♡ | ESPECIAL 1K

∯﹒🩷 ⁺ ﹒ ◍ ﹒ 𝐌𝐘 𝐋𝐎𝐕𝐄, 𝐌𝐘 𝐋𝐈𝐅𝐄 ﹒ ﹒ ♪
──⠀۪ 💚 ♡ ۫ ´ “my love and my life” 👠┄﹒ ▢
❛ postado em 16/01/2025
3.760 palavras | não revisado.

So if you care to find me
(Então se você quiser me encontrar)
Look to the western sky
(Olhe para o céu do oeste)
As someone told me lately, "Everyone deserves the chance to fly"
(Como alguém me disse ultimamente, "Todo mundo merece a chance de voar”)
And if I'm flying solo
(E se eu estiver voando sozinha)
At least I'm flying free
(Pelo menos estou voando livre)
To those who ground me, take a message back from me
(Para aqueles que me aterraram, levem uma mensagem)
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𝑫𝑬𝒁 𝑨𝑵𝑶𝑺 𝑨𝑵𝑻𝑬𝑺

O PEQUENO APARTAMENTO EM QUE AGATHA E RIO MORAVAM ESTAVA REPLETO DE VIDA — e não só por causa das incontáveis plantas espalhadas por todos os cantos. Havia samambaias pendendo do teto, vasos de suculentas organizados meticulosamente nas prateleiras e uma trepadeira que já começava a tomar conta de uma das janelas. Era aconchegante, mas também parecia que cada planta competia por espaço com os livros que Agatha acumulava em todos os lugares possíveis. 

No meio da sala, Agatha estava parada com as mãos na cintura, mordendo o lábio inferior enquanto encarava a mesa onde havia começado a preparar os embrulhos dos presentes para os gêmeos Maximoff-Romanoff, Billy e Tommy, que completariam seis anos naquele dia. 

─── Eles vão gostar? ─── Agatha perguntou pela terceira vez em menos de cinco minutos, virando-se para Rio, que estava no sofá, distraída tentando consertar uma luz decorativa que insistia em não acender. 

─── Aggie, eles são crianças de seis anos. ─── Rio respondeu sem tirar os olhos do fio. ─── Se tiver algo que faça barulho ou que corra, eles vão amar. Relaxa. 

─── Fazer barulho ou correr? ─── Agatha ecoou, cruzando os braços e olhando para os presentes com ainda mais nervosismo. ─── Talvez eu tenha exagerado com o kit de livros ilustrados... e o quebra-cabeça educativo. Devia ter comprado um daqueles brinquedos que os pais odeiam.

Rio riu baixinho, finalmente conseguindo fazer a luz piscar. Ela se levantou, colocando a luz no lugar e indo até Agatha. 

─── Eles vão amar. E, se não amarem, Wanda e Natasha vão. ─── Rio disse, segurando Agatha pelos ombros e balançando-a levemente. ─── Você tá surtando sem motivo. 

Agatha suspirou, colocando as mãos no rosto. 

─── Eu só quero que eles gostem de mim, Rio. É o primeiro aniversário deles desde que... bom, desde que a gente se casou. E eu sei o quanto você ama aqueles dois... e Wanda, e Natasha... 

Rio segurou o queixo de Agatha, obrigando-a a olhar para ela. 

─── Ei, escuta. ─── Rio disse com um sorriso suave. ─── Eles já gostam de você. Você é divertida, inteligente e sabe exatamente como ganhar o coração das pessoas. Lembra quando você fez aquela sobremesa que o Tommy disse que era "mágica"? 

Agatha tentou conter um sorriso, mas não conseguiu. 

─── Era só gelatina com chantilly... 

─── Mas pra ele, era mágica. ─── Rio respondeu, rindo. ─── E o Billy? Ele já acha que você é a pessoa mais sofisticada que ele conhece porque você escreve livros. 

Agatha suspirou novamente, mas dessa vez com menos peso. 

─── Tá, mas e se eu estragar tudo hoje? 

─── Você não vai. ─── Rio disse, segurando as mãos de Agatha e entrelaçando os dedos com os dela. ─── Você é a Agatha Harkness. Você conquistou meu coração... e olha que eu sou difícil. Você consegue conquistar o deles também. 

Agatha riu, sentindo-se um pouco mais relaxada. 

─── Tá bom. Mas... ─── Ela apontou para os presentes. ─── Você acha que eu devia colocar um brinquedo junto? Só pra garantir? 

Rio rolou os olhos, mas riu. 

─── Tá, se isso vai te deixar mais tranquila, a gente passa numa loja de brinquedos no caminho. Mas sem surtar, combinado? 

─── Combinado. ─── Agatha respondeu, embora ainda parecesse um pouco nervosa. 

Rio deu um beijo na testa dela e foi buscar as chaves do carro. Agatha, enquanto isso, olhou para os presentes mais uma vez, já pensando em como talvez pudesse melhorar o embrulho. Afinal, para ela, cada detalhe era uma chance de mostrar o quanto se importava.

(...)

A CASA MAXIMOFF-ROMANOFF ESTAVA EM PURA EUFORIA. Crianças corriam para todos os lados, risadas ecoavam pelos cômodos e balões coloridos estavam presos em cada canto possível. Havia uma mesa longa repleta de doces, um bolo decorado com super-heróis e brinquedos espalhados pelo chão, criando o caos típico de uma festa infantil.

Agatha entrou hesitante, segurando os embrulhos cuidadosamente nas mãos, enquanto Rio a puxava pela outra. A energia no ar era quase palpável, e para alguém como Agatha, acostumada com o controle e a ordem, aquilo era um desafio.

─── Vamos lá, Aggie, você consegue. ─── Rio disse com um sorriso encorajador enquanto a puxava para mais perto da multidão. ─── Vou te apresentar para algumas pessoas.

─── Algumas? ─── Agatha murmurou, com os olhos arregalados ao ver a quantidade de adultos espalhados entre as crianças. ─── Parece que Wanda convidou metade da cidade.

─── Exagerada. ─── Rio respondeu, rindo. ─── Vem, você vai amar elas.

Agatha prendeu a respiração enquanto Rio a conduzia até um pequeno grupo de mulheres conversando perto da mesa de salgados. Entre elas estavam Wanda e Natasha, que riam de algo que outra mulher, de cabelos curtos e cacheados, dizia com entusiasmo.

─── Ei, meninas! ─── Rio chamou, interrompendo a conversa. ─── Olha quem eu trouxe!

Os olhos de Wanda e Natasha imediatamente pousaram em Agatha, e os sorrisos acolhedores das duas ajudaram um pouco a aliviar a tensão que ela sentia.

─── Agatha, é tão bom te ver! ─── Wanda exclamou, abraçando-a gentilmente. ─── Já estava na hora de você aparecer em uma dessas festas.

─── É... ─── Agatha respondeu, sorrindo nervosamente. ─── Achei que já estava na hora de conhecer melhor... todo mundo.

─── Relaxa, Aggie. ─── Natasha disse, colocando uma mão no ombro dela. ─── Você está entre amigas aqui.

Antes que Agatha pudesse responder, Rio começou a apresentar rapidamente outras pessoas ao redor, jogando nomes que Agatha sabia que não ia lembrar de imediato. A cada novo rosto, ela acenava educadamente, tentando não demonstrar o quanto estava fora de sua zona de conforto.

Depois de alguns minutos de conversas rápidas e amenidades, Agatha começou a se sentir um pouco sufocada pela atmosfera barulhenta. Ela virou-se para procurar um refúgio e encontrou um rosto familiar: Lilia, a mãe de Rio, parada perto de uma poltrona com um prato de salgadinhos na mão.

─── Dona Lilia! ─── Agatha exclamou, aliviada, enquanto caminhava em sua direção.

Lilia abriu os braços dramaticamente, com um sorriso largo.

─── Minha nora favorita! Venha cá, meu amor. ─── Ela disse, puxando Agatha para um abraço caloroso.

Agatha riu, sentindo o calor maternal de Lilia imediatamente a acalmar.

─── Eu só tenho uma nora, mas você continua sendo a favorita. ─── Lilia acrescentou, piscando.

─── Obrigada. ─── Agatha respondeu, relaxando visivelmente ao lado dela.

─── Está nervosa? ─── Lilia perguntou, olhando para Agatha com um olhar astuto que parecia enxergar tudo.

Agatha hesitou, mas acabou assentindo.

─── Um pouco... Quer dizer, tem muita gente, e eu ainda não conheço a maioria delas.

─── Bobagem. ─── Lilia respondeu, pegando um salgadinho e oferecendo a Agatha. ─── Você é casada com minha filha. Isso já faz de você uma estrela aqui. Além disso, todos esses adultos são insignificantes. A única opinião que importa é a dos gêmeos. E eles te adoram.

Agatha não pôde evitar sorrir com o comentário de Lilia. Ela se sentou na poltrona ao lado, sentindo-se mais confortável ao lado da sogra, que começou a falar sobre como tinha ajudado a organizar a festa e as travessuras de Billy e Tommy.

Agatha sorriu, observando enquanto Rio era rapidamente puxada pelas crianças para o centro do jardim, onde uma brincadeira caótica parecia estar começando. Tommy corria de um lado para o outro, organizando as equipes com uma autoridade que apenas uma criança de seis anos poderia ter, enquanto Billy segurava um pedaço de papel, provavelmente explicando as regras com seriedade.

─── Parece que a Rio encontrou o time dela. ─── Lilia comentou, rindo enquanto observava sua filha se juntar ao grupo.

Agatha sorriu, mas havia um cansaço sutil em seu olhar. A energia vibrante da festa começava a pesar. Ela gostava de ver Rio se divertindo, mas a multidão de vozes altas, as risadas e o barulho incessante estavam começando a deixá-la tensa. 

─── Eu... acho que vou dar uma volta lá dentro. ─── Agatha disse, levantando-se e ajeitando o vestido. ─── Só pra... recarregar um pouco. 

Lilia acenou com compreensão, sem questionar. 

─── Vá lá, querida. Às vezes, até as estrelas precisam de um intervalo. 

Agatha sorriu levemente e se dirigiu para dentro da casa, onde o ambiente era muito mais tranquilo. As paredes tinham tons aconchegantes, e havia uma música suave tocando ao fundo, longe da algazarra lá fora. Ela passou pela cozinha, onde Wanda organizava pratos vazios com uma eficiência impressionante.

─── Tá tudo bem, Agatha? ─── Wanda perguntou ao notar a presença dela.

─── Sim, só... recarregando as baterias. ─── Agatha respondeu com um sorriso tímido. 
Wanda assentiu com um sorriso compreensivo.

─── Eu entendo. Fique à vontade. 

Agatha seguiu para a sala de estar, onde a luz do sol entrava pelas cortinas semiabertas, criando um ambiente quase sereno. Ela se sentou no sofá, fechando os olhos por um momento e deixando o silêncio parcial abraçá-la. A pressão para ser perfeita, para causar uma boa impressão, era algo com que ela sempre lutara. 

─── Não é tão difícil... ─── Ela murmurou para si mesma, tentando se convencer. 

Enquanto respirava fundo, ela ouviu o som de risadas vindo lá de fora e não pôde evitar sorrir levemente. Rio estava lá fora, completamente à vontade, brincando com as crianças como se fosse uma delas. Era um contraste tão grande com a maneira como Agatha lidava com situações sociais — e talvez fosse isso que fazia Rio ser tão especial para ela. 

A forma como Rio se conectava com as crianças era fascinante para Agatha. Sua energia parecia ilimitada, e o jeito como ela fazia as crianças se sentirem vistas e especiais era algo que Agatha admirava profundamente. Cada movimento, cada risada, cada brincadeira era feito com tanto coração que Agatha não conseguia desviar o olhar.

Ela apoiou o queixo na mão, os olhos fixos em Rio enquanto um sorriso involuntário surgia em seus lábios.

─── Como é possível alguém ser tão... ─── Ela começou a murmurar para si mesma, mas não conseguiu terminar. Era difícil colocar em palavras o que sentia. Admiração? Com certeza. Amor? Sem dúvidas. Uma espécie de loucura quase obsessiva que fazia seu coração disparar toda vez que via Rio sendo ela mesma? Absolutamente.

Seus pensamentos foram interrompidos por um leve som de passos. Ela virou a cabeça e viu Billy, pequeno e tímido, parado na entrada da sala com um coelhinho de pelúcia em mãos. Ele parecia hesitante, como se estivesse considerando voltar atrás, mas então Agatha sorriu para ele, convidando-o a entrar.

─── Oi, Billy. ─── Agatha disse com suavidade, agachando-se um pouco para ficar mais perto do nível dele. ─── Tudo bem?

Billy deu de ombros, olhando para o chão enquanto girava o balão nos dedos.

─── Tá tudo bem... acho. Só que tem... muita gente.

Agatha sorriu gentilmente, entendendo exatamente o que ele queria dizer.

─── É, tem muita gente lá fora mesmo. ─── Ela concordou. ─── Mas sabe... às vezes, é bom dar um tempo. É por isso que eu vim pra cá.

Billy levantou os olhos e deu um pequeno sorriso, parecendo mais à vontade.

─── Você também achou muito barulhento?

Agatha sorriu e sentou-se no sofá, dando dois tapinhas no espaço ao seu lado para que Billy se juntasse a ela. Ele hesitou por um momento, ainda segurando o balão como se fosse um escudo, mas acabou subindo no sofá e se acomodando.

─── Então... ─── Agatha começou, tentando quebrar o silêncio. ─── Me conta, qual é a coisa mais legal que você ganhou de presente hoje?

Billy franziu o rosto, pensativo, enquanto girava o balão entre os dedos.

─── Acho que foi o foguete que a mãe Wanda me deu. ─── Ele disse, os olhos brilhando levemente. ─── Ele tem luzes e faz barulho de verdade.

─── Um foguete? Uau. ─── Agatha exclamou, fingindo estar impressionada. ─── Parece incrível. Acho que vai ser difícil bater esse presente, hein?

Billy olhou para ela, sorrindo timidamente.

─── O que você trouxe pra mim?

Agatha riu suavemente, ajeitando o cabelo atrás da orelha.

─── Ah, bem... Eu trouxe algumas coisas que achei que você ia gostar. Mas acho que não têm luzes ou fazem barulho.

Billy inclinou a cabeça, curioso.

─── Tipo o quê?

─── Livros. ─── Agatha disse, observando a reação dele. ─── E um quebra-cabeça.

Billy franziu a testa por um momento, mas logo deu de ombros.

─── Eu gosto de quebra-cabeça. E livros... depende.

─── Depende? ─── Agatha repetiu, arqueando uma sobrancelha. ─── Depende de quê?

─── Se tem figuras legais. ─── Ele respondeu com naturalidade.

Agatha riu de novo, sentindo-se mais relaxada ao ver que Billy parecia menos tímido agora.

─── Bom, acho que você vai gostar, então. Escolhi alguns com figuras bem legais.

Billy olhou para ela por um momento, como se estivesse avaliando algo.

─── Você parece legal. ─── Ele disse, de repente.

Agatha piscou, surpresa com a honestidade espontânea dele, e sorriu suavemente.

─── Obrigada, Billy. Você também parece bem legal.

Agatha observou Billy por um momento, inclinando levemente a cabeça enquanto ele brincava distraidamente com o balão nas mãos. Algo no tom dele, na maneira como ele olhava para o chão mais do que para ela, fez seu coração apertar.

─── Billy, por que você tá aqui dentro, comigo? ─── Ela perguntou suavemente. ─── Não quer brincar lá fora com as outras crianças?

Billy deu de ombros, evitando o olhar dela.

─── Não. ─── Ele respondeu simplesmente, como se a pergunta não precisasse de mais explicações.

─── Mas... é sua festa de aniversário. ─── Agatha insistiu, com cuidado. ─── Não é pra ser um dia especial? Um dia divertido?

Billy finalmente olhou para ela, os olhos grandes e um pouco tristes.

─── Eu não queria uma festa. ─── Ele confessou, baixinho.

Agatha piscou, surpresa.

─── Não queria? Por quê?

Billy ficou em silêncio por um momento, parecendo lutar com as palavras. Ele olhou para o balão nas mãos, girando-o devagar antes de finalmente responder.

─── Porque... só os amigos do Tommy estão lá. ─── Ele murmurou.

Agatha franziu a testa, inclinando-se um pouco mais perto.

─── E seus amigos? ─── Ela perguntou gentilmente.

Billy deu de ombros novamente, mas dessa vez parecia que estava tentando esconder algo mais profundo.

─── Eu... eu não tenho amigos. ─── Ele disse, tão baixo que quase não foi ouvido.

Agatha sentiu o coração apertar. Ela não esperava ouvir aquilo, especialmente de uma criança tão doce quanto Billy.

─── Por que você acha isso, Billy? ─── Ela perguntou, tentando manter a voz calma e sem julgamento. ─── Você é inteligente, criativo... é impossível não gostar de você.

Billy finalmente olhou para ela, os olhos brilhando com algo entre tristeza e resignação.

─── Porque eu sou... diferente. ─── Ele disse, a palavra saindo como se fosse pesada demais para uma criança carregar. ─── As outras crianças acham que eu sou esquisito. Que eu gosto de coisas de menina... ou que eu não sou como o Tommy.

Agatha engoliu em seco, sentindo uma onda de indignação subir por dentro dela. Ela queria dizer algo, qualquer coisa para afastar aquele sentimento que Billy carregava. Mas sabia que ele precisava falar primeiro, que ela precisava ouvir.

─── Eles... eles riem de mim às vezes. ─── Billy continuou, olhando de volta para o balão. ─── Quando eu falo das coisas que gosto... como os desenhos que eu faço ou as músicas que eu canto. Eles dizem que eu sou estranho.

Agatha colocou a mão no ombro dele, apertando-o suavemente.

─── Você não é estranho, Billy. ─── Ela disse, com firmeza. ─── Você é único. E isso é uma coisa maravilhosa.

Billy olhou para ela, a tristeza suavizando um pouco.

─── Você acha? ─── Ele perguntou, com um pequeno vislumbre de esperança.

─── Eu tenho certeza. ─── Agatha respondeu. ─── Ser diferente é o que torna o mundo interessante. E você, Billy Maximoff, é uma das pessoas mais interessantes que eu conheço.

Billy deu um pequeno sorriso, tímido, mas genuíno.

─── Obrigado, tia Aggie. ─── Ele murmurou.

Agatha sorriu de volta e puxou-o para um leve abraço.

─── Sempre que você sentir que o mundo tá sendo injusto, pode vir me procurar, tá bom? Eu tô aqui pra te lembrar o quão incrível você é. 

Agatha ajustou-se no sofá, deixando Billy se aconchegar ao seu lado. Ele segurava o balão com uma mão enquanto usava a outra para puxar uma almofada para apoiar. O silêncio que se instalou entre eles era confortável, um alívio da agitação da festa lá fora.

─── Sabe de uma coisa, Billy? ─── Agatha começou, inclinando-se para pegar a bolsa que havia deixado no chão. ─── Acho que você vai gostar de algo que eu trouxe comigo.

Billy levantou o olhar curioso, observando enquanto ela procurava algo dentro da bolsa.

─── O que é? ─── Ele perguntou, tentando espiar.

Agatha tirou o telefone e um par de fones de ouvido, sorrindo ao olhar para ele.

─── Eu vou te apresentar uma das minhas coisas favoritas no mundo. ─── Ela disse com entusiasmo. ─── É um musical chamado *Wicked*. Já ouviu falar?

Billy franziu o cenho e balançou a cabeça.

─── Não. É sobre o quê?

Agatha colocou os fones de ouvido nele com cuidado, ajustando-os para que ficassem confortáveis.

─── É a história de como a Bruxa Má do Oeste, a Elphaba, e a Glinda, a Bruxa Boa, se conheceram antes de tudo o que aconteceu em O Mágico de Oz. ─── Ela explicou, sorrindo. ─── É sobre amizade, diferenças e ser fiel a si mesmo, mesmo quando o mundo todo está contra você.

Billy pareceu intrigado, e Agatha apertou o play em "Defying Gravity". Enquanto a música começava, ela observou atentamente as reações dele. Os olhos de Billy se arregalaram quando a melodia grandiosa começou a crescer, e ele inclinou-se para frente, completamente absorvido.

Quando Elphaba começou a cantar com toda sua força sobre se libertar e desafiar as expectativas, Agatha viu um brilho nos olhos de Billy que a fez sorrir.

─── Isso... é incrível. ─── Billy murmurou, tirando um dos fones para olhá-la. ─── Ela tá... voando? Ela tá dizendo que vai fazer as coisas do jeito dela?

Agatha assentiu, orgulhosa.

─── Exatamente. Ela decidiu que, mesmo que o mundo a veja como má, ela vai ser fiel a si mesma. ─── Ela disse, com um toque de emoção na voz. ─── Não importa o que os outros pensem.

Billy voltou a colocar o fone, absorvendo cada palavra e cada nota. Quando a música terminou, ele tirou os fones e olhou para Agatha com um sorriso grande e genuíno.

─── Eu amei. ─── Ele disse, com os olhos brilhando. ─── Acho que... acho que eu sou como a Elphaba.

Agatha segurou o rosto dele com cuidado, olhando diretamente em seus olhos.

─── Então, você sabe o que isso significa, né? ─── Ela disse, sorrindo suavemente. ─── Você vai desafiar a gravidade também. E eu vou estar aqui, torcendo por você o tempo todo.

Billy abraçou Agatha sem dizer mais nada, e ela sentiu o peso das inseguranças dele diminuírem um pouco naquele momento. Talvez ele não fosse um menino como os outros, mas para Agatha, isso o tornava ainda mais especial.

O tempo passou, e Agatha e Billy ainda estavam no sofá, compartilhando o fone de ouvido enquanto outra música de Wicked tocava. Billy estava totalmente imerso, balançando levemente a cabeça no ritmo da música, e Agatha sorria ao vê-lo tão animado.

A porta da sala abriu lentamente, e Rio entrou com um sorriso divertido. Seu cabelo estava bagunçado, e o rosto levemente suado denunciava que ela havia estado correndo atrás das crianças lá fora. Quando viu Billy aconchegado ao lado de Agatha, usando o fone de ouvido, Rio colocou as mãos nos quadris e fingiu um olhar ofendido.

─── Ah, então é assim? Eu te perco para a tia Aggie em menos de duas horas? ─── Ela brincou, arqueando uma sobrancelha. ─── Eu sou sua parceira de brincadeiras, garoto. E é isso que eu recebo?

Billy levantou o olhar rapidamente, arrancando o fone de ouvido e corando ligeiramente.

─── Eu... eu só... ─── Ele começou, mas Rio levantou as mãos como se pedisse trégua.

─── Relaxa, pequeno traidor. ─── Ela disse, com um sorriso de canto. ─── Só tô brincando.

Rio caminhou até o sofá e sentou-se na mesa de centro, olhando para os dois.

─── O que vocês estão aprontando aqui? ─── Ela perguntou, inclinando-se para pegar o fone de ouvido e colocar no próprio ouvido. A música ainda tocava, e Rio sorriu ao reconhecer a melodia. ─── Wicked, é claro. Você já tá recrutando o garoto pro culto da Elphaba, Aggie?

─── Não é um culto, é uma celebração. ─── Agatha respondeu, erguendo o queixo com orgulho. ─── E, pelo visto, Billy tá mais do que pronto pra se juntar a nós.

Billy deu uma risada tímida, e Rio balançou a cabeça, rindo junto.

─── Tudo bem, eu aceito a derrota. ─── Rio disse, fingindo suspirar dramaticamente. ─── Mas só porque ele ainda é meu parceiro favorito pra brincar de pega-pega. Certo, Billy?

Billy olhou para ela, sorrindo com mais confiança agora.

─── Certo. ─── Ele respondeu, balançando a cabeça com entusiasmo.

Rio bagunçou o cabelo dele de leve, arrancando uma risada.

─── É isso aí, garoto. Mas lembra, você pode passar o tempo com a Aggie, desde que ainda me ajude a derrotar o Tommy nas corridas de carrinho, combinado?

Billy riu, assentindo novamente.

─── Combinado.

Rio olhou para Agatha, o sorriso suave no rosto.

─── Ele tá nas melhores mãos, sabia? ─── Ela disse, sem sarcasmo, apenas carinho genuíno. ─── Mesmo que você tenha roubado ele de mim.

Agatha sorriu, apertando o ombro de Billy.

─── Não roubei, só... emprestei por um tempo.

Billy olhou para as duas, sentindo-se estranhamente aquecido entre elas. Pela primeira vez, ele se sentiu visto e aceito de uma maneira que não conseguia explicar completamente, mas sabia que era especial.

Rio se levantou e estendeu a mão para Billy.

─── Vamos lá, pequeno. Ainda tem bolo lá fora. Mas, se você demorar muito, Tommy vai comer tudo.

Billy deu um pulo e pegou a mão dela, olhando para Agatha.

─── A gente pode ouvir mais músicas depois?

─── Sempre. ─── Agatha respondeu com um sorriso.

E, com isso, Billy e Rio saíram juntos para o jardim, rindo e brincando como cúmplices. Agatha os observou por um momento, sentindo o coração aquecer. Era incrível ver o quanto Rio sabia lidar com Billy, equilibrando brincadeiras e afeto. E, pela primeira vez, ela sentiu que estava começando a fazer parte daquela dinâmica de uma forma que poderia realmente durar.

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• 🩷 . . OO1 ❜ Fizemos esse pequeno mimo para vocês em agradecimento ao 1k de visualizações, ficamos muito felizes com essa marca e quisemos mostrar que não... Billy e Rio nem sempre foram cão e gato kkkkk

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