Anel
Quero dedicar esse capítulo a minha pitica, Déborah — DehhSousa — que está fazendo aniversário hoje.
Feliz aniversário, minha flor. Obrigada por me apoiar. Você é uma pessoa incrível que eu amei conhecer e espero nunca perder sua amizade.
Te amo muito ♥️🤧✨
As engrenagens do meu cérebro param por um momento e eu apenas encaro Dominic, sem ter certeza que seus lábios disseram o que eu acho que ouvi.
Ele me pediu em casamento? Eu literalmente preferiu as palavras "Você quer casar comigo?" Será que o vinho de ontem ainda está no meu sangue? Já é de tarde e eu nunca fiquei bêbada por tanto tempo. Então ou eu bati com a cabeça ou estou delirando. Quando estávamos transando, eu bati com a cabeça na cabeceira?
Minha cabeça não dói e eu estou enxergando perfeitamente os olhos azuis tão nítidos quanto os poucos dias ensolarados em Seattle. Eu poderia contar quantas piscadas Dominic deu desde o momento que aquelas palavras deixaram seus lábios.
— Merda, você entrou em transe? — seu rosto me examina e ele parece preocupado. — Abby?
Saio do seu colo, correndo para o banheiro. Consigo trancar a porta antes de correr para o vazo sanitário e vomitar.
— Abby? Você está bem? O que está acontecendo?
Todo o café da manhã que Dominic preparou, eu coloco para fora até não restar mais nada em meu estômago.
Quando termino, dou descarga e limpo minha boca com papel higiênico.
— Eu estou bem, apenas... Me dê um tempo. — peço, sentando na tampa da privada.
— Certo... Eu estarei aqui.
Fecho os olhos, inspirando profundamente. Eu acabei mesmo de vomitar depois de ser pedida em casamento pelo homem que eu amo?
Eu não sei se poderia ter outro tipo de reação e espero que Dominic entenda isso. Eu nunca esperei que ele fizesse isso, mesmo tendo imaginado que não iríamos mais nos separar. Mas casamento...? Isso nem me passou pela cabeça.
Eu nunca tinha pensando em me casar depois de ser deixada no altar. E considerando a minha experiência, é um pouco compreensível eu ter saído correndo e colocado meu café da manhã para fora.
Mas a pergunta ainda está no ar. Eu quero me casar com Dominic? Eu o amo, sim, mas... casar com ele? Seria uma boa decisão? Eu sei que Dominic não é igual a Finn e não me deixaria no altar ou me humilharia, mas casar significa construir uma família, certo?
Olho para minha mão, notando que ainda estou com a caixa de veludo. Eu abro, encontrando um anel dourado com desenhos formando raizes, uma pedra de rubi encrustada no centro.
A ideia de colocá-lo em meu dedo é atraente, mas fazer isso sem dar uma resposta a Dominic não parece certo.
Ponho o anel de volta já caixa e fico de pé. Escovo os dentes e passo uma água no rosto antes de sair do banheiro.
Dominic está sentado na cama, os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos unidas, enquanto bate o pé no chão. Quando me nota, levanta rapidamente, mas não se aproxima.
— Desculpe. Eu não deveria ter ido tão rápido. Assustei você.
Isso é inegável, por isso não discordo. Mas Dominic também parece desesperado. Não com a ideia de casar, mas com a ideia de ter me assustado.
Sento-me na cama e espero ele fazer o mesmo. Eu sei que provavelmente vou matá-lo de inquietação se não disser nada, então começo pelo anel.
— É lindo — entrego a ele. — Mas não posso ficar com ele agora.
Dominic pega a caixa em silêncio, seu rosto não demonstrando nenhuma decepção.
— E-eu não posso fazer isso. Agora. — engulo em seco, esperando que ele entenda que isso não significa que não quero ficar com ele.
— Certo... — seus ombros relaxam e ele me encara. — Eu sinto muito. Eu... Eu acho que me precipitei, sei como casamento é um assunto frágil para você, eu apenas... Não pensei.
— Você comprou um anel, é claro que você pensou. — acuso, o tom mais leve. Dominic também ri.
— Bem, sim, mas...
— Eu entendo... e fico feliz em saber que você tem pensando em um futuro para nós dois. — sinto o rubor em minhas bochechas.
— Eu tenho e não precisamos estar casados para realizá-lo.
— Obrigada por entender. — beijo sua bochecha, sentindo meu coração quente. Ele sabe o quão significa para mim que ele entenda as minhas escolhas e respeite isso.
— Eu te amo.
— Eu te amo.
Depois de um banho demorado e outra refeição (mas que dessa vez continue em meu estômago) estamos jogados na minha cama.
Dominic estava comentando sobre precisar ir para cobertura, mas não vou deixá-lo ir. Talvez eu esteja sendo um pouquinho possessiva, mas compreenda, ficamos duas semanas separados, não dá para compensar isso com um dia só.
Estou no meu notebook, vendo mais vagas de emprego, enquanto Dominic brinca com Lena. Tenho dó da cachorra porque ele está segurando as patas dela e golpeando no ar como se fosse box. É fofo e eu consigo tirar uma foto com meu celular sem que ele veja.
Quando falei, durante o jantar, que eu estava procurando emprego, ele não disse nada, mas meia hora atrás tentou me convencer a voltar a trabalhar com ele. Por mais que tenha gostado de "trabalhar" na Company Devenport, agora que estamos sério, não cairia bem. Não que eu esteja preocupada com a opinião dos outros, mas apenas com a minha própria. Não é certo que ele me pague para não fazer nada. E além disso, eu quero um trabalho. Sempre quis na verdade e foi assim que tudo isso começou.
— Eu preciso ir. — Dominic diz, talvez pela terceira vez. Eu ignoro pela terceira vez também.
— Você acha que vender sorvete combina comigo? — semicerro os olhos para o anúncio, vendo o local e o que é preciso...
A tela do notebook é abaixada e Dominic tira o aparelho do meu colo.
— Abigail.
Faço careta.
— Só minha mãe me chama assim.
Dominic morde o meu nariz depois de rolar para ficar por cima de mim. Eu sei que ele quer me persuadir para deixá-lo ir embora. Não vai acontecer.
— Eu não tenho roupas. — diz, como se isso fosse fazer mudar de ideia.
— Você não precisa delas! Agora mesmo você só está usando cueca. Pode ficar sem ela também!
Lena senta ao lado da minha cabeça, também encarando Dominic. Finalmente ela resolveu me apoiar em alguma coisa.
— Tem janelas aqui e você tem vizinhos. Você não quer que eles vejam meu pau, quer? — arqueia a sobrancelha.
— Eles podem ver o quanto quiser, mas não podem tocar — seguro seu membro através da cueca. — Vocês dois são meus.
As sobrancelhas dele se erguem, mas um sorriso satisfeito molda seus lábios. Eu sei que ele gostou de ouvir essas palavras.
— É impressão minha ou Abigail Peterson está sendo possessiva?
Passo os braços ao redor de seu pescoço e entrelaço minhas pernas em sua cintura.
— Um pouco.
— Só um pouco?
Dou de ombros, rindo quando ele me beija. Apenas nossas peças debaixo impedem o contato que ambos queremos quando o beijo se torna quente e eu começo a derreter em seus braços.
Acho que Lena faz um som de desgosto e sai trotando para a sala. Que bom que ela sabe o que os pais dela vão fazer aqui.
— Isso não é só um método seu para não me deixar ir embora, é? — Dominic pergunta, se livrando da sua cueca.
— Claro que não — tiro sua camisa que estava usando. — Mas apenas por curiosidade... Está funcionando?
— Porra, sim.
Não sei que horas são, mas é tarde e nós estamos abraçados e envoltos de um sono profundo antes de um celular tocar. É claro que Dominic é quem levanta para atender, enquanto eu apenas resmungo. Porque não desligamos nossos celulares? Isso é uma regra básica quando vai fazer uma maratona de sexo.
— Não é o meu. — Dominic volta para a cama, o som vindo mais alto com ele.
Abro os olhos para ver que o meu celular está na minha cara. É um número desconhecido. Consigo ver a hora, também. Que tipo de ser humano liga para alguém às 03h da manhã?
Cogito desligar, mas então lembro que tenho três irmãos e um deles pode ter sido preso ou sofreu um acidente. Ou matou alguém e precisa de alguém para esconder o corpo.
Suspiro e fecho os olhos ao atender.
— Alô? — não me importo com minha voz amargurada. São três horas da manhã!
Dominic me envolve em seus braços de novo e sou quase levada pelo sono.
— Você sabe que horas são para ligar para as pessoas e não dizer nada? — questiono quando a linha continua muda. — Certo, foda-se.
Desligo e ponho debaixo do travesseiro.
Estou quase dormindo de novo quando lembro de algo.
— Você me ligou há duas semanas? — pergunto a Dominic, o sono de repente se dissipando.
— Hum?
Viro-me para ele, encontrando-o com os olhos fechados.
— Depois que fui na empresa. Naquela mesma noite você me ligou de outro número?
Dominic percebe a urgência em minha voz, porque abre os olhos.
— Não.
— Tem certeza? Você pode ter esquecido...
— Não, Abby. Eu não liguei para você.
Não digo nada. Se não foi ele, quem foi? E quem ligou agora? Pode ter sido a mesma pessoa? Eu quero me convencer que foi apenas telemarketing, mas é tarde e duas semanas atrás também foi quase esse horário...
A pessoa que me seguiu no estacionamento e as mensagens no meu Facebook me vêm a mente.
— O que foi? Você ficou tensa.
Engulo em seco.
— É só que... Talvez seja a mesma pessoa que me seguiu e escreveu aquelas mensagens. Eu só não consigo imaginar o por quê ou quem. — não consigo esconder o medo na minha voz. De repente, a realidade de que estou sendo alvo de algum psicopata me faz querer vomitar.
— Eu prometo a você que vou pegar o filho da puta que está por trás disso, ok? — Dominic beija minha está e me abraça. Me agarro a ele até meu coração parar de bater tão rápido e o sono me levar.
Eu não tenho outra opção a não ser acreditar em suas palavras.
Gente, eu sei que vocês devem estar chateadas pela Abby não ter aceitado, mas espero que eu tenha conseguido explicar os motivos dela!
Não fiquem bravas com a Abby – consequentemente comigo. Tenham paciência, ok?
Foi isso, até ♥️🤧
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2bjs, môres♥
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