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∯﹒🧸 ⁺ ﹒ ◍ ﹒ 𝐌𝐘 𝐋𝐎𝐕𝐄, 𝐌𝐘 𝐋𝐈𝐅𝐄 ﹒ ﹒ ♪
──⠀۪ 🩵 ♡ ۫ ´ “marvel at flowers you'll have made” 🍼┄﹒ ▢
❛ postado em 02/02/2025
12.172 palavras | não revisado.

My heart is thrilled by the still of your hand
(Meu coração se agita com sua mão imóvel)
It's how I know now that you understand
(É como agora eu sei que você entende)
There's no plan, there's no race to be run
(Não há plano, não há corrida para ser corrida)
The harder the rain, honey, the sweeter the Sun
(Quanto mais forte a chuva, querida, mais doce será o Sol)
There's no plan, there's no kingdom to come
(Não há plano, não há fim do mundo por vir)

no planhozier

. ݁ ٬٬ 𝐌𝐄𝐓𝐀 ִ ֗ ៵ʾ ▎51 votos
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SE TINHA UM COISA QUE BILLY KAPLAN NÃO FAZIA era desistir. E de fato, aquela tranquilidade astuta com a resposta de Agatha não era em vão. Ele tinha total certeza que iria reverter a situação como um passe de mágica.

Levantou estranhamente cedo no dia seguinte, escreveu uma mensagem falsa e a enviou para as mães, Jennifer, Alice, Lilia,  Sharon, Kate, Yelena e até mesmo Tommy.

─── Estou em apuros, por favor, me ajude! 

Em menos de 30 minutos, todas chegaram alarmadas na cafeteira em que Billy havia dito que estava.

─── O que foi que você fez dessa vez, Billy? ─── Wanda parecia preocupada. A respiração rápida e o olhar tenso.

─── Eu trouxe a camisinha! ─── Natasha a acompanhou. ─── Quem é a sua presa, filhote?

Billy as encarou com um brilho confiante nos olhos. Estava sentado tranquilamente enquanto bebia o seu Matcha.

─── Bem-vindos a operação “Chá de Bebê Surpresa da Tia Aggie!” ─── ele disse em um tom totalmente teatral.

Em um uníssono, todas, com exceção das avós do bebê, deram um suspiro longo e exaurido.

─── Não acredito que saí de casa pra isso… ─── Tommy comentou. Os ombros caídos e o olhar duro.

─── Garoto, você por acaso é surdo ou é burro? ─── Jennifer parecia irritada. ─── Qual parte do “eu não quero chá de bebê” você não entendeu?

Sharon arregalou os olhos, aparentemente estagnada.

─── Como assim a Agatha não quer um chá de bebê?

─── Bom, essa é a questão! ─── Billy levantou-se e posicionou o dedo indicador para o alto como se tivesse tido uma ideia genial. ─── Ela acha que não quer.

─── Lá vem… ─── Lilia riu.

No entanto, mesmo que a maioria parecesse cética com a situação, Kate e Yelena o incentivaram a prosseguir.

─── Qual é o seu plano, Billy? ─── Kate cruzou os braços, genuinamente curiosa.

─── Mulher, não dá asa pra cobra, cuidado! ─── Natasha interviu. A expressão brincalhona de sempre.

─── Não interessa qual é o plano dele, a Agatha deixou bem claro que não quer uma festa. ─── Jennifer pontuou. ─── Será que eu sou a única sensata por aqui?

─── Eu diria sem graça… ─── foi a vez de Yelena falar. ─── Você tem a nossa total atenção, Kaplan. Diga!

Aquela afirmação soava como música para seus ouvidos.

─── Eu também estou de acordo, querido! Não quero que esse momento passe em branco para a minha menina. ─── Sra.Davis concordou com um largo sorriso.

─── Faço as minhas palavras as da Sharon, jovem! ─── Lilia assentiu confiante. ─── Não é todo dia que se comemora algo tão importante. 

─── Gente, alô? ─── Jen estalou os dedos. ─── Vocês estão se ouvindo? É da Agatha Harkness que estamos falando. A mesma pessoa que processou uma idosa por causa de uma cadeira no cinema.

─── Relaxa, gata! ─── Billy se aproximou e passou os braços envolta dos ombros da mulher. ─── Você está muito nervosa ultimamente. Não transa há quanto tempo?

Wanda e Natasha soltaram uma risada escandalosa.

─── Você é mesmo um Romanoff, garoto! ─── uma das mães o elogiou, ainda entre gargalhadas.

Jennifer cuspiu entre os dentes. Cruzou os braços e perguntou em um tom ameaçador:

─── A minha vida sexual não lhe diz respeito, Billy. Mas posso garantir que é muito mais ativa do que a sua!

Todos levaram as mãos à boca, soltando um sonoro: “Uuuh”. Era como se estivessem colocando lenha na fogueira, empolgados com a troca de farpas.

─── Ei, galera! Vamos acalmar os ânimos. O foco da conversa aqui é outro. ─── Alice tentou separá-los.

O ambiente parecia carregado, como se o ar tivesse ficado mais denso. A tensão era palpável pelos presentes.

─── Tudo bem então. ─── Kale fincou as sobrancelhas. ─── Vamos conversar como adultos. Me dê um motivo para ajudarmos você com a festa surpresa mesmo sabendo que a Agatha vai detestar, odiar, fuzilar a nossa alma, nos amaldiçoar, colocar veneno na nossa comida ou nos matar

Billy respirou profundamente. Aprumou a roupa no corpo e deu único ao seu “discurso”.

─── Desde que eu conheci a Tia Aggie, ela sempre me tratou como um filho. Em todos os sentidos. Me deu broncas, abrigo, comida, conforto, me ensinou a dirigir, a andar sozinho na rua, a nadar, a andar de bicicleta, a…

Wanda o interrompeu.

─── Pode parar, meu bem. Já entendemos que nós somos péssimas mães.

─── Pelo menos ele ainda mora com a gente. ─── Nat, acariciando as costas da esposa, a consolou.

O garoto pigarreou pedindo permissão para continuar.

─── Bom, como eu estava dizendo… Eu vivi muitos momentos ao lado da Agatha e um deles foi o começo de uma árdua jornada em busca de um bebê que ela pudesse chamar de seu. Foram longos 10 anos, longos 10 anos em que eu a vi ser furada inúmeras vezes, a vi voltando das consultas com um sorriso esperançoso no rosto, a vi desabar em lágrimas depois de descobrir que a FIV não deu certo. E agora, quando finalmente ela realiza um de seus maiores sonhos, eu sinto que ela merece ter todas as experiências de uma gravidez. Desde os enjoos, até as dores nas costas, a insônia, os desejos… Tudo!

O clima mudou completamente. A tensão dando espaço a uma aura de comoção.

─── E um chá de bebé é uma dessas experiências… Uma experiência que pode ser única!

Jennifer, com lágrimas nos olhos, respondeu:

─── Ótimo, você me convenceu. Vamos ao plano.

─── Uau, foi mais rápido do que eu pensava. ─── Billy sorriu vitorioso e começou a explicar todas as suas ideias.

O grupo se reuniu na mesa com olhares atentos. Cada instrução sendo anotada mentalmente. A voz de Billy sendo a única incisiva, dando ordens e detalhando o plano minuciosamente. Aquele seria um dia inesquecível.

Quando finalizaram, as mulheres se dissiparam para suas respectivas tarefas enquanto Kaplan ainda conversava com Kate a sós.

─── Preciso da sua ajuda!

─── Por que eu sinto que vou me arrepender disso?

Billy inclinou-se sobre a mesa da cafeteria, as mãos cruzadas diante de si enquanto explicava cada detalhe do que ele considerava ser o plano perfeito. O ambiente estava tranquilo, com apenas o som abafado de xícaras sendo lavadas e o ocasional tilintar de talheres. A luz suave das lâmpadas penduradas iluminava seu rosto, onde um sorriso satisfeito começava a se formar.

Ele explicava como iriam ao hospital naquela tarde, sem aviso ou grandes preparativos, e simplesmente abordariam a médica no corredor. O segredo era agir com naturalidade, como se a visita fosse uma decisão casual. Segundo ele, ninguém recusaria informações a uma família ansiosa. A parte mais importante, dizia ele com entusiasmo, era não demonstrar nervosismo – o tom certo, as perguntas certas e, em poucos minutos, eles teriam a resposta que tanto queriam.

Kate o ouvia em silêncio, a xícara de café entre as mãos, observando cada palavra sair de sua boca com uma expressão indecifrável. Ele prosseguia, confiante, enfatizando como a médica provavelmente seria receptiva, talvez até sorrisse ao compartilhar a novidade. Para Billy, era um plano simples, direto e infalível. Já para Kate, algo no entusiasmo dele parecia... precipitado.

Com o plano em mãos, seguiram direto para o fatídico destino: o hospital. Entraram na recepção atentos e Kaplan se dirigiu confiante até uma das secretarias.

─── Com licença, eu gostaria de falar com a Dra. Robbins.

A mulher o encarou puxando os óculos para a ponta do nariz.

─── Estão com consulta marcada?

O garoto engasgou. Precisava pensar em uma mentira.

─── É que… nós somos da família dela…

─── É… família. ─── Kate assentiu.

─── E temos uma notícia urgente para ela!

Com um ar de ceticismo velado, a secretaria continuou:

─── Que tipo de notícia urgente?

─── Do tipo… muito urgente!

─── É… muito urgente. ─── Bishop apenas repetia.

─── De vida ou morte!

O dia estava pacífico demais para que uma dupla de adolescentes estranhos a irritasse. Sendo assim, Marta, a mulher da recepção, cedeu:

─── Está bem, podem ir. Consultório 6, terceiro andar.

Eles acenaram sorrindo e correram para o encontro da médica.

O elevador parou e em poucos segundos ambos estavam prestes a baterem na porta.

─── Entre! ─── uma voz os solicitou de dentro.

Billy e Kate então se revelaram.

─── Vocês? O que estão fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa com a Agatha?

Arizona perguntou preocupada. Uma expressão alarmada.

─── Felizmente não, Dra. Robbins. ─── Kaplan logo se sentou em frente à mesa da médica. ─── Mas não se preocupe, viemos em missão de paz!

A mulher cruzou os braços e se recostou na cadeira.

─── Hm…

─── Deixa que eu falo dessa vez. ─── Kate também se sentou e prosseguiu. ─── Bom, Dra.Robbins, viemos porque precisamos de uma informação muito importante. Eu sei que a minha irmã disse que não queria saber o sexo do bebê, mas nós estamos planejando uma “festinha” e queríamos surpreendê-la com uma revelação.

─── “Festinha” não, Bishop! Estamos preparando o evento do ano! O chá de bebê Harkness-Vidal será a comemoração mais luxuosa de Westview. Teremos Cher cantando “Do You Believe Life After Pregnancy” e  Taylor A. Swift com o clássico: “It’s me, Hi, I’m the Baby, It’s me!”

A médica riu.

─── Quer dizer então que vocês dois vieram aqui pra descobrir o sexo do bebê? Interessante…

A dupla se entreolhou.

─── Você vai nos dizer? ─── Billy pediu animado.

─── Não! ─── ela respondeu fria. ─── A Agatha deixou bem claro que não queria descobrir até a data do nascimento.

─── Ela não sabe que quer! ─── o jovem insistiu.

─── Billy, eu não posso dizer. Isso é confidencial.

─── Que tal mímica então? ─── Kate sugeriu rápida. Enfim começou a fazer alguns gestos com as mãos.  ─── O que o bebê tem entre as pernas é assim? Ou assim?

A mulher permaneceu imóvel.

─── Kate, não seja indiscreta. ─── Billy advertiu voltando sua atenção para a médica. ─── Ele vai menstruar ou se masturbar com a foto da professora?

Nenhum movimento. Arizona estava estática.

─── Já sei! Se o bebê for menino você pisca o olho direito.

Completamente paralisada.

─── Não faz nada se for menina…?

─── Já chega! ─── Robbins se estressou. Pôs se pé com raiva e os expulsou. ─── Saiam da minha sala antes que eu chame os seguranças.

Os dois deram-se por vencidos. Apressaram-se para fora do consultório e só ouviram o som estridente da porta se chocando contra o batente.

─── Vamos, Billy. É melhor irmos embora.

O garoto se virou furioso.

─── De forma alguma! Você sabe qual o meu nome completo, Bishop?

─── Billy Maximmof-Romanoff Kaplan?

─── Exato! E desistir não está entre ele! Cai no chão!

Kate cerrou as sobrancelhas, confusa.

─── O quê?

─── Cai no chão, agora!

─── Você tá ficando maluco?

─── Bishop, chão agora! ─── por fim ele gritou.

A mulher não discutiu. Se jogou no chão de imediato.

─── Ai meu Deus! Ela está passando mal! Alguém me ajuda! ─── Billy começou a gritar de forma escandalosa.

Aos poucos, alguns profissionais apareceram para socorrê-la, em especial, o alvo da vez: Dra. Robbins.

─── Para a emergência, agora! ─── a médica ordenou.

E assim, a sala ficou livre. Billy entrou rapidamente e correu para procurar pelos prontuários. Sabia que provavelmente acharia o de Agatha por ali. Passou pelos documentos de forma exasperada e parou justamente quando seus olhos atingiram o nome em questão.

─── Perfeito!

Logo a informação mais importante apareceu: o sexo.

─── Eu sabia! ─── disse extremamente feliz.

De repente, um barulho lhe assuntou e o garoto saiu sem ser percebido.

Apenas se lembrou de Kate quando o uber chegou para buscá-lo.

─── Você me paga! ─── a mensagem brilhou na tela de seu celular.

(…)

A CASA VIDAL-HARKNESS ESTAVA EM COMPLETA ATIVIDADE. Balões lilases, verdes e dourados estavam sendo pendurados em todas as direções, enquanto fitas delicadas caíam do teto como cascatas. Kate e Yelena estavam discutindo sobre o posicionamento de um banner com a frase "Bem-vindo, bebê Harkness-Vidal!", enquanto Natasha e Wanda organizavam a mesa principal, cheia de doces e lembrancinhas cuidadosamente escolhidas.

Billy e Tommy estavam no quintal, testando a força de um arco improvisado de balões, enquanto Jennifer e Alice discutiam sobre a playlist do evento, insistindo que deveria incluir uma boa dose de músicas temáticas de Wicked.

No centro de toda a confusão, Rio estava parada na cozinha, observando tudo com um misto de ansiedade e apreensão. Ela cruzou os braços, olhando para Lilia, que estava calmamente terminando de montar um bolo decorado com flores de açúcar.

─── Não sei se isso é uma boa ideia, mãe. ─── Rio disse, suspirando. ─── Você conhece a Agatha. Ela odeia surpresas. E a gente... ─── Ela hesitou. ─── A gente não tá exatamente no melhor momento do nosso casamento.

Lilia olhou para a filha com um sorriso tranquilizador.

─── Rio, meu amor, relaxa. ─── Ela disse, ajustando uma flor no topo do bolo. ─── O chá de bebê não é só sobre ela. É sobre celebrar o bebê também. E, mesmo que ela reclame um pouco, no fundo, vai adorar ver todo mundo junto por algo tão especial.

Rio passou a mão pelo rosto, ainda cética.

─── Não quero que isso cause mais estresse. Ela já tem a pressão alta, e qualquer coisa que pareça fora de controle deixa ela... ─── Rio balançou a cabeça, nervosa. ─── Talvez seja demais.

Sharon, que estava cuidando das plantas na varanda, entrou na cozinha, ouvindo o final da conversa.

─── Rio, querida, a Agatha pode ser um pouco... intensa. ─── Ela disse, colocando as mãos nos ombros da jovem. ─── Mas ela também sabe que é amada. E isso é o que importa.

Rio suspirou novamente, mas dessa vez com um pequeno sorriso.

─── Eu espero que vocês estejam certas. ─── Ela disse, olhando para o relógio. ─── Ela vai chegar em menos de meia hora. Todo mundo tem que estar pronto.

Do lado de fora, Billy entrou correndo, segurando uma cesta cheia de confetes.

─── Só pra deixar claro, se ela odiar isso, vou culpar você, Vidal. ─── Ele brincou, mas com um sorriso cúmplice.

Rio revirou os olhos, mas deu um leve sorriso.

─── Obrigada, Billy. Sua ajuda tá sendo super motivadora.

Kate estava ajustando um arranjo de flores quando parou de repente, olhando para todos ao redor.

─── Só pra deixar claro, eu quero tudo perfeito. ─── Ela anunciou, os olhos brilhando de emoção. ─── Agatha e Rio estão tentando engravidar há cinco anos. Cinco anos! Eu não sei se vou ter outros sobrinhos, então quero um chá de bebê digno de filme.

Os outros concordaram em uníssono. Wanda e Natasha sorriram, enquanto Billy levantava o punho dramaticamente.

─── Concordo plenamente. Esse bebê é um milagre. Ele merece o melhor... e um guarda-roupa com peças selecionadas por mim, claro. ─── Ele acrescentou, arrancando risadas.

Jennifer, enquanto terminava de arrumar as lembrancinhas, comentou:

─── É mais do que justo. Elas passaram por tanto. Ver isso finalmente acontecendo... é emocionante.

Alice, ao lado dela, sorriu, colocando um presente na mesa.

─── E Agatha vai ficar radiante. Mesmo que ela tente esconder com aquela cara de 'não me impressiono facilmente'.

Rio, que observava tudo, sorriu suavemente antes de suspirar.

─── É. É realmente algo incrível... ─── Ela disse, olhando para o chão por um momento. ─── Eu finalmente tô começando a parar de lutar contra isso, sabem? Mesmo que... ainda tenha dúvidas. ─── Ela admitiu, hesitante.

A sala ficou em silêncio por um momento, até Kate virar-se abruptamente para Rio, com as mãos nos quadris.

─── Como assim, "dúvidas"? ─── Ela perguntou, a voz subindo um pouco. ─── Rio, sério, você tá mesmo me dizendo que ainda duvida da ascendência desse bebê? Depois de tudo que a Agatha passou? De tudo que ela te disse?

Os olhos de Kate estavam brilhando de indignação, e ela cruzou os braços, claramente chateada.

─── Agatha acha que isso já não é mais uma questão. Ela acredita que vocês estão juntas nisso agora, mesmo que ainda estejam afastadas. E se você estragar esse momento pra ela, eu juro que vou te matar. ─── Kate completou, apontando o dedo para Rio.

Rio não se ofendeu com o ataque de Kate. Pelo contrário, ela suspirou, compreendendo a reação da cunhada.

─── Kate, eu entendo. Você tá protegendo sua irmã. E eu sei que ela acredita nisso. Mas... ─── Ela hesitou, procurando as palavras certas. ─── Não tem sido fácil pra mim. Eu tô tentando, de verdade. Só que... depois daquele sangramento, e tudo que aconteceu depois, parte de mim ainda tem essa dúvida lá no fundo.

Kate balançou a cabeça, claramente frustrada.

─── Isso não é justo com ela. ─── Ela disse, com firmeza. ─── Agatha passou pelo inferno, Rio. E, mesmo assim, ela escolheu confiar. Você devia fazer o mesmo.

Rio olhou para Kate, o cansaço e a sinceridade evidentes em seu rosto.

─── Eu sei. E eu tô tentando. ─── Ela respondeu, a voz baixa, mas firme. ─── Não tô dizendo que é fácil. Só tô sendo honesta.

Natasha, que observava a interação, aproximou-se e colocou uma mão no ombro de Kate.

─── Calma, Kate. ─── Ela disse, com um tom mais conciliador. ─── Acho que todo mundo aqui sabe que isso não é sobre falta de amor. É sobre processar tudo que aconteceu, e isso leva tempo.

Kate suspirou, ainda visivelmente chateada, mas assentiu relutantemente.

─── Só... não machuca ela, Rio. ─── Kate disse, mais calma, mas com um tom sério. ─── Porque, se você machucar, vai ter que lidar comigo.

Rio sorriu levemente, erguendo as mãos em rendição.

─── Anotado. Eu não quero machucar ninguém, Kate. Muito menos a Agatha. Eu a amo.

O clima na sala começou a relaxar novamente, embora ainda houvesse uma tensão residual. Billy, sempre pronto para aliviar a situação, levantou o milkshake que estava bebendo.

─── Tá bom, gente, vamos voltar ao plano: fazer desse chá de bebê o evento mais fabuloso da história. ─── Ele declarou, arrancando risos e mudando o foco da conversa.

Com o clima ligeiramente mais leve, todos se jogaram na organização com renovada energia. Natasha, sempre prática, assumiu o controle da cozinha. Com um avental impecável, ela comandava a montagem dos pratos como se estivesse coordenando uma missão. Wanda, ao seu lado, decorava cupcakes com perfeição quase artística, colocando flores de açúcar e pequenos detalhes lilases e verdes que combinavam com o tema do chá.

─── Esses cupcakes estão quase bonitos demais pra comer. ─── Yelena comentou, aparecendo com uma bandeja de canapés. ─── Mas não se preocupem, vou provar um pra garantir que são seguros.

Natasha deu-lhe um olhar de advertência enquanto Yelena pegava um cupcake às escondidas.

─── Você pode esperar até o chá, Yelena. ─── Natasha disse, mas sua irmã já tinha mordido um pedaço e estava sorrindo satisfeita.

─── Confirmo, estão incríveis. ─── Yelena respondeu, com a boca cheia.

Do outro lado da casa, Sharon e Lilia estavam supervisionando a decoração final do jardim, onde ficaria o espaço principal do evento. Lilia, sempre excêntrica, trouxe lanternas em formato de estrelas e luas, insistindo que o ambiente precisava ter um “toque mágico”. Sharon, mais prática, equilibrava as ideias, garantindo que tudo estivesse seguro e confortável para Agatha.

─── Vai ficar perfeito. ─── Lilia disse, colocando flores frescas em um arranjo na mesa principal. ─── Agatha vai adorar. Mesmo que reclame um pouco, vai ficar emocionada.

Sharon, ajustando as lanternas, riu suavemente.

─── Minha filha adora um espetáculo. Ela vai fingir que não, mas vai amar cada detalhe. Confie em mim.

Enquanto isso, na sala, Jennifer e Alice estavam organizando as lembrancinhas e a mesa de presentes. Jennifer insistia em que tudo fosse “insta-ready”, enquanto Alice tentava manter o controle.

─── Jen, você não pode colocar glitter nas lembrancinhas. Vai fazer bagunça, e eu não quero a Agatha me olhando como se eu tivesse estragado a casa dela. ─── Alice disse, tirando um pote de glitter das mãos de Jennifer.

─── Glitter é essencial, Alice. ─── Jennifer respondeu, segurando outro pote com um sorriso teimoso. ─── O bebê precisa de brilho na vida.

Alice suspirou, mas acabou rindo enquanto as duas continuavam discutindo.

Rio, que havia ficado um pouco mais reservada após a conversa com Kate, decidiu ocupar-se montando os últimos móveis e acessórios que haviam comprado. Billy aproximou-se com um sorriso travesso.

─── Precisa de ajuda? ─── Ele perguntou, segurando uma chave de fenda como se fosse um troféu.

─── Você? Com ferramentas? ─── Rio respondeu, arqueando uma sobrancelha. ─── Acho que prefiro arriscar sozinha.

─── Ei, eu sou mais útil do que pareço. ─── Billy retrucou, sentando-se ao lado dela e começando a ajudar, ou pelo menos tentando.

Enquanto isso, Kate apareceu no jardim, trazendo mais fitas decorativas, e trocou um olhar cúmplice com Yelena.

─── Tá tudo ficando incrível. ─── Kate comentou, ajustando uma das lanternas. ─── A Agatha vai ficar com lágrimas nos olhos. E, se não chorar, a gente faz um discurso emocionado pra garantir.

Billy estava ajustando um dos arranjos de mesa, ajeitando cuidadosamente as fitas douradas, quando seu telefone começou a vibrar no bolso. Ele olhou para a tela e viu o nome de Agatha piscando. Imediatamente, ficou nervoso. Ele se afastou do grupo, que ainda estava ocupado nos preparativos, e atendeu a ligação.

─── Oi, Tia Aggie! ─── Ele disse, tentando soar casual, mas sua voz saiu um pouco mais alta do que o normal.

Do outro lado da linha, Agatha parecia desconfiada.

─── Oi, Billy. Eu tô saindo do café agora e vou pra casa. Quer que eu te busque? ─── Ela perguntou, com o tom prático de sempre.

Billy congelou, olhando para os balões lilases que ainda estavam sendo ajustados por Yelena e Kate, e para a mesa de doces onde Wanda e Natasha discutiam sobre o melhor lugar para as lembrancinhas.

─── Ah... não, não precisa! ─── Ele respondeu rapidamente, nervoso. ─── Eu... eu já tô com uma carona garantida. Tá tudo sob controle!

Agatha fez uma pausa, claramente achando a resposta estranha.

─── Como? ─── Ela perguntou, a desconfiança evidente no tom. ─── Desde quando você tem “caronas garantidas”? E por que você tá falando como se tivesse engolido um rádio?

Billy soltou uma risada nervosa, ajustando o volume da voz para parecer mais natural.

─── Nada, nada! Só... só relaxa, Tia Aggie. Vai com calma pra casa, tá? Nada de pressa. Curte o trajeto!

Agatha ficou em silêncio por um momento, e Billy quase podia ouvir a sobrancelha dela se arqueando.

─── Billy, você tá bem? ─── Ela perguntou, com um tom mais suave, mas ainda cheio de suspeita.

Billy começou a andar em círculos, tentando manter a compostura enquanto via Rio o encarando do outro lado do jardim, claramente preocupada com a conversa.

─── Tô ótimo! Nunca estive melhor! Só... só relaxa, Tia Aggie. A gente se vê em casa. Beijo!

Do outro lado do telefone, Agatha olhou para a tela com uma expressão confusa. Algo estava definitivamente fora do normal. Ela balançou a cabeça, murmurando para si mesma enquanto guardava o celular.

─── Esse menino... aprontando alguma coisa. Eu sinto.

Billy desligou o telefone com as mãos ainda tremendo e virou-se rapidamente para o grupo.

─── Pessoal! ─── Ele exclamou, quase tropeçando nos próprios pés enquanto corria para o centro da sala. ─── Emergência! Tia Agatha tá vindo! Ela vai chegar em minutos!

O silêncio caiu por um segundo, antes que todos entrassem em um frenesi total.

─── O quê?! ─── Yelena gritou, largando a fita dourada que estava ajustando. ─── Não tem como! A festa ainda não tá pronta!

─── Como assim, minutos? ─── Wanda perguntou, o rosto em pânico. ─── Nós ainda temos balões no chão e metade dos doces nem tá na mesa!

Kate, sempre pronta para agir em situações de caos, levantou as mãos.

─── Certo, todo mundo calma! Isso ainda pode dar certo. ─── Ela disse, a voz mais alta que o burburinho de pânico. ─── Yelena, você tá comigo. Vamos levar o pessoal pro quintal. Escondemos tudo lá até ela entrar!

─── Ótimo plano, Bishop. ─── Yelena respondeu, já pegando os braços de alguns convidados mais distraídos. ─── Vamos, vamos, todo mundo pro quintal agora!

Rio largou a decoração que estava arrumando e começou a ajudar a empurrar o grupo para fora.

─── Natasha, Wanda, cuidem da mesa de doces. Billy, arruma a música. Sharon, Lilia, vocês verificam os detalhes finais do quintal. Rápido! ─── Ela ordenou, assumindo um tom autoritário enquanto tentava esconder sua própria ansiedade.

Billy, que ainda estava claramente nervoso, correu até o tablet que controlava a playlist, ajustando a música para algo mais animado.

─── Ok, ok, temos isso sob controle. ─── Ele murmurou para si mesmo. ─── Só não posso surtar. Se eu surtar, todo mundo surta.

Enquanto isso, Kate e Yelena estavam literalmente arrastando cadeiras e mesas para o quintal, ajudadas por Natasha e Wanda. Alice e Jennifer carregavam as lembrancinhas, tentando não tropeçar no caminho.

Lilia, com seu característico ar tranquilo, ajustava as lanternas e as flores no quintal.

─── Confie no universo, meus queridos. Tudo vai dar certo. ─── Ela disse, com um sorriso calmo, enquanto Sharon organizava os últimos vasos de plantas.

Rio, correndo de um lado para o outro, parou por um momento para olhar para o quintal, que começava a ganhar forma. O arco de balões estava pronto, as mesas de doces e lembrancinhas sendo ajustadas, e os convidados que chegavam eram rapidamente redirecionados para fora antes que Agatha pudesse notar.

─── Ok... isso pode funcionar. ─── Rio murmurou para si mesma, antes de voltar para dentro para checar mais uma vez se tudo estava escondido do olhar crítico de Agatha.

Kate passou correndo ao lado dela, carregando um saco cheio de confetes.

─── Não esquece, Vidal. Se ela perguntar, você foi a mente brilhante por trás de tudo isso. ─── Ela disse com um sorriso travesso.

Rio soltou um riso nervoso, mas antes que pudesse responder, Billy voltou, ainda ajustando a música.

─── Tá tudo pronto? ─── Ele perguntou, claramente preocupado.

Yelena apareceu ao lado dele, cruzando os braços com confiança.

─── Não tá perfeito, mas tá perto o suficiente. Agora só falta esconder todo mundo e rezar pra Agatha não perceber.

O som de um carro estacionando do lado de fora fez todos congelarem.

─── É ela. ─── Rio disse, com os olhos arregalados.

─── Quintal! Agora! ─── Kate gritou, liderando o grupo para fora enquanto Rio se preparava para encontrar Agatha na porta.

Agatha subiu os degraus da varanda com passos pesados, claramente exausta. Ela segurava uma pasta cheia de anotações da reunião sobre seu novo livro, com uma expressão que misturava cansaço e irritação. Assim que ela alcançou a porta, Rio já estava lá, abrindo-a antes mesmo que Agatha pudesse pegar a chave.

─── Oi, amor! ─── Rio disse com um sorriso que parecia um pouco... exagerado.

Agatha arqueou uma sobrancelha, desconfiada.

─── Que sorriso é esse, Vidal? Você aprontou alguma coisa? ─── Ela perguntou, passando por Rio para entrar.

Rio rapidamente colocou-se entre Agatha e a janela mais próxima, bloqueando qualquer possibilidade de visão do quintal.

─── Aprontar? Eu? ─── Rio disse, soltando uma risada nervosa. ─── Claro que não! Eu só... tô animada por você estar em casa! Como foi a reunião?

Agatha estreitou os olhos, mas suspirou, cansada demais para discutir.

─── Foi estressante. ─── Ela murmurou, largando a pasta na mesa de entrada. ─── Estão pedindo mudanças absurdas no enredo. Eu realmente não sei por que ainda trabalho com aquela editora.

Enquanto Agatha falava, Rio mantinha-se estrategicamente entre ela e qualquer linha de visão para o quintal, acenando de forma exagerada como se estivesse concordando com tudo.

─── Nossa, que terrível! ─── Rio exclamou, empurrando Agatha suavemente na direção do corredor. ─── Mas você sabe o que ajuda com isso? Um banho relaxante! Vamos lá pro quarto, você pode descansar um pouco. Eu deixei tudo prontinho pra você.

Agatha parou, franzindo a testa.

─── Um banho? Eu só quero um chá e um lugar pra sentar. O sofá tá logo ali. ─── Ela apontou para a sala, mas Rio rapidamente balançou a cabeça.

─── O sofá? Não, não, não. O sofá tá... meio desconfortável hoje. Não sei o que aconteceu, talvez as molas. Melhor o quarto. Mais confortável.

Antes que Agatha pudesse retrucar, Billy apareceu do corredor, claramente percebendo o desespero de Rio.

─── Tia Aggie! ─── Ele chamou, com um sorriso grande e teatral. ─── Você tá com uma cara de quem precisa de um chá, faço para a senhora. Eu juro, o melhor que você já tomou.

Agatha cruzou os braços, olhando de Billy para Rio.

─── Vocês dois tão muito... suspeitos. ─── Ela disse, desconfiada. ─── O que tá acontecendo aqui?

Billy colocou uma mão no peito, fingindo indignação.

─── A gente só quer te mimar, é isso. Depois de uma reunião estressante, você merece! Vai lá pro quarto, eu preparo o chá. ─── Ele disse, praticamente empurrando Agatha na direção que Rio já indicava.

Agatha olhou para os dois, claramente não comprando a desculpa, mas suspirou novamente, exausta demais para lutar.

─── Tá bom, mas o chá tem que ser bom mesmo. ─── Ela murmurou, finalmente cedendo.

Rio e Billy trocaram olhares rápidos de alívio, enquanto Agatha começava a caminhar para o quarto, ainda com a sensação de que algo estava sendo escondido dela.

Enquanto Agatha caminhava para o quarto, ainda desconfiada, Rio seguiu atrás dela, tentando parecer o mais casual possível. Assim que entraram, Rio abriu o armário e começou a mexer nas roupas de Agatha, puxando uma peça lilás com um sorriso exagerado.

─── Olha só, essa aqui é perfeita pra você usar depois do banho. ─── Ela disse, segurando um vestido confortável e levemente elegante, em um tom lilás delicado.

Agatha parou, cruzando os braços e olhando para Rio com desconfiança.

─── Tá bom... e desde quando você decide o que eu devo vestir? ─── Ela perguntou, com uma sobrancelha arqueada.

Rio riu nervosamente, jogando o vestido sobre a cama.

─── Desde que eu percebi que você merece se sentir mimada e relaxada. ─── Ela respondeu rapidamente. ─── E nada relaxa mais do que um banho quente e uma roupa confortável, certo?

Agatha estreitou os olhos, mas pegou o vestido sem argumentar muito.

─── Certo. E por que você tá usando verde? ─── Ela perguntou de repente, apontando para a blusa de Rio.

Rio congelou por um segundo, ajustando o tecido como se isso fosse uma resposta suficiente.

─── Verde é... minha cor da sorte. ─── Ela improvisou, com um sorriso tenso. ─── E combina com o clima, sabe? Natureza, tranquilidade...

Agatha estreitou os olhos, claramente não convencida.

─── Rio, o que tá acontecendo? ─── Ela perguntou, direta. ─── Isso é um chá de bebê? Porque, se for, eu quero saber agora.

Rio arregalou os olhos, balançando a cabeça tão rápido que parecia ensaiado.

─── Não! ─── Ela exclamou. ─── Claro que não! Um chá de bebê? Você não gosta de surpresas, Aggie. Eu jamais faria isso com você.

Agatha inclinou a cabeça, estudando a expressão de Rio com cuidado.

─── Bom, menos mal. ─── Ela disse, soltando um suspiro de alívio. ─── Eu odiaria que vocês planejem algo tão... desnecessário sem me consultar. ─── Ela completou, pegando o vestido e indo em direção ao banheiro.

Rio tentou manter um sorriso neutro, mas assim que Agatha fechou a porta, soltou um longo suspiro de alívio, murmurando para si mesma:

─── Acho que essa foi por pouco.

(...)

A TENSÃO ERA PALPÁVEL, COMO UM FIO PRESTES A SE PARTIR. Rio estava encostada contra a parede, com as mãos suando ligeiramente, tentando manter a postura. Seus olhos se moviam entre a porta do quarto e o relógio em seu pulso. O ambiente estava perfeito: balões coloridos amarrados nas cadeiras, a mesa principal estava cheia de mimos e cupcakes decorados, tudo perfeitamente orquestrado para o momento que estava prestes a acontecer. Mas em seu peito, o nó só apertava.

Ela não tinha ideia de como Agatha reagiria. Claro, sabia que Agatha odiava surpresas. A palavra em si parecia fazer com que ela endurecesse, ficava cética, desconfiada de qualquer coisa que não fosse planejada meticulosamente.

Cada segundo parecia uma eternidade. Ela ajustou o cabelo mais uma vez, um pequeno gesto de tentativa de controle em meio à ansiedade.

A porta do quarto se abriu, e Rio sentiu o coração bater mais rápido. Agatha apareceu, com o sorriso desconfiado e o olhar curioso que ela sempre trazia consigo.

─── Venha comigo, tenho uma surpresa para você. ─── Vidal anunciou tentando conter a animação.

Agatha suspirou, no fundo sentia o que estava por vir. Desceu as escadas calmamente e seguiu até o quintal sendo guiada pela esposa.

Quando chegaram ao local, seus olhos caíram sobre o que estava à sua frente, tudo se quebrou. A visão da mesa de chá, com balões coloridos, cupcakes decorados e enfeites em tons pastéis, foi como um golpe que paralisou seus sentidos. O cenário parecia uma cena tirada de um filme, mas não um filme que ela quisesse fazer parte. Cada detalhe daquele arranjo a fez sentir como se estivesse sendo forçada a entrar em um mundo do qual não fazia parte, um mundo cheio de expectativas que não eram as suas.

O desgosto foi instantâneo. Harkness teve que segurar a respiração para não deixar transparecer o quanto estava incomodada. Foi então que finalmente avistou os convidados: sua mãe, suas amigas, sua sogra, seus sobrinhos, sua irmã… Todos!

Ela engoliu em seco, os olhos se estreitaram, e uma onda de frustração tomou conta de seu peito. A expressão em seu rosto mudou de surpresa para uma severidade fria. Ela não sabia o que era pior: o fato de Rio ter feito aquilo sem consultá-la ou o modo como o cenário à sua frente fazia tudo parecer ridículo.
─── O que está acontecendo aqui? ─── Agatha perguntou, cruzando os braços, ainda com uma expressão de confusão no rosto.

Rio forçou um sorriso, mas o nervosismo era inegável. Ela pigarreou e deu um passo à frente.

─── Bem... ─── começou Rio, tentando disfarçar a tensão na voz. ─── Surpresa!

Agatha franziu o cenho.

─── Não... você não fez isso... ─── ela disse, a incredulidade na voz.

A mulher ficou paralisada, olhando para tudo ao seu redor, seu rosto pálido refletindo seu grau de desgosto. Vidal observava de longe, sentindo uma mistura de vergonha e alívio. Ela sabia que Agatha não gostava de surpresas, mas o gesto já estava feito. Não havia mais como voltar atrás.

─── Eu vou te matar, Vidal… ─── ela sussurrou em um tom que só a esposa pudesse ouvir.

A festa estava ali, esperando pela reação dela, mas, antes que Rio pudesse dizer qualquer coisa, os convidados começaram a forçar um clima descontraído e se aproximar, oferecendo felicitações e cumprimentos.

─── Não achou que fôssemos deixar esse dia passar em branca, não é? ─── Billy sorriu.

A mulher encarou sua alma, fuzilando até seus antepassados.

─── Billy Kaplan e Rio Vidal… É claro…

─── Não seja rabugenta, minha filha. Aproveite o momento. ─── Sharon a aconselhou.

─── Aproveitar o momento? ─── Agatha repetiu em tom baixo, mas incisivo. ─── Não é isso que eu quero. Não foi isso que eu pedi.

A resposta de Agatha soou tão clara e definitiva que os convidados ao redor hesitaram. Mesmo Rio, com sua tentativa de suavizar a situação, sentiu o peso das palavras. O clima estava longe de ser o alegre e descontraído que eles haviam planejado. Harkness estava ali, mas parecia distante, como se fosse uma observadora de sua própria festa.

O silêncio se estendeu por um momento, pesado e desconfortável. A escritora olhou ao redor mais uma vez, sentindo o peso da expectativa sobre ela. Sua frustração ainda estava evidente, mas algo dentro dela começou a mudar. Aquelas pessoas à sua volta, as que se importavam, estavam ali com boas intenções, mesmo que não tivessem compreendido sua aversão a surpresas.

Finalmente, ela se endireitou e encarou Vidal, que aguardava sua reação com a respiração contida.

─── Tá bom, eu aceito. ─── Agatha disse, sua voz mais suave, mas ainda carregada de certa irritação. ─── Só não espere que eu entre no clima de festa, porque isso não vai acontecer.

Rio sorriu aliviada, os ombros caindo como se um peso tivesse sido tirado de cima dela.

─── Nós só queríamos te animar um pouco, Aggie. ─── A morena respondeu, o olhar cintilante de admiração.

Harkness levantou uma sobrancelha, mas o tom de sua voz se suavizou.

─── Animar, né? Eu posso até tentar não parecer uma carrasca, mas não prometo nada.

Os convidados começaram a rir aos poucos, aliviados pela reação mais amena de Agatha. A tensão que antes pairava sobre o jardim foi se dissipando aos poucos, e até Billy, que ainda tentava parecer otimista, relaxou um pouco ao ver que as coisas não iam sair do controle.

─── Vamos lá, então. ─── Agatha continuou, sem realmente se entregar à festa, mas aceitando a ideia de estar ali com todos. ─── Mas não fiquem esperando que eu me empolgue com isso.

Rio se aproximou e deu-lhe um abraço rápido, um gesto de carinho que Agatha, apesar de relutante, não rejeitou. Era um momento de conexão entre elas, e Agatha sabia que, ao menos nesse instante, ela estava fazendo o que Rio precisava — mesmo que não fosse exatamente o que ela própria queria.

─── Isso já é mais do que eu esperava. ─── Rio disse, um sorriso genuíno agora iluminando seu rosto.

(...)

O SOL BRILHAVA SUAVEMENTE NO QUINTAL, e Agatha e Rio estavam no centro da atenção, cumprimentando os convidados enquanto se moviam de mesa em mesa. Rio mantinha um braço ao redor da cintura de Agatha, um gesto protetor e carinhoso que não passava despercebido por ninguém. Agatha, por sua vez, segurava um copo com suco de frutas que Billy havia insistido em preparar para ela, sorrindo e agradecendo a todos que comentavam sobre como ela parecia radiante.

─── Você tá aguentando bem até agora? ─── Rio murmurou no ouvido dela, apertando-a levemente contra si.

─── Surpreendentemente, sim. ─── Agatha respondeu, sorrindo de lado. ─── Mas isso é só porque você tá sendo adorável. Não me faça me arrepender.

Rio soltou uma risada baixa, beijando a lateral da cabeça de Agatha.

Enquanto elas continuavam circulando, Wanda e Natasha se aproximaram, trazendo consigo um entusiasmo contagiante.

─── Vocês duas! ─── Wanda chamou, acenando animadamente. ─── Venham até o palco. Temos algo especial preparado!

Agatha franziu a testa, olhando para o pequeno palco decorado no centro do quintal. Letras gigantes formando a palavra "BABY" estavam dispostas com perfeição, e um microfone esperava no pedestal ao lado de uma mesa com alguns objetos misteriosos cobertos por um pano lilás.

─── O que vocês aprontaram agora? ─── Agatha perguntou, já desconfiada, enquanto Wanda e Natasha as guiavam.

Kate surgiu de trás do palco, segurando uma prancheta e sorrindo como se tivesse acabado de ganhar na loteria.

─── Senhoras e senhores! ─── Ela anunciou, pegando o microfone e falando com um tom dramático. ─── Bem-vindos à parte mais divertida do chá de bebê: os jogos! E, claro, eu, Kate Bishop, serei sua incrível anfitriã.

Yelena, que estava sentada perto do palco, revirou os olhos, mas não pôde evitar sorrir.

─── Incrível é uma palavra forte... ─── Ela murmurou, recebendo um olhar de repreensão de Kate.

Billy subiu ao palco ao lado de Kate, carregando uma cesta cheia de cartões e pequenos apetrechos.

─── Com a ajuda de Billy, montamos alguns jogos super divertidos pra vocês, com foco especial nos futuros pais, Agatha e Rio. ─── Kate continuou. ─── Então, fiquem confortáveis e se preparem para rir. Ou, no caso de vocês duas, talvez chorar um pouquinho.

Agatha e Rio trocaram olhares, um misto de curiosidade e apreensão.

─── Eu sabia que tinha alguma coisa. ─── Agatha murmurou para Rio, que apenas deu de ombros, com um sorriso travesso.

─── Relaxa, amor. Vai ser divertido. ─── Rio respondeu, apertando a cintura de Agatha com carinho.

Enquanto o público aplaudia, Kate fez um gesto para que elas subissem ao palco.

─── Vamos começar com algo simples. Um clássico dos chás de bebê: "Quem Sabe Mais Sobre Bebês?" ─── Kate anunciou, arrancando risadas da plateia. ─── Agatha e Rio, preparem-se. Billy vai ser o juiz imparcial, o que eu duvido que ele consiga, mas vamos fingir.

Kate segurava a prancheta com um sorriso travesso enquanto Billy, ao lado dela, segurava um pequeno sino que parecia destinado a marcar o ritmo do jogo.

─── Tá bom, pessoal, as regras são simples. ─── Kate explicou, apontando para as lousas que estavam nas mãos de Agatha e Rio. ─── Eu faço uma pergunta, vocês escrevem a resposta na lousa e mostram ao mesmo tempo. Quem acertar ganha um ponto.

Kate olhou para sua prancheta e começou com a primeira pergunta.

─── "Quantos dentes um bebê normalmente tem quando completa 1 ano?" Não sei qual a fonte disso, mas é o que está escrito na minha plaquinha da Xuxa.

Agatha franziu a testa, claramente tentando lembrar de algo que leu em um dos seus muitos livros. Rio, por outro lado, parecia apenas chutar.

Quando Kate deu o sinal, elas viraram as lousas:

Agatha: 9.
Rio: 6.

Billy leu as respostas, balançando a cabeça dramaticamente.

─── A resposta correta é... 6 a 8 dentes. ─── Ele anunciou. ─── Ponto pra Rio!

A plateia aplaudiu enquanto Rio fazia uma pose vitoriosa.

─── Viu? Instinto natural. ─── Rio provocou, piscando para Agatha, que apenas revirou os olhos.

Kate sorriu, claramente escolhendo algo mais difícil.

─── "Qual é o alimento que um bebê não pode consumir antes de completar 1 ano?"

Agatha imediatamente começou a escrever com determinação, enquanto Rio parecia hesitar por um momento antes de escrever algo rápido.

Quando mostraram as lousas:

Agatha: Mel.
Rio: Leite de vaca.

Billy olhou para Kate, que confirmou a resposta com um aceno.

─── E o ponto vai para... Agatha! ─── Ele anunciou. ─── Mel é o alimento proibido antes de 1 ano. Não dê nada doce para a criança, Rio.

Agatha sorriu vitoriosa, enquanto Rio olhava para ela com fingida indignação.

─── Isso é trapaça. Você leu uns 30 livros sobre bebês. ─── Rio reclamou, arrancando risadas.

Kate riu da interação antes de continuar.

─── "Quantas fraldas um bebê usa, em média, por dia nos primeiros meses de vida?"

Agatha e Rio pareciam igualmente confiantes dessa vez, escrevendo rapidamente. Quando revelaram as respostas:

Agatha: 11.
Rio: 8.

Billy tocou o sino e anunciou:

─── A resposta correta é de 8 a 12 fraldas por dia. Ponto para as duas!

A plateia aplaudiu enquanto Kate fazia uma pose dramática.

─── Vocês estão indo bem, mas essa próxima vai decidir quem sabe mais.

─── "Qual é a média de horas que um recém-nascido dorme por dia?"

Agatha e Rio olharam para suas lousas como se fossem responder um exame final. Escreveram rapidamente e mostraram:

Agatha: 16 horas.
Rio: 18 horas.

Billy olhou para Kate, que confirmou:

─── E a resposta correta é... entre 16 e 17 horas. Ponto para Agatha!

A plateia explodiu em aplausos enquanto Agatha levantava a lousa triunfante. Rio balançou a cabeça, mas não conseguiu esconder o sorriso.

─── Tá bom, tá bom. Você ganhou essa, Harkness. ─── Rio admitiu, inclinando-se para dar um beijo na bochecha de Agatha.

Kate bateu palmas.

─── E isso encerra o primeiro jogo! Mas fiquem ligados, porque temos mais desafios pra vocês.

Kate pegou o microfone novamente, olhando para o público com um sorriso malicioso.

─── Tá bom, pessoal, vamos para o próximo jogo! Mas, antes de explicar as regras, preciso avisar que este aqui tem um ingrediente especial e, por isso, nossa querida grávida não pode participar. ─── Ela olhou para Agatha com um sorriso divertido. ─── E, antes que você me mate, Aggie, foi ideia da Wanda.

Agatha arqueou uma sobrancelha, desconfiada.

─── Ingrediente especial? Que tipo de jogo é esse?

Antes que Kate pudesse responder, Yelena apareceu carregando uma bandeja cheia de mamadeiras em tons lilases e verdes, perfeitamente alinhadas e cheias de líquido tinto.

─── Ta-da! ─── Yelena anunciou, colocando as mamadeiras em uma mesa em frente ao palco.

Kate deu dois passos para frente, assumindo sua pose de apresentadora.

─── O jogo é simples! Cada mamãe aqui vai escolher um representante para competir. O objetivo é virar todas as seis mamadeiras o mais rápido possível. E, como podem ver... ─── Ela apontou para as mamadeiras. ─── Elas estão recheadas com vinho.

A plateia soltou risadas e alguns murmúrios de animação, enquanto Agatha arregalava os olhos, incrédula.

─── Vinho? Quem teve essa ideia absurda? ─── Ela exclamou, olhando diretamente para Wanda, que apenas deu de ombros com um sorriso inocente.

Rio estava rindo baixo, claramente achando graça.

─── Isso vai ser interessante. ─── Ela comentou.

Agatha, ainda chocada, olhou para Yelena.

─── E de onde vocês tiraram tanto vinho?

Billy, que havia se aproximado, deu um passo à frente com um sorriso travesso.

─── Da sua adega, claro. ─── Ele disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

─── O QUÊ? ─── Agatha exclamou, quase levantando-se do assento. ─── Billy Maximoff, você mexeu na MINHA adega?

Billy recuou levemente, mas manteve o sorriso.

─── Relaxa, Tia Aggie. Era para uma boa causa. Além disso, você não pode beber agora, então estou te poupando do trabalho de esvaziar aquelas garrafas depois.

Rio colocou a mão no ombro de Agatha, tentando contê-la.

─── Calma, amor. Pense assim: é uma forma criativa de compartilhar sua coleção.

Agatha fechou os olhos, respirando fundo.

─── Criativa? É puro sacrilégio.

Kate sorriu largamente, aproveitando o momento de tensão amigável no ar.

─── Tá bom, Agatha, sua vez de escolher. Quem vai te representar nessa competição tão... refinada? ─── Ela perguntou, claramente segurando uma risada.

Agatha olhou ao redor do quintal, seus olhos analisando cada possível candidato. Ela parou em Wanda, que estava casualmente tomando um gole de vinho e parecia totalmente à vontade.

─── Wanda. ─── Agatha declarou, apontando para ela. ─── Se tem alguém aqui que pode garantir minha vitória, é você. Bebe como se seu estômago fosse um tanque de combustível.

Wanda levantou a cabeça, claramente surpresa, mas rapidamente sorriu e deu de ombros.

─── Eu? Bem, eu aceito o desafio. ─── Ela disse, colocando sua taça de lado com elegância. ─── Onde estão minhas mamadeiras?

Rio, no entanto, soltou um som de frustração.

─── Ei, isso não é justo! ─── Ela reclamou. ─── Eu ia escolher a Wanda! Ela é praticamente uma lenda quando se trata de beber.

Agatha lançou-lhe um olhar levemente provocador.

─── Bem, eu escolhi primeiro. ─── Ela disse com um sorriso satisfeito.

Rio revirou os olhos, olhando ao redor para encontrar uma nova opção. Seus olhos pousaram em Kate, que estava segurando o microfone e sorrindo de maneira sugestiva, afinal, ela também bebia bastante.

─── Kate, então você... ─── Rio começou, mas Kate levantou a mão, interrompendo-a.

─── Não posso, Vidal. Sou a apresentadora. Imparcialidade e tudo mais. ─── Kate disse, claramente adorando recusar.

Rio soltou um suspiro, visivelmente irritada, e olhou para Yelena, que estava mexendo em seu celular casualmente, completamente alheia ao drama.

─── Tudo bem, Yelena. Você é a minha escolha. ─── Rio disse, cruzando os braços.

Yelena levantou o olhar, claramente surpresa, mas depois sorriu maliciosamente.

─── Óbvio. Sou russa, afinal. Beber é praticamente um esporte olímpico pra gente. ─── Ela disse, levantando-se com confiança.

Natasha, que estava ao lado, franziu a testa, cruzando os braços.

─── Sério? Você escolheu a Yelena? ─── Ela perguntou, parecendo levemente ofendida. ─── Por que não eu?

Rio deu um sorriso torto, claramente provocativo.

─── Porque Wanda te tem na palma da mão, Natasha. Todo mundo sabe disso. ─── Ela disse, arrancando risadas do grupo.

Natasha levantou uma sobrancelha, lançando um olhar para Wanda, que estava ajustando suas mangas com um sorriso enigmático.

─── Ela não tá errada... ─── Wanda comentou, piscando para Natasha, que apenas bufou.

Kate bateu palmas para chamar a atenção novamente.

─── Certo, então temos nossos competidores! Wanda representando a futura mamãe Harkness e Yelena representando a relutante mãe Vidal. Que a batalha das mamadeiras comece! ─── Ela anunciou, enquanto a plateia aplaudia e gritava animada.

Yelena e Wanda se posicionaram, cada uma com suas seis mamadeiras de vinho à sua frente, e o clima no quintal ficou ainda mais animado.

Kate assumiu o microfone novamente, claramente se divertindo com o entusiasmo crescente da plateia.

─── Certo, pessoal, eu quero ver torcida de verdade! Vocês sabem o que fazer! ─── Ela gritou, e a plateia imediatamente explodiu em aplausos e gritos, dividida entre "Team Wanda" e "Team Yelena".

Wanda ajustou os ombros e lançou um olhar confiante para Yelena.

─── Espero que esteja pronta para perder. ─── Ela disse com um sorriso desafiador.

Yelena arqueou uma sobrancelha, rindo.

─── Perder? Eu nasci pra isso. Literalmente, minha mãe me colocou vodka na mamadeira uma vez... quer dizer, não espalha. ─── Ela brincou, arrancando risadas.

Do lado de Agatha, Billy estava segurando um pequeno cartaz improvisado onde estava escrito "Vai, mamãe!" com glitter lilás. Ele acenava freneticamente enquanto gritava:

─── Vamos lá, Mamãe! Não decepciona! Tia Aggie tá contando com você!

Rio, por outro lado, cruzou os braços, inclinando-se para Yelena.

─── Lembre-se, você me representa. Não me faz passar vergonha. ─── Ela disse, meio brincando, meio séria.

Lilia, que estava entre os convidados, começou a puxar uma torcida mais animada para Yelena.

─── Vai, russa! Mostra pra esses americanos como se faz!

Wanda franziu a testa.

─── Eu sou Sokoviana, Agatha é britânica e Rio é Porto-riquenha, Kate é a única americana nesse palco.

Kate olhou para as competidoras com um sorriso travesso.

─── Tá bom, meninas. Regras simples: quem terminar primeiro suas seis mamadeiras vence. Não vale cuspir, não vale derramar, e, acima de tudo, não vale chorar. Prontas?

Wanda e Yelena assentiram, ajustando as mamadeiras em suas posições. A plateia começou a contar regressivamente.

─── Três... dois... um... já!

Wanda pegou sua primeira mamadeira com elegância surpreendente, bebendo como se fosse um ritual. Enquanto isso, Yelena arrancou a tampa de sua mamadeira com os dentes e chupou o bico como se fosse água.

A plateia enlouqueceu. Sharon começou a bater palmas ritmicamente, Alice a acompanhou, e Natasha puxava uma torcida mais discreta pelas duas, claramente dividida entre a irmã e apanhar da esposa.

─── Isso, Mamãe! Como se fosse um sábado à noite! ─── Billy gritava, pulando de animação.

Yelena, por outro lado, levantou a mão enquanto bebia, acenando casualmente para a plateia, claramente se divertindo. Quando terminou a segunda mamadeira, ela olhou para Wanda e disse:

─── Vai precisar de mais do que estilo pra me vencer, Maximoff.

Wanda não perdeu a compostura, terminando sua segunda mamadeira com ausência damesma graça, mas com uma velocidade surpreendente. Ela olhou para Yelena com um sorriso travesso.

─── Não subestime o poder de uma bruxa.

Enquanto as duas avançavam para a quarta mamadeira, o clima no quintal estava fervendo. Rio estava segurando uma bandeja de água com toalhas, claramente preocupada, mas tentando não estragar o momento.

─── Isso não devia ser tão emocionante. ─── Ela murmurou para Agatha, que apenas observava, os braços cruzados.

─── Exceto que é. ─── Agatha respondeu, sem desviar o olhar das competidoras.

A disputa ficou acirrada na última mamadeira, com Wanda e Yelena bebendo ao mesmo tempo. A plateia prendeu a respiração enquanto elas viravam os recipientes.

Quando o som das últimas gotas caindo ecoou, foi quase simultâneo. A plateia ficou em silêncio por um momento antes de Kate levantar o microfone.

─── E a vencedora é... ─── Ela fez uma pausa dramática. ─── As duas! Foi um empate técnico!

O quintal explodiu em aplausos e risadas, enquanto Wanda e Yelena, ofegantes, se abraçavam brevemente antes de se jogarem em cadeiras próximas.

─── Isso foi... intenso. ─── Wanda disse, pegando um copo d'água que Rio ofereceu.

─── Intensidade é meu sobrenome. ─── Yelena respondeu, piscando para Natasha, que estava aplaudindo.

Rio olhou para Agatha e sorriu.

─── Pelo menos elas se entenderam. ─── Ela disse, recebendo um leve revirar de olhos de Agatha.

O momento era caótico, divertido e cheio de energia — exatamente o que todos precisavam para celebrar.

Kate subiu novamente ao palco, com o microfone em mãos e um sorriso travesso no rosto. Ela fez sinal para que todos se acalmassem, enquanto Billy cochichava algo rapidamente em seu ouvido. Assim que ele se afastou, Kate bateu no microfone para chamar a atenção de todos.

─── Senhores e senhoras, atenção! Temos uma adição surpresa ao programa de hoje. ─── Kate anunciou, arrancando algumas risadas e olhares curiosos. ─── Uma competição de alto nível, cheia de emoção e... fraldas.

A plateia começou a murmurar, intrigada, enquanto Kate continuava:

─── Lilia e Sharon decidiram resolver uma questão muito importante aqui e agora. ─── Kate fez uma pausa dramática, olhando diretamente para as duas. ─── Quem troca fraldas mais rápido? O prêmio? O direito de acompanhar de perto as últimas semanas antes do parto da nossa querida Agatha Harkness.

A plateia explodiu em risadas e aplausos enquanto Lilia e Sharon se levantavam, assumindo posições opostas com sorrisos determinados.

Agatha, por outro lado, arregalou os olhos, franzindo a testa enquanto olhava para as duas mulheres.

─── Espera aí... acompanhar de perto? ─── Ela perguntou, claramente desconfiada. ─── Isso significa o quê, exatamente?

Rio riu baixo ao lado dela, sussurrando:

─── Acho que elas acabaram de se convidar pra morar com a gente, amor.

Agatha lançou-lhe um olhar incrédulo, mas Rio apenas deu de ombros, contendo a risada.

No palco, Kate já estava organizando os “bebês” — bonecos devidamente vestidos com roupas que precisavam ser trocadas.

─── Certo, pessoal, aqui estão as regras. Cada competidora terá um minuto para trocar a fralda do bebê, garantir que está bem colocada e ainda fazer um laço decorativo no final. ─── Kate explicou. ─── Se o bebê ficar com fralda torta ou sem o laço, perde pontos!

Lilia cruzou os braços, fingindo indignação.

─── Isso é pessoal, Bishop. Eu nasci pra isso.

Sharon ajustou os óculos, sorrindo com calma.

─── A prática é mais importante do que o talento, Lilia.

Kate levantou o microfone novamente.

─── Vamos descobrir! Preparar... apontar... já!

O clima no quintal ficou elétrico enquanto Lilia e Sharon se lançavam ao desafio. Lilia trabalhava com energia frenética, dobrando a fralda como se estivesse manipulando um artefato sagrado. Sharon, por outro lado, movia-se com uma precisão calma e metodológica, ajustando cada canto da fralda com delicadeza.

─── Vamos, Lilia! Você consegue! ─── Rio gritou, batendo palmas animadamente ao lado da plateia.

Kate mantinha o microfone perto, narrando cada movimento como uma comentarista esportiva.

─── Lilia parece estar apostando na velocidade, enquanto Sharon está jogando no campo da precisão. Quem será que vai vencer?

Billy, que assistia ao lado de Agatha, gritou com entusiasmo:

─── Vai, Sharon! Mostra quem é a rainha das fraldas!

Agatha apenas revirou os olhos, murmurando:

─── Por que isso tá ficando tão competitivo?

No palco, Lilia terminou de ajustar a fralda e começou a amarrar o laço com uma velocidade impressionante, enquanto Sharon ainda conferia os últimos detalhes no ajuste da sua.

─── E... Lilia termina! ─── Kate anunciou, tocando um pequeno sino que Billy havia lhe passado.

A plateia explodiu em aplausos e gritos de incentivo. Lilia ergueu os braços em triunfo, claramente satisfeita consigo mesma.

─── Eu disse! Eu nasci pra isso! ─── Lilia declarou, girando nos calcanhares como se estivesse em um desfile de moda.

Sharon levantou as mãos em rendição, rindo.

─── Tudo bem, Lilia, você venceu. Mas só porque você usou técnicas nada ortodoxas.

Rio correu até o palco, abraçando Lilia como se tivessem acabado de vencer um campeonato mundial.

─── Isso mesmo, mãe! Mostra pra eles como é que se faz! ─── Ela disse, rindo alto.

Lilia olhou para Sharon com um sorriso provocador.

─── Querida, eu sou um furacão. Ninguém consegue competir comigo.

Kate pegou o microfone novamente, interrompendo o momento.

─── Certo, certo, parabéns à vencedora! Agora, Lilia, espero que você esteja pronta para cumprir o prêmio e ajudar Agatha nas últimas semanas de gravidez... com muita responsabilidade, é claro.

Agatha, ainda sentada, cruzou os braços e balançou a cabeça enquanto observava a cena.

─── Isso vai ser interessante...

Ela murmurou, mas não conseguiu conter um pequeno sorriso ao ver a felicidade contagiante no rosto de Rio e Lilia. Por mais caótico que fosse, aquele era o tipo de amor e apoio que ela sabia que precisava em sua vida.

Kate pegou o microfone novamente, sorrindo enquanto fazia sinal para Agatha se aproximar do palco.

─── Certo, pessoal! Antes de passar para o próximo ato, temos um último momento especial para nossa estrela do dia. Agatha, venha aqui! ─── Ela anunciou, aplaudindo e incentivando os convidados a fazerem o mesmo.

Agatha levantou-se com alguma relutância, lançando um olhar desconfiado para Rio.

─── O que você tá aprontando agora, Bishop? ─── Ela perguntou, subindo os degraus do pequeno palco.

Billy, já suspeitando de algo, começou a reunir todas as mulheres da festa na frente do palco, um sorriso travesso no rosto.

─── Isso vai ser bom. Confia em mim, Tia Aggie. ─── Ele disse, piscando para ela.

Kate entregou um pacote de fraldas lilases e verdes a Agatha, que o segurou com uma expressão confusa.

─── Fraldas? ─── Agatha perguntou, arqueando uma sobrancelha. ─── Isso é um presente pra mim? Porque, se for, você podia ter embalado melhor.

Kate soltou uma gargalhada, balançando a cabeça.

─── Não, não, isso não é pra você... exatamente. ─── Ela respondeu, aproximando-se para explicar. ─── Vi no TikTok que tem uma tradição super divertida em que jogamos fraldas no lugar de um buquê. Quem pegar é a próxima a engravidar!

A plateia explodiu em risadas e murmúrios animados enquanto Agatha franzia a testa, claramente questionando suas escolhas de amizade.

─── Eu sabia que deixar você planejar essa festa era um erro. ─── Rio murmurou, mas seu tom tinha um toque de diversão.

Kate ignorou o comentário e deu um passo para trás.

─── Tá bom, todo mundo pronto? Mulheres, se posicionem! ─── Ela anunciou, batendo palmas.

As mulheres começaram a se amontoar na frente do palco, rindo e comentando entre si. Billy estava no meio delas, registrando tudo com o celular, enquanto Tommy, ao lado dele, observava com uma expressão de puro terror.

─── Isso é doentio. ─── Tommy murmurou, e Billy concordou rapidamente.

─── Absolutamente. Mas eu não vou perder isso por nada.

Agatha, ainda segurando o pacote de fraldas, suspirou profundamente antes de virar-se de costas para o grupo.

─── Tá bom, vamos acabar logo com isso. ─── Ela disse, jogando o pacote por cima do ombro com pouca cerimônia.

O pacote voou pelo ar e, para surpresa de ninguém, Wanda foi quem o agarrou com precisão.

─── Eu peguei! ─── Ela gritou, levantando o pacote como se fosse um troféu.

Natasha, que estava ao lado dela, imediatamente deu um passo para trás, balançando as mãos no ar.

─── Nem pensar. Absolutamente não. ─── Ela declarou, com firmeza.

Wanda virou-se para ela com um bico dramático, os olhos brilhando.

─── Por favor, Tasha... só mais um?

Natasha cruzou os braços, tentando manter a compostura.

─── Não, Wanda. A gente já tem dois adolescentes. Isso é mais do que suficiente.

Wanda aproximou-se dela, segurando o pacote de fraldas como se fosse um argumento imbatível.

─── Mas, amor, você sabe que eu sempre quis uma família grande...

Billy e Tommy, ainda observando, trocaram olhares horrorizados.

─── Isso tá indo longe demais. ─── Billy disse, puxando Tommy pelo braço. ─── Vem, vem me ajudar antes que eles decidam usar a gente como desculpa pra ter mais um.

A plateia ria enquanto Natasha e Wanda continuavam a "negociar". Agatha, de volta ao seu lugar ao lado de Rio, balançava a cabeça e ria suavemente.

─── Isso é o tipo de caos que só nossa família pode criar. ─── Rio comentou, passando o braço ao redor da cintura de Agatha.

─── Verdade. ─── Agatha respondeu, encostando a cabeça no ombro dela. ─── Mas não trocaria por nada.

(...)

A LUZ AMENA DA TARDE ILUMINAVA O QUINTAL DECORADO, ONDE UMA MESA  repleta de pacotes coloridos e laços brilhantes tomava o centro da cena. Os convidados estavam sentados em cadeiras de madeira, sorrindo, trocando olhares cúmplices e aguardando com entusiasmo o momento dos presentes. Agatha, ainda com seu semblante um pouco fechado, observava o cenário com um leve exasperação, os olhos se movendo rapidamente entre os pacotes e as expressões animadas ao seu redor.

─── E agora, senhoras e senhores, um dos momentos mais aguardados da festa! ─── Kate anunciou pulando pelo palco. ─── A hora dos PRESENTES! ─── a mulher, ao lado da caixa de som, ligou a música que reverberou por toda a rua.

─── Você já disse que é o “momento mais aguardado da festa” umas 15 vezes, Bishop. ─── Billy revirou os olhos e tomou o microfone. ─── Deixa que eu apresento desta vez.

─── Gay intrometido… ─── Kate saiu murmurando indo para uma das mesas.

Ele arranhou a garganta e continuou entusiasmado.

─── Querides, atenção! ─── Billy disse, segurando o microfone com uma postura exagerada de apresentador de TV. ─── Chegou o grande momento que todos vocês estavam esperando… bom, menos a Agatha, pelo visto. ─── Ele lançou um olhar brincalhão na direção dela, arrancando algumas risadas da plateia.

Agatha, percebendo que os olhos de todos se voltaram para ela, cruzou os braços, bufou discretamente e forçou um sorriso.

─── Sim, claro, é um sonho realizado. ─── Ela resmungou baixinho, irônica.

─── Como eu dizia… ─── Billy retomou o tom cerimonioso. ─── Vamos começar pela caixa maior! Porque todos sabemos que o tamanho importa… certo? ─── Ele piscou, arrancando algumas gargalhadas dos convidados.

Ele a entregou o pacote e Agatha custou a abri-lo.

─── O que está esperando, garota? Abre logo! ─── Kate gritou, erguendo um copo de refrigerante.

Aos poucos o embrulho foi caindo no chão e o item se revelando.

─── Um carro elétrico para crianças? ─── os olhos da grávida se estreitaram.

─── Esse foi meu! ─── Vidal soltou. Parecia animada demais com o presente.

─── Você sabe que bebês não nascem com 3 anos, né? ─── Agatha indagou um pouco impaciente.

A mulher forçou um meio sorriso.

─── Agora o meu! ─── Sharon interrompeu uma possível quase discussão e entregou o próximo.

A partir daquele momento, os presentes pareceram mais “aceitáveis". Sra.Davis tricotou um adorável macacão amarelo para o bebê. Lilia quase a superou com um conjunto de sapatinhos de lã para o neto. O que se seguiu foram: roupinhas minúsculas, brinquedos diversos e uma avalanche de fraldas para recém nascidos.

─── Acho que não teremos que completar o enxoval.

Rio comentou admirada com a quantidade dos presentes.

─── Faltou o meu! ─── Billy surgiu com seu pacote em mãos. ─── Ou melhor, o padrinho do bebê Harkens-Vidal.

─── Vai sonhando, Kaplan… ─── Kate o combateu.

Agatha abriu a embalagem e sua rapidamente sua garganta secou.

─── Uma… boneca?

Os demais correram o olhar para o garoto e o encararam.

─── Billy… ─── Vidal vociferou irritada. ─── Você não…

─── O quê? ─── ele interviu. ─── Qual o problema de ser uma boneca? É uma baby alive que faz coco e chora! Eu não estou dizendo que é uma menina só porque eu comprei uma boneca! Vocês estão em que ano? 1840?

Bishop o fitou em desaprovação.

─── A Tia Aggie já me deu uma boneca quando eu tinha 8 anos…

─── Não era uma boneca. ─── Agatha justificou. ─── Era um funko pop da Lady Gaga. E foi você quem pediu!

Kate, percebendo o clima estranho que se instaurou, logo invadiu a conversa:

─── Gente, não liguem para o garoto! Ele não bate muito bem da cabeça, vocês sabem…. Além do mais, ele está certo, independente do sexo, uma criança deve aprender desde cedo que não é só a mãe que cuida de um bebê.

Billy cruzou os braços, tentando esconder o nervosismo.

─── Exatamente, Kate. Obrigado por finalmente reconhecer meu brilhantismo. Além disso ─── ele apontou para a boneca ─── essa baby alive tem acessórios completos! Uma mamadeira, fraldas extras, e até um bercinho portátil. Um presente que é um verdadeiro pacote educativo.

Vidal massageou as têmporas, lutando para manter a paciência. A incerteza brotando em seu rosto.

─── Eu preciso de açúcar.

(...)

AGATHA SUSPIRAVA, segurando um copo de suco, enquanto ria de alguma história que Natasha estava contando sobre as travessuras de Billy e Tommy quando eram pequenos. Rio, ao seu lado, estava relaxada, sua mão casualmente pousada sobre a perna de Agatha. Era um momento raro e tranquilo, até que um movimento inesperado chamou a atenção de todos.

Dois enormes bebês infláveis — um vestido de azul e outro de rosa — entraram cambaleando pelo quintal, com passos desajeitados e descoordenados. As pessoas congelaram, e então a gargalhada coletiva tomou conta da festa. Señor Scratchy, que estava confortável no colo de Agatha, deu um salto assustado, correndo para se esconder embaixo da mesa.

Agatha franziu a testa, incrédula, enquanto olhava para as figuras gigantes.

─── O que... é isso? ─── Ela perguntou, os olhos se estreitando. ─── Por favor, me diga que isso não é coisa do Billy e da Kate.

Rio deu um gole no suco, tentando esconder o sorriso.

─── Eu adoraria te tranquilizar, mas... olha quem tá vindo. ─── Ela disse, apontando para Yelena, que surgiu de repente segurando um microfone e uma mamadeira cheia de vodka.

─── Senhoras e senhores! ─── Yelena começou, com um entusiasmo exagerado, sua voz ecoando pelo quintal. ─── Apresento a vocês o nosso jogo de revelação do sexo!

Os convidados explodiram em risadas e murmúrios curiosos, enquanto Agatha imediatamente levantou uma mão.

─── Ah, não. Não. Eu já falei que não quero saber o sexo do bebê! ─── Ela protestou, tentando se levantar, mas Rio colocou uma mão suave em seu ombro.

─── Calma, amor. Vamos ver onde isso vai dar. ─── Rio disse, claramente achando graça.

─── Para contribuir com o fundo da universidade dessa criança abençoada, pedimos que todos façam suas apostas! ─── Yelena continuou, apontando para duas caixas decoradas, uma lilás e outra verde. ─── Escolham menino ou menina, coloquem seu dinheiro na caixa correspondente, e o vencedor será decidido... pela luta épica entre esses dois bebês infláveis!

Agatha bufou, cobrindo o rosto com as mãos.

─── Isso é ridículo. ─── Ela murmurou. ─── Absolutamente ridículo.

Wanda, do lado dela, já estava chorando de rir.

─── Agatha, é genial! Deixa eles se divertirem! E olha só, você ainda ganha um fundo universitário! ─── Wanda disse, piscando para ela.

Natasha, por outro lado, estava de braços cruzados, balançando a cabeça.

─── Yelena e vodka nunca terminam bem. Mas, sinceramente, isso tá sendo interessante. ─── Ela admitiu.

Os convidados começaram a formar filas para fazer suas apostas, rindo e discutindo animadamente sobre quem ganharia a "luta". Enquanto isso, os bebês infláveis se moviam desajeitadamente no gramado, trombando um no outro de forma cômica.

Assim que as apostas terminaram, Yelena levantou as mãos, chamando a atenção de todos.

─── Tá bom, pessoal, chegou a hora da verdade! Os bebês infláveis vão lutar até que um deles seja derrubado! ─── Ela anunciou, o tom teatral. ─── E quem for o último em pé determinará o gênero do bebê!

A plateia aplaudiu e gritou, mas o caos começou quando os dois bebês infláveis, claramente Billy e Kate, trombaram de maneira tão desajeitada que ambos caíram no chão quase imediatamente.

─── Espera aí! ─── Yelena interrompeu, rindo. ─── Isso foi uma falha épica. Vamos tentar de novo!

Billy levantou-se com dificuldade, o rosto vermelho dentro do traje inflável.

─── Kate está trapaceando! Ela usou o cotovelo! ─── Ele reclamou, apontando para a irmã inflável.

Kate, do outro lado, tirou a cabeça inflável por um momento, revelando um sorriso provocador.

─── Ah, por favor, Billy. Eu nem preciso trapacear pra ganhar de você. Eu sou a favorita do bebê, aceita.

Billy arregalou os olhos, claramente ofendido.

─── Favorita? No seu sonho, Bishop! Esse bebê vai amar o tio Billy mais do que qualquer coisa!

Yelena deu um passo para trás, percebendo que aquilo estava prestes a sair do controle, mas a plateia estava amando o show.

─── Certo, então parece que temos uma disputa pessoal agora. ─── Ela disse, rindo. ─── Quem diria que os bebês lutadores seriam tão competitivos?

Billy e Kate se encararam através dos trajes infláveis, a tensão entre eles quase palpável.

─── Tá bom, Bishop. Sem piedade. ─── Billy declarou, ajustando sua posição no traje inflável.

─── Pode vir, Maximoff. ─── Kate rebateu, abaixando-se ligeiramente como se estivesse se preparando para um tackle.

Ao sinal de Yelena, os dois correram — ou melhor, cambalearam — na direção um do outro. O impacto foi tão desajeitado quanto se podia esperar, com ambos ricocheteando para trás. Kate, porém, aproveitou o momento para girar e dar um empurrão com o quadril inflável, fazendo Billy tropeçar e cair no chão.

A plateia explodiu em risadas e gritos.

─── Isso foi sujo! ─── Billy reclamou, tentando se levantar, mas Kate não deu chance. Ela o empurrou de volta ao chão, usando a parte superior do traje como uma arma.

─── É guerra, Maximoff! ─── Kate gritou, rindo enquanto tentava impedir que Billy se levantasse.

Billy conseguiu se reerguer e, com um salto mal calculado, jogou-se contra Kate. No entanto, ele errou o ângulo e acabou caindo sobre si mesmo. Kate aproveitou a oportunidade para empurrá-lo com força para fora da "arena" improvisada.

Yelena levantou as mãos dramaticamente.

─── Vitória de Kate Bishop, a futura tia favorita do bebê Harkness-Vidal! ─── Ela declarou.

Kate arrancou o traje inflável, jogando-o no chão e levantando os braços em triunfo.

Kate pulava de alegria, completamente entregue à sua vitória.

─── É uma menina, pessoal! ─── Ela gritou, com os braços erguidos como se tivesse acabado de ganhar um Oscar. ─── Uma pequena diva em formação, obviamente destinada a ser a minha miniatura!

A plateia aplaudia e gritava animada, enquanto Kate continuava sua comemoração exagerada. Ela pegou o microfone de Yelena e apontou para Agatha e Rio.

─── Senhoras e senhores, quero apenas dizer que esse bebê terá o melhor guarda-roupa de todos os tempos, patrocinado por mim, é claro. E... já decidi que ela vai ser minha protegida oficial. ─── Ela disse, arrancando risadas de todos.

Agatha, por outro lado, cruzou os braços, o rosto mostrando uma mistura de exasperação e cansaço.

─── Eu não acredito que fizeram isso... ─── Ela murmurou, balançando a cabeça.

Rio, ao lado dela, estava quieta, sua expressão mais séria do que o normal enquanto observava Kate e o resto da plateia. Ela parecia estar processando algo, mas Agatha percebeu a mudança de humor.

─── Rio? ─── Agatha chamou, tocando suavemente no braço dela. ─── Tá tudo bem?

Rio piscou, voltando sua atenção para a esposa, mas ainda parecia um pouco distante.

─── Tá... eu só... ─── Ela parou, escolhendo as palavras com cuidado. ─── Só tô tentando entender como isso aconteceu. Quero dizer, eu sabia que essas pessoas eram loucas, mas revelar o gênero sem nem perguntar pra gente?

Agatha suspirou, soltando o braço dela.

─── É, bem-vinda ao mundo das nossas famílias. ─── Ela disse, seca. ─── Mas, honestamente, eu preferia ter descoberto de outra forma.

Kate, ainda no palco, notou a expressão de Agatha e fez um gesto de desculpa.

─── Ei, Aggie! Foi tudo por amor, tá bom? ─── Ela gritou, sorrindo de orelha a orelha. ─── Além disso, agora você pode começar a planejar o quarto da princesa!

─── Princesa? ─── Agatha retrucou, levantando uma sobrancelha. ─── Quem disse que ela vai ser uma princesa? Ela vai ser o que quiser. Mas, por enquanto, o que eu quero é silêncio.

A resposta de Agatha arrancou risadas da plateia, mas Rio permaneceu pensativa. Ela olhou para o palco, onde Kate continuava a comemorar, e depois para Agatha, que claramente estava irritada.

─── Amor... ─── Rio começou, hesitante. ─── Isso te deixou muito chateada?

Agatha soltou um suspiro profundo, tentando relaxar.

─── Não estou chateada, eu meio que queria saber, mas estava meio aterrorizada em ser um menino? Mas não é isso, Rio. Eu só... não queria que as coisas fossem feitas assim. Queria controlar os termos dessa descoberta, sabe? Parece que tudo sempre foge do meu controle nessa gravidez e isso está me enlouquecendo!

Rio assentiu lentamente, percebendo o quanto aquilo realmente incomodava Agatha. Ela passou o braço ao redor dela, puxando-a para perto.

─── Eu entendo. E... eu sinto muito. Vamos conversar com eles depois, tá? ─── Rio disse suavemente.

Agatha encostou a cabeça no ombro dela, exausta.

─── Por favor. E talvez a gente precise estabelecer algumas regras antes que Kate decida escolher o nome também.

Rio riu baixinho, balançando a cabeça.

─── Boa ideia. Vamos começar com: "Nada de surpresas gigantescas sem aprovação prévia."

Apesar de tudo, Agatha não conseguiu evitar um pequeno sorriso. Mesmo com o caos, ela sabia que, com Rio ao seu lado, podia enfrentar qualquer coisa — até mesmo Kate Bishop.
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• 🩷 . . OO1 ❜ Olá, pessoal! Espero que tenham gostado dessas incríveis 12 mil palavras! Enfim, como o Wattpad não está enviando nossas notificações, fizemos um grupo no whatsapp para conversar e enviar atualizações sobre as histórias. O link está na minha bio, vocês estão mais que convidados!

• 🩵 . . OO2 ❜ No próximo capítulo: O motivo pelo qual Rio odeia Billy.

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