Pânico E Medo
Meus pés congelam quando as palavras de meu irmão se assentam.
— Estou sendo seguida? Como? Por quem? — começo a olhar em volta, sentindo o meu pulso aumentar. Philipe deve estar enganado.
— Não sei. Alguém mandou o link para o Jeff. Nós estamos te vendo. Você precisa sair daí, agora!
— Calma, ok? Deve ser algum tarado idiota. — volto a andar, mais rápido dessa vez, enquanto olho por cima do ombro, mas o estacionamento está vazio.
— Apenas entre no carro. Jeff já ligou para a polícia. Não devem demorar de chegar, mas você tem que estar segura até lá.
— Tudo bem.
Minhas mãos estão suando e tremendo enquanto forço minhas pernas a andarem. Já avistei o carro de Dominic, uma BMW preta e aperto o botão em minha mão para destravar o carro.
Olho por cima do ombro e quase tropeço quando vejo um homem atrás de mim. Ele está todo de preto e tem um capuz, obscurecendo seu rosto. Noto o celular em sua mão, o que está me transmitindo e uma faca pequena em outra. Um canivete talvez.
— Ah, meu Deus... Ah, meu Deus... Ele tem uma faca! — sussurro para Philipe, agora praticamente correndo, algo quase impossível com esses saltos.
Não ouço o que meu irmão diz, porque meu coração está batendo muito rápido e ecoando em meus ouvidos. Tropeço, finalmente alcançando o carro, mas derrubando o celular no processo. Não penso muito e entro dentro da BMW, jogando as sacolas em qualquer lugar, fechando a porta e travando o carro.
Olho pela janela, mas o homem sumiu. Minhas tremem enquanto tento colocar a chave para ligar o carro e olhar por cima do ombro ao mesmo tempo.
— Merda, merda, merda, merda! — a chave cai e eu procuro, mas o carro está escuro e não enxergo nada.
Lágrimas começam a molhar meu rosto enquanto tento achar a chave.
— Por favor, por favor...
Sou interrompida com uma batida na janela. Eu me assusto, recuando quando vejo um homem batendo o punho no vidro. Está sem capuz e não parece que quer fazer alguma coisa comigo, mas pode ser um truque e eu pulo para o banco do passageiro.
Meu peito sobe e desce rápido demais para ser normal, enquanto eu tento pensar no que fazer. Philipe disse que a polícia estava chegando, mas será que vai dar tempo?
O homem some por um instante e percebo que ele se agachou quando meu celular surge em sua mão.
— Abre a porta! — sua voz é abafada enquanto ele aponta para baixo, indicando que eu abra.
Faço que não, pensando se isso pode impedí-lo.
O homem põe meu celular no ouvido e observo ele falar alguma coisa. Ao que parece, Philipe ainda está na linha. O que será que esse homem está dizendo? Será que está ameaçando a minha família?
Não, não, não, não... Eu preferia que ele me matasse do que fazer alguma coisa a minha família.
Estou começando a cogitar sair do carro e me entregar a ele, quando sirenes soam e dois carros de polícias aparecem. Suspiro de alívio e o homem se aproxima dos policiais que saem do carro. Ele não deveria estar fugindo?
Ainda estou tremendo quando um policial se aproxima, batendo na janela do carro como aquele homem. Mas dessa vez eu abro a porta e saio do carro, minhas pernas quase não me sustentando.
— A senhora está bem? Recebemos uma denuncia de que estava sendo seguida.
Olho para o homem que está com meu celular conservando com o policial. Ele realmente não está de preto e talvez ele não seja o cara que estava me seguindo.
Consigo parar de chorar por tempo o suficiente para contar ao policial o que aconteceu.
Uma hora depois, ainda não consigo acreditar que isso aconteceu. Não deveria estar surpresa, considerando que vários tipos de coisa acontecem na vida de Abigail Peterson.
Os policiais olharam as câmeras de segurança, mas o homem estava encapuzado, como eu havia dito e não deu para pegar muitas informações. Eles disseram que vão usar um programa para definir a altura dele e qualquer coisa que possa ajudar. Vão investigar também o site onde foi feita a transmissão.
O outro homem, aquele que pegou meu celular (e já devolveu, inclusive falei com meu irmão) tinha acabado de chegar (mas não viu o cara encapuzado) e notou meu celular.
O policial diz para eu ir na delegacia amanhã, quando eu estiver mais calma, então se oferece para me levar em casa, já que estou nervosa demais para dirigir. Eu aceito, pois minhas mãos ainda estão tremendo e a ideia de pegar um táxi com um estranho não me agrada.
Eles me deixam no prédio de Dominic e eu agradeço.
Mando uma mensagem para meu irmão enquanto subo para cobertura. Ele quer ter a certeza que estou viva.
As portas do elevador se abrem e eu saio.
Ouço o barulho de patinhas e logo Lena está em meus pés, exigindo atenção.
— Oi, meu amor. Sentiu minha falta? — pego a bola peluda no colo e sorrio quando ela lambe meu rosto. — Você está com fome, hum?
Ponho ração para ela e a deixo comendo, enquanto subo direto para meu quarto para guardar o vestido e os saltos. Pelo menos eu não fui assaltada e não levaram minhas coisas.
Ponho o vestido na arara e volto para o quarto. Preciso de um banho, porque quase posso sentir o medo e o pânico grudado nas roupas.
Assim que tiro minha blusa, sinto mãos em meu corpo e dou um grito, me afastando.
— Desculpa, não quis...
— Dominic! — lhe dou um olhar mortal e me surpreende o fato de ele não ser acertado com lazeres.
— Desculpa — repete. — Eu acabei de chegar, vim almoçar com você. O porteiro disse que você chegou em uma viatura. Você... O que aconteceu?
Respiro fundo para acalmar meu coração. Talvez minha reação tenha sido exagerada, mas já é muito eu não ter batido nele.
— Eu fui no shopping comprar um vestido novo e um sapato — tiro minha calça enquanto falo. — Estava tudo bem até que Phillipe me ligou dizendo que eu estava em um site. Ao vivo.
— O quê?
Conto o resto para ele, então. Quando termino, ele está sentado na cama, as sobrancelhas franzidas em preocupação.
— Quem faria algo assim? — faz a pergunta que eu me fiz o caminho inteiro até aqui.
— Eu não sei. Pode ter sido só um cara tarado. Tá cheio deles por aí. — sento no colo de Dominic, sentindo falta de seus braços.
— Eu tenho alguns contatos na polícia, vou pedir que investiguem direito isso. Até acharem esse cara, você não está saindo sozinha.
— O quê? — ele só pode estar brincando. Eu nunca aceitaria sair com um guarda-costas!
— É apenas para sua segurança, eu prometo. Eu sei o que está pensando e não estou fazendo isso para controlar seus passos, Abby. Só estou preocupado. — Dominic segura minha bochecha para que eu lhe encare e a preocupação em seus olhos me faz vacilar.
— Se eu perceber que está passando dos limites, eu vou dar um fim nisso, entendeu? — não acredito que estou aceitando isso, mesmo que eu não queira reconhecer que me sinto um pouco aliviada de não precisar andar por aí olhando por cima do ombro ou que a preocupação de Dominic aquece meu coração.
— Você quem manda — ele dá um sorriso rápido, sua preocupação voltando em um piscar de olhos. Seu polegar acaricia minha bochecha e eu seguro seu pulso, sem desviar os olhos do seu. — Por que não me ligou? Não na hora, que eu sei que você estava nervosa demais para isso, mas depois, quando a polícia chegou.
— Eu não queria te atrapalhar no trabalho. Seria a quarta vez que você largaria tudo para me ajudar, porque eu sei que você iria, mesmo que estivesse em uma reunião importante.
— Abby... — Dominic suspira, aproximando nossos rostos, até sua testa estar colada na minha. — Eu iria até você mesmo que o mundo estivesse acabando, entendeu?
O acontecimento recente deve ter abalado minhas emoções, porque suas palavras me fazem querer lhe beijar e lhe abraçar e dizer que estou apaixonada por ele e que suas palavras significam mais para mim do que ele possa imaginar.
Mas eu não faço nada disso, porém.
— Você é tão bom comigo. — é o que me permito dizer, esperando que meus olhos não estejam brilhando pelo que sinto por ele.
— E ainda assim, você merece alguém melhor do que eu. — sussurra, pondo uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
— Você é exatamente o que eu quero.
Oioi!
Que susto a Abby passou, hein?😱
O que acham do lado fofo do Dominic?
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2bjs, môres♥
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