo que eu tentasse, não iria conseguir pensar a noite inteira sobre como estou sozinha e depressiva. Eu precisava dormir. Nem que fosse com uma saia desconfortável e uma camisa de botão.





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eles 😍:


próximo capítulo é segunda-feira e depois segue pra semana inteira, ein bbs 💪💙🫂

vota e comenta pra ajudar a pobre lascada da autora <3

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