Um Natal Com Pizza e Whisky
É Natal então e estou de camisa larga e calcinha, com uma garrafa de whisky em uma mão e pipoca na outra, enquanto espero a pizza.
Tecnicamente, não é Natal, mas a véspera e para minha família eu estou em Moscou com Dominic, a trabalho. Não mudei mesmo de ideia sobre não ir para casa da minha família, não com Finn com certeza lá. Se isso me faz uma covarde, tudo bem. Foda-se.
Ainda são 19:00hrs e Dominic não voltou da empresa. Ele foi mais cedo para o trabalho, deixando um recado para mim, dizendo que eu não precisava ir trabalhar. Eu nem mesmo saí da cama até o meio dia. E quando saí, foi para comer. Depois tomei um banho e dormi a tarde toda. Acordei há pouco com Lena choramingando. Achei que era por comida e fui colocar sua ração, mas a tigela ainda estava cheia.
Ela ainda está choramingando.
— O que é, hein? — passo a mão por seu pelo, franzindo o cenho. — Se não é comida, o que...
O elevador abre com um clique e Dominic sai e Lena pula do meu colo, correndo para ele. Não acredito que esse choramingo todo era por ele. Dominic, para minha surpresa, pega Lena no colo e ela lambe seu rosto. Acho que alguém está se apegando.
— Vocês são dois traidores! — mostro a língua para eles quando Dominic senta ao meu lado.
— Não tenho culpa se ela gosta mais de mim do que de você. — ele sorri de modo convencido e lhe jogo pipoca.
— Traidores!
— O que está fazendo aqui? Não deveria estar na casa dos seus pais? — ele tira a gravata, desabotoando a camisa também.
— Não estou muito afim de uma briga familiar, então disse que estaria em Moscou com você. Você sabe, uma empresa como a sua exige muito trabalho — dou de ombros. Minha mãe já até me ligou umas duas vezes. Talvez eu retorne mais tarde. — E você?
— Não gosto muito de Natal — como conheço seu jeito misterioso, sei que há mais algo por trás, mas não insisto. — Então o que fazemos?
— Eu pedi pizza.
Dominic faz uma careta, mas não diz nada por um tempo, então prestamos atenção na TV, onde mais uma vez estou assistindo The Vampire Diaries e graças a isso, eu tenho uma ideia.
— Vamos dar uma festa! — fico de pé, achando a minha ideia brilhante, então eu percebo que Dominic estava quase dormindo.
— Festa? — ele franze as sobrancelhas, acordando. Me jogo em seu colo e isso o desperta completamente.
— Sim, festa! Tenho certeza que tem várias pessoas solitárias por aí, então chamamos todas ela pra cá! Não é de mais?
— Você se esqueceu que é véspera de Natal? — ele acaricia minha coxa e tento não pensar em suas mãos entre minhas pernas.
— As pessoas não ligam muito para o Natal hoje em dia e tenho vários amigos baladeiros igual eu que não recusariam uma festa — isso é mesmo verdade. Dominic não parece muito convencido, então beijo seus lábios. — Por favor! Vai ser legal.
— Vão chamar a polícia.
— Se fizerem, você diz que é como comemoramos o Natal... Ah, Dom, por favor! — choramingo igual Lena. Dominic ri antes de me beijar. Um beijo rápido e doce, que me faz sorrir.
— O que você não me pede sorrindo, que eu não faço chorando? — ele arqueia a sobrancelha e eu dou um gritinho de felicidade.
— Prometo que mais tarde eu faço uma festa particular só pra você — sorrio de modo malicioso, antes de levantar do seu colo. — Agora eu vou ligar para o meu amigo mais fofoqueiro e contar sobre a festa e em duas horas isso aqui vai estar cheio de pessoas.
— Certo... Vou comprar cerveja — ele levanta e minhas sobrancelhas se erguem. — Uma festa não é uma festa sem cerveja.
Como eu disse: em duas horas a cobertura já está cheia de gente. O som alto faz as paredes vibrarem, assim como os gritos das pessoas no andar de baixo. Deixei que Dean — meu amigo fofoqueiro — recebesse as pessoas, já que ele foi o primeiro a chegar. Dominic deixou Lena nos cuidados da síndica do prédio, já que toda essa barulheira ia assustá-la.
Escolhi um vestido preto brilhante e de alcinha, indo até dois palmos acima dos joelhos, com uma pequena fenda em minha coxa. O decote é extravagante o suficiente para eu poder usar um colocar — o que Dominic me deu. Meu cabelo está solto e brilhoso e meus lábios estão pintados no tradicional vermelho sangue.
— Gostosa! — digo para eu mesma, soltando um beijo para o meu reflexo e saindo do quarto, batendo os saltos no chão.
Cumprimento as pessoas ao chegar no andar de baixo, alguns eu conheço e outros não, mas não importa.
— Abby-Abby! — John me encontra no meio das pessoas e me abraça.
— Não devia estar na casa dos seus sogros? — pergunto. Jonh e eu já tivemos algo no passado, mas nada de mais ou que impedisse nossa amizade.
— Quando Abby Peterson dá uma festa, você larga tudo o que está fazendo e vem correndo — ele dá de ombros e eu dou risada. — Mas estou aqui também porque Lisa e eu terminamos.
— Ah, sinto muito. — e sinto mesmo. Eles formavam um casal fofo.
— Não esquenta, agora eu posso pegar quem eu quiser. Isso não é ótimo?
— Se está dizendo. — ele provavelmente está aqui para esquecer a ex. Já fiz muito isso.
— Vejo você por aí. — John beija minha bochecha e se perde pela festa.
Vou até a cozinha, querendo bebida e encontro Dominic. Ele está de calça jeans e camisa social. Eu nunca o vi sem tais roupas. Bom, é claro que já o vi sem roupa.... Mas...
— Devastadora, de fato. — ele assobia ao me ver e dou uma giradinha.
— O que está fazendo aqui, escondido? — pego uma garrafa de vodka e dois copos, ciente dos seus olhos em cada curva minha.
— Não estou escondido, se você me achou. — ele vem até mim, quando ponho os dois copos no balcão, enchendo com a vodka.
— Escolha um número.
— Por que?
— Escolha.
— 10.
Faço uma careta. Muito baixo, mas um começo. Entrego a ele o copo.
— Dez shots. Cinco de cada.
Ele não protesta e viramos os shots, sem dizer um palavra, apenas fazendo caretas para queimação na garganta, até se acostumar. Quando terminamos, eu já estou meio tonta, mas puxo Dominic para sala, onde a música está mais alto e as pessoas estão dançando.
— Vou ensinar a você o que é diversão de verdade! — grito para ele e então nossa noite começa de verdade.
Dominic está sentado no sofá, com a cabeça para trás enquanto eu despejo whisky em sua boca. Eu paro, antes que ele engasgue e viro a bebida em minha própria boca, gritando depois.
Já deve ser 03:00hr da manhã e a festa continua no mesmo ritmo. A polícia não apareceu e acho que os vizinhos têm medo de chamar e causar alguma intriga com Dominic, que querendo ou não, é um homem poderoso.
Dou a volta no sofá, para sentar no colo dele, com as pernas em cada lado do seu corpo.
— Acho que estou bêbado! — Dominic está dizendo em meu ouvido e eu dou risada. É claro que ele está. Tão bêbado que sua camisa já sumiu faz tempo e há meia hora atrás ele estava deitado na mesa de jantar, enquanto eu derramava tequila em seu abdômen e lambia.
— Eu gosto de você bêbado! — beijo seu pescoço, que já está cheio de marcas de batom vermelho — meu, é claro.
Dominic dá um sorriso bêbado e me beija. Sua mão segura minha nuca e a outra, minha bunda. Rebolo em seu colo, sem me importar se tem outras pessoas aqui, querendo mesmo que elas vão embora para eu poder foder com ele naquela mesa, nesse sofá e na cozinha. A boca de Dominic explora a minha com tanta fome e determinação que acho mesmo que vamos foder aqui e agora, até alguém falar:
— Eu tenho certeza que deve a ver um quarto por aí. — nós nos separamos e eu encaro a mulher loira sorridente.
— O quê? — pergunto irritada. Odeio que me interrompam. A loira se aproxima mais, me olhando com... Ah... Certo. Ele está me olhando como se quiser foder também. Interessante.
— Eu sei que três é de mais, mas... — ela passa a mão por minha coxa e se inclina mais para frente, mais um pouco e ela vai me beijar. — Vocês dois parecem ser companhias interessantes.
Sem mais uma palavra, a loira me beija. Ela simplesmente me beija como se eu não estivesse sentada no colo de um cara que está vendo tudo de camarote. Apesar disso, dou abertura para ela e sua língua quente encontra a minha. Há segundos eu estava beijando Dominic e agora essa loira, que por sinal beija muito bem e me tira o fôlego.
— Mas acho que podemos deixar para outro dia. — então ela se afasta e se vai, do mesmo jeito repentino que chegou.
Eu pisco, atômica.
— Que porra foi essa? — Dominic pergunta, de olhos arregalados, mas com um sorrisinho no rosto.
— Não faço idéia — também sorrio e quando vou beijá-lo de novo, sem me importar com a troca rápida de bocas que fiz no último minuto, percebo a mudança — Me ver beijando outra mulher, deixa você excitado? — de fato, ele está duro embaixo de mim.
— Talvez. — ele se remexe, se esfregando mais em mim.
— Talvez eu devesse convidar algumas pessoas para se juntar à nós hoje. — seria uma coisa curiosa de fazer com ele, pois já tive esse experimento.
— Hoje você é só minha.
Todos foram embora perto das 05:00hrs e eu dei tchau até o último convidado, antes de subir para o quarto de Dominic, onde ele já foi, cambaleante. Deixo meus saltos no meio do caminho, gemendo de alívio, sem perceber que meus pés estão doloridos.
Como eu esperava, Dominic está deitado, provavelmente dormindo. Eu sabia que ele estaria bêbado de mais para uma foda, mas além disso, ele estava cansado também. Por isso dei essa festa, para embebedá-lo até ele se esquecer dos problemas e do trabalho e também para se divertir, claro.
Vou para o seu closet, tirando meu vestido e vestindo uma camisa sua, indo para cama em seguida. Tiro sua calça antes de deitar ao seu lado. Deslizo as pontas dos dedos por suas costas e beijo sua pele. Será mesmo possível que eu me apaixone? Seu rosto bonito está virado para mim e eu passo a mão por seu cabelo. Ele abre os olhos e sorri daquele jeito bêbado. Retribuo o sorriso, bem quando ele me puxa, passando o braço por minha cintura, a perna por cima da minha e pondo a cabeça em meu peito.
Fico lhe fazendo cafuné até pegar no sono, me perguntando se posso mesmo estar me apaixonando tão rapidamente.
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2bjs môres ♥
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