Tacoma
Dormi sozinha pela primeira desde que me mudei temporariamente para cobertura de Dominic. Ele não disse nada conforme subi as escadas sem mesmo das um boa noite. Reencontrar Finn foi um chute em meu estômago e eu ainda estava enjoada, até tomar um banho e dormir.
Quando acordo pela manhã, me arrumo para o trabalho, vestindo uma saia justa até os joelhos e camisa social branca. Roupa padrão de secretária. Talvez o batom vermelho sangue e as várias camadas de rímel não seja tão padrão assim, mas calço os saltos, pego minha bolsa e desço.
Dominic está parado no meio da sala, uma mão no bolso da calça e a outra segurando a pasta. Geralmente nós tomamos café antes, mas ele parece estar com pressa hoje.
- Sem omelete e bacon hoje? - arqueio a sobrancelha, pondo a bolsa no ombro enquanto seguro o sobretudo.
- Não se não quiser vomitar. - Dominic sorri e eu retribuo, hesitante. Não sei o que ele quer dizer, mas seguro sua mão e seguimos para o elevador.
Como ele mora na cobertura, não conto nem um minuto inteiro quando as portas de abrem novamente e nós estamos no terraço, um helicóptero pousado bem a nossa frente.
- Uau... A gente vai voar nisso? - meus olhos estão arregalados enquanto encaro a aeronave enorme com o logo da Davenport Company. É tão... grande e com essas asas em diagonais que não parecerem que podem girar e girar para poder manter a aeronave em movimento.
- Vamos. - Dominic parece conter a risada ao ver minha reação. Aperto mais forte sua mão conforme andamos até o homem parado perto do helicóptero.
- Senhor Davenport. Senhorita Peterson. - ele aperta a mão de Dominic e sorri para mim. Percebo que ele é piloto quando Dominic acena para ele entrar.
- Achei que você fosse pilotar. - eu o provoco, mesmo quando meu estômago embrulha com a ideia de entrar no helicóptero.
- Não hoje.
Não pergunto o por quê quando aceito sua mão estendida e entro no dirigível, sentando no banco de couro. Nunca estive em um helicóptero antes. Dominic entra em seguida, batendo a porta e começando a selar os cintos de segurança em mim. Tento esconder o nervosismo.
- Só você mesmo para querer ir para empresa de helicóptero. - eu murmuro quando ele põe os "fones de ouvido".
- Nós estamos indo para Tacoma.
Tacoma, cidade vizinha de Seattle. Já fui lá uma ou duas vezes, mas fora a muito tempo. Ele deve ter negócios lá.
Me aproximo dele o suficiente para sussurrar em seu ouvido e que apenas ele ouça.
- Isso faz parte de fazer eu me apaixonar por você? - encaro seus lábios sensuais que se formam em um sorriso.
- Estou conseguindo? - sua voz é igualmente baixa. Desvio os olhos quando meu coração acelera.
É linda, Seattle. O piloto deu uma volta pela cidade antes de seguirmos para Tacoma e eu perdi o fôlego conforme observava a cidade abaixo. As casas, os prédios, os rios... É simplesmente incrível poder sobrevoar a cidade e é mais incrível ainda quando seguimos para Tacoma.
Nos primeiros minutos meu estômago embrulhou com o nervosismo, mas Dominic segurou minha mão e seus dedos ainda estão entrelaçados aos meus.
- A gente podia fazer isso todos os dias! - digo a ele, um pouco alto demais para que consiga ouvir acima do rugido do helicóptero.
- Você gostou, então? - seus olhos brilham com a luz do dia, que por milagre está ensolarado no final do outono. Levanto o polegar, sacudindo a cabeça freneticamente, como Sarah fazia quando era menor.
Volto a olhar pela janela pelo fim do trajeto. Como sei que ele deve ter nos trazido aqui para alguma reunião, não espero que a gente passeei pela cidade.
Quando finalmente pousamos, um homem já está nos esperando e nos guia prédio abaixo. Dominic diz vagamente o que eu já suspeitava: sim, ele está indo para uma reunião importante.
- Não deve durar mais que duas horas, então podemos ir a outro lugar.
Escondo a felicidade que sinto ao ouvir isso. Odiaria ficar enfurnada em uma reunião de negócios o dia todo.
E eu estava certa em odiar querer ficar em uma reunião que durou três horas e eles só falavam de negócios, ações, lugares para um novo projeto. Apesar de ser sua assistente pessoal, ele me trouxe, ao invés de Grace, que é sua secretária. Ela com certeza deve me odiar ainda mais.
Um carro já esperava por nós do lado de fora e seguimos pelas ruas de Tacoma.
Point Defiance Zoo & Aquarium é incrível. Eu sempre amei zoológicos. Bom, sempre amei os animais dos zoológicos. Então teve o aquário, que também fora incrível. Todos aqueles peixes e... Ah, Deus! Tinha um tubarão enorme passando por nós do outro lad doo vidro. Eu devo ter dado pinotes igual uma criança.
- Você reparou nele? Era imenso! - estou dizendo a Dominic depois de passarmos horas lá dentro.
- Já toquei em um, certa vez. - nossas mãos estão entrelaçadas conforme andamos junto com a multidão.
- Uau! Deve ter sido incrível - sorrio para ele, imaginando a sensação de tocar em um bicho daquele. - Você ficou com medo? Eu ficaria. Quer dizer, eles são predadores, arrancaria um braço meu antes que eu pudesse tocá-lo.
Enquanto eu estou tagarelando, percebo então que Dominic está me observando com um sorriso diferente nos lábios.
- O que foi? - franzo as sobrancelhas, me sentindo estranha por ser observada assim.
- Não achei que a Devastadora Abby fosse ter medo de tubarão. - os olhos de Dominic estão tão bonitos no fim da tarde que preciso desviar os meus.
- Qualquer pessoa sábia teria. - dou de ombros, tentando não pensar que ele ainda está me olhando.
Continuamos caminhando até o carro, onde eu paro, sem muito vontade de entrar no veículo. Viro-me para Dominic, envolvendo sua cintura com meus braços.
- Vamos dar uma volta. A pé? - pisco os olhos, suplicantes, enquanto o abraço.
- Por que a pé se temos o carro? - ele franze as sobrancelhas, afastando a franja de cima dos meus olhos. O toque é estranho... íntimo, mas íntimo que sexo, na verdade.
- Você já andou mais que dois quarteirões a pé, alguma vez na vida? - arqueio a sobrancelha, afastando a sensação de formigamento.
- Eu corro pela manhã, às vezes. - ele ri, apoiando a mão em minha bochecha agora. É muito estranho tê-lo me tocando com carinho. Ele não é agressivo comigo, mas ainda sim é estranho.
- Isso é um sim? - fico na ponta dos pés, mesmo de salto, tocando seus lábios com os meus.
- Alguém já disse não a você? - Dominic aperta meu nariz e eu faço uma careta.
- Ninguém nunca tentou. - a verdade é que eu consigo ser bem convincente às vezes.
- Então não vou ser o primeiro.
Andamos pelo centro da cidade por uma hora antes de eu ver um vestido com pedrinhas em uma loja e arrastar Dominic para dentro. Antes disso eu o fiz comprar sorvete e algodão doce pra mim. Qualquer outra mulher já teria se apaixonado por ele.
O vestido curto é justo no meu corpo, de cor branca, fazendo as pedrinhas parecerem diamantes.
- Então...? - encaro Dominic sentado no sofá, com uma taça de champanhe na mão. Ele me olha de cima abaixo, parando no decote em V em meus seios.
- Seus seios estão mesmo bem maiores que anos atrás. - ele diz por fim. Encaro meus seios também. Às vezes eu me orgulho deles, mas em outras ocasiões é um peso desconfortável.
- O que achou do vestido, eu quis dizer. - ergo os olhos para ele, que flexiona o dedo para que eu vá até ele, deixando a taça na mesinha ao lado. Faço isso, parando entre suas pernas.
- Eu adorei. Podia usar no Ano Novo.
Havia me esquecido de que o Ano novo é em três semanas, o que significa que o Natal é em duas e considerando que Finn está de volta, não duvido que ele queira parecer na ceia, o que me faz acolher a ideia de não ir.
- Para onde iríamos? - acaricio seu rosto, sem pensar. Dominic beija minha mão antes de me fitar com seus olhos azuis.
- Já foi a Nova York? - quando faço que não, sorrindo, ele continua. - Tenho uma reunião lá, dois dias antes. Achei que podia levar você e aproveitar para passar o Ano Novo na lendária Time Square.
- Parece interessante. - não escondo meu sorriso e me inclino para beijá-lo. Um beijo suave, carinhoso até, com seus lábios macios contra os meus. Dominic me puxa para baixo e sento em colo.
O beijo dele é bom. Agora não tem pressa, é apenas um beijo, mas... Mas por algum motivo sinto o meu coração bater um pouco mais rápido e... Ah, Deus... O que esse homem está fazendo comigo?
Não sei por quanto tempo ficamos nos beijando, mas me lembro de onde estamos e me afasto.
- Estamos em uma loja de roupas. - sussurro contra seus lábios inchados.
- Vou mandar fechar a loja. - ele diz isso como se estivesse falando sobre trazerem mais champanhe.
- Não vai, não. - por mais que a ideia seja tentadora.
- Já fechei um restaurante, lembra? - é claro que lembro, eu adorei aquele jantar.
- Nós já estamos indo embora. - me levanto do seu colo, mesmo com os protesto dele.
Deixo para trás a queimação que senti onde ele me tocou ou como a forma que me beijou foi... diferente.
Depois de deixar Dominic pagar o vestido, saímos andando pelas ruas de Tacoma de novo, mas agora já está escuro e o trânsito aqui é tão caótico quando Seattle.
O homem ao meu lado está com a mão entrelaçada a minha e com a outra, ele leva a sacola com meu vestido que irei usar em Nova Iork. Mal posso esperar para ir a cidade que nunca dorme.
Estamos perto do semáforo quando sinto um cheiro familiar e sinto minha barriga roncar.
Saio puxando Dominic até o carrinho de cachorro quente.
- Podemos ir para algum restaurante aqui perto. - ele franze a sobrancelha para o homem que serve o cachorro quente para uma mulher.
- Não faça essa cara. É só cachorro quente. - reviro os olhos, esperando ansiosa pela nossa vez. Eu amo cachorro quente, mas faz tempo que não como. Na verdade, faz alguma horas que não como nada.
- Mas...
- Três, por favor. - sorrio para o atendente, ignorando Dominic.
Esperamos ele pôr cada porção dos ingredientes no enorme pão e minha barriga ronca mais alto, fazendo Dominic me olhar com as sobrancelhas erguidas. Mostro a língua para ele.
- Obrigada. - entrego o dinheiro ao atendente, antes que Dominic possa e entrego a ele um cachorro quente, ficando com os outros dois. Estou mesmo com fome.
Deixo um gemido de satisfação escapar quando dou a primeira mordida.
- Isso é tãããão bom. - digo de boca cheia. Quando eu era criança, meu pai fazia cachorro quente todos os sábados.
- Não é saudável. - ele está... Ele está cheirando o cachorro. Não havia percebido que Dominic é tão cheio de frescuras. Chega a ser engraçado.
Revirando os olhos para ele, volto a comer, enquanto caminhamos. Quando chegarmos em casa, eu ja estarei com fome de novo. Casa. Como posso considerar aquela cobertura minha casa, se estou lá a uma semana? Do mesmo jeito que não tem como eu me apaixonar por Dominic em apenas dois meses. Talvez eu diga isso a ele, que o que está fazendo é uma perca de tempo.
Quem se apaixona em dois meses?
Dois quarteirões depois eu já terminei de comer e apesar de me sentir cheia, sei que vou atacar a geladeira antes de dormir. Limpo minhas mãos e olho para Dominic, que aparentemente já terminou de comer também. Não me permito pensar na possibilidade de ele ter jogado o cachorro quente fora enquanto eu não estava olhando. Ao invés disso, limpo o canto da sua boca suja de molho.
- Obrigado.
Estou prestes a dizer algo sobre o lencinho que ele carrega no terno quando alguma coisa bate na minha perna. Olho para baixo e encontro a coisa mais fofa que já vi na vida.
O cachorro continua batendo as patinhas em minhas pernas e eu lhe pego no colo.
- Olha só, que fofo! - seu pelo é dourado claro e macio. Se não estou enganada, é um Golden Retriever filhote.
- Aí está você! - um homem sai de dentro da loja em que paramos, então percebo que estamos na frente de um pet shop. - Desculpe, é a segunda vez que ela sai assim.
Ela.
O homem faz menção de pegar a cachorrinha, mas ela rosna para ele.
- Parece que ela não gosta muito de você - digo, tentando não rir enquanto encaro os olhinhos da cachorrinha. Dou risada quando ela lambe meu rosto. - Ela já tem dono?
- Não, senhora. - o homem olha de mim para Dominic, antes de tentar pegar a cachorrinha, que mais uma vez rosna.
Encaro Dominic com todo charme do mundo.
- Podemos ficar com ela?
- O quê?
- Por favor! Olha só pra ela - levanto a cachorrinha na altura dos seus olhos e ele franze as sobrancelhas. - Ela fofa! Consegue mesmo dar as costas pra ela?
- Sim, eu consigo. - não é possível que ele não tenha coração!
- Vou ficar com ela. - digo ao homem, dando as costas a Dominic.
- Eu disse...
- Não estou nem aí para o que você disse - olho para ele por cima do ombro. - Ela é minha agora.
O nome dela é Lena. Não contei a Dominic que é por causa de The Vampire Diaries, uma abreviação de Elena. Quando chegamos no apartamento, ela desce rapidamente do meu colo para farejar a casa e eu perco ela de vista quando vai para cozinha.
Meus pais nunca me deixaram ter um cachorro ou qualquer bicho de estimação, então prendendo dar a Lena todo amor que cultivei por anos apenas com a ideia de um dia poder ter um cachorro.
- Sabe o que vai acontecer se ela estragar o sofá, certo? - Dominic afrouxa a gravata ao se sentar no sofá. Sento ao seu lado.
- Ela é uma dama. Não vai fazer nada disso - pelo menos eu espero. - Deixa disso! Vai ser legal ter companhia aqui além de nós dois.
- Gosto de só nós dois. - ele beija meu pescoço para afirma isso. Me deito no sofá, dando a ele liberdade de ficar por cima de mim.
- Obrigada por hoje - minhas palavras são sinceras e lhe dou um selinho. Dominic afasta minha franja, como fez mais cedo, segurando meu rosto depois. Olhos azuis me fitam por tanto tempo que acabo corando. E me odeio por isso. - O que foi?
- Acha... Acha que pode se apaixonar por mim? De verdade? - penso em rir da sua "insegurança", mas seu rosto está tão sério que penso antes de responder.
- Ninguém se apaixona em dois meses. - dou um meio sorriso, pra ver se desfaz sua cara séria, mas ele apenas anue e senta no sofá.
- Vou provar o contrário.
E sem mais uma palavra, ele sobe para o quarto.
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2bjs môres ♥
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