♡ | 1.3

∯﹒🧸 ⁺ ﹒ ◍ ﹒ 𝐌𝐘 𝐋𝐎𝐕𝐄, 𝐌𝐘 𝐋𝐈𝐅𝐄 ﹒ ﹒ ♪
──⠀۪ 🩷 ♡ ۫ ' "tell me 'bout the first time you saw me" 🍼┄﹒ ▢
❛ postado em 05/02/2025
10.476 palavras | não revisado.

I like (I like)
(Eu gosto (eu gosto))
What you like (what you like)
(Do que você gosta (do que você gosta))
Long hair (no bra)
(Cabelos longos (sem sutiã))
It's my type (that's right)
(Esse é o meu tipo (isso mesmo))
You just told me
(Você acabou de dizer)
Want me to fuck you
(Quer que eu te coma)
Baby, I will 'cause I really want to
(Querida, eu vou, porque eu quero muito)

red wine supernova - chappell roan

. ݁ ٬٬ 𝐌𝐄𝐓𝐀 ִ ֗ ៵ʾ ▎51 votos
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𝑨𝑳𝑮𝑼𝑵𝑺 𝑨𝑵𝑶𝑺 𝑨𝑵𝑻𝑬𝑺


A PORTA DA CASA RECÉM-COMPRADA se abriu lentamente, e Agatha entrou apoiada no braço de Rio. O silêncio do ambiente vazio, ainda sem móveis suficientes, parecia amplificar a dor que ambas carregavam. A casa, que deveria simbolizar um novo começo, agora parecia sufocante, um lembrete cruel do que tinham perdido.

Agatha se moveu com dificuldade, cada passo acompanhado de um leve gemido de dor. Seu rosto estava pálido, os olhos inchados de tantas lágrimas derramadas no hospital. Rio, ao seu lado, estava igualmente abatida, mas sua expressão tentava mascarar a tristeza enquanto ajudava Agatha até o sofá. Era um esforço fútil; o peso do silêncio entre elas era ensurdecedor.

─── Devagar, amor... ─── Rio murmurou, ajustando as almofadas para que Agatha pudesse se deitar confortavelmente. ─── Se precisar de algo, só me avisa, tá?

Agatha assentiu fracamente, mas não disse nada. Sua cabeça repousou contra o encosto do sofá, e por um momento ela fechou os olhos, tentando controlar a onda de emoções que ameaçava transbordar. Ela não sabia se queria gritar, chorar ou apenas desaparecer.

Tudo doía - o corpo, o coração, a alma.

Rio puxou uma manta do braço do sofá e cobriu Agatha com cuidado, sentando-se ao lado dela. Seu próprio corpo parecia exausto, mas o que mais doía era a impotência. Ela queria dizer algo, qualquer coisa que pudesse aliviar a dor da esposa, mas as palavras simplesmente não vinham.

─── Eu devia ter... sentido. ─── A voz de Agatha quebrou o silêncio, rouca e carregada de culpa. ─── Eu devia ter percebido que algo estava errado. Eu deveria saber.

Rio imediatamente balançou a cabeça, virando-se para segurar a mão de Agatha.

─── Não faz isso, Aggie. Não coloca isso em você. Não foi sua culpa.

Agatha abriu os olhos, mas não olhou para Rio. Seu olhar estava fixo no teto, as lágrimas escorrendo silenciosamente.

─── Então por que parece que foi? ─── Ela sussurrou. ─── Meu corpo... ele devia cuidar dele, protegê-lo, e eu falhei.

Rio sentiu o coração se apertar ainda mais. Ela sabia que nada que dissesse mudaria o que Agatha estava sentindo, mas precisava tentar.

─── Amor, seu corpo não falhou. Ele tentou, fez tudo o que podia. Você fez tudo o que podia. ─── Sua voz quebrou ligeiramente. ─── Isso foi... só uma coisa horrível que aconteceu. Não foi culpa sua. Coisas ruins simplesmente acontecem.

Agatha finalmente virou o rosto para Rio, os olhos marejados.

─── Mas eu sinto que foi. E... eu não sei se consigo fazer isso de novo. ─── Sua voz saiu em um sussurro, quase inaudível.

Rio puxou a mão de Agatha para perto dos lábios, beijando-a suavemente.

─── A gente não precisa decidir nada agora. Vamos dar um passo de cada vez. Você precisa se recuperar, e eu vou estar aqui com você, o tempo todo. ─── Rio prometeu.

O silêncio voltou a tomar conta do ambiente, mas desta vez foi mais leve, preenchido pelo som baixo da respiração de Agatha. Rio permaneceu ao lado dela, acariciando suavemente sua mão enquanto a esposa finalmente fechava os olhos, exausta demais para continuar lutando contra a tristeza.

Rio ficou sentada ao lado de Agatha, observando-a dormir. Mesmo exausta e debilitada, a esposa ainda parecia tão forte, tão incrível... e ao mesmo tempo tão quebrada. O silêncio da casa parecia amplificar o eco das emoções de Rio, e o peso da perda do bebê a esmagava.

Ela engoliu em seco, tentando manter a compostura, mas seus olhos ardiam com lágrimas que se recusavam a cair. O luto pelo filho que nunca chegou a conhecer, o vazio que ele deixou, eram quase insuportáveis. Rio não sabia como seguir em frente, como ser forte o suficiente para apoiar Agatha e lidar com sua própria dor.

Foi nesse momento que a campainha tocou, quebrando o silêncio pesado.

Rio piscou, confusa, olhando para a porta. Quem apareceria naquele momento? Relutantemente, ela se levantou, limpando o rosto antes de caminhar até a porta.

Ao abrir, deparou-se com Billy Maximoff, com apenas oito anos, segurando uma pequena flor branca na mão. Ele usava uma mochila nas costas e seu rosto estava iluminado com um sorriso ansioso, que desapareceu lentamente ao ver a expressão cansada de Rio.

─── Oi, tia Rio. ─── Ele disse, hesitante, sua voz pequena. ─── A tia Aggie tá aqui?

Rio piscou algumas vezes, a surpresa misturando-se com algo mais sombrio dentro dela.

─── Billy... ─── Ela começou, olhando para ele e depois para a bicicleta encostada no portão. ─── O que você tá fazendo aqui sozinho? Suas mães sabem que você veio aqui? Está longe de casa, rapazinho.

Billy olhou para os pés, nervoso.

─── Eu... eu senti falta dela. Ela não me ligou nos últimos dias e eu fiquei triste. ─── Ele olhou para cima, os olhos grandes e preocupados. ─── Achei que talvez... ela não gostasse mais de mim.

As palavras do menino atingiram Rio como um soco. A inocência dele, a ideia de que Agatha pudesse simplesmente deixá-lo de lado, era quase insuportável. Mas ao mesmo tempo, o pequeno corpo diante dela, segurando aquela flor, era um lembrete doloroso do que ela não podia ter.

Ele não era seu filho e, apesar do esforço de Agatha para sentir o contrário, também não era de sua esposa. Ele era de Natasha e Wanda. Não delas.

─── Billy, escuta... ─── Rio disse, tentando manter a voz firme. ─── A Agatha está descansando. Ela não está muito bem agora. Por que você não volta pra casa e eu prometo que ela vai te ligar assim que puder?

Billy franziu a testa, a preocupação em seu rosto ficando mais evidente.

─── Mas... eu quero ver ela. Só um pouquinho. ─── Ele insistiu, estendendo a flor como se aquilo pudesse resolver tudo. ─── Eu trouxe isso pra ela. É bonita, né? É um jacinto, pra pedir desculpas.

Rio sentiu o peito apertar. Ela queria gritar, mandar Billy embora, porque só a presença dele parecia abrir ainda mais a ferida. Mas ao mesmo tempo, ela sabia que ele não tinha culpa. Ele era só uma criança. Uma criança que adorava Agatha.

─── Olha, Billy, não é um bom momento. ─── Ela tentou novamente, sua voz mais firme desta vez. ─── Por favor.

Billy deu um passo para trás, claramente magoado.

─── Ah... tudo bem, então. ─── Ele disse baixinho, abaixando a flor.

Agatha, ainda em seu lugar no sofá, ouviu vozes à distância enquanto descansava. O tom firme de Rio e a resposta hesitante, quase infantil do outro, fizeram seu coração apertar. Ela se mexeu com dificuldade, afastando a manta de suas pernas e lutando para se levantar. A curiosidade - e uma pontada de preocupação - a fizeram ignorar a dor e o cansaço.

Quando chegou à porta, viu Billy de costas, segurando a pequena flor com os ombros caídos, enquanto Rio, de braços cruzados, o observava de maneira rígida, embora claramente frustrada.

─── Billy? ─── A voz de Agatha, rouca e fraca, cortou o ar como um raio.

Os dois se viraram imediatamente. Billy arregalou os olhos ao vê-la, enquanto Rio deu um passo em direção à esposa, preocupada.

─── Agatha, você não devia estar de pé. ─── Rio disse rapidamente, estendendo a mão para apoiá-la.

Mas Agatha ignorou Rio. Seus olhos estavam fixos em Billy, e, pela primeira vez em dias, algo dentro dela parecia se acalmar. A presença daquela criança, tão ansiosa para vê-la, era como uma brisa suave que a aliviava, ainda que brevemente.

─── O que você está fazendo aqui, querido? ─── Ela perguntou, estendendo os braços para ele.

Billy hesitou por um momento, olhando para Rio, antes de correr para Agatha. Ele envolveu os braços ao redor dela com cuidado, como se tivesse medo de machucá-la.

─── Você sumiu... ─── Ele disse, a voz trêmula. ─── Eu achei que não gostasse mais de mim.

Agatha fechou os olhos, apertando-o suavemente contra si, ignorando a dor no corpo.

─── Nunca diga isso, Billy. Nunca. ─── Ela sussurrou, sua voz embargada. ─── Eu sempre vou te amar. Sempre.

Billy se afastou o suficiente para olhar para ela, segurando a flor em suas pequenas mãos.

─── Trouxe isso pra você. É um jacinto. Pra pedir desculpas, caso eu tenha feito algo errado. ─── Ele disse, nervoso.

Agatha sentiu um nó na garganta, mas sorriu suavemente, pegando a flor com mãos trêmulas.

─── Você não fez nada errado, meu amor. ─── Ela respondeu, segurando o rosto dele com uma das mãos. ─── É linda. Obrigada.

Rio, observando a cena, cruzou os braços novamente, tentando mascarar a mistura de emoções que sentia. A dor pela perda, o desconforto com a presença de Billy, e agora a realização de que, de alguma forma, ele era capaz de trazer uma centelha de luz para Agatha.

─── Você deveria estar descansando, Agatha. ─── Rio disse, a voz mais suave desta vez.

Agatha olhou para Rio, finalmente percebendo o conflito nos olhos dela. Ela sabia que aquilo não era fácil para a esposa, mas, naquele momento, Billy era o que ela precisava.

─── Vou descansar, prometo. Mas não sem ele. ─── Ela disse, puxando Billy para dentro. ─── Ele fica.

Agatha se acomodou no sofá com um suspiro pesado, puxando Billy para se sentar ao seu lado. Ele hesitou por um segundo, mas logo cedeu, deixando-se envolver pelos braços dela. Agatha o segurava como se ele fosse um pedaço de normalidade que ela não podia perder, enquanto Billy, sem reclamar, se aconchegava mais.

─── Tá confortável aí, meu amor? ─── Ela perguntou suavemente, ajeitando a manta sobre os dois.

Billy assentiu, o rosto meio escondido no ombro dela.

─── Tô. ─── Ele murmurou. ─── Eu senti sua falta, Tia Aggie.

Agatha fechou os olhos, a garganta apertando.

─── Eu também senti a sua, querido. Muito.

Rio, parada perto da entrada da sala, observava a cena com uma mistura de emoções. Era difícil ignorar o carinho evidente entre os dois, mas ao mesmo tempo, algo nela se revirava. Talvez fosse o cansaço, talvez fosse o luto ainda tão fresco, mas a visão de Agatha com Billy parecia amplificar o vazio que ela própria sentia.

─── E o que você fez enquanto eu estava fora? ─── Agatha perguntou, tentando distrair os pensamentos pesados que pairavam sobre ela.

Billy começou a contar, a voz ganhando um tom mais animado.

─── Bem... eu desenhei! Fiz um monte de desenhos novos. Tem um que é você e a Tia Rio, com um sol enorme atrás. Acho que ficou legal, mas o sol tá meio torto. ─── Ele fez uma pausa, franzindo a testa. ─── Também brinquei com o Tommy, mas ele é tão chato às vezes. E aí a mamãe fez uma torta, mas não ficou boa porque ela esqueceu o açúcar. Sabe, Tia Aggie, tudo ficou meio sem graça sem você.

Agatha apertou Billy um pouco mais contra si, sentindo o coração apertar com as palavras dele.

─── Ah, meu amor... ─── Ela começou, a voz baixa. ─── Eu prometo que nunca mais vou sumir assim, tá bom?

Billy assentiu, apertando os olhos fechados, como se quisesse absorver aquele momento.

Rio, encostada na parede, cruzou os braços, tentando ignorar a pontada de desgosto que sentia. Não era Billy em si. Ele era só uma criança, e ela sabia que ele adorava Agatha. Mas algo sobre a maneira como Agatha se aconchegava nele, como encontrava consolo nele, a deixava inquieta. Como se Billy estivesse preenchendo um espaço que, talvez, ela devesse preencher.

─── Vocês dois querem alguma coisa? ─── Rio perguntou finalmente, sua voz mais áspera do que pretendia.

Agatha levantou o olhar para Rio, percebendo o desconforto na expressão dela. Ela abriu a boca para responder, mas Billy se adiantou, com um sorriso travesso.

─── Eu quero chocolate quente. E a Tia Aggie quer... hum... chá de camomila, né? ─── Ele olhou para ela, como se esperasse confirmação.

Agatha riu baixinho, passando a mão pelos cabelos dele.

─── Isso mesmo.

Rio suspirou e foi para a cozinha, sem dizer nada. Enquanto mexia na chaleira e no leite, ela tentava ignorar o nó no estômago. Talvez fosse o cansaço, talvez fosse o luto - ou talvez fosse o medo de que, enquanto ela desmoronava, Agatha estivesse encontrando em Billy o apoio que ela própria não conseguia alcançar.

Ele não era seu filho e nunca seria. Nunca.

(...)

O QUARTO DE HÓSPEDES, OUTRORA FREQUENTADO POR FAMILIARES E AMIGOS do - por enquanto não casal - Harkness-Vidal, agora tinha um ar diferenciado. O cômodo havia sido completamente esvaziado, restando apenas uma coleção de presentes, uma montanha de fraldas provenientes do chá de bebê e o urso de 3 metros que Vidal comprou.

Os meses pareciam passar mais rápidos do que nunca e o desespero começava a tomar conta dos moradores da casa.

Agatha acordou exausta, como se estivesse carregando o mundo nas costas, ou melhor, na barriga.

De fato, ela estava... era o seu mundo.

Sua barriga, agora ainda mais aparente, parecia pesar cada vez mais e tarefas simples como ir às compras não eram tão apetitosas como antes. No entanto, ela tinha um objetivo a cumprir.

─── Aqui está! ─── Agatha jogou sua prancheta no colo de Vidal. A mulher descansava no sofá enquanto surfava pelos canais da TV.

Rio estreitou os olhos, confusa.

─── Pra que isso? ─── ela indagou verificando os itens preenchidos no papel.

─── Nós precisamos começar a arrumar o quarto do bebê, Vidal. ─── ela suspirou, cansada. ─── Estou prestes a entrar no sétimo mês e ainda não temos nada pronto.

─── Aggie... ─── Rio bocejou, ainda com sono. ─── Tem tempo ainda, não precisamos correr.

─── Se continuar pensando assim, a criança vai completar 15 anos e ainda dormir no nosso quarto. ─── Agatha respondeu impaciente. Sentia que o mínimo esforço de falar já lhe consumia. ─── Eu já liguei pro Billy, ele vai estar aqui daqui a meia hora. Se comportem!

Vidal mudou de expressão, o corpo mais ativo.

─── O quê? ─── perguntou exasperada. ─── Por que chamou ele? Nós não íamos sozinhas dessa vez? Só nós duas e nada daquele moleque magrelo intrometido...

─── Não fala assim dele. ─── Harkness o defendeu. ─── E não, não vamos. Vocês vão.

A mulher se esticou no sofá em protesto.

─── Ah não! Isso não é justo, Aggie... ─── a voz acompanhada de uma teimosia infantil. ─── Por que você não vai?

─── Você quer motivos? ─── Agatha se sentou no sofá e apoiou o corpo com os braços para trás. ─── Então lá vai: as minhas costas doem, os meus pés estão inchados, a minha barriga está pesando, eu estou perdendo as minhas melhores roupas, eu estou morrendo de azia e parece que eu não durmo há dias. Quer mais?

Vidal forçou um sorriso. Uma das mãos indo acariciar as costas da esposa.

─── Eu não quero que fique sozinha... ─── ela o olhou. A voz calma e suave.

─── Não se preocupe. ─── Agatha sorriu. ─── Convidei minha mãe para passar o dia aqui, ela vai trazer o almoço.

─── Então eu ganho um dia de compras com o garoto mais chato do mundo e você o dia inteiro sendo mimada pela sua mãe? ─── Rio cruzou os braços fingindo indignação. ─── Que ótima comparação, m'lady.

─── Não seja dramática. Vai ser bom pra vocês... ─── ela repousou umas das mãos sobre a barriga. ─── Minhas duas pessoas favoritas juntas.

Vidal soltou uma gargalhada seca.

─── Olha, eu posso até tentar, mas não garanto que não vou esgana-lo.

As duas ficaram um tempo ali, apenas apreciando a presença uma da outra.

A campainha tocou antes que Vidal pudesse continuar reclamando.

─── Parece que o garoto mais chato do mundo chegou. ─── Vidal murmurou enquanto se levantava, ajeitando a camisa amarrotada.

─── Seja gentil. ─── Agatha pediu, apontando para ela com um olhar que misturava cansaço e autoridade. ─── Ele está aqui pra ajudar.

─── Pra ajudar a me irritar, talvez. ─── Vidal respondeu baixinho, enquanto se dirigia até a porta.

Ao abri-la, lá estava Billy, com seu sorriso sempre animado, uma mochila nas costas e, claro, uma camisa estampada com alguma referência pop que Rio sequer quis entender.

─── Veio correndo?

─── Talvez... ─── ele se apoiou na porta, bufando. ─── Pronta?

No carro, o silêncio inicial era carregado de tensão leve. Vidal mantinha os olhos na estrada, enquanto Billy, como de costume, tentava aliviar o clima com pequenos comentários e observações. Ele estava empolgado com a tarefa, encarando tudo como uma oportunidade de ajudar e, quem sabe, se divertir um pouco no processo.

─── Posso colocar uma música? ─── Kaplan perguntou. O dedo curioso já procurando uma maneira de conectar o telefone no automóvel.

Rio suspirou, mas cedeu.

─── Pode, menos K-Pop.

─── Relaxa, vou colocar uma banda da sua época. ─── ele piscou.

Aos poucos a melodia foi se revelando e a letra sendo completada pelo garoto.

─── Tonight, the Super Trouper lights are gonna find me, Shining like the Sun (Sup-p-per Troup-p-per)...

─── Que banda é essa? ─── Vidal indagou curiosa.

─── Como assim "que banda é essa?'' ─── Billy arregalou os olhos, incrédulo. ─── É ABBA!

─── ABBA... ─── ela repetiu, pensativa. ─── Minha mãe odeia essa banda.

Billy parou de cantar abruptamente, como se tivesse levado um tapa invisível. Ele se virou para ela, completamente incrédulo, mesmo com os olhos ainda no celular.

─── Como assim sua mãe odeia ABBA? ─── Ele parecia genuinamente ofendido.

─── Desde sempre. ─── Rio deu de ombros, achando graça da reação exagerada dele. ─── Cresci ouvindo ela reclamar que "música boa de verdade" não tinha glitter e vozes super produzidas.

Billy colocou a mão no coração, fingindo estar ferido.

─── Bom, agora eu entendi tudo. Você é vítima de um lar culturalmente opressor. ─── Ele piscou para ela, mas depois apontou com o dedo para o rádio. ─── Hoje é o dia que vamos corrigir isso.

─── Não sei se é uma boa ideia... ─── Vidal começou, mas foi interrompida.

─── É claro que é uma boa ideia. ABBA é cura pra alma. Confia em mim.

Antes que Rio pudesse protestar, o garoto aumentou o volume.

─── Tonight, the Super Trouper lights are gonna find me, Shining like the sun...

Enquanto ele cantava, a mulher começou a prestar atenção na letra, os cantos da boca tremendo, tentando conter o riso.

─── Isso não é tão ruim assim... ─── ela murmurou, quase para si mesma.

─── Não é "tão ruim"? ─── Billy repetiu, indignado. ─── É uma obra-prima! Escuta a letra, sente o ritmo, a harmonia... ─── ele sorriu. ─── É arte, Rio! Canta comigo!

Ela rolou os olhos, mas quando o refrão chegou, cedeu, cantarolando baixinho:

─── Shining like the sun...

O garoto deu um soco no ar em comemoração.

─── Sabia que tinha esperança pra você! ─── Ele riu, aumentando ainda mais o volume.

Quando a música terminou, a morena estava visivelmente mais à vontade.

─── Ok, Kaplan, confesso... não é tão glitterizado quanto minha mãe fazia parecer. ─── Ela olhou para ele, divertida. ─── Mas não estou dizendo que sou fã.

─── Ainda. ─── Billy corrigiu, com um sorriso confiante. ─── Até o fim da viagem, você vai ser uma Dancing Queen, eu prometo.

Enquanto as músicas de ABBA continuavam a tocar, a dupla se deixou levar pelo momento. Billy, entusiasta como sempre, não perdeu a chance de explicar, com uma energia contagiante, o impacto da banda na música pop e suas contribuições para o mundo musical. Vidal, por sua vez, se via aos poucos cedendo ao charme da nostalgia de ABBA, mesmo com as reservas que sua mãe havia plantado em sua mente. A música, de alguma forma, conseguiu criar um elo entre os dois, quebrando a tensão e aproximando-os de um jeito inesperado.

O resto do dia foi impressionantemente agradável. Ambos concordaram sobre as cores das tintas para o quarto do bebê, sendo bem atenciosos em relação às anotações de Agatha no papel:

"Nada de tons de rosa. Papéis de gênero não existem."

─── Bom, acho que temos tudo! ─── Rio exclamou satisfeita. O olhar recaindo sobre as sacolas.

─── Tá calor né, Tia Rio? ─── Billy comentou já abanando o rosto. As bochechas vermelhas pelo mormaço.

Depois de longos anos de um afastamento crescente entre os dois, aquela tinha sido a primeira vez que o garoto havia lhe chamado de "Tia".

─── Quer tomar um sorvete comigo? Eu pago. ─── a morena perguntou sorrindo. Uma sensação inexplicável de compaixão surgindo.

─── Pode ser um milk-shake? ─── seus olhos brilharam. Morria de sede.

Vidal fingiu indecisão. No fim falou:

─── Eu vou pensar no seu caso, vem!

(...)

O AROMA DOS BISCOITOS COM GOTAS DE CHOCOLATE que ocupava a cozinha da casa era incontrolável. Pequenas notas de baunilha acompanhavam a suavidade do cacau 50% que compunha o aperitivo.

Sharon Davis, vestindo seu avental de "melhor mãe do mundo" acaba de retirar a receita recém assada do forno.
Sentiu profundamente o teor adocicado da massa e os colocou em um prato.

Agatha estava ainda no sofá, o ar condicionado ligado e um programa irritante passando na TV.

─── Trouxe alguns biscoitos quentinhos para a minha filhota! ─── a senhora sorriu. Esticou o prato e a ofereceu um copo de leite.

─── Mãe... ─── Agatha suspirou. ─── Eu agradeço, mas a senhora sabe que não é saudável ingerir doses cavalares de açúcar durante a gravidez.

─── Unzinho não vai fazer mal, meu bem. ─── Sharon apoiou o copo sobre a mesa lateral ao lado do sofá. ─── Coma!

A escritora riu. Era impossível dizer não para sua mãe.

─── Kate vai ficar ciúmes... ─── a mulher pontuou enquanto pegava uns dos biscoitos do prato.

─── Quando ela estiver gerando um neto meu, aí sim terá motivos suficientes para o ciúme. Agora é o seu momento.

Antes que Agatha pudesse continuar o diálogo, a porta da frente se abriu revelando Billy e Rio, extremamente animados.

─── Chegamos! ─── Vidal exclamou colocando as sacolas sobre o chão. ─── Nossa, que bafo está lá fora.

─── Bafo? Aposto que o inferno não é tão quente quanto lá fora. Por Cher! ─── Billy acrescentou, ofegante.

Sharon se aproximou os ajudando com as compras.

─── Rio, querida! Como está, meu bem? E você, Billy? Está tão magrinho... anda comendo direito, querido?

Ele sorriu lhe dando um abraço.

─── Fiz biscoitos para você levar pra casa! ─── a senhora o avisou. ─── Acabaram de sair do forno.

─── Você é a melhor, Sra. Davis! Obrigado!

Rio e Agatha se entreolharam. A escritora tentou conter um arquear de lábios incompletos. No entanto, Vidal percebeu, retribuindo a ação.

─── Bom, infelizmente, a minha hora de ir está chegando, queridos! ─── Sharon procurou sua bolsa pelo cômodo. ─── Preciso passar em casa antes da igreja.

─── Quer que eu te leve, Sharon? ─── Rio perguntou. Os olhos buscando aprovação da sogra.

─── Não precisa se preocupar comigo, meu bem. ─── ela se aproximou e deu um leve tapinha no rosto da mulher. ─── Já vão ter trabalho o suficiente por hoje.

Assim ela se despediu e foi embora deixando os três sozinhos em casa.

─── Eu só vou pegar alguma coisa pra comer e a gente já começa. ─── Billy comentou, correndo até a cozinha.

Vidal sorriu. Ainda sentia o clima do carro no ar.

─── E eu vou pegar a caixa de som pra colocar algumas músicas enquanto trabalhamos. ─── ela gritou, agitada.

─── Coloca ABBA! Quero te mostrar uma coletânea que se chama "joias ocultas." Você vai adorar! ─── Kaplan berrou de volta.

Agatha estreitou as sobrancelhas, intrigada. Quando foi que os dois haviam virado "melhores amigos"?

─── Trouxe pra você! ─── O garoto retornou com 2 sanduíches em mãos. ─── Pronta?

─── Sempre! ─── ela piscou e ambos subiram apressados.

─── O que foi que eu perdi? ─── Agatha sussurrou perplexa.

A tarde passou agitada no segundo andar dos Harkness-Vidal. Billy e Rio trabalharam duro com a decoração do quarto enquanto uma trilha sonora impecável tornava o momento ainda mais memorável.

Agatha, completamente entediada com o ócio do dia, decidiu subir para verificar se tudo estava em ordem.

Parou na porta admirando os presentes imersos na atividade.

─── Eca, essa cola parece vômito. ─── Billy reclamou enojado. ─── Já volto, vou me limpar.

O garoto seguiu para o banheiro murmurando frases que não faziam o mínimo sentido.

─── Uau! ─── Agatha entrou. ─── Parece que vocês dois formam uma dupla e tanto...

─── De fato... ─── Vidal concordou se gabando. ─── Billy é como um Golden Retriver que não vê os donos há 1 semana. É só dar um pouco de atenção que ele acalma.

Ela concordou, rindo.

─── Está ficando adorável! ─── Agatha comentou admirada com o lugar. ─── Vocês estão de parabéns.

─── Tudo pra você... ─── Rio se aproximou da mulher. Uma das mãos posicionada sobre o ventre da esposa. ─── E pra ela. ─── Agatha acompanhou o gesto com naturalidade.

Ambas se olharam, sorrindo. Um sorriso que dizia tudo que no fundo estava engasgado durante meses.

De repente, um movimento brusco as atingiu.

Agatha prendeu o ar, como se o que acabara de acontecer fosse a coisa mais inacreditável do mundo.

A bebê havia chutado. E muito forte.

─── Meu Deus! ─── Vidal engasgou. ─── Ela...

Lágrimas silenciosas cairam pelo rosto da escritora.

─── Oi, meu amor... ─── A mulher deslizou os dedos pela barriga. ─── Está nos ouvindo?

Involuntariamente, Rio fez o mesmo. O rosto prestes a desabar.

─── Eu senti... ─── ela comentou emocionada.

Sem pensar duas vezes, Vidal a abraçou. Um abraço repleto de sentimentos oprimidos pelo acaso. Aquele ato foi rápido, mas intenso. Entretanto, parecia que estavam entrelaçadas por séculos. O mundo parou, as horas desacelerando conforme os dois corações sincronizavam.

─── Rio... ─── Agatha cochichou. O desejo escorrendo pelas palavras.

Ela as separou, os olhos repousando sobre os lábios da mulher à frente.

O movimento foi ágil e escalonado. Vidal a beijou.

Ambas as bocas dançando em um ritmo único que ecoava de seus corpos.

Tesão, essa era a definição.

─── Eu acho que... ─── entretanto, Billy as interrompeu entrando novamente no quarto. ─── Ops...

Agatha se afastou, bruscamente. As mãos limpando o canto da boca com avidez. Seu rosto corando de imediato.

─── Estou atrapalhando alguma coisa? ─── o garoto prosseguiu. Já sabia a resposta. ─── Desculpa. Sério, mesmo.

─── Tudo bem, Billy. ─── a mulher seguiu até a porta, envergonhada. ─── Nós... quer dizer, nada ia acontecer... eu... eu vou...

Assim, sem nenhuma explicação, Harkness desapareceu pelo corredor.

(...)

AGATHA ESTAVA NO SOFÁ DA SALA, abanando-se com um pedaço de papel qualquer enquanto Rio a observava com um sorriso de lado, sabendo bem o motivo do calor repentino de sua esposa. Ela parecia bem agitada, o rosto um pouco avermelhado e a respiração curta. Billy entrou na sala carregando uma prancheta e um rolo de fita métrica, o que havia ido buscar na dispensa.

─── Tá tudo bem, Tia Aggie? ─── Billy perguntou, franzindo a testa em preocupação enquanto olhava para ela. ─── Parece que você tá tendo um surto hormonal... ou tá morrendo de calor. Quer um ventilador? Um sorvete? Eu posso ligar pra Kate, ela é boa com crises de gravidez.

Agatha balançou a cabeça rapidamente, ainda se abanando.

─── Não, Billy, eu tô bem. É só... muito calor. ─── Ela disse, claramente desconfortável.

Billy olhou para Rio, esperando que ela fizesse algo, mas Rio imediatamente tomou o controle da situação de forma inesperado.

─── Billy, ─── Rio começou, com um sorriso um tanto tenso. ─── não acha que você tem... sei lá... coisas mais importantes pra fazer? Tipo, não sei, reorganizar sua gaveta de meias ou descobrir o sentido da sua vida sem propósito?

Billy piscou, confuso.

─── Hã... Não? Estamos no meio da montagem do quarto do bebê, lembra? Eu trouxe a fita métrica pra medir a distância entre o berço e a janela. É um detalhe crucial! E eu tenho propósito!

Rio cruzou os braços, claramente impaciente.

─── Sabe o que também é crucial? Você ir embora por hoje. ─── Ela disse, já indo em direção à porta e abrindo-a com um gesto exagerado. ─── Vamos, Billy. Foi um prazer te ter aqui, mas sua visita acabou. Adiós!

Billy olhou de Rio para Agatha, completamente perdido.

─── Eu... O quê? Mas a gente ainda não acabou! O quarto tá só metade pronto! O bebê não pode dormir num quarto pela metade, Rio. E nos estávamos nos dando tão bem, você me ensinando sobre ferramentas enquanto eu te ensinava as músicas do ABBA! É um absurdo!

Rio suspirou profundamente, tentando manter a paciência, mas claramente determinada a se livrar de Billy naquele momento.

─── Billy, meu desquerido, sua contribuição foi absolutamente inestimável, especialmente nas lições sobre ABBA. ─── Ela disse com um sorriso forçado. ─── Mas, sinceramente, você já fez mais do que o suficiente por hoje. Agora é hora de dar espaço pra... outras prioridades.

Billy franziu a testa, ainda segurando a prancheta com a fita métrica pendurada.

─── Outras prioridades? ─── Ele perguntou, confuso. ─── Que outras prioridades podem ser mais importantes do que garantir que o bebê Harkness-Vidal tenha o quarto mais perfeito do mundo? Eu nem terminei de calcular a distância ideal do trocador até o berço! E a iluminação? A cortina precisa de ajuste pra não prejudicar o soninho do bebê!

Agatha, ainda no sofá, tentou conter uma risada, mas acabou soltando um som abafado, o que fez Billy olhar para ela com os olhos arregalados.

─── Tia Aggie, você concorda com isso? ─── Ele perguntou, incrédulo. ─── Depois de tudo que eu fiz pra esse quarto? E ainda nem escolhemos o tom exato de tinta pra parede!

Agatha abriu a boca para responder, mas Rio foi mais rápida, pegando Billy pelos ombros e gentilmente o empurrando em direção à porta.

─── Escuta, você é brilhante, mas gênios como você também precisam descansar. E o bebê não vai notar se o tom for 2% mais quente ou frio, eu garanto. ─── Rio disse, já abrindo a porta. ─── Agora, vai. Curte sua noite. Se precisar, liga pra Kate e planeja uma revolução. Só... vai.

Billy olhou para Rio como se ela tivesse acabado de arrancar seu coração.

─── Isso é uma traição, Vidal. Uma traição. Eu achei que tínhamos superado nossas diferenças!

Rio fez um gesto dramático, segurando a porta aberta.

─── E superamos, garoto. Mas, assim como ABBA diz: Take a Chance on Me. Agora, por favor, aproveita sua noite. Déjame con mi esposa cachonda! (Deixem-me com minha esposa tesuda)

Ela fechou a porta antes que ele pudesse protestar mais. Do lado de fora, Billy bufou, olhando para a porta com indignação.

─── Isso é um abuso de poder. ─── Ele murmurou para si mesmo antes de finalmente ir embora.

Rio encostou-se à porta por um momento, respirando fundo, o rosto ligeiramente ruborizado. Ela sentiu uma onda de adrenalina correr por seu corpo, misturada com algo que ela não conseguia identificar completamente: uma mistura de desejo e nervosismo.

Do outro lado da sala, Agatha ainda estava no sofá, abanando-se com o pedaço de papel. Seus olhos estavam fixos em Rio, e ela não sabia se ria da cena com Billy ou se reagia ao fato de que Rio parecia tão... intensa. O calor que já sentia por causa dos hormônios parecia aumentar exponencialmente sob o olhar fixo da esposa.

Rio finalmente se afastou da porta, caminhando até ela com passos firmes. Seus olhos não deixavam os de Agatha, e ela abriu um sorriso pequeno, mas cheio de intenções.

─── Então... ─── Rio começou, parando na frente de Agatha e cruzando os braços. ─── Parece que agora a gente tem a casa só pra nós. Finalmente.

Agatha levantou uma sobrancelha, ainda se abanando, mas um sorriso travesso começou a aparecer em seus lábios.

─── Ah, claro. Você literalmente expulsou nosso sobrinho para... o quê exatamente, Vidal? ─── Ela provocou, mas sua voz saiu mais suave do que o esperado.

Rio inclinou-se um pouco, apoiando uma das mãos no encosto do sofá ao lado de Agatha. A proximidade fez o coração de Agatha acelerar, e ela sentiu o calor que já a consumia intensificar.

─── Eu precisava de um momento a sós com a mulher mais sexy que eu já vi. ─── Rio murmurou, o tom baixo e cheio de intensidade.

Agatha piscou, claramente tentando manter a compostura. Malditos hormônios e, principalmente, maldita Rio.

─── É mesmo? ─── Ela perguntou, a voz um pouco trêmula devido ao desejo incontrolável que parecia queimar como fogo.

Rio sorriu de canto e assentiu.

─── É. ─── Ela respondeu, os olhos brilhando. ─── Você acha que eu ia deixar passar a chance de mimar minha esposa após todo esse tempo? Você tá linda com essa barriguinha... e me deixando louca.

Agatha tentou desviar o olhar, mas a proximidade de Rio, o tom baixo de sua voz e as palavras carregadas de desejo eram demais para ignorar.

Ela se mexeu desconfortavelmente no sofá, ajustando a postura como se isso fosse ajudá-la a recuperar algum controle sobre a situação.

─── Louca? ─── Ela murmurou, sua voz saindo quase num sussurro, mas ainda assim tentando manter seu exterior afiado. ─── Não sabia que ainda tinha esse efeito em você, Vidal.

Rio riu baixinho, inclinando-se ainda mais, até suas mãos tocarem os braços do sofá, prendendo Agatha de forma quase casual. Seu sorriso de canto se ampliou, e seus olhos se fixaram nos de Agatha com uma intensidade que fez a esposa engolir em seco.

─── Sempre teve, Harkness. ─── Rio murmurou, sua voz baixa e rouca. ─── Acho que você não faz ideia do que significa pra mim.

Agatha sentiu o rosto corar, os malditos hormônios tomando conta novamente. Ela queria responder, retrucar, mas tudo o que conseguiu fazer foi sorrir de leve, mordendo o lábio inferior. Rio percebeu o gesto e soltou uma risada suave.

─── E essa barriguinha... ─── Rio continuou, abaixando o olhar para o ventre de Agatha, agora arredondado. ─── Meu Deus, eu nunca achei que alguém pudesse ficar ainda mais linda grávida. Mas você... você é um espetáculo, Aggie.

Agatha sentiu uma mistura de emoções a invadir: amor, desejo e um toque de vulnerabilidade. Ela balançou a cabeça levemente, tentando não parecer tão afetada.

─── Você tá exagerando, Vidal. ─── Ela murmurou, tentando parecer indiferente. ─── É só uma gravidez. Não precisa fazer tanto alarde.

Rio levantou uma sobrancelha, inclinando-se ainda mais para que seus rostos ficassem a poucos centímetros de distância.

─── Não é a gravidez. É você. ─── Ela corrigiu, sua voz carregada de sinceridade. ─── E eu tô completamente obcecada. Mesmo depois de tudo, eu ainda sou completamente sua, Aggie.

Agatha piscou, claramente tocada pelas palavras. Ela tentou responder, mas Rio a interrompeu com um gesto suave, colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.

─── Deixa eu cuidar de você hoje. ─── Rio sussurrou. ─── Sem brigas, sem complicações. Só eu, você...e esse bebê que eu já amo mais do que consigo admitir.

Agatha sentiu o coração disparar ao ouvir as palavras de Rio, tão cheias de emoção que quase pareciam tangíveis. A proximidade de seus rostos, o tom suave e rouco da voz de Rio, e o jeito como ela tocava seu cabelo eram suficientes para fazer seu corpo inteiro reagir, os hormônios da gravidez amplificando cada sensação.

─── Rio... ─── Agatha começou, mas sua voz falhou, um misto de surpresa e vulnerabilidade.

Rio apenas a encarou, um sorriso leve e confiante surgindo em seus lábios. Ela sabia o efeito que tinha sobre Agatha, mas naquele momento, não era sobre charme ou conquista. Era sobre conexão - algo que, apesar de todos os altos e baixos, nunca havia desaparecido entre elas.

─── Não precisa dizer nada, Aggie. ─── Rio sussurrou, inclinando-se mais um pouco, até que seus narizes quase se tocassem. ─── Só me deixa mostrar o quanto eu te amo. Depois, quero ter toda a vida para mostrar o quanto eu amo vocês dois...

A respiração de Agatha ficou mais pesada, seu coração batendo tão forte que ela podia sentir o ritmo em seus ouvidos. As palavras de Rio a envolveram como um abraço, quebrando qualquer resistência que ela pudesse estar tentando manter.

─── Eu... ─── Agatha tentou de novo, mas a intensidade do momento a fez parar. Ela simplesmente olhou para Rio, permitindo-se ser vulnerável, algo que raramente fazia.

Rio não esperou mais. Com um movimento delicado, mas decidido, ela aproximou seus lábios dos de Agatha, tocando-os suavemente, quase como uma pergunta silenciosa. Agatha respondeu imediatamente, sua mão subindo para o ombro de Rio enquanto o beijo se aprofundava, lento e cheio de emoção.

O desejo, que havia estado ali o tempo todo, parecia explodir entre elas, preenchendo o ar. As mãos de Rio deslizaram suavemente para a cintura de Agatha, tomando cuidado com a barriga, enquanto ela se inclinava mais para perto. Agatha correspondeu, segurando-a com força, como se não quisesse que aquele momento terminasse.

Quando finalmente se separaram, ambas estavam ofegantes, seus rostos próximos, e os olhos de Agatha brilhavam com um misto de paixão e emoção.

─── Você... tem certeza disso? ─── Agatha perguntou, sua voz um pouco trêmula, mas carregada de desejo.

Rio deu um sorriso suave, tocando delicadamente a bochecha de Agatha com os dedos.

─── Nunca estive tão certa de algo na minha vida. ─── Ela respondeu, sua voz cheia de uma convicção que fez Agatha se perder novamente no momento.

Rio sorriu de canto, percebendo o cansaço e o desejo misturados nos olhos de Agatha. Sem dizer mais nada, ela se abaixou levemente, deslizando um braço atrás dos joelhos de Agatha e outro em torno de suas costas, erguendo-a em um movimento firme e cuidadoso.

─── Rio! ─── Agatha exclamou, surpresa, seus braços automaticamente envolvendo o pescoço da esposa. ─── O que você tá fazendo?

─── Te carregando pra cama, é claro. ─── Rio respondeu com um sorriso confiante, ajustando o peso dela de forma que fosse o mais confortável possível. ─── Você acha que eu vou te deixar andar até lá depois de um dia tão cheio? Nem pensar. Eu sei que a gente brigou por muita coisa, mas o conforto da minha esposa não tá em discussão.

Agatha tentou protestar, mas logo desistiu. Uma parte dela queria insistir que estava bem, que podia caminhar até o quarto sozinha, mas o cuidado de Rio, a forma como ela parecia determinada a não deixá-la se esforçar nem um pouco, a desarmou completamente.

─── Você é impossível. ─── Agatha murmurou, mas havia um sorriso suave em seu rosto.

─── E você é irresistível. ─── Rio rebateu com um brilho brincalhão nos olhos, enquanto atravessava a sala e subia as escadas com Agatha nos braços.

Chegando ao quarto, Rio a colocou na cama com delicadeza, como se Agatha fosse feita de vidro. Ela ajeitou os travesseiros ao redor para garantir que Agatha estivesse totalmente confortável e se sentou na beirada da cama, segurando a mão dela.

─── Tá vendo? Sem desconforto, sem esforço. Só você e essa cama incrivelmente macia que compramos pra te mimar. ─── Rio disse, com um sorriso.

Agatha riu baixinho, balançando a cabeça.

─── Você é dramática, sabia?

─── Só quando se trata de você, meu amor. ─── Rio respondeu, inclinando-se para dar um beijo carinhoso na testa de Agatha.

Rio se inclinou sobre Agatha com cuidado, colocando as mãos de cada lado do travesseiro dela, garantindo que seu peso não pressionasse a barriga que agora carregava a "couve-florzinha", como estavam chamando essa semana.

─── Eu sinto que não te beijo direito há anos. ─── Rio murmurou, sua voz baixa e carregada de emoção.

Agatha sorriu levemente, sua respiração já mais pesada. Ela deslizou os dedos suavemente pelo braço de Rio, acariciando-a com um toque que dizia mais do que palavras poderiam expressar.

─── Talvez porque a gente tenha passado muito tempo brigando... ─── Agatha respondeu, a voz saindo num sussurro. ─── E você sabe como eu odeio perder tempo.

Rio riu suavemente, abaixando-se mais até que seus lábios tocassem os de Agatha em um beijo que começou gentil, mas rapidamente se intensificou. Havia algo de desesperado naquele toque - uma tentativa de recuperar o tempo perdido, de afirmar tudo o que ainda havia entre elas.

Conforme o beijo se aprofundava, Rio ajustou seu corpo, mantendo-se sempre afastada o suficiente da barriga de Agatha para não causar qualquer desconforto. Suas mãos subiram lentamente, acariciando o rosto e os cabelos de Agatha enquanto os lábios das duas se moviam com fervor.

─── Eu amo você. ─── Rio murmurou entre um beijo e outro, sua voz rouca e cheia de sinceridade.

Agatha respondeu puxando-a levemente pelo colarinho, trazendo Rio para mais perto, mas não o suficiente para pressionar sua barriga. O controle de Rio, no entanto, era evidente. Por mais que o momento estivesse aquecendo rapidamente, ela mantinha o ritmo cuidadoso, recusando-se a cruzar qualquer linha que pudesse causar desconforto ou preocupação.

─── Você tá sendo cuidadosa demais, Vidal. ─── Agatha brincou, ainda ofegante.

─── E vou continuar sendo. ─── Rio respondeu com um sorriso, inclinando-se para beijar o canto da boca de Agatha. ─── Essa couve-florzinha aqui é prioridade agora.

Agatha revirou os olhos, mas o sorriso que surgiu em seu rosto era cheio de ternura. Ela sabia que aquele cuidado não era apenas pelo bebê, mas também por ela - e isso fazia seu coração se aquecer de uma forma que nenhuma outra atitude poderia.

Rio estava completamente imersa no momento, os beijos fervorosos e os toques suaves transformando o quarto em um espaço onde o tempo parecia não existir. Cada carícia, cada movimento, carregava uma mistura de desejo e ternura que era quase insuportável de tão intensa. Mas ela mantinha o controle, cada gesto cuidadosamente medido para não ultrapassar os limites que ela mesma havia estabelecido.

Agatha, por outro lado, sentia-se cada vez mais consumida pela frustração. A cada beijo, a cada toque, seu corpo clamava por mais, mas Rio insistia em manter um ritmo quase casto, o que só aumentava o desejo dentro dela.

─── Rio... ─── Agatha sussurrou entre um beijo e outro, tentando puxá-la mais para perto.

─── Shh... calma, amor. ─── Rio murmurou contra os lábios dela, as mãos ainda deslizando pelos braços e pelo rosto de Agatha, mas parando antes que os toques se tornassem mais ousados. ─── Quero fazer isso direito.

Agatha soltou um suspiro exasperado, suas mãos segurando firmemente o colarinho de Rio. Ela puxou-a para mais perto, intensificando o beijo, mas percebeu que Rio ainda relutava em ceder completamente. A tensão que vinha se acumulando dentro dela finalmente chegou ao limite.

─── Certo, chega disso. ─── Agatha disse de repente, sua voz firme e carregada de determinação.

Antes que Rio pudesse reagir, Agatha começou a puxar a camisa dela com um movimento decidido, claramente cansada da cautela excessiva.

─── Agatha! ─── Rio exclamou, sua voz uma mistura de surpresa e diversão enquanto segurava os pulsos da esposa. ─── O que você tá fazendo?

─── Tirando essa camisa ridícula, é o que eu tô fazendo. ─── Agatha respondeu, o olhar brilhando com uma mistura de desejo e frustração. ─── Se você não vai cruzar a linha, eu vou. Essa noite, você vai me foder, ouviu? Cansei, estou louca de vontade, meu sangue parece lava sob minhas veias e você nãoí vai me deixar na vontade!

Rio, ainda rindo suavemente, segurou os pulsos de Agatha e se afastou um pouco, tentando conter a urgência que sentia, mas que sabia que precisava controlar. Ela olhou para a esposa, que agora parecia confusa e frustrada.

─── Amor, calma. ─── Rio disse, com a voz suave. ─── Não é que eu não queira... É que... só acho que a gente deveria esperar um pouco mais.

Agatha franziu a testa, o rosto ficando vermelho não apenas pelo desejo que antes a consumia, mas agora também pelo constrangimento. Ela se afastou de Rio, cruzando os braços sobre a barriga como se quisesse se esconder.

─── Esperar mais? ─── Agatha repetiu, a voz vacilando entre a frustração e a mágoa. ─── Rio, faz seis meses que você não me toca. Seis meses! O que tá acontecendo? É porque eu... ─── Ela interrompeu a própria frase, sua voz falhando enquanto os olhos se enchiam de lágrimas. ─── É porque eu tô diferente? Porque eu tô... gorda? Feia? Menos eu?

─── O quê? Não, Aggie! Claro que não! ─── Rio exclamou, aproximando-se, mas Agatha recuou, envolvendo os braços ao redor de si mesma como um escudo.

─── Não mente pra mim, Rio. ─── Agatha sussurrou, sua voz tremendo com a emoção crua que a tomava. As lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto, apesar de seus esforços para contê-las. ─── Você mal me olha, e agora, quando eu tô... implorando, você me rejeita. É porque você não me quer mais, não é? Não é mais atraída por mim.

Rio sentiu o coração apertar diante daquelas palavras, o desespero de Agatha refletido em cada linha de seu rosto. Ela balançou a cabeça rapidamente, sentindo a urgência de corrigir aquela percepção errada.

─── Não, Aggie. Não é isso, nunca foi isso. ─── Ela começou, sua voz firme, mas cheia de emoção. ─── Eu te toco o tempo todo, você sabe disso. Eu te abraço quando você toma seu chá de gengibre. Eu massageio seus pés, suas costas, todos os dias. Eu seguro sua mão quando você tá nervosa. Você é o meu mundo.

Rio sentiu a própria garganta apertar, mas se recusou a deixar as lágrimas escaparem. Ela sabia que não podia transformar aquele momento em algo sobre si mesma. Não quando Agatha era quem estava enfrentando tantas mudanças, quem ia para a cama todas as noites com dores, quem acordava exausta depois de passar horas sem conseguir dormir por causa dos chutes na barriga. Não quando Agatha estava carregando o futuro delas, o filho delas.

Rio aproximou-se, passando a ponta do polegar pelos lábios de Agatha, o toque suave como uma promessa, enquanto seus próprios lábios pairavam perigosamente perto, permitindo que Agatha sentisse sua respiração quente.

─── Deixe-me compensar você. ─── Rio sussurrou, sua voz carregada de emoção e desejo. ─── Por favor, Agatha. Deixa eu mostrar o quanto você significa pra mim.

Haviam sido meses difíceis para ambas, mas especialmente para Agatha, que além de toda dor e mágoa, carregava esse bebê. A distância que se instalara entre elas, as mudanças sutis e dolorosas nos últimos tempos, tudo isso havia deixado um vazio que ela não sabia como preencher. Elas nunca foram assim. Desde que confessaram o que sentiam uma pela outra, a intensidade do amor delas era avassaladora. Nem mesmo o casamento diminuiu isso. Pelo contrário, parecia solidificá-lo ainda mais.

Agora, vendo Agatha hesitar, Rio sentiu o peso de sua própria insegurança e desejo. Quando Agatha finalmente assentiu, permitindo que ela se aproximasse, o alívio foi quase esmagador. Rio a puxou para um beijo, lento no início, mas que rapidamente se tornou mais intenso, carregado de um desespero contido e de um carinho que parecia atravessar o tempo.

As mãos de Rio subiram devagar, contornando o corpo de Agatha com cuidado, até que alcançaram a barra do vestido que ela vestia. Agatha quase interrompeu o gesto, mas algo na ternura do toque de Rio a fez ceder. Ela também sentia falta disso - de como Rio a tocava como se ela fosse um tesouro, de como parecia absorver cada momento como se fosse único.

Agatha observou enquanto Rio se ajoelhava lentamente diante dela, com uma reverência que a deixou sem palavras. Rio ergueu a roupa de Agatha, expondo a suave curva de sua barriga, e seus olhos, tão cheios de devoção, encontraram os dela. Havia um brilho azul profundo, quase doloroso de tão sincero, enquanto as pontas dos dedos de Rio traçavam um caminho delicado pelos quadris de Agatha até a pele exposta.

Rio inclinou-se e depositou um único beijo logo abaixo do umbigo de Agatha, os lábios tão gentis que quase pareceram um sussurro. Ela fechou os olhos por um instante, soltando um som ofegante que parecia se prender em sua garganta.

─── Você é tão linda, Agatha... tanto que às vezes dói olhar pra você. ─── As palavras saíram com uma sinceridade tão desarmante que Agatha quase perdeu o fôlego.

As palavras queimaram suavemente, deixando um rastro de segurança e desejo. Ela sentiu-se tomada pela emoção, cada nervo de seu corpo pulsando com uma necessidade urgente de proximidade.

─── Mostre-me. ─── Agatha finalmente disse, a voz rouca e carregada de emoção. ─── Eu preciso que você me mostre.

Um barulho semelhante a um gemido escapou dos lábios de Rio, e, com o som vibrando contra seus lábios, Agatha não conseguiu evitar enfiar os dedos nos cabelos da outra mulher e puxá-los para fazê-la se levantar.

Rio gemeu com o ardor em seu couro cabeludo, mas não se levantou. Manteve-se de joelhos enquanto acariciava os quadris mais cheios de Agatha, inclinando-se levemente rumo a sua esposa. Harkness, já sem fôlego, praticamente desmaiou ao sentir o corpo de Rio colando-se ao seu novamente após tanto tempo.

No entanto, contra todos os estímulos nervosos que corriam por seu corpo e da inegável luxúria que dominava Agatha, Rio desacelerou e ajudou sua esposa a se sentar, ajoelhando-se entre suas pernas antes de cuidadosamente acabar de retirar o vestido de Agatha, o qual estava erguido o suficiente somente para mostrar a barriga a alguns segundos.

─── Puta que pariu, Aggie...

Rio engasgou enquanto suas mãos deslizavam pelos seios de sua esposa para segurar os mesmos em suas palmas. Vidal não conseguia desviar o olhar.

Seus seios, que antes já eram belos, agora estavam mais cheios, arredondados e carregados de uma feminilidade quase divina. Era impossível ignorar como eles pareciam mais sensíveis, a pele delicada ligeiramente esticada, revelando pequenas linhas quase imperceptíveis - marcas de um corpo que estava criando vida, algo que Rio via com absoluta admiração. Tudo isso fazia Agatha parecer ainda mais linda, mais poderosa, mais... dela.

─── Eu sei que você tem sido crítica com essas mudanças... mas, Aggie, você tá tão linda. ─── Rio disse baixinho, sua voz cheia de ternura. ─── Cada pedacinho de você conta uma história. E eu amo todas elas. Porra, eu amo isso. Amo você.

Isso a fez latejar.

Rio, percebendo a necessidade de sua mulher na ausência de suas palavras, respondeu àquela necessidade latente abaixando o rosto contra seus seios perfeitos. Primeiro mordeu gentilmente os mamilos rosados, ciente de que estavam sensíveis - apenas para deixá-los úmidos e duros contra o ar frio do quarto deles. Depois disso, lambeu a extensão de ambos os globos de carne, chupando-os com cuidado para não correr riscos e acabar constrangendo Agatha.

Só o suficiente para a venerar, para a dar o que ela precisa.

Agatha, por sua vez, já estava arfando, os hormônios somados ao toque de Rio sendo o suficiente para a fazer gemer, ofegar e implorar. Agatha nunca havia implorado e Rio amou o som disso. Harkness balançou os quadris como pode, desejando que Rio tirasse a última peça de roupa que a cobria.

O fogo que queimava nos olhos de Agatha parecia prestes a consumi-la, a vermelhidão provocada pelo desejo pintando a pele leitosa de seu colo e pescoço de vermelho vivo. Rio colocou sua boca ali, gemendo ao sentir a pulsação de sua esposa contra sua língua, deixando-a com pequenas mordidas e chupões para se lembrar amanhã.

Os beijos foram descendo e, em contraponto, o som dos gemidos de Agatha foram se elevando. Rio, por sua vez, não parecia pronta para ceder ainda. Não, ela queria tomar seu tempo. Provar o que havia negado a se mesmo nos últimos meses, sentir em sua língua e em seu coração.

Um rastro de beijos, mordidas e chupões foram deixados ao longo das coxas internas de Agatha. Rio gemia em resposta ao aperto filme de Harkness em seus cabelos. Seus olhos foram atraídos para a umidade crescente que se acumulava entre as pernas de sua esposa.

Agatha não conseguia a ver com facilidade, a barriga avantajada não permitindo isso, mas Harkness sabia o olhar que Rio tinha quando puxou sua roupa íntima por suas pernas. Faminta, era o que ela estava.

Ela era uma visão assim. De joelhos, na cama dela, entre as pernas de Agatha. Uma visão que fez Harkness estremecer e puxar os cabelos de Rio mais uma vez, arrancando-a um gemido. Com isso, Vidal afundou exatamente no que ela mais desejou ao longo dos seis meses de separação. Agatha nunca concordou tanto com um desejo.

Quando a língua de Vidal entrou em contato com seu núcleo quente pela primeira vez, um golpe lento e firme, Agatha ofegou alto, arqueando suas costas. Ela se sentia como veludo contra o clitóris negligenciado de Harkness. Rio gemeu e isso, a vibração que causou contra ela, quase a fez gozar.

─── Porra, meu amor... você tem um gosto tão bom. ─── Rio afirmou, lambendo-a as dobras mais uma vez, sua respiração quente passando pelo clitóris de Agatha enquanto seus braços colocavam as coxas da outra em seus ombros, a mantendo aberta.─── Puxe meu cabelo, baby. Não é problema. Me excita.

Dito isso, Rio pousou seus lábios ao redor do clitóris de sua esposa mais uma vez, um beijo sugador fazendo que os quadris de Agatha estremecerem. Um puxão firme foi dado e, qualquer outra pessoa, teria soltado um resmungo dolorido, menos Rio.

E, bom... Rio era, bem. Rio. E a sensação de ter um pouco de dor em seu prazer era, sem dúvidas, sólida e agradável para ela. A mistura entre amor e loucura, em contraste perfeito com o calor suave em que ela estava enterrada.

Vidal não se deu o trabalho de tentar deixar isso bonito. Pela deusa, seis meses era tempo demais. Ela não queria que fosse limpo, ela queria se afogar em sua esposa e assim o fez. Agatha podia sentir sua própria umidade espalhando-se pelo rosto de Rio enquanto se moviam. Harkness simplesmente achou a sensação puramente celestial.

A mulher que ela amava estava de volta para ela, sua mandíbula trabalhava e sua língua buscava por todos os pontos bons que havia conhecido ao longo de uma década ao lado daquela mulher, agradando todos os lugares sensíveis que imploraram por ela. E, muito provavelmente, esse era o apelo. A visão de Rio tão selvagem e necessitada por ela.

─── Rio, baby... ─── Agatha arfou, quase deixando seu corpo cair na cama constantemente. ─── Por favor, seus dedos.

Rio não precisou ouvir duas vezes, usando o aperto nas coxas roliças de sua esposa para a posicionar melhor, deslizando uma de suas mãos e mergulhando o cumprimento total de um dedo no calor úmido e apertado que clamava por ele. Um segundo dígito foi adicionado logo depois.

Agatha sentia que poderia morrer bem ali e, que a deusa a protegesse, morrer com os lábios de Rio contra ela não seria tão terrível.

Os sons eram quase tão bons quanto a visão. Agatha sempre admirou isso em sua esposa, como ela sempre estava tão preocupada em a dar prazer que provavelmente nem mesmo um tiroteio poderia pará-la. Nada a atrapalharia, nem mesmo os sons incrivelmente altos provocados por seus dedos bombeando dentro dela. Tão implacáveis que Agatha já sentia seu ápice se aproximando.

─── Rio... porra, NÃO PARE. ─── Agatha gritou, sentindo suas coxas alertando e seus quadris balançando contra sua esposa. ─── Não ouse...

É claro que Rio não parou, no entanto. Seu gemido em resposta fez Agatha gritar, contorcendo-se sobre a borda do abismo, caindo direto para um orgasmo tão forte que Rio mal teve tempo de tirar seus dedos de dentro de sua esposa para impedi-la de desabar contra o colchão com toda a força.

Agatha parecia simplesmente destruída. Seu corpo nu brilhava em suor - o qual rolava suavemente por seu peito e testa, seu peito subia e descia com uma velocidade inumana. Rio não deveria parecer muito melhor.

Não era comum ver Vidal ofegante ou trêmula, mas lá estava ela, sem fôlego contra o peito nu de sua esposa, enquanto seus dedos continuavam trabalhando ansiosamente, apesar da sensibilidade crescente de Agatha. Ambas sabiam que era assim que ela gostava.

Agatha, é claro, não se importou. Pela deusa, ela até pediu por isso. Pelo menos até sentir o calor de Rio contra sua coxa.

─── Pare... ─── Agatha sussurrou, mordendo o ombro de Rio quando percebeu que Vidal não tinha a menor intensão de a soltar. ─── Espere, Rio. É sério.

Com isso, Vida pareceu despertar e se amaldiçoou verbalmente, tirando seu peso de cima de Agatha imediatamente, os olhos arregalados.

─── Porra. Caralho. Sinto muito. ─── Rio disse, ainda sem fôlego, seu cabelo caindo suavemente sobre seus olhos. ─── Eu machuquei você? Pressionei sua barriga, é isso? Vamos, vou te levar ao médico agora. Não se preocupe.

─── Não, amor... não, estou bem. ─── Agatha disse, ainda preguiçosa e lenta devido ao orgasmo, esticando-se como um gatinho enquanto mordia seu lábio inferior, puxando o cinto de Rio. ─── Venha aqui. Volte para a cama. Volte para mim.

Rio, fraca como era, aceitou a ordem e rolou para o lado de sua esposa imediatamente, colando suas testas e beijando-a com fome, entrelaçando seus dedos.

─── Eu quero que você me foda, Rio... ─── Agatha sussurrou, mordendo os lábios de Rio e lambendo-os. ─── Por favor, hum? Você pode fazer isso, querida? Pode me encher? Eu sei que você consegue. Tão bem. A melhor.

Agatha jogou baixo, sabendo vem que seria necessário mexer um pouco com Rio para fazê-la concordar em usar um brinquedo. Como planejado, um xingamento escapou de Rio. Harkness sabia exatamente quais cordas puxar.

Agatha, com um olhar malicioso, decidiu jogar suas cartas com maestria, sabendo exatamente como provocar a reação desejada em Rio. Ela escolheu suas palavras com precisão, atingindo um ponto sensível que sabia ser infalível. Um insulto, meio ofegante, escapou dos lábios de Rio, sinalizando que Agatha havia acertado em cheio.

Era uma estratégia ousada, mas Agatha sempre foi excelente em manipular o tabuleiro ao seu favor. O efeito foi imediato, e o sorriso satisfeito que surgiu em seu rosto mostrava que tudo tinha corrido conforme o planejado.

E o resultado? Bem, era apenas um bônus esperado, mas absolutamente delicioso.

Rio ajoelhou-se sobre o colchão, beijando os lábios de sua esposa mais uma vez, sussurrando palavras doces em espanhol. Simplesmente delicioso.

─── Yo cuidaré de ti, ¿vale? (Vou cuidar de você, okay?)

Agatha assentiu levemente, totalmente familiarizada com o idioma após dez anos. Rio não falava em espanhol com frequência, mas na cama? Era jogo certo. E ela amava.

Rio deixou a cama segundos depois, já retirando sua roupa enquanto caminhava para o closet, achando a caixinha mais especial que tinham com facilidade. Não demorou muito para retornar com o lubrificante e um brinquedo que Agatha reconheceu imediatamente.

Era um dos favoritos dela, um vibrador duplo em um formato meio estranho, metade roxo e metade verde. Normalmente, Harkness pegaria o lado mais avantajado, mas ela percebeu que não era esse o jogo essa noite no momento em que assistiu Rio morder o lábio inferior, sentando-se sobre ele.

─── Vira-se, meu amor...

Rio pediu, de alguma forma ainda encontrando alguma suavidade dentro de si, espalhando um pouco mais de lubrificante na ponta verde do brinquedo. Queria ter certeza que Agatha não sentiria dor.

Agatha suspirou aliviada, virando-se de lado, sentindo os seios de Rio se pressionarem contra suas costas em seguida. Tinha que admitir que ficar de barriga para cima não era nada confortável na sua situação

─── Você tem pesquisado?

─── Sim. Claro que sim. Isso parece melhor, não?

Agatha concordou, soltando um suspiro trêmulo no momento em que sentiu os dedos de Rio massageando suas costas doloridas. Seus olhos se fecharam e Rio sorri, beijando o ombro de Agatha.

─── Incrível, é maravilhoso. Você é perfeita.

Agatha admitiu e então virou a cabeça para deixar seus lábios roçarem o rosto de Rio e então ficarem ali.

Se aquele fosse um cenário normal, Agatha já estaria falando atrocidades para Rio, ordenando-a que a fodesse e a fizesse gozar. Mas não agora, não após tanta saudade. Agora, lá estava ela, pacientemente esperando enquanto Rio descia suas mãos para seu ventre, finalmente acariciando sua barriga onde a filha delas crescia.

Demorou algum tempo, mas Agatha finalmente decidiu que era suficiente, movendo seus quadris contra o silicone duro contra a parte inferior de duas costas, fazendo sua esposa gemer com o movimento.

─── Quer isso, Cariño? ¿Quieres que te folle, hmm? (Quer que eu te foda, humm?)

Uma pergunta seguida por um beijo quente e de boca aberta e a sensação entorpecente da mão de Rio percorrendo lentamente a curva de sua bunda até que ela mergulhasse entre suas coxas para ver se ainda estava molhada.

Ela estava. Vergonhosamente encharcada. Mas quem estava contando, não é?

─── Sim...

─── Empurre de volta para mim, amor... me deixe sentir você.

Rio rosnou contra a nuca de Agatha, a qual não tardou a obedecer. Harkness encontrou certa dificuldade devido a posição nova, mas finalmente apresentou o ângulo certo para que Rio guiasse a pinta do brinquedo para dentro dela, arrancando um gemido agudo e longo de ambas.

─── É isso, Corazón. ─── Rio disse, gemendo contra a concha da orelha de Agatha. ─── Pegue para mim.

Um sutil balanço dos quadris de Rio seguiu o calor derretido daquelas palavras.

─── Boa menina. Você é tão boa.

Outra estocada. Mais longa. Mais profunda. A mão de Agatha estava lutando por algo para segurar, e a de Rio encontrou bem a tempo de Harkness prendê-la em um aperto de torno.

─── Demais?

Rio perguntou depois que uma estocada particularmente forte pareceu arrancar um gemido dos lábios de Lena.

─── Mais...

Agatha disse, a habitual eloquência completamente fora de questão agora, lágrimas de prazer rolando por seus olhos, enquanto seus lábios se separavam contra o braço de Rio, o qual apoiava sua cabeça, para que seus dentes pudessem morder a carne.

O som que Rio soltou contra seu pescoço - o som baixo e gutural que foi seguido rapidamente por outro estalo de quadris fortes e firmes - foi tudo .

Rio não desistiu e, por isso, Agatha foi grata.

Elas trabalharam até a beirada daquele precipício tão conhecido. Foi mais gentil, mais apaixonado do que costumava ser, apesar da intensidade dos meses que quase as esmagaram. Foi lento e gracioso. Foi algo delas.

Agatha estava exausta no fim de tudo, Rio trêmula contra suas costas, gemendo contra sua nuca. Tudo tinha sido tão bom. Tão chocantemente perfeito.

Mas, para Rio, a melhor parte da noite foi o depois.

Depois, quando Rio a banhou após tantos meses, quando a vestiu, quando a encheu de beijos, quando massageou seus pés e fez piadas sobre algo estúpido. Depois, quando Rio não foi para o quarto de hóspedes, mas sim se deitou contra a metade inferior de sua amada esposa e beijou seu ventre.

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• 🩷 . . OO1 ❜ F I N A L M E N T E!!!!! essas duas finalmente pararam de enrolar e se resolveram, estou emocionada 🥹

• 🩵 . . OO2 ❜ No próximo capítulo: Rio Vidal aceita sua parte na guarda compartilhada de Billy.

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