Isso Vai Ser Divertido|Bônus ✔️

    Eu apenas encaro Liam, esperando ter ouvido errado, mas pela forma como o corpo de Dominic fica tenso, eu sei que ouvi muito bem.

— Você está dizendo que algum filho da puta quer matar a minha noiva? — Dominic pergunta, sua voz soando assustadoramente calma. A calmaria antes da tempestade.

— Pois é. Eu tentei fazer ele falar, mas não posso fazer muito aqui. — Liam olha em volta e entendo o que quer dizer. Ele não está em seu "território".

— Leve-o para a mansão. Eu estou indo.

Liam desaparece e Dominic começa a ir para a saída. Percebo que ainda não falei nada, mas ainda estou processando a informação. Quer dizer, tem alguém querendo me matar? Em que filme de ação nós entramos mesmo?

— E a Karen? — pergunto quando já estamos do lado de fora.

— Ela vai com você para a cobertura.

Eu paro, obrigando-o a parar também pois estamos de mãos dadas.

— Eu achei que estávamos indo para a mansão. — franzo as sobrancelhas, porque tenho certeza que ouvi ele dizer isso a Liam...

— Eu vou, você não.

— Você só pode estar louco se acha que não vou com você — tenho vontade de rir, mas ao notar seu maxilar tenso, percebo que ele está mesmo falando sério. — Eu vou com você.

— Abby... eu vou fazer aquele homem falar e não vai ser bonito. Não quero que você veja isso.

Mesmo querendo ficar irritada com ele, não consigo. Como hoje mais cedo, quando ele me contou que não queria me expôr , apesar de eu ter ficado brava com o que ele disse depois.

— Eu entendo, mas nada vai me impedir de ir com você. Faça o que precisa ser feito, mas eu estarei ao seu lado.

Dominic toma uma respiração irregular, então estou sendo puxado para seus braços e ele está me beijando. Não entendo o ato repentino, mas retribuo até ficarmos sem fôlego.

— Eu te amo. — me diz, então vamos para o seu carro.

Eu não sabia que a mansão Davenport tinha uma área apenas para o pessoal trabalhar. Fico surpresa quando entramos pelos fundos e somos recebidos por uma academia, com direito a todos os tipos de aparelhos possíveis, televisão e um ventilador no teto. Dominic abre outra porta e passamos por uma sala com seis homens sentados de frente para computadores e televisões, várias imagens que presumo ser ao vivo estão passando.

Lembro da vez que Dominic rastreou meu celular depois de eu desligar na sua cara após ter bebido muito e ir parar em um parque, bêbada e no meio da chuva. Com esses recursos, faz sentido ele ter conseguido me achar, se os outros aparelhos estranhos indicam alguma coisa.

— Isso parece ter saído de algum filme. — murmuro o que penso a cada minuto que lembro que isso não parece real.

Dominic ri, abrindo outra porta. Essa sala é mais escura e sem mobília. No centro dela, Liam está parado, de costas para nós. Mais três homens estão aqui e um deles fecha a porta quando passamos.

Liam se move, revelando um homem sentado em uma cadeira, com as mãos para trás e o rosto machucado. Cortesia do meu cunhado, eu imagino.

Liam vem até a gente, falando baixo.

— Ele não quer falar, mas considerando que apenas começamos, é compreensível. Também pensei no caminho para cá e isso não faz sentido.

— Estou com você nessa. — digo. Ele sorri de lado, mas está totalmente sério quando volta sua atenção para o irmão.

— Acho que ele é só um intermediário. Não tem lógica alguém querer nos contatrar para matar a Abby. Sabiam que íamos recusar. Talvez seja apenas um aviso. A única pessoa que tenho em mente é o Finn, mas também não faz sentido ele querer matar a Abby. Ou nos usar para isso. É no mínimo burrice.

Não sou estúpida e claro que pensei no Finn, mas não faz sentindo, como Liam diz.

Dominic não parece tão convencido quando solta minha mão. Ele está sem o paletó, mas dobra as mangas da camisa enquanto se aproxima do homem na cadeira. Ele está olhando para nós parecendo assustado. Quando encara Dominic, sua respiração acelera.

— Por favor, eu não sei de nada! Não me mate.

Engulo em seco, não querendo reconhecer o sentimento de pena e simpatia.

— Eu não vou matar você — Dominic diz com aquela calma que faz os pelos dos meus braços se arrepiarem. — Mas para isso você vai precisar falar. Tenho certeza que meu irmão já mostrou a nossa cortesia a você.

Liam sorri de uma forma assustadora. Cruzo os braços quando sinto mais um arrepio.

— Quem mandou você? — Dominic pergunta. O homem não responde.

— Isso vai ser divertido. — Liam murmura ao meu lado quando Dominic da o primeiro soco no homem. Eu engulo em seco.

O homem cospe sangue, mas continua calado.

— Finn Jhonson mandou você? — a pergunta me escapa antes que eu possa me conter. Nem Dominic nem Liam parecem incomodados por eu ter me intrometido, apenas esperam uma resposta. Mas nada acontece.

Registro Dominic puxando o braço para trás e depois o homem está arfando com o soco no estômago.

— Ela fez uma pergunta. — Dominic diz em seu ouvido, mas todos nos ouvimos.

— Eu nunca ouvi esse nome antes. — o homem diz, parecendo ter dificuldade para falar.

Um longo silêncio se passa, onde minha respiração parece ser alta demais e tenho noção das palma das minhas mãos suadas.

— Eu não acredito em você. — a frase é seguida por mais um soco e eu estremeço, dizendo a mim mesma que isso é necessário.

Uma hora depois, Bruce – Dominic conseguiu que ele dissesse seu nome, mas há a possibilidade de ele ter inventado – está todo ensanguentado, cuspindo mais sangue a cara minuto que passa, mas isso não impede Dominic de dar socos e mais socos nele.

Me obrigo a encarar tudo o que ele está fazendo. Dominic deixou bem claro o que iria acontecer aqui, assim como deixou claro o que sua família fazia. Não sei se outra pessoa, no meu lugar, levaria as coisas tão... tranquilamente, apesar de não ser a palavra que eu queria usar. Mas é verdade. Mesmo me sentindo meio enjoada com todo o sangue, não me sinto horrorizada.

Eu não sei o que isso diz sobre mim.

— Dom — Liam chama pelo irmão que acabou de dar um soco em Bruce depois de ele se negar a responder quem o mandou. — Posso dar uma sugestão?

— Estou ouvindo. — Dominic responde sem se virar. Pelo canto do olho vejo Liam acenar para o um dos homens na sala com a gente e ele se aproxima de Dominic, lhe entregando alguma coisa.

Dominic faz um movimento com a mão e uma lâmina aparece. Arregalo os olhos para o canivete, pela primeira vez começando a cogitar se precisa mesmo disso.

— Tragam a mesa e o desamarre.

Levo a mão ao pescoço quando dois homens obedecem suas ordens e em poucos segundos, a mão de Bruce está sendo segurada na mesa enquanto ele tenta se soltar, gritando.

— Eu vou ser bonzinho e deixar você escolher o dedo que menos gosta, o que acha?

Dou um passo a frente, não sabendo exatamente o que pretendo fazer, mas não há necessidade disso...

Um mão segura meu braço e eu encaro Liam. Ele balança a cabeça, como quem diz para deixar o assunto para lá.

Meu olhos se voltam para o homem implorando enquanto Dominic não parece nem um pouco afetado com a possibilidade de arrancar o dedo de alguém.

— Eu estou perdendo a paciência, Bruce — diz, movendo o canivete entre os dedos. — Eu não sou uma pessoa legal quando perco a paciência. Já não é bom o fato de você querer encomendar a morte da minha noiva...

— Eu não sabia que ela era sua noiva, eu juro! Também não sabia quem eram vocês! — para o meu horror, Bruce começa a chorar, enquanto olha para o canivete na mão de Dominic.

— Então como você achou o meu irmão? Como você o contatou? Como quer que eu acredite em você se não me diz nada de útil, Bruce?

Quando ele volta a fica calado, vejo Dominic tensionar a mandíbula, prova de que ele está mesmo perdendo a paciência. Não posso deixar que ele corte o dedo desse homem para conseguir informações, mesmo que Liam provavelmente já tenha feito coisa pior para seus clientes.

— Você tem família? — pergunto, então, fazendo Dominic parar. Bruce olha para mim com seu rosto ensanguentado. Ele não responde e Dominic começa a avançar. — Você não precisa responder, tudo bem. Não tem porque confiar em nós. Mas se tem família, deve querer voltar para eles, não é?

Mais silêncio.

— Você não vai embora se não disser nada, Bruce. Então, por favor, diga quem mandou você. Não por mim, mas pela sua família que está lhe esperando em casa, para quem você terá que explicar esses machucados.

Bruce me encara por mais tempo que deveria e Dominic dá um passo para frente, chamando sua atenção e fazendo o homem engolir em seco e voltando seus olhos para mim.

— Uma pessoa encapuzada se aproximou de mim em um bar e disse que tinha um serviço para mim — sua voz está rouca e seus dentes estão vermelhos de sangue. — Disse que queria pregar uma pegadinha em alguém e eu só precisava ir aquele jantar usando uma gravata vermelha que alguém iria se aproximar. Eu tinha que dizer que queria encomendar a morte de alguém e entregar a foto que me deram.

Dominic e Liam trocam um olhar antes do primeiro voltar a encarar Bruce.

— Você não foi específico sobre essa pessoa.

— Eu estava bêbado. A pessoa estava com capuz, não sei se era homem ou mulher, mas me pagou bem o suficiente para eu não fazer mais perguntas. Eu cumpri minha parte, indo no local e na hora combinada e estou aqui agora.

— Por que deveríamos acreditar em você? — Liam pressiona. É uma boa pegunta, pois ele pode ter inventado seu nome e essa história.

Bruce volta seus olhos para mim.

— Porque tenho uma filha que também se chama Abby e está esperando por mim em casa.

Ninguém diz nada. Além da coincidência, é apenas isso.

— Isso é tudo o que eu sei. Eu juro. Por favor, me deixem ir.

Dominic guarda o canivete no bolso e olha mais uma vez para Liam antes de sair da sala. Nós o seguimos, é claro.

Liam dá tapinhas nas costas de alguns homens que passam por nós antes de entrarmos em outra sala. Um escritório, na verdade. É menor do que da casa em cima, mas ainda tem uma mesa, uma poltrona e papéis.

— Acredita nele? — Liam pergunta, fechando a porta e se escorando nela. Dominic também se apoia na mesa, de braços cruzados e eu fico no meio dos dois irmãos.

— Não sei. O Finn pode tê-lo mandado.

— Não foi ele.

Ambos os irmãos olham para mim. Na verdade, é a primeira vez que Dominic realmente me encara depois que entrou naquela sala. Ele parece distante e tenso.

— E o que te faz achar isso? — pergunta Liam. Cruzo os braços também, pois parece que estou prestes a ser devorada por dois leões.

Ok, isso ficou estranho.

Balançando a cabeça para tirar as imagens que surgiram, encaro Dominic.

— Finn me ama — essas palavras tem um gosto estranho em minha boca e eu me retraio. — Ele ainda não chegou a esse nível de psicopatia. Além do mais, concordo com o que Liam falou, seria burrice ele querer contratar vocês.

— Pensando nisso — sinto Liam se aproximar e acho que ele está em algum lugar atrás de mim. — a possibilidade de ser alguém tentando mandar um aviso para você é ainda maior.

— Não acho que devemos desistir tão fácil da hipótese de ser o Finn — Dominic rebate, abrindo e fechando a mão que está ferida. — Ele é uma pessoa instável, capaz de tudo.

— Você está deixando sua raiva por ele falar mais alto — intervenho. — Se não for o Finn, e eu acredito nisso, você acaba ficando vulnerável procurando no lugar errado.

— Ela está certa. — Liam diz atrás de mim. Mas Dominic balança a cabeça.

— Ele invadiu seu apartamento — Dominic diz para mim. — Seguiu você, fez ligações anônimas e mesmo assim você acha que ele não seria capaz de querer te matar?

— Eu o conheço...

— Você conhece um psicopata que te agrediu quando vocês estavam noivos. E agora você está sendo ingênua.

Enrijeço com suas palavras e a condescendência nelas. Talvez também por serem ditas na frente de Liam, pessoa para quem eu nunca falei sobre meu antigo relacionamento, muito menos que fui vítima de agressão doméstica. É algo que não gosto de falar ou lembrar e Dominic sabe disso.

— Eu sei muito bem o que Finn fez, Dominic, eu fui aquela a ser agredida — digo friamente e vejo quando ele percebe que tocou em um ponto sensível. — Você está sendo um idiota por não nos ouvir.

Lhe dou as costas, passando por Liam ao sair do escritório e depois do anexo.

Dominic dá um passo pra frente e dois pra trás, neh.

Vocês acham que é o Finn?

Também queria saber se vocês acham que a Abby está levando tudo muito na boa. No lugar dela vcs teriam surtado?

Por hoje é só, galera <3

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2bjs, môres♥

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