Finalmente em casa! Mas ainda não posso fazer nada, a não ser ficar deitada ou sentada na minha cama. As duas semanas no hospital foram desgastantes e entediantes, porém se era necessário pra minha bebê ficar bem, eu ficaria até um ano, não estou exagerando, depois desse susto meu instinto materno aflorou dentro de mim. Não vou mentir que ainda estou assustada com que aconteceu, só de pensar que pode acontecer de novo me dá vontade de ficar trancafiada em casa até completar nove meses. Mas como Dra. Diarra falou: "Continue a vida, não tenha medo!" e é o que vou fazer, quando poder voltar ao normal. 

- Babe, hora do banho. - Josh avisa e eu tento terminar de ler a página do manuscrito o mais devagar o possível. Banho no estado que eu estou é o pior momento do dia, ter que tomar banho sentada é o "Ôh", pelo menos 'pra mim. 

- Tenho que terminar aqui, amor . - Tento enrolar.

- Nada disso, Gabrielly. Você me disse isso a duas horas atrás. Sav disse que se você tiver colocando a trabalho como desculpa para não fazer as coisas era para tomar os manuscritos e devolver para ela. - Fecho a cara emburrada. Mais vê se pode? Minha chefe me chantageando para poder não trabalhar! 

- Mas em não quero tomar banho! - Digo fechando a página, que na verdade já tinha acabado, e colocando ao meu lado na cama de forma dramática, se Sabina visse ficaria orgulhosa. 

- Mas você precisa, vai ficar fedida ai na cama? 

- Eu não 'tô fedida! - Cheiro minha roupa - 'Tô... Com cheiro normal. 

- Você vai tomar banho e pronto. - Fala pegando a cadeira de plástico e levando para o banheiro. 

Bufo e vou tirando o vestido e o top que usava, ficando apenas de calcinha, já que se tentasse tirar iria acabar rasgando por causa do peso, só tiro ela quando estou sendo carregada. Enfim é algo difícil de se entender, maior gambiarra do mundo. Já debaixo da água cruzo o braço dando birra.

- Oh Gaby, deixa de coisa. - Ele disse passando o shampoo nos meus cachinhos. Ele havia aprendido a fazer a finalização do meu cabelo no nosso segundo ano de namoro, eu amava quando ele cuidava dos meus fios encaracolados. Sim sou toda boiolinha nesse homem. 

- É que não gosto de tomar banho sentada, me sinto um peso morto tendo que depender das pessoas para tudo. - Digo o encarando e fazendo bico. 

- Meu amor, você não tem que se sentir um peso morto, você só está cuidando para que nossa menininha nasça com saúde e você fique bem, certo?

- Certo. Pela nossa menina. - Ele assente e deposita um selinho nos meus lábios. - Obrigado por cuidar de nós, babe. 

- Estou aqui para isso, vocês são minha vida.

- Eu te amo tanto. - Puxo ele para um beijo de verdade agora. Esse homem é meu tudo, tão carinhoso, atencioso, tão perfeito 'pra mim. 

Um mês depois...

- A gente se formou, porra! - O escandaloso do Noah grita abraçando meu marido. Enfim formados, apesar de eu estar formada desde a semana passada, cursos diferentes, formaturas diferentes. 

- Pois é, a gente se formou. Não vou mentir, pensei que íamos desistir no meio do caminho, Bro. - Diz o loiro se separando do abraço. 

- É, mas não desistiram, e fizeram a escolha certa com isso. Estou tão orgulhosa de você, Baby. - Sina, que antes apenas observava tudo ao meu lado, se pronuncia. Acordo 'pra realidade e vou correndo abraçar o loiro. 

- Estou orgulhosa de você! Finalmente você é, oficialmente, meu engenheiro. - Me separo um pouco dele, apenas para que ficássemos frente a frente, e selo nossos lábios. 

Outras pessoas das nossas famílias vem parabenizar ele e Noah, logo em seguida fomos para o local onde seria a festa de formatura. Dançamos muito, eu, particularmente, comi muito, tiramos várias fotos, era um daqueles momentos que eu guardaria muito bem na minha memória. Enquanto Josh dirigia de volta para casa, e pensava e reparei que já estou com cinco meses e não escolhemos um nome para a pequena.

- Amor. - Chamo a atenção de Josh, que sem desviar os olhos da estrada, responde.

- Hum.

- Ainda não escolhemos um nome pra nossa bebê, e eu já estou com cinco meses.

- Você já tem pensado em alguns?

- Bom, só ideias. E você?

- Pensei em dois.

- Quais são?

- Ana e Heather. Suas ideias quais são?

- Pensei em alguns que começasse com J. Como Jessica, Joice, Julia.

- O que acha de Julie? - Penso um pouco. Julie. Eu amei Julie.

- Acho perfeito. Você gosta?

- Eu adorei. Julie é perfeito.

- Quer ver ficar mais perfeito? - pergunto e ele assente.

- Julie Heather Soares Beauchamp. - Ele sorri, mostrando felicidade por eu usar a ideia dele do nome Heather.

- Realmente, ficou mais perfeito. Um nome perfeito, para uma menina perfeita. - Ele coloca a mão sobre a minha que estava na barriga. Sinto a bebê mexer, e posso estar errada, mas acho que ela chutou, é uma sensação tão estranha. Ela mexeu de novo, mas dessa vez foi mais forte, sim era um chute, tenho certeza. 

- Josh, ela chutou! - Pego a mão dele que estava sobre a minha e coloco onde senti ela mexer, logo em seguida sentindo outro chute. O loiro sorri de orelha a orelha, ele fico dividindo a sua atenção entre os chutes que Julie dava e o trânsito não muito movimentado, uma raridade em Nova York, até chegarmos em casa. Tomamos banho e fomos dormir entre brincadeiras e conversas com nossa pequena. 

A felicidade que sentia durante esses meses era algo que não cabia no meu coração, apesar de todo o susto do começo e as preocupações, eu sentia que minha vida estava envolta em uma bolha de amor e eu não queria que ninguém estragasse. Essa pequena foi uma das melhores coisas que aconteceu em nossas vidas e muitos podem falar que vai ser difícil e que ainda vou sofrer bastante, mas eu não me importo, se for necessário eu morreria pela minha filha. Eu me lembro do meu medo quando o médico falou a palavra "grávida", mas também lembro que em meio a esse medo eu me senti feliz e já sentia um pequeno amor crescendo em mim, mesmo sem demonstrar isso naquele momento. Essa pequena me trouxe algo que eu nem sabia que estava faltando, mamãe está doida pra ver seu rostinho e te pegar no colo, filha.

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