Kiss Me

    O sol está se pondo quase completamente, mas posso jurar que os olhos de Dominic estão brilhando com lágrimas enquanto ele segura minhas mãos, o sorriso tão largo e amplo como eu nunca vi antes.

— Dominic Lisbon Davenport, você aceita Abigail Marion Peterson como sua legítima esposa?Promete ser fiel, amá-la e respeitá-la na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias das suas vida até que a morte os separe?

— Sim, sempre. — Dominic não hesita nem por um segundo. Liam lhe entrega a aliança e Dominic desliza por meu dedo e posso jurar que sua mão está tremendo. Eu sorrio, não impedindo quando lágrimas rolam por minhas bochechas.

O Juíz de Paz volta sua atenção para mim.

— Abigail Marion Peterson, você aceita Dominic Lisbon Davenport como seu legítimo marido? Promete ser fiel, amá-lo e respeitá-lo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias das suas vida até que a morte os separe?

— Sim, sempre. — também não hesito e não sei se poderia mesmo se quisesse. Casar com Dominic nunca me assustou de verdade, mas sim o conceito do casamento em si. Pensando nisso, no quanto eu o amo e estou feliz, pego a outra aliança e deslizo por seu dedo.

— Eu vos declaro, marido e mulher. Vocês podem se beijar.

Dominic não perde tempo e logo seus lábios estão nos meus. Registro parcialmente as pessoas comemorando, minha total atenção está agora no homem que estou beijando.

Meu marido.

Meu companheiro.

O homem que eu amo.

— Eu te amo. — sussurramos um para o outro, rindo e chorando.

Sim, eu penso, esse é o dia mais feliz da minha vida.

Não sei como Dominic conseguiu, mas o problema do buffet foi resolvido e o jantar foi servido normalmente. Na mesa principal, Dominic, eu e nossas famílias comemos e bebemos enquanto alguns deles iam no palco com a intenção de nos homenagear, eu acho, mas eu só quis matar todos eles por contarem histórias vergonhosas sobre mim, mas ri quando fizeram o mesmo com Dominic.

Meus amigos do bar pareciam uma comitiva maluca com todos os tipos de pessoas e com certeza foram os que mais fizeram barulho e eu simplesmente amei isso. Não seria meu casamento se não parecesse uma balada, não é mesmo?

Já a família de Dominic – por parte de pai – é a parte chique da festa, educados com seus narizes empinados, mas não ousaram fazer nenhum comentário maldoso.

Agora estou com Jimie, que está vestido com as cores do arco-íris.

— Espera, então vocês vão passar a lua de mel na Grécia? — Jimie pergunta, chocado.

— Uhum. — bebo do meu coquetel, que está muito bom aliás.

— Onde você arrumou esse homem? O máximo que consigo é que algum me pague um drink.

Dou risada.

— Eu posso pagar dois. — alguém diz atrás de nós e viramos para encontrar um homem – Mathias Rodriguez, se eu não estiver enganada. Ele trabalha com Dominic, um dos poucos que ele convidou. É mais velho, com trinta e poucos anos, mas muito bonito.

— Eu sempre gostei do número dois. — Jimie devolve o flerte e isso é sinal o suficiente para que eu me retire.

As pessoas estão dançando na pista de dança que fora montada com aquele piso que pisca e dá a sensação de estar em uma balada. Vou até o DJ e peço que ele abaixe a música depois que eu pego o buquê esquecido em um canto.

As mulheres se animam quando percebem que chegou a hora de jogar o buquê, enquanto os homens saem do caminho.

Viro-me de costas e começo a contar:

— Um... Dois... Três... — jogo o buquê, torcendo que eu não tenha acrescentado força demais e ele simplesmente caia na pista lá embaixo.

Mas quando viro, ouvindo os gritos, fico chocada ao ver Beatrice segurando o buquê.

O rosto dela é puro choque, como se ela não tivesse a intenção de pegar.

— Acho que vem outro casamento por aí. — digo, pois Karen também a está encarando, surpresa e... nervosa? Acho que sim.

Eu ainda vou ver essas duas se casarem.

    Observo Abby abraçar uma Beatrice em choque. Foram poucas as vezes que vi minha melhor amiga sem palavras assim. E perto dela, minha irmã está contentado a emoção que eu sei que deve estar sentindo.

Balanço a cabeça, principalmente porque Abby não é nada sutil ao fazer insinuações. Essa mulher deveria ser casamenteira.

Eu deveria estar com ela quando a música volta a tocar e Abby se junta aos outros na pista de dança, mas eu me dou um momento antes de ir até ela, contemplando essa sensação de felicidade e paz.

Abby ri, o som se sobressaindo a música, como se nada no mundo pudesse abafar a sua alegria. Ela está feliz. Qualquer medo de  mais cedo foi substituído por felicidade e o sorriso que ela exibe em seus lábios pintados de vermelho poderia iluminar a noite.

Uma música que não conheço começar a tocar e Abby puxa Sabine, Karen e Beatrice para o centro e elas começam a dançar alguma coreografia. As quatro estão sincronizadas, quase como se tivessem ensaiado, mas enquanto observo, lembro vagamente daquela noite, anos atrás e que Abby dançou essa mesma coreografia em algum momento.

É como um déjà vu. E exatamente como naquela noite, ela olha para mim, mordendo o lábio, enquanto sensualiza. Arqueio a sobrancelha e ela move os lábios dizendo a palavra "Destino", então sorri e se volta para as meninas.

Eu ainda estou pensando nessa palavra quando Liam para ao meu lado.

— Por que você está aqui enquanto sua esposa dá uma de Beyoncé?

— Ah, então é isso. — murmuro, me sentindo um homem das cavernas por ser tão desatualizado.

— Eu ainda não entendo como ela casou com você. — Liam balança a cabeça, bebendo da sua taça.

— Acredite, eu me fiz essa pergunta pelo menos dez vezes essa noite. — eu não pretendia dizer isso ou que as palavras contivessem sinceridade. Liam arqueia a sobrancelha.

— Você está tendo uma crise existencial?

— Vai à merda.

Mas Liam, é claro, resolve não me ignorar e seus olhos verdes aguçados me examinam.

— O que há com você?

— Nada — quando ele continua me encarando, eu suspiro — É só que às vezes eu sinto que não a mereço — olho para Abby na pista de dança. — Mesmo agora depois de tudo.

— Isso é besteira. E a apesar de ser brega o que vou dizer, vocês dois merecem o amor um do outro.

Me apego as palavras de Liam, porque não estou com vontade de mergulhar nas minhas inseguranças e acabar estragando a noite com meu mau humor.

Além disso, Abby está vindo agora na nossa direção com seu sorriso radiante no rosto.

— O que vocês estão conversando, hein? — Abby cruza os braços, semicerrando os olhos para nós.

— Que você é uma ótima dançarina, minha cunhada preferida. — Liam pisca para ela.

— Sou sua única cunhada, Liam... Pelo menos até Karen e Beatrice assumirem que se amam e casarem.

— Eu aposto que Beatrice que irá fazer o pedido. — digo, puxando Abby para perto.

— E ela com certeza irá se atrapalhar toda e a Karen vai dizer 'sim' antes que Trix tenha a chance de fazer a pergunta. — deduz Liam. Abby ri e eu não consigo me conter e beijo seu sorriso.

Liam murmura algo sobre não ser obrigado a bancar a vela e desaparece.

Quando me afasto para olhar para Abby, ela ainda está sorrindo.

— Então, Sr Davenport, você não quer dançar?

— Apenas se a Sra Davenport me conceder essa honra.

Abby faz cara de pensativa, mas ri quando lhe faço cócegas.

— Tudo bem, tudo bem, ela aceita!

Levo-a para a pista de dança quando "Kiss Me" começa a tocar. Nós já dançamos a primeira dança, mas não me importo de passar a noite inteira dançando com a Abby.

— Eu gosto desse olhar. — Abby diz, seus braços ao redor do meu pescoço, enquanto abraço sua cintura.

— Que olhar?

— De bobo apaixonado.

Dou risada, abraçando-a com mais força e suspendendo-a no ar, girando nós dois.

— Esse bobo apaixonado não vê a hora de tirar o seu vestido. — confesso a ela quando a ponho de volta no chão.

— Muito romântico. — murmura com ironia, mas é óbvio o desejo que brilha em seus olhos agora.

Giro Abby e quando puxo-a de volta, abraço-a por trás, sussurrando em seu ouvido:

— Eu espero que você não esteja cansada, querida, porque eu pretendo mantê-la acorda na nossa noite de núpcias. A noite toda.

Aposto que está sorrindo quando diz:

— Eu nunca pretendi dormir mesmo.

Abby grita quando a pego no colo, seguindo a tradição. Estamos a meio caminho da suíte depois de eu quase me enterrar nela no banco de trás do carro, sem importar com meu motorista. Abby muito menos.

Ela está me provocando mais uma vez, mordiscando minha orelha e beijando meu pescoço. Por sorte, chegamos logo no nosso quarto ou eu não me controlaria desse vez.

Consigo abrir a porta e Abby desce do meu colo para explorar o quarto. Nossas malas já estão esperando, assim como um balde com duas garrafas de champanhe.

— Puta merda, esse quarto é maior que meu apartamento. — Abby diz e pelo barulho, acho que se jogou na cama.

Antigo apartamento, eu quase digo. Abby devolveu as chaves semana passada e se mudado definitivamente para o meu. Nosso agora. E eu digo literalmente. Essa foi uma das nossas discussões.

— Eu não estou interessada no seu dinheiro. — Abby disse, quando abordei o assunto sobre nos casarmos em comunhão de bens.

— Eu sei que não, mas eu quero que seja assim. Tudo que for meu, será seu. E se algo acontecer comigo...

Isso a irritou tanto quanto apavorou, porque seus olhos se arregalaram com o medo súbito.

Nada, vai acontecer com você, Dominic. De onde você tirou isso?

— Eu sofri um acidente semanas atrás. Só estou dizendo que algo assim pode sempre acontecer — quando ela começou a protestar mais uma vez, eu a interrompi. — Aceite isso por mim, por favor. Eu vou me sentir mais aliviado em saber que caso você se arrependa lá na frente, terá essa garantia.

— Eu não vou me arrepender. Nunca. — mesmo que soassem verdadeiras e fizessem meu coração acelerar, eu não cedi. Não com aquilo.

Por fim, Abby suspirou, mas concordou. Então se tornou oficial quando casamos: tudo o que é meu, é dela e vice-versa.

Paro no arco que divide o quarto e observo Abby deitada na cama, encarando o teto. Aquela maldita fenda expõe boa extensão da sua coxa e meu primeiro pensamento é rasgar o vestido, mas me controlo, permanecendo onde estou.

Abby finalmente nota minha presença, se apoiando nos cotovelos. Meu corpo vibra quando ela me dá um olhar demorado. Ponho as mãos nos bolsos para conter meu nervosismo.

Abby pigarreia.

— Eu vou me trocar. Não saia daqui. — e assim, ela pega uma bolsa de viagem e corre para dentro do banheiro.

Balanço a cabeça, sorrindo mesmo que ela não esteja vendo agora.

— Eu não vou à lugar algum.

Tiro o paletó, a gravata e o colete, além de arregaçar as mangas da minha camisa.

Dessa vez, sou eu quem me deito na cama, olhando para o teto enquanto espero. Quando passam cinco minutos – tempo que eu achei que fosse necessário para ela se trocar – eu pergunto:

— Você precisa de ajuda?

— Pra vestir uma lingerie? Não. — sua voz sai abafada e ela ri.

— Então por que a demora? E não me diga que você está tímida.

— Hum.

Ela me ignora completamente e eu suspiro, ficando de pé e indo até a 'sala'. Abro a garrafa de champanhe, despejando nas duas taças.

— Esses champanhes são de enfeite? — ouço sua voz atrás de mim e viro-me, encontrando Abby vestindo um robe de ceda com uma lingerie vermelha de renda que deixa pouco para a imaginação. — Você está vestido demais.

Arqueio a sobrancelha, mas deixo a minha taça de lado e desabotoo minha camisa, mais lentamente do que de costume. Então depois de tirar a calça, eu imito sua expressão.

— Melhor — Abby caminha até mim e eu lhe entrego uma taça. Minha mão desce para sua bunda e eu aperto. — Então, marido, como você quer?

— Eu quero foder você tão forte que amanhã eu precisarei carregá-la — observo ela morder o lábio mais uma vez, arqueando o corpo ao meu toque.  — Mas eu também quero ir devagar e com carinho.

— Bem, como não iremos dormir, suspeito que poderemos fazer isso entre uma rodada e outra.

Sorrindo, eu a tomo em meus braços.




Eu SEI que vcs esperavam um hot, mas eu já escrevi um para os próximos capítulos e achei que ia ficar muito excessivo se colocasse aqui também.

Mas enfim, gostaram do Capítulo??
Espero que sim.

É isso<3

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2bjs, môres♥

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