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∯﹒🧸 ⁺ ﹒ ◍ ﹒ 𝐌𝐘 𝐋𝐎𝐕𝐄, 𝐌𝐘 𝐋𝐈𝐅𝐄 ﹒ ﹒ ♪
──⠀۪ 🩷 ♡ ۫ ´ “tell me 'bout the first time you saw me” 🍼┄﹒ ▢
❛ postado em 31/01/2025
10.229 palavras | não revisado.

Are you gonna marry, kiss, or kill me (kill me)?
(Você vai casar comigo, me beijar ou me matar (me matar)?)
It's just a game, but really (really)
(É só um jogo, mas sério (sério))
I'm bettin' on all three (all three) for us two
(Estou apostando nos três (nos três) para nós dois)

so high school — taylor swift

. ݁ ٬٬ 𝐌𝐄𝐓𝐀 ִ ֗ ៵ʾ ▎51 votos
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AS SEMANAS PARECIAM FLUIR MAIS RÁPIDAS NA vida do casal. Agatha, agora prestes a iniciar o sexto mês de gestação, esperava ansiosa ao lado de Vial na sala do consultório médico.

Os dedos da mulher tamborilavam sobre a própria barriga em um movimento impaciente e repetitivo.

─── Assim ele vai achar que está prestes a desfilar na Sapucaí, meu bem. ─── Rio comentou rindo. Permanecia sentada ao lado da mulher como acompanhante.

─── Eu estou nervosa… desculpa. ─── Agatha colocou as mãos rente ao corpo e começou a olhar para o teto.

─── Não precisa pedir desculpas, Aggie. ─── Rio se aproximou tampando a visão da esposa com seu rosto.

O prenúncio de um diálogo mais intenso logo foi interrompido pela obstetra que acabara de entrar.

─── Bom dia, casal! ─── ela sorriu já se ajeitando perto dos equipamentos. ─── Animadas para o sexto mês?

As duas assentiram sorrindo.

─── Alguma novidade? Algo de relevante que queiram contar antes de começarmos?

A médica prosseguiu formal.

─── Esse último mês foi intenso, eu diria. ─── Rio começou pontuando. ─── Pensei que fosse morrer umas 3 vezes por conta das mudanças abruptas de humor da grávida, nós compramos algumas roupas para o bebê e eu fui obrigada a dançar a “dança da contração”.

A médica abafou uma risada.

─── Ela quis dizer algo do bebê, Vidal. ─── Agatha a avisou, sem graça.

─── Ah, perdão. ─── Rio forçou um sorriso. ─── Pode falar então, querida.

Agatha suspirou e deu início ao relato do mês. Contou tudo: os primeiros movimentos do bebê, os desejos estranhos que teve, a volta dos enjoos e náuseas.

─── Não se preocupe, Agatha. Tudo que me contou é totalmente normal nessa fase da gravidez. Até mesmo os enjoos que muitas dizem durar até os 3 meses, mentira.

─── Quer dizer então que ela pode continuar fazendo cosplay da Regan de “O Exorcista” por tempo indeterminado? ─── Vidal indagou enjoada. ─── Deus!

─── Conheço mães que tiverem até os 9 meses, querida. Afinal, cada caso é um caso. ─── a obstetra concluiu. ─── Mas então, vamos ao que interessa. Prontas?

A médica começou a preparar os instrumentos e ligar os aparelhos, em especial o ultrassom. Passou o gel na barriga da mulher e posicionou o transdutor na mesma.

─── Olha ele aí!

Ambas já tinham escutado o coração no bebê inúmeras vezes durante as consultas pré-natais. No entanto, cada vez que vivenciavam aquele momento era como se fosse único. Os olhos de Agatha brilharam de emoção ao enxergar a figura em formação no monitor. Sentia-se experienciando um milagre.

Rio, por outro lado, não largou a mão da esposa nem por um segundo. Os olhos vidrados na expressão da mulher e o ritmo cardíaco descontrolado ao ouvir o som do bebê.

─── Meu bebê… ─── Já com lágrimas nos olhos, Agatha comentou emocionada. Queria guardar a imagem para sempre.

─── Nosso. ─── Vidal, ainda apertando as mãos da mulher, disse com a voz embargada.

A médica observou a interação, genuinamente feliz.

─── Acho que acabei de descobrir o sexo. Querem saber?

Agatha e Rio se entreolharam. As respostas saíram de imediato sem planejamento. Em uníssono:

─── Não!

─── Sim!

Rio contorceu o rosto e encantou a esposa, confusa.

─── Como assim “não”, Agatha? Você não quer mesmo saber o sexo do bebê agora?

─── Não, não quero. ─── Agatha respondeu simplória. O rosto sem nenhuma mudança qualquer de expressão.

Vidal arregalou os olhos, aflita. Como assim passariam os próximos 3 meses sem saber o sexo do bebê?

─── Agatha, eu tenho ansiedade crônica, mulher. Não vou conseguir esperar até o nascimento pra saber se teremos que gastar com uma festa luxuosa de 15 anos ou com uma placa de vídeo RTX 9040 e uma CPU de última geração!

─── Muitos casais optam por descobrirem o sexo apenas na hora do nascimento. ─── a médica sugeriu cautelosa.

─── Nós não seremos um deles, doutora. Agatha! ─── Rio implorou. A boca seca e os olhos ainda arregalados.

─── Não acha que seria emocionante descobrir o sexo do nosso bebê durante o parto? ─── Harkness tentou soar complacente. Encarou a mulher e pediu com o olhar.

─── Seria…  ─── A morena ponderou. Entretanto, não queria ceder. ─── Mas Aggie…

─── Nós não queremos saber. Fim de papo! ─── Agatha concluiu sem rodeios. A expressão segura de uma mulher que sabia exatamente o que estava fazendo.

─── Perfeito! O desejo do casal é uma ordem! ─── a obstetra finalizou o exame. ─── Vamos para a minha mesa? Tenho alguns assuntos a tratar com vocês.

As mulheres assentiram e seguiram a médica.

─── Bom, o bebê está ótimo! Batimentos cardíacos estáveis, movimentos uterinos constantes e uma evolução considerável no peso estimado para essa fase. Confesso que estou muito feliz com a progressão positiva dessa gestação , Agatha. Muitas mulheres na sua idade não possuem a mesma sorte. Ainda mais depois de um quadro recente de descolamento de placenta. Estão de Parabéns! ─── a médica sorriu calorosamente. Anotava várias coisas em um prontuário. ─── Agora, considerando que estamos quase entrando no terceiro trimestre, acho prudente que vocês comecem a pensar em um possível plano de parto. ─── ela os entregou alguns papéis. Tais documentos haviam todas as informações necessárias para um planejamento efetivo.

─── Caraca, isso é um questionário ou uma prova de vestibular? Quantas perguntas… ─── Vidal perguntou enquanto passava surpresa pelas páginas do plano natal.

─── Essas perguntas irão direcionar a nossa equipe da melhor forma possível durante o seu parto, Agatha. Sugiro que preencham o quanto antes e me entreguem na próxima consulta.

─── Claro. ─── Harkness concordou. Guardou os papéis na bolsa e encarou a esposa. ─── Vamos pensar bastante antes de tomarmos decisões precipitadas, não é mesmo, Vidal? 

Rio mordeu os lábios. Os olhos vidrados na boca da mulher.

─── Vamos, vamos sim. ─── sua voz quase não saiu.

E assim, as duas concordaram em um silêncio mútuo.

(...)

O CARRO PAROU SUAVEMENTE NA ENTRADA DA CASA, e Rio desligou o motor, suspirando enquanto olhava pelo retrovisor. Agatha, ao seu lado, parecia mais tranquila do que nas últimas semanas, embora o cansaço ainda estivesse visível em seus olhos.

Rio desceu primeiro, caminhando ao redor do carro para ajudar Agatha, segurando a porta aberta enquanto ela saía com cuidado.

─── Devagar, amor. ─── Rio murmurou, posicionando uma mão protetora nas costas dela.

Quando Agatha finalmente ergueu o olhar, seu rosto iluminou-se ao ver Billy sentado no gramado, com as pernas cruzadas e um livro em mãos.

─── O que ele tá fazendo? ─── Rio perguntou, inclinando a cabeça enquanto franzia a testa.

Agatha riu baixinho, segurando a mão de Rio enquanto se aproximavam.

─── Parece que alguém tá no modo “primo extravagante" hoje. ─── Ela brincou.

Billy, percebendo a presença delas, ergueu os óculos com um gesto teatral e levantou-se rapidamente. Ele abriu os braços dramaticamente, como se estivesse prestes a dar um discurso.

─── Finalmente, minhas rainhas chegam ao castelo! ─── Ele exclamou, ignorando completamente o olhar confuso de Rio. ─── Vocês demoraram tanto que eu estava começando a considerar a construção de uma estátua em homenagem ao bebê Harkness-Vidal para passar o tempo.

Agatha riu novamente, o som suave e reconfortante.

─── Billy, querido, o que você está fazendo aqui? ─── Ela perguntou, enquanto ele se aproximava e segurava suas mãos com cuidado exagerado.

─── Estou aqui porque, como todo bom futuro padrinho, preciso garantir que o bebê esteja recebendo a melhor energia possível. ─── Ele disse, piscando para Agatha. ─── E, claro, pra checar se vocês duas estão bem.

Rio bufou, cruzando os braços.

─── E você não tem casa, não? ─── Ela perguntou, o tom provocador.

Billy colocou a mão no peito, fingindo estar ofendido.

─── E abandonar a honra de receber vocês no retorno ao lar? Jamais! ─── Ele respondeu, dramaticamente.

Agatha balançou a cabeça, sorrindo, e apertou a mão de Billy.

─── Bem, sua presença é sempre apreciada, mesmo que um pouco... excêntrica. ─── Ela disse.

Rio revirou os olhos, mas havia um pequeno sorriso brincando em seus lábios.

─── Tá bom. Já que tá aqui, ajuda a levar as coisas pra dentro. ─── Ela disse, apontando para a bolsa com os papéis e remédios que estavam no carro.

Billy fez uma reverência exagerada antes de obedecer, seguindo as duas para dentro de casa enquanto continuava a falar sem parar sobre o quanto estava ansioso para ajudar em qualquer coisa relacionada ao bebê.

Assim que entraram na casa, o clima leve e acolhedor parecia uma pausa bem-vinda após a longa manhã. Billy colocou a bolsa com os papéis e remédios sobre a mesa da sala, ainda falando animadamente sobre possíveis temas para o quarto do bebê.

─── E eu tava pensando... unicórnios! Não, melhor ainda: estrelas! Algo bem celestial, porque, sabe, o bebê já é uma estrela por ter vocês como mães.

Agatha riu, sentando-se com cuidado no sofá. Señor Scratchy imediatamente pulou para o seu colo, acomodando-se de maneira possessiva. Ela acariciou o coelho enquanto olhava para Billy com um sorriso caloroso.

─── Obrigada por sempre ser tão empolgado, Billy. Faz bem ter essa energia por perto. ─── Ela disse, com sinceridade.

Rio, que estava organizando as coisas na cozinha, olhou para Agatha e franziu o cenho ao notar o cansaço estampado em seu rosto.

─── Seus pés estão inchados de novo, não estão? ─── Rio perguntou, já caminhando na direção do sofá.

Agatha deu de ombros, tentando disfarçar.

─── Só um pouco. Mas eu tô bem, Rio. E tava pensando em fazer um lanche pra gente. Um chá, talvez...

Rio levantou uma sobrancelha, cruzando os braços.

─── Você não vai fazer nada, Harkness. ─── Ela declarou, apontando para o sofá. ─── Fica aí e descansa. Eu faço o lanche.

Agatha abriu a boca para protestar, mas Rio levantou uma mão, interrompendo-a antes que pudesse começar.

─── Nem começa. Você sabe que precisa descansar. Se não por você, pela nossa manguinha. ─── Ela disse, com firmeza.

Billy assentiu rapidamente, apoiando Rio.

─── Concordo com a chefe! A diva grávida precisa ser mimada. É o mínimo.

Agatha arqueou uma sobrancelha ao ouvir o apelido peculiar de Rio para o bebê.

─── Manguinha? ─── Ela repetiu, o tom carregado de uma mistura de curiosidade e leve divertimento.

Rio deu de ombros enquanto mexia em uma panela na cozinha.

─── É o tamanho do bebê esta semana. Achei fofo. ─── Ela respondeu, casualmente. ─── Além disso, "feijãozinho" já tá ultrapassado, né? Estamos evoluindo.

Billy soltou uma risada alta.

─── "Manguinha" é fofo demais vindo de você, Rio. Quem diria que por trás desse exterior durão tem uma pessoa que dá apelidos adoráveis? ─── Ele provocou.

Rio lançou um olhar refinado na direção dele, mas não conseguiu conter o pequeno sorriso.

Billy soltou uma risada enquanto se aproximava de Agatha no sofá, carregando um frasco de creme hidratante.

─── Tudo bem, "Manguinha" é bem melhor do que algumas das opções que eu já ouvi, tenho que admitir. Agora, diva grávida, me dá esses pés. ─── Ele disse, apontando para os pés inchados de Agatha.

Agatha olhou para ele com ceticismo.

─── Você não vai... fazer o que eu acho que vai fazer, vai?

Billy jogou os cabelos imaginários para trás e estalou os dedos.

─── Tia, você está na presença de um massagista de pés autoproclamado. ─── Ele declarou, ajoelhando-se dramaticamente no chão e puxando os pés dela com cuidado. ─── Agora, relaxa e confia no processo.

Enquanto Billy começava a massagear os pés de Agatha com habilidade surpreendente, ela soltou um suspiro de alívio.

─── Tudo bem, tenho que admitir... você sabe o que tá fazendo. ─── Ela disse, fechando os olhos por um momento.

─── Claro que sei! ─── Billy respondeu, orgulhoso. ─── Eu aprendi isso durante uma semana em que fiquei obcecado por vídeos de massagem terapêutica. Sou um homem de muitos talentos.

Agatha riu suavemente, aproveitando o momento de descanso.

─── E o que mais você aprendeu nessa fase? ─── Ela perguntou, provocativa.

─── Ah, nada muito útil. ─── Ele respondeu, despreocupado. ─── Mas posso reproduzir perfeitamente o som de um pato. Quer ouvir?

Antes que Agatha pudesse responder, Rio interrompeu da cozinha.

─── Sem imitações de pato na sala! ─── Ela gritou, enquanto preparava o lanche favorito atual de Agatha: um sanduíche que era uma mistura bizarra de pão de leite, geleia de frutas vermelhas, queijo cheddar e uma camada generosa de batatas fritas esmagadas. Rio olhou para o prato com uma confusão de fascínio e incredulidade.

─── Eu nunca vou entender essas transferências de grávida. ─── Ela murmurou para si mesma enquanto preparava algo mais tradicional para ela e Billy.

Quando ela finalmente trouxe os pratos para a sala, Billy olhou para o sanduíche de Agatha e arregalou os olhos.

─── O que é isso?! ─── Ele perguntou, apontando para o prato. ─── Um experimento culinário?

─── É o que a nossa grávida quer, e o que a nossa manguinha aparentemente aprova. Se você não gostou, pode fazer o seu próprio jantar.

Billy fez uma careta, mas voltou a focar nos pés de Agatha.

─── É o lanche dos deuses. ─── Agatha declarou, pegando o sanduíche com as duas mãos e mordendo com gosto. ─── Você não entenderia.

Rio bufou, colocando o prato de Billy na mesa de centro — um sanduíche de peru com salada — e sentando-se ao lado de Agatha, que estava claramente adorando sua criação culinária.

─── Tá vendo? Eu sou uma chef versátil. Faço até as combinações mais estranhas. ─── Rio brincou.

─── Chef versátil e agora também massagista de pés, se precisar. ─── Billy acrescentou, arrancando risadas de Agatha.

O momento era leve, aconchegante e cheio de carinho. Mesmo com as peculiaridades e brincadeiras, a casa estava cheia de uma energia boa — o tipo de paz que Agatha sabia ser rara e preciosa.

Billy levantou-se dramaticamente do chão, esticando as costas com exagero.

─── Tudo bem, minhas rainhas. Vou lavar essas mãos mágicas, porque, como minha mãe diz, limpeza é glamour ─── Ele declarou, piscando para Agatha antes de sair da sala.

Rio revirou os olhos, mas um sorriso brincava em seus lábios.

─── Esse garoto... ─── Ela murmurou, pegando seu copo de suco e dando um gole.

Agatha ajeitou-se no sofá, ainda saboreando seu sanduíche incomum.

─── Ele tem bom coração. E mãos mágicas mesmo. ─── Ela comentou, brincando, antes de dar outra mordida.

Rio riu, mas logo seu semblante ficou mais sério.

─── Falando em coisas importantes... A médica comentou sobre o plano de parto hoje. ─── Ela começou, olhando para Agatha com um tom mais focado. ─── Eu tava pensando que talvez fosse bom a gente dar uma olhada nesses papéis. Você sabe, só pra garantir que estamos na mesma página.

Agatha inclinou a cabeça, interessada.

─── Ah, sim! Eu achei uma boa ideia também. Ela disse que era importante anotar tudo, desde o tipo de parto que eu prefiro até o que fazer em caso de emergências, certo?

Rio assentiu, cruzando os braços.

─── Isso mesmo. É bom deixar tudo claro. Tipo, quem você quer na sala, se vai querer música, essas coisas. ─── Ela deu um pequeno sorriso. ─── Por mais que eu tenha certeza de que Billy vai tentar se esgueirar pra dentro, não importa o que esteja escrito.

Agatha riu suavemente, balançando a cabeça.

─── Ah, eu não duvido. Mas, sim, acho bom começarmos a preencher. Os papéis estão na minha bolsa, se você quiser pegar.

Rio levantou-se imediatamente, indo até onde a bolsa de Agatha estava jogada sobre a cadeira. Ela pegou os documentos e voltou para o sofá, sentando-se ao lado da esposa.

─── Certo. Vamos começar a planejar como vamos trazer nossa manguinha ao mundo. ─── Rio disse, abrindo o primeiro papel e entregando-o a Agatha.

Billy voltou à sala nesse momento, secando as mãos no ar e observando a cena.

─── O que tá acontecendo? Planejamento de bebê? ─── Ele perguntou, aproximando-se rapidamente.

─── Estamos vendo o plano de parto. ─── Agatha respondeu, oferecendo-lhe um olhar caloroso. ─── Mas nada de ideias absurdas, Billy.

─── Ei, eu só ia sugerir que vocês incluíssem uma playlist com Wicked. ─── Ele brincou, pegando o sanduíche no prato que Rio tinha preparado e sentando-se ao chão.

Rio colocou os papéis na mesa de centro, e todos se ajeitaram ao redor, Agatha inclinada no sofá, já parecendo menos cansada. Ela segurava uma caneta enquanto Rio lia as perguntas em voz alta.

─── Tá bom, vamos lá. Primeira pergunta: "Desejo conhecer a maternidade antes do parto?" ─── Rio leu, olhando para Agatha.

Agatha franziu a testa por um momento, considerando.

─── Sim, quero escolher uma bem luxuosa. Onde a Angelina Jolie teve filhos? ─── Ela questionou, marcando "Sim" no campo correspondente.

Rio arqueou uma sobrancelha, rindo baixinho.

─── Luxuosa? Tipo suíte presidencial de hospital? ─── Ela perguntou, inclinando-se para olhar o que Agatha estava marcando.

─── Claro. ─── Agatha respondeu, ajustando os óculos com um ar altivo. ─── Se eu vou passar por todo esse sofrimento, o mínimo que mereço é um ambiente cinco estrelas. Não vou trazer a nossa manguinha ao mundo em qualquer lugar.

Billy, sentado no chão comendo o último pedaço do sanduíche, quase engasgou de tanto rir.

─── Concordo 100%, Tia Aggie. Eu já posso até ver você no Instagram com um robe de cetim e champanhe sem álcool na mão.

Rio revirou os olhos, mas um sorriso brincava em seus lábios.

─── Tá bom, rainha. Vamos pra próxima. ─── Ela disse, sorrindo. ─── "Desejo que me acompanhem durante a internação e parto?"  Acho que isso é óbvio, né?

Agatha assentiu, sorrindo.

─── Claro. Você vai estar lá, e... ─── Ela olhou para Billy, hesitando.

Billy ergueu as mãos rapidamente.

─── Ei, eu tô 100% comprometido a ser a melhor doula-sobrinho da história. Só não vou cortar o cordão porque, sinceramente, eu não tenho estômago pra isso. Então, Vidal que se vire.

Rio riu e balançou a cabeça, apontando para Billy com a caneta.

─── Eu? Cortar o cordão? Isso é totalmente sua cara, Billy. Você é o doula aqui. É praticamente parte do contrato.

Billy arregalou os olhos, dramaticamente ofendido.

─── Contrato? Ninguém me falou de cortar coisas! Eu sou doula pra segurar a mão da Tia Aggie, fazer comentários engraçados e garantir que a playlist esteja impecável. Não assinei nada sobre procedimentos cirúrgicos.

Agatha soltou uma gargalhada, balançando a cabeça.

─── Tá bom, nenhum de vocês precisa cortar nada. Vamos deixar isso para os profissionais. ─── Ela disse, ainda rindo.

Rio deu de ombros, fingindo alívio.

─── Ótimo. Então eu posso focar na minha outra tarefa importante: documentar tudo. Alguém precisa tirar as fotos perfeitas desse momento histórico.

Billy imediatamente ergueu o dedo.

─── Ei! Isso é a minha função também! Não posso deixar vocês postarem fotos ruins. Vou editar tudo com filtros dignos de revista.

Agatha levantou a mão, interrompendo as divagações de Rio e Billy sobre quem seria o responsável por registrar o momento.

─── Certo, parem já com isso. Quero deixar algo bem claro. ─── Ela disse, olhando para ambos com uma expressão séria que mal escondia o humor nos olhos. ─── Não quero uma única foto durante o trabalho de parto. Entenderam? Nem uma.

Billy abriu a boca, indignado.

─── Mas, Tia Aggie, é o momento histórico do nascimento da manguinha! Você vai se arrepender de não ter registros.

─── Eu não vou me arrepender de nada. ─── Agatha rebateu, cruzando os braços. ─── Eu me conheço. Se vocês tirarem qualquer foto de mim naquele estado, vou passar o resto da minha vida desejando queimar aquelas imagens.

Rio mordeu o lábio para segurar uma risada, acenando para Billy como se estivesse concordando com Agatha.

─── Ela tem razão, Billy. A gente só pode desafiar as regras da rainha até certo ponto.

Billy suspirou dramaticamente e jogou as mãos para o alto.

─── Tá bom, tá bom. Sem fotos. Então qual é o meu papel glorioso, já que não posso registrar o momento? ─── Ele perguntou, fingindo indignação.

Agatha sorriu, inclinando-se ligeiramente para frente, os olhos brilhando com determinação.

─── Sua função será me deixar impecável logo depois. ─── Ela declarou. ─── Assim que o bebê nascer, quero estar pronta para receber visitas com classe. Quero parecer gostosa, poderosa e completamente inabalada.

Billy arregalou os olhos, processando a tarefa.

─── Ok, entendi. Eu sou tipo o time de pit stop no "Grande Prêmio da Maternidade". ─── Ele disse, pensando alto. ─── Vou trazer maquiagem, um robe incrível, uma escova de cabelo profissional... Talvez até um vaporizador facial!

Agatha sorriu, satisfeita.

─── Exatamente. Confio em você pra isso. ─── Ela disse.

Rio finalmente não conseguiu segurar a risada e balançou a cabeça.

─── Meu Deus, vocês dois. ─── Ela comentou. ─── Isso é um parto, não um desfile de moda.

─── Desfile ou não, é meu momento. ─── Agatha disse, com firmeza. ─── E vou fazer do jeito que me faz sentir bem.

Billy deu um tapa na mesa como se concordasse com cada palavra.

─── Considera isso feito, Tia Aggie. Eu vou te transformar em um ícone de maternidade.

Rio revirou os olhos, mas o sorriso em seu rosto mostrava que ela não estava realmente contrariada. Agatha se recostou no sofá, satisfeita, enquanto Billy já começava a planejar mentalmente cada detalhe do "momento icônico".

Agatha ajustou-se no sofá, cruzando as pernas com dificuldade e lançando um olhar confiante para Rio e Billy.

─── Quero lembrar vocês que eu sou uma celebridade. ─── Ela declarou, com um ar de falsa modéstia. ─── Ok, talvez low profile, mas ainda assim, uma celebridade.

Rio soltou uma risada curta, erguendo as sobrancelhas.

─── Celebridade? Tá bom. Continua. Quero ouvir mais sobre isso.

Agatha ignorou o tom provocador, levantando o queixo com elegância.

─── Meu nome está em prateleiras de livrarias ao redor do mundo. ─── Ela argumentou, gesticulando dramaticamente. ─── Pessoas discutem minhas histórias em clubes de leitura e em fóruns literários. Há listas inteiras de espera para autógrafos nos meus lançamentos. Lésbicas choram por mim. Isso, meus queridos, é ser uma celebridade.

Billy segurou o riso, mas não conseguiu se conter.

─── E quantas dessas pessoas sabem o que você comeu no café da manhã ou qual é o nome do seu coelho? Porque isso é o que define uma celebridade moderna. ─── Ele brincou, piscando para Agatha. ─── há quanto tempo você não abre o Instagram?

─── Eu escolhi o anonimato estratégico, Billy. ─── Agatha rebateu, com um sorriso de canto. ─── É mais chique assim. Menos paparazzi, mais controle da minha narrativa.

Rio se recostou, cruzando os braços.

─── Tá, e como isso se conecta com o plano de parto? ─── Ela perguntou, claramente se divertindo.

Agatha inclinou-se para frente, apontando com a caneta para Rio.

─── Tudo, Vidal. Tudo. ─── Ela afirmou. ─── Porque quando eu sair daquela sala de parto, quero estar preparada para qualquer foto, qualquer visita inesperada. Não importa se é só a mamãe ou... sei lá, Oprah Winfrey.

Billy explodiu em gargalhadas.

─── Oprah! Tá bom, agora você me convenceu. Vou precisar de uma lista de exigências pra deixar você digna de receber a realeza do entretenimento.

Rio riu junto, balançando a cabeça.

─── Vocês dois são inacreditáveis. Mas, sabe de uma coisa? ─── Ela olhou para Agatha com um sorriso afetuoso. ─── Se isso é importante pra você, Aggie, a gente vai fazer acontecer.

Agatha sorriu, claramente satisfeita, e se recostou no sofá como se já tivesse vencido um debate presidencial.

─── Obrigada, minha equipe. ─── Ela disse, com um toque de brincadeira. ─── Vocês estão oficialmente contratados.

─── Tá bom, seguindo. "Terei uma doula me acompanhando?" ─── Ela perguntou.

Agatha deu de ombros, olhando para Billy.

─── Acho que já temos uma doula, né? ─── Ela disse, apontando para ele com a caneta.

─── A serviço da rainha. ─── Billy respondeu, fazendo uma reverência exagerada.

Rio olhou para a cena e revirou os olhos com um sorriso.

─── Doula ou assistente pessoal de diva? Porque, honestamente, com você, Billy, eu nunca sei. ─── Ela provocou, cruzando os braços.

Billy endireitou-se da reverência, apontando para si mesmo com orgulho.

─── Eu sou multifuncional, Vidal. Posso ser o que a Tia Aggie precisar. Doula, conselheiro de moda, curador de playlists para o parto... até segurança, se necessário. ─── Ele respondeu, piscando para Agatha.

Agatha riu baixinho, balançando a cabeça.

─── Doula e curador de playlists já são o suficiente, Billy. Não vamos exagerar.

─── Ah, mas exagerar é minha especialidade, Tia Aggie. ─── Ele respondeu com um sorriso travesso.

Rio soltou um suspiro dramático.

─── Só espero que ele consiga ser útil na hora H e não transforme a sala de parto num show da Broadway.

Billy colocou a mão no peito, fingindo-se ofendido.

─── Eu nunca faria isso... a menos que você permita, claro. ─── Ele piscou, arrancando outra risada de Agatha.

Rio pegou a caneta da mão de Agatha, anotando "Sim" na resposta para a pergunta da doula.

─── Tá decidido, então. Temos nossa doula oficial. Deus nos ajude. ─── Ela comentou, entregando os papéis de volta a Agatha.

Agatha ajustou-se no sofá, ainda sorrindo.

─── Obrigada, Billy. Saber que você vai estar lá faz tudo parecer um pouco menos assustador.

Billy se inclinou, colocando a mão sobre a de Agatha.

─── Sempre, Tia Aggie. Não importa o que aconteça. ─── Ele disse com uma sinceridade que contrastava com seu tom normalmente brincalhão.

Rio observou o momento, o sorriso em seu rosto suavizando. Ela esticou a mão para tocar no ombro de Agatha.

─── E eu também tô aqui. Mesmo que você prefira o Billy como doula principal, tô aqui pra tudo. ─── Ela disse suavemente.

Agatha olhou para Rio, os olhos suavizando ao perceber a sinceridade por trás das palavras dela. Por um momento, o caos das últimas semanas pareceu se dissipar, deixando apenas a conexão entre as duas.

─── Eu sei que está aqui. ─── Agatha respondeu, sua voz mais baixa, mas cheia de emoção. ─── Mesmo quando eu me perco em tudo isso... eu sei que posso contar com você.

Rio sorriu levemente, inclinando-se para mais perto, sua mão ainda no ombro de Agatha.

─── Eu sei que nem sempre mostro isso direito. ─── Ela começou, hesitando por um momento antes de continuar. ─── Mas você e esse bebê... vocês são tudo pra mim, Aggie. Eu posso ser uma bagunça às vezes, mas nunca duvide disso, tá?

Agatha sentiu as lágrimas começarem a subir, mas desta vez não eram de tristeza ou medo. Ela estendeu a mão, segurando a de Rio sobre seu ombro.

─── Você pode ser uma bagunça, sim. ─── Ela disse com um pequeno sorriso, a voz levemente rouca. ─── Mas você é a minha bagunça, Vidal. Sempre foi.

Rio riu suavemente, abaixando a cabeça por um momento antes de erguer os olhos novamente para encontrar os de Agatha.

─── Então acho que tá tudo certo. Porque você também é a minha Harkness... por mais teimosa e mandona que seja.

Agatha deu uma risada curta, balançando a cabeça, mas não soltou a mão de Rio.

Rio riu baixinho e passou para a próxima pergunta.

─── "Desejo que eu e meu acompanhante sejamos informados dos procedimentos a serem realizados comigo e meu bebê?" ─── Ela leu. ─── Isso é óbvio, né?

─── Absolutamente. ─── Agatha concordou, anotando a resposta.

Então veio a última pergunta. Rio leu devagar, com um sorriso brincando em seus lábios.

─── "Em caso de dor, quais providências desejo que sejam tomadas?" ─── Ela olhou para Agatha. ─── Eu acho que seria incrível se você considerasse um parto mais natural, sabe? Sem medicamentos, sem intervenções desnecessárias.

Agatha parou de escrever e levantou uma sobrancelha, claramente desacreditada.

─── Natural? ─── Ela repetiu. ─── Rio, se eles tiverem maconha, eu aceito. Quero todas as drogas. Epidural, anestesia, tudo.

Billy gargalhou tão alto que quase derrubou o copo de suco que estava segurando. Ele colocou a mão no peito, dramatizando.

─── Isso aí, Tia Aggie! Sem tempo pra sofrimento desnecessário. Quero você com um sorrisinho de diva enquanto esse bebê nasce.

Rio revirou os olhos, mas não conseguiu segurar um pequeno sorriso.

─── Vocês dois são impossíveis. ─── Ela disse, cruzando os braços. ─── Mas sério, Aggie, você não acha que um parto natural pode ser mais... conectado? Tipo, você e o bebê numa sintonia incrível, sentindo tudo.

Agatha arqueou as sobrancelhas, lançando a Rio um olhar cético.

─── Sintonia incrível? ─── Ela repetiu. ─── Rio, eu não preciso de dor pra me conectar com o bebê. A gente já tá em sintonia. Ele adora smoothie de frutas vermelhas e Wicked, o que mais você quer?

Billy deu uma risada abafada e balançou a cabeça.

─── Eu amo como você sempre tem uma resposta, Tia Aggie.

Agatha sorriu com orgulho.

─── É claro. E sabe o que mais? A "manguinha" merece que eu esteja no meu melhor. E o meu melhor não envolve dor. Então, escrevam aí: todas as drogas.

Rio suspirou dramaticamente, mas havia um brilho de diversão nos olhos dela.

─── Tá bom, diva. Epidural, anestesia, e se eles tiverem alguma novidade, você vai ser a primeira da fila.

Agatha apontou para ela com a caneta.

─── Isso mesmo. Agora estamos falando a mesma língua.

Billy ainda estava rindo enquanto anotava algo no canto do formulário, claramente planejando algo absurdo.

─── O que você tá fazendo, Billy? ─── Agatha perguntou, desconfiada.

─── Anotando ideias para a playlist. Vou incluir "Defying Gravity" porque acho que vai combinar com o momento. ─── Ele respondeu, piscando.

Rio riu alto dessa vez, balançando a cabeça enquanto pegava os papéis de volta.

─── Meu Deus, esse parto vai ser o evento do ano. ─── Ela brincou.

Algumas perguntas depois, Agatha inclinou-se para trás no sofá, ajeitando uma almofada sob a barriga com um suspiro satisfeito.

─── Certo, agora que decidimos sobre o plano de parto, acho que mereço uma boa soneca. ─── Ela declarou, bocejando levemente.

Rio riu e assentiu.

─── Concordo. Você tem que descansar pra estar pronta pra tarde que te espera. ─── Ela disse, arrumando os papéis na mesa.

Billy, curioso, inclinou-se para frente.

─── Que tarde? ─── Ele perguntou, os olhos brilhando de animação.

Agatha sorriu, fechando os olhos por um momento enquanto acomodava o travesseiro.

─── Enxoval do bebê. ─── Ela respondeu, quase sonolenta. ─── É hora de começar a montar o pequeno império da nossa manguinha.

Billy abriu a boca, claramente empolgado.

─── Eu posso ir? ─── Ele perguntou rapidamente, mas antes que pudesse se preparar para o provável "não" de Rio, ela deu de ombros e respondeu com naturalidade.

─── Claro. Por que não?

Billy congelou por um segundo, piscando repetidamente.

─── Espera... eu ouvi certo? Você disse sim? ─── Ele perguntou, apontando para Rio como se ela fosse uma miragem.

Rio revirou os olhos, mas estava sorrindo.

─── Sim, Maximoff. Você pode ir. ─── Ela confirmou. ─── Mas só se prometer não transformar isso numa competição de "quem escolhe o item mais extravagante".

Billy colocou a mão no peito, como se tivesse sido atingido por um raio de emoção.

─── Prometo. Embora, se acontecer de eu encontrar algo deslumbrante, é meu dever como futuro padrinho mostrar pra vocês. ─── Ele respondeu, piscando para Agatha.

Agatha abriu um olho, rindo baixinho.

─── Tá bom, mas nada exagerado. E lembrem-se: eu tenho a palavra final em tudo. ─── Ela disse, já se ajeitando para sua soneca.

Billy se levantou rapidamente, já fazendo planos em voz alta sobre os temas do quarto do bebê, enquanto Rio suspirava e murmurava algo sobre como seria um longo dia. Mesmo assim, havia um sorriso genuíno em seus lábios ao ver o entusiasmo de Billy e a expressão tranquila de Agatha. A tarde prometia ser cheia de surpresas, e, apesar do caos que provavelmente viria, Rio estava pronta para enfrentá-lo — pelo bem de sua família.

(...)

O TRIO ENTROU NO SHOPPING EM UM RITMO DESACELERADO, liderado por Agatha, que segurava com firmeza um fichário lilás de aparência organizada e, claramente, muito amado. Ela usava uma roupa confortável, mas elegante, e seus olhos brilhavam de determinação.

Billy seguia logo atrás, com algumas sacolas reutilizáveis dobradas sob o braço, pronto para carregar qualquer coisa que a tia pedisse. Rio, por sua vez, caminhava ao lado de Agatha, observando-a com um misto de diversão e admiração.

─── Você realmente trouxe um fichário, Aggie? ─── Rio perguntou, com um sorriso brincando em seus lábios.

Agatha lançou um olhar de falsa ofensa para ela.

─── É claro que sim. ─── Ela respondeu, ajustando os óculos. ─── Passei meses pesquisando e montando essa lista. É perfeita. Cada item aqui foi escolhido com base em análises detalhadas, avaliações de usuários e recomendações médicas.

Rio arqueou uma sobrancelha, impressionada, e inclinou-se ligeiramente para mais perto, observando o fichário com mais atenção.

─── Isso é... bem sexy, na verdade. ─── Ela murmurou, o tom mais baixo, mas claramente brincalhão.

Agatha parou abruptamente, virando-se para Rio com um olhar intenso que misturava surpresa e algo mais profundo. Ela ergueu uma sobrancelha, a mão ainda segurando o fichário lilás com firmeza.

─── Sexy? ─── Ela repetiu, o tom desafiador, mas com um brilho nos olhos. ─── É isso que você acha da minha organização impecável, Vidal?

Rio abriu um sorriso de canto, percebendo que tinha tocado em algo perigoso, mas não conseguia se segurar.

─── Não posso evitar. ─── Ela respondeu, inclinando-se um pouco mais perto, agora com um tom mais baixo e provocador. ─── É meio irresistível, na verdade.

Agatha piscou lentamente, sentindo o calor subir por seu rosto. Os hormônios, que já estavam bagunçando suas emoções há meses, agora pareciam amplificar tudo. Ela inclinou-se um pouco mais para perto de Rio, até que a distância entre elas fosse quase inexistente.

─── Se eu soubesse que um fichário faria você reagir assim, teria começado a carregar um no nosso primeiro encontro. ─── Agatha murmurou, a voz levemente rouca.

Billy, percebendo a mudança de tom e a tensão no ar, virou-se abruptamente, erguendo as mãos.

─── Ok, chega! ─── Ele exclamou, fingindo desespero. ─── Estamos aqui pra comprar coisas pro bebê, não pra assistir a um episódio perdido de "Desperate Housewives". Guardem isso para a noite.

Agatha riu, afastando-se levemente de Rio, mas ainda com o rosto corado.

─── Ele tem razão. ─── Ela disse, ajeitando os óculos e voltando sua atenção para o fichário. ─── Temos uma lista a cumprir.

Rio sorriu, colocando uma mão no ombro de Agatha por um breve momento.

─── Claro. Mas só pra você saber... sua determinação realmente me enlouquece. ─── Ela murmurou, antes de seguir para o corredor à frente.

Agatha respirou fundo, recompondo-se após o breve momento de distração causado por Rio. Ela ajustou o fichário lilás no braço, levantou o queixo e assumiu sua postura de comando habitual. Era hora de focar.

─── Certo, agora vamos nos concentrar. ─── Ela declarou, com uma determinação que fez tanto Rio quanto Billy pararem para ouvi-la. ─── Estamos aqui para garantir que nossa manguinha tenha os melhores e mais seguros itens possíveis. Não vou aceitar nada que esteja abaixo do padrão.

Rio abriu um sorriso de canto, cruzando os braços.

─── Isso soa... um pouco ameaçador, Harkness. ─── Ela provocou, mas Agatha nem piscou.

─── É pra ser. ─── Agatha respondeu, sem perder o ritmo. ─── Este bebê merece tudo de bom, e eu não vou me contentar com nada que não atenda às especificações.

Billy, que já havia se recuperado da tensão anterior, deu uma risadinha.

─── Isso vai ser interessante. Vamos lá, diva. Qual é o próximo item?

Agatha folheou seu fichário meticulosamente organizado e apontou para a página dedicada aos berços.

─── Berço. Deve ser feito de madeira sólida, sem tinta tóxica, com laterais altas e barras que estejam a uma distância segura. Além disso, o acabamento deve ser arredondado para evitar riscos de machucados.

Billy ergueu uma sobrancelha.

─── Uau. Você tem até requisitos estéticos pra isso?

Agatha lançou-lhe um olhar firme.

─── Billy, segurança vem antes de estilo. Mas, sim, tem que ser bonito também.

Rio estava prestes a fazer outra provocação quando viu Agatha parar diante de uma fileira de berços e... tirar uma fita métrica de dentro da bolsa.

─── Ok, isso é novo. ─── Rio disse, piscando para Billy, que parecia igualmente surpreso.

─── Eu tô meio assustado, pra ser honesto. ─── Billy murmurou. ─── Ela planejou até isso?

Agatha, alheia às reações, ajoelhou-se ao lado de um berço com certa dificuldade devido a barriga e começou a medir cuidadosamente a distância entre as barras.

─── Isso é essencial. ─── Ela explicou, sem nem levantar o olhar. ─── O bebê não pode ficar preso entre as barras, e elas não podem ser largas demais. Além disso, a altura precisa ser ajustável para quando ele começar a ficar em pé, pois temos que se o filho de Rio bater a cabeça teremos um delinquente em casa.

Rio observava Agatha se movimentar com dificuldade ao lado do berço, a barriga visivelmente limitando seus movimentos. Apesar disso, sua determinação permanecia intacta. Ela analisava cada detalhe do móvel, como se estivesse decidindo o futuro do mundo.

─── Tudo bem, mas e os certificados de segurança? ─── Agatha perguntou, olhando diretamente para a vendedora. ─── Tem algum teste antimanchas para a pintura? E o material? Madeira maciça ou um composto qualquer? Quero saber se é seguro até para um bebê que vai morder tudo, ele tem histórico familiar.

A vendedora, claramente despreparada para o interrogatório, piscava repetidamente, tentando formular respostas.

─── Ah... senhora, eu... posso verificar com o gerente? ─── Ela disse, a voz tremendo.

─── Verificar? ─── Agatha arqueou uma sobrancelha, segurando a fita métrica como se fosse uma arma. ─── Você não devia saber isso de cabeça? E o peso máximo que o berço suporta? Porque se não aguentar o meu sobrinho magrelo sentado, certamente não vai aguentar um bebê ativo que aprendeu a dar cambalhotas.

Rio e Billy, que estavam mais afastados, trocaram olhares cúmplices enquanto observavam a cena.

─── Isso é fascinante. ─── Rio sussurrou, com um sorriso divertido. ─── Acho que nunca vi alguém fazer uma vendedora literalmente tremer.

Billy deu uma risada baixa.

─── Bem-vinda ao universo da Tia Aggie. Isso é só terça-feira pra ela. Uma vez ela fez uma garotinha chorar.

Agatha virou-se parcialmente para encarar Rio e Billy, os olhos estreitos enquanto ajustava o fichário lilás sob o braço.

─── Vocês dois ainda estão aqui? ─── Ela perguntou, com a voz firme, mas não exatamente irritada. ─── Vão olhar as roupinhas. Não preciso de platéia enquanto educo o pessoal dessa loja sobre padrões de qualidade. As coisas vão ficar feias aqui.

Rio e Billy trocaram olhares, claramente divertidos com a determinação de Agatha, mas não ousaram argumentar. Antes que saíssem, Agatha levantou a mão, interrompendo-os.

─── Espera. ─── Ela disse, apontando para Rio. ─── Nada de rosa ou azul, tá claro? Quero tons pastéis no máximo. Tons de roxo, verde ou complementares. O bebê Harkness Vidal não vai usar cores clichês de gênero.

Rio arqueou uma sobrancelha, segurando o riso.

─── Então, se eu achar algo com listras amarelas e verdes, tá aprovado? ─── Ela perguntou, provocando.

Agatha soltou um suspiro dramático, balançando a cabeça em negação. Ela estendeu seu fichário para Billy, o qual continua uma lista de coisas que ela queria.

─── Toma, cuide para que Rio não transforme meu bebê em uma abelha verde, por favor. Não quero estampas horríveis ou cores neon.

Billy ergueu a mão como um estudante na escola.

─── E se eu achar algo incrível com estampa de bruxas? Tipo, tematicamente perfeito?

Agatha estreitou os olhos para ele, mas o canto de sua boca se curvou em um leve sorriso.

─── Você tem bom gosto, Billy. Não me faça me arrepender de confiar em você.

Com isso, ela fez um gesto quase real para que eles saíssem.

(...)

BILLY E RIO CHEGARAM À SEÇÃO DE ROUPINHAS INFANTIS, onde uma infinidade de cores, estampas e texturas pareciam gritar para serem escolhidas. Billy pegou o fichário que Agatha tinha dado a eles antes de entrar na loja e começou a folheá-lo.

─── Olha isso aqui. ─── Ele disse, impressionado. ─── Tia Aggie realmente pensou em tudo. "Seis bodies de manga curta, seis de manga longa, quatro macacões, oito calças, meias antideslizantes…” Meu Deus, isso é uma lista ou um inventário militar?

Rio pegou um dos bodies brancos mais simples da prateleira, virou-o para olhar a etiqueta de preço e quase deixou cair.

─── Trinta dólares por isso? ─── Ela exclamou, segurando o tecido fininho como se fosse feito de ouro. ─── É só um pedacinho de pano! Nem tem um desenho ou uma frase bonitinha!

Billy riu, colocando o fichário sobre um carrinho de compras que encontraram.

─── Bem-vinda ao mundo dos bebês, Vidal. Você achava que Agatha era cara? Espere até ver o custo de criar um mini-Harkness. Que a Cher ajude você se for uma menina, tia Agatha vai a criar a pão de ló. ─── Ele comentou, pegando um macacão de tecido ecológico com estampa de estrelinhas. ─── Ah, isso é fofo. Vou colocar no carrinho.

Rio suspirou, balançando a cabeça.

─── E esse aqui? ─── Ela pegou outro macacão, dessa vez com uma etiqueta de cem dólares. ─── Cem dólares? Isso é um assalto. Como é que eu vou pagar isso? Talvez eu tenha que começar a comer as fraldas ecológicas do bebê pra economizar. Apesar que estão bem caras, talvez a solução seja água da torneira somente.

Billy colocou outro macacão no carrinho com um gesto teatral, balançando a cabeça como se estivesse acima das preocupações financeiras de Rio.

─── Relaxa, Vidal. ─── Ele disse, jogando uma meinha com estampas de coelho no carrinho. ─── Tia Aggie é uma escritora best-seller. Ela pode pagar por tudo isso e ainda financiar umas férias pra gente depois.

Rio arqueou uma sobrancelha, mas não pôde evitar sorrir levemente.

─── Ah, claro. Porque escrever romances lésbicos é o novo petróleo. ─── Ela brincou, mas sua expressão começou a suavizar enquanto via Billy pegar mais itens.

Rio começou a pegar algumas roupinhas nas araras, examinando-as com um olhar cada vez mais interessado. Não demorou para que sua expressão de choque com os preços se transformasse em algo mais suave, quase encantado.

─── Tá, isso aqui é fofo. ─── Ela disse, segurando um chapéu minúsculo com orelhinhas de urso. ─── Dá pra imaginar a manguinha usando isso?

Billy, ao lado, riu enquanto colocava um conjunto com estampa de estrelas no carrinho.

─── Vai ficar perfeito. Só precisamos combinar com uma roupa fofa e o bebê vai pagar os gastos com um Instagram próprio. ─── Ele respondeu, piscando.

Rio balançou a cabeça, mas estava sorrindo. Ela pegou um par de sapatinhos com detalhes bordados, levantando-os para mostrar a Billy.

─── Olha isso. É ridiculamente pequeno. Como algo pode ser tão pequeno e tão caro? ─── Ela perguntou, mas já estava colocando os sapatinhos no carrinho.

Billy segurou uma chupeta amarela com um design fofo.

─── Você acha que a Tia Aggie vai aprovar isso? Ela me parece aquelas mães que não dão chupeta.

Rio deu de ombros, ainda segurando o chapéu de urso.

─── Se ela não gostar, a gente usa quando ela não estiver por perto. Ela não pode controlar tudo... né?

Billy riu, colocando a chupeta no carrinho de qualquer forma. Ele parou em frente a uma arara com fantasias temáticas e puxou uma que parecia uma pequena capa de super-herói.

─── Ok, isso é um exagero, mas... ─── Ele olhou para Rio com um sorriso cúmplice. ─── Você consegue imaginar o bebê com isso?

Rio pegou a capa e segurou contra o peito, como se estivesse avaliando a ideia.

─── Vai ser adorável. ─── Ela admitiu, com um brilho nos olhos. ─── Mas, se a Agatha perguntar, você que colocou isso no carrinho.

Billy fingiu um olhar de ofensa.

─── Eu? Nunca. ─── Ele disse, mas já estava pegando um macacão de dinossauro.

Enquanto continuavam pelas prateleiras, rindo e comentando sobre os itens mais fofos, o carrinho começou a se encher rapidamente. Havia roupinhas temáticas, sapatinhos estilosos, chapéus com orelhas de animais, meias coloridas e até uma mamadeira com estampa de arco-íris que Billy insistiu que era essencial.

Rio olhou para o carrinho transbordando e soltou uma risada curta.

─── Ok, isso tá fora de controle. ─── Ela disse, mas não parou de pegar itens. ─── A gente vai precisar de outro carrinho.

Billy deu de ombros.

─── Ou três. ─── Ele respondeu, pegando um babador com a frase "Futuro Ícone" bordada.

Rio balançou a cabeça, mas não conseguiu evitar o riso enquanto seguiam para a próxima seção.

(...)

RIO E BILLY ESTAVAM SENTADOS EM UM BANCO DO LADO DE FORA DA LOJA, cada um com um milkshake em mãos. O carrinho de compras abarrotado de roupinhas e acessórios estava estacionado ao lado deles, e ambos observavam, de longe, a figura autoritária de Agatha ainda dentro da loja, aparentemente ganhando mais uma discussão com a gerente.

─── Eu não sei o que é mais assustador. ─── Billy começou, tomando um longo gole do milkshake. ─── A Tia Aggie quando ela está no modo "rainha do caos" ou o fato de que eu não consigo parar de admirá-la mesmo assim.

Rio riu, inclinando-se para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos.

─── É o charme dela. ─── Ela disse, sorrindo enquanto balançava o milkshake. ─── Mas, sinceramente, acho que ela vai sair dessa loja com mais respeito do que o gerente. Aposto que eles vão colocar uma foto dela na sala dos funcionários com a frase: 'Nunca discuta com essa mulher'.

Billy gargalhou, mas antes que pudesse responder, uma criança dirigindo uma daquelas pelúcias motorizadas passou voando pelo corredor e esbarrou na perna dele.

─── Ei! ─── Billy exclamou, segurando o milkshake para não derrubá-lo.

O menino, de uns oito anos, olhou para ele com um sorriso travesso, mas, ao invés de pedir desculpas, soltou:

─── Sai da frente, tio.

Billy congelou, os olhos arregalados.

─── Tio?! ─── Ele repetiu, a voz cheia de indignação. ─── Quem você tá chamando de tio, pirralho? Eu tenho só 16 anos!

Rio, já segurando o riso, decidiu alimentar o drama.

─── Calma aí, tio Billy. ─── Ela provocou, dando-lhe um tapinha no ombro. ─── Acho que o seu cabelo grisalho tá começando a aparecer.

Billy virou-se para ela com uma expressão ultrajada.

─── Vidal, você tem exatamente dois segundos pra retirar isso!

Antes que Rio pudesse responder, o menino voltou com sua pelúcia motorizada, desta vez olhando diretamente para Rio.

─── E você, senhora, tá no meio do caminho. Sai daí!

O sorriso de Rio desapareceu instantaneamente, substituído por uma expressão de pura indignação.

─── Senhora?! ─── Ela exclamou, levantando-se do banco e colocando as mãos na cintura. ─── Escuta aqui, moleque, eu sou jovem e estilosa, tá legal? E, além disso, você tá dirigindo um animal de pelúcia em alta velocidade no meio de um shopping! Quem te deu permissão pra isso?

O menino deu de ombros, obviamente não intimidado.

─── Minha mãe. E você devia sair do caminho.

Rio balançou a cabeça, rindo sem humor.

─── Sua mãe deveria ter te ensinado um pouco de respeito, isso sim. ─── Ela disparou, apontando para o menino. ─── E, olha, se você continuar assim, vai acabar aprendendo uma lição muito valiosa sobre o que acontece quando se provoca a pessoa errada.

Billy, observando tudo, parecia genuinamente dividido entre intervir ou continuar assistindo aquele espetáculo, mas a curiosidade venceu.

─── Rio... ─── Ele começou, segurando o riso. ─── Você tá mesmo discutindo com uma criança?

Rio, ainda com as mãos na cintura, olhou para Billy com determinação.

─── Ele começou! ─── Ela exclamou, antes de voltar sua atenção para o menino. ─── E, falando nisso, quem te ensinou a dirigir esse negócio? Você tá mais descontrolado que uma batata rolando escada abaixo. Você bateu em alguém que estava parado.

O menino estreitou os olhos para ela, claramente não intimidado.

─── Eu sei dirigir melhor que você, que não deve nem mais enxergar bem. ─── Ele respondeu com um sorriso desafiador. ─── Aposto que te ganho numa corrida.

Rio inclinou-se para frente, como se estivesse realmente considerando o desafio.

─── Uma corrida? ─── Ela repetiu, fingindo surpresa. ─── Você tá dizendo que acha que pode me vencer? Uma mulher atlética, cheia de energia, que jogou basquete na faculdade?

O menino deu de ombros, agora completamente confiante.

─── Acho não. Eu tenho certeza. Você não parece tão rápida assim.

Billy soltou um suspiro, massageando as têmporas, mas o sorriso em seu rosto traía o fato de que ele estava adorando aquilo.

─── Ok, agora eu realmente preciso gravar isso. ─── Ele murmurou, pegando o telefone.

Rio apontou para o menino com um dedo, como se estivesse aceitando o desafio.

─── Tá bom, garoto. Vamos resolver isso aqui e agora. Uma corrida pelo corredor principal do shopping. Eu vou usar outra dessas pelúcias motorizadas, e quando eu ganhar, você vai pedir desculpas por ter me chamado de senhora.

O menino riu, claramente achando tudo muito divertido.

─── E se eu ganhar? ─── Ele perguntou, cruzando os braços.

Rio deu de ombros.

─── Se você ganhar, eu pago um milkshake pra você. Mas, spoiler: isso não vai acontecer.

Billy, agora rindo abertamente, levantou-se e começou a caminhar na direção das pelúcias motorizadas.

─── Ok, isso vai ser o melhor vídeo do ano. ─── Ele disse. ─── Vou arranjar uma dessas pra você, Vidal. E torcer pro shopping não expulsar a gente.

Minutos depois, Rio ajustou-se em cima da pelúcia motorizada em forma de panda, segurando os controles com uma determinação que parecia completamente desproporcional ao contexto. Ela inclinou-se para frente, como se estivesse pilotando uma motocicleta em uma corrida profissional.

─── Certo, moleque. ─── Ela disse, lançando um olhar afiado para o garoto, que já estava posicionado em cima de sua pelúcia de leão. ─── Espero que você tenha trazido a sua A-game, porque eu não vou pegar leve.

Billy, por sua vez, subiu em uma pelúcia de antílope com um sorriso travesso, o telefone na mão, já gravando tudo.

─── Eu não tô aqui pra competir. ─── Ele disse, ajustando os óculos de sol que não faziam sentido nenhum ali. ─── Eu sou o documentarista dessa aventura épica. Mas, se alguém me ultrapassar, eu talvez me esqueça de gravar o momento da vitória.

O menino riu com confiança, segurando firme no guidão do leão.

─── Vamos ver se você é tão boa quanto fala, senhora panda.

Rio arregalou os olhos.

─── Senhora panda?! ─── Ela repetiu, ofendida. ─── Tá bom, agora você realmente vai perder.

Billy levantou a mão com dramaticidade, gravando o momento de largada.

─── Prontos? Três... dois... um... vai!

Os motores zumbiram enquanto as pelúcias arrancavam a 2 km por hora. Rio inclinou-se ainda mais para frente, guiando o panda com precisão surpreendente. O menino disparou à frente, sua risada ecoando pelo corredor, mas Rio estava determinada.

─── Esse moleque não vai ganhar de mim!

Ela murmurou, apertando os controles com tanta força que parecia que ia quebrá-los. Billy estava logo atrás, gravando tudo com um sorriso.

─── A corredora do panda está pegando o ritmo! ─── Ele narrou. ─── O leão ainda lidera, mas não subestimem a determinação de uma mulher vingativa.

Rio olhou para trás rapidamente, lançando um olhar ameaçador para Billy.

─── Se você não parar de narrar, eu faço você correr a pé, Maximoff!

O menino riu ainda mais alto enquanto fazia uma curva fechada, mas Rio estava logo atrás. Ela balançava de trás para frente, tentando ganhar velocidade. Quando finalmente ficou lado a lado com o menino, olhou para ele com um sorriso competitivo.

─── Isso é tudo que você tem? ─── Ela provocou.

Ele tentou acelerar, mas Rio, em um movimento audacioso, fechou a frente dele com o panda, forçando-o a desacelerar.

Billy gargalhava enquanto tudo era capturado pelo telefone.

─── Isso é jogo sujo! ─── Ele gritou para Rio, ainda gravando. ─── O panda está sabotando o leão!

─── Isso é estratégia! ─── Rio gritou de volta.

Na reta final, o menino tentou uma última manobra, mas Rio foi mais rápida, cruzando a "linha de chegada" imaginária com um grito de vitória.

─── E É ISSO! ─── Ela exclamou, levantando os braços no ar enquanto o panda desacelerava.

Billy parou logo atrás dela, ainda rindo enquanto registrava o momento.

─── A senhora panda venceu! ─── Ele anunciou. ─── A era de ouro do leão terminou oficialmente.

Nesse exato momento, Agatha saiu da loja, com passos firmes e o fichário lilás sob o braço, a expressão claramente descontente enquanto observava Rio e Billy celebrando a "vitória" de Rio. Ela parou ao lado deles, cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha.

─── O que, exatamente, eu acabei de presenciar? ─── Ela perguntou, o tom calmo, mas com uma clara nota de reprovação.

Rio, ainda segurando o panda, tentou um sorriso inocente.

─── Hm... só uma corrida amigável?

Billy levantou o dedo, pronto para acrescentar algo, mas Agatha lançou-lhe um olhar que o fez congelar no lugar.

─── Uma corrida. No meio do shopping. Com pelúcias motorizadas. Contra uma criancinha. ─── Agatha repetiu, claramente tentando processar a cena absurda. ─── Vocês têm ideia de como isso é ridículo?

O menino que havia perdido para Rio aproximou-se, ainda cruzando os braços, claramente irritado. Agatha virou-se para ele e, imediatamente, suavizou sua expressão. Seu espírito maternal estava bem aguçado com a gravidez.

─── Querido, sinto muito por tudo isso. ─── Ela disse, genuína. ─── Eu espero que isso não tenha estragado seu dia.

A mãe do menino aproximou-se logo atrás, lançando um olhar confuso para o grupo. Agatha tirou a carteira da bolsa e pegou algumas notas, entregando-as ao menino.

─── Aqui, compre algo gostoso, tá bom? ─── Ela disse, com um sorriso. ─── E se sua mãe concordar, claro.

A mulher agradeceu educadamente, pegando o menino pela mão e afastando-se enquanto ele olhava para as notas com olhos brilhando.

Rio, por sua vez, cruzou os braços com uma careta.

─── Ah, claro, agora eu sou a vilã da história. Você ainda deu dinheiro para o merdinha! ─── Ela murmurou.

Agatha virou-se para ela, estreitando os olhos.

─── Você é a adulta aqui, Vidal. Ou, pelo menos, deveria ser. ─── Ela disse, apontando para Billy. ─── E você, Maximoff, é um cúmplice.

Billy ergueu as mãos em rendição.

─── Ei, eu só tava documentando. Sou um observador imparcial!

Agatha balançou a cabeça, claramente frustrada.

─── Não importa. Vocês dois são um desastre esperando pra acontecer. ─── Ela suspirou, colocando uma mão na barriga. ─── E, pra piorar, Wanda me ligou. Fomos intimados a jantar na casa dela hoje à noite. Então, peguem o que sobrou da dignidade de vocês e vamos embora.

Rio e Billy trocaram olhares culpados enquanto Agatha começava a andar em direção à saída.

─── Intimados? ─── Billy repetiu, correndo para acompanhá-la. ─── Isso soa sério. Tipo, reunião de família, confissões e vinho barato sério?

─── Não sei, Billy. ─── Agatha respondeu, sem olhar para ele. ─── Mas, considerando que é a Wanda, pode ser tudo isso e mais um pouco.

Rio caminhou ao lado de Agatha, tentando conter um sorriso.

─── Então, nada de corridas na casa dela, imagino?

Agatha lançou-lhe um olhar de advertência.

─── Se você quiser sobreviver à noite, Vidal, sugiro que nem pense nisso.

(...)

O JANTAR NA RESIDÊNCIA MAXIMOFF-ROMANOFF começou cedo. Por algum motivo especial que Agatha e Rio não entenderam, Wanda e Natasha convidaram todas as amigas para compartilharem a refeição. A casa estava cheia e o som de conversas paralelas consumia todo o lugar.

─── Tia Aggie! ─── Tommy, o gêmeo número 2, a olhou surpreso. ─── Espera, você está… grávida?

Agatha e Rio se entreolharam, confusas pela pergunta.

─── Sim…? ─── Harkness respondeu cautelosa. Não sabia ao certo se o garoto estava sendo irônico ou não.

No entanto, ele arregalou os olhos em espanto.

─── Como assim? Por que ninguém me contou? Eu ainda sou da família ou vocês só fingem que eu não existo?

Tommy parecia indignado. A expressão em busca de uma  resposta plausível.

─── Querido, nós te contamos, lembra? ─── Wanda se aproximou. ─── Contamos, não contamos, Nat?

Natasha cerrou os dentes e ponderou.

─── Contamos?

─── Deus! Eu pensei que o Billy era o gêmeo excluído! ─

─── Ei! ─── Billy entrou no assunto. ─── Eu tô aqui!

Tommy revirou os olhos e subiu as escadas em passos furiosos, batendo a porta do quarto com certa irritação.

─── Tá vendo? Você não foi a última a saber, Vidal! ─── Jennifer Kale comentou enquanto bebia um gole de vinho.

─── Gente, mancada, hein? ─── Kate disse abafando um riso. ─── Coitado…

─── Coitado nada. ─── Natasha acrescentou, ríspida. ─── O garoto fica o dia inteiro naquele quarto fazendo sei lá o quê e quando sai é pra pedir dinheiro ou avisar que vai pra alguma festa e não sabe quando volta ou se volta.

Romanoff lançava as palavras como se fosse um desabafo.

─── E depois ele fica irritadinho porque nós não contamos algo que o próprio deveria se preocupar em saber? Ah! Tenha Santa paciência!

Wanda começou a acariciar o braço da esposa que sentava ao seu lado e a encarou carinhosamente.

─── Bebe um pouco, querida. ─── ela lhe entregou a própria taça. ─── Vai fazer bem.

Natasha tomou todo o conteúdo da taça e fungou triste.

─── Eu sinto tanta falta de quando eles eram apenas crianças curiosas… ─── a mulher ficou emocionada. ─── Agora o que nos resta é um gay extremamente exagerado e um projeto de bissexual fracassado. O que foi que a gente fez de errado?

Todas trocaram risadas baixas.

─── Ih! Tá emotiva demais, Romanoff… ─── Vidal provocou. ─── Tá grávida não?

─── Só se for do dedo da Wanda. ─── Natasha respondeu levando um tapa da esposa logo em seguida.

─── O que foi que eu falei de errado agora, mulher?

─── Tudo! Vai pegar mais vinho e cala a boquinha, tá bom? ─── Wanda  ordenou fingindo seriedade. ─── E não esquece do suco de uva integral da Aggie!

─── Eu agradeço pela parte que me toca. ─── Agatha sorriu.

─── Falando em parte que te toca… ─── Billy iniciou outro tópico de conversa.

─── Cuidado, garoto, você tá entrando em território proibido. ─── Rio o alertou com um leve tom brincalhão.

─── Que nojo, Vidal! ─── ele rapidamente entendeu o que a mulher queria dizer. ─── Você não cansa de ser pervertida, não?

─── Eu não disse nada, eu hein! ─── ela riu.

Billy lançou um olhar de advertência para a mulher e decidiu prosseguir. Estava muito animado com o assunto.

─── Bom… a Tia Aggie está prestes a entrar no terceiro trimestre da gestação e eu acho que esse é o momento perfeito para uma grande e luxuosa comemoração!

─── Comemoração? Eu quero! ─── Natasha retornou com uma garrafa recém aberta em uma das mãos e um copo com suco para Agatha na outra. ─── Mais vinho?

As mulheres presentes levantaram as taças já vazias.

─── Posso beber também, mamãe? ─── Billy indagou esperançoso.

Wanda o examinou de cima a baixo e respondeu:

─── Claro… depois dos 21 você pode ter um coma alcoólico que eu não ligo, querido. Agora fica aí com a sua Coca-Cola diet e não reclama.

Ele reclinou os ombros desanimado.

─── Você sabe que o Tommy bebe escondido porque a mãe deixa, né? ─── ele colocou as “cartas” na mesa.

Wanda abriu a boca incrédula e semicerrou as sobrancelhas, encarando Natasha completamente irritada.

─── Você o quê?!

─── Cala a boca, garoto! Ninguém te perguntou nada. Continua o que você estava falando sobre tocar a Agatha.

─── Ou! ─── Vidal quase gritou. ─── Ninguém vai tocar a minha mulher não!

─── Ô manicômio das bruxas, deixa o garoto falar, pelo amor de Deus! ─── Jeniffer quase implorou entre risadas.

Elas então foram acalmando os ânimos.

─── Obrigada Jen, você é uma fofa! Agora, voltando ao assunto. ─── Ele se virou para Agatha. ─── O que você acha de organizarmos uma chá de bebê, Tia Aggie?

Ela nem sequer pensou. Bebeu um pouco de suco e respondeu sem rodeios.

─── Eu acho uma péssima ideia.

Foi a vez de Vidal a encará-la, intrigada.

─── Ué, por que não?

─── Porque eu acho tudo isso uma perda de tempo e dinheiro. Além do mais, esses eventos acabam por incluír o momento da revelação do sexo do bebê. ─── Agatha disse imponente. O tom quase profissional. ─── Nós já tomamos a decisão e vamos descobrir apenas na hora do nascimento.

─── Nós não, você! ─── Rio a corrigiu. ─── Eu ainda estou me corroendo por dentro pra saber. Isso é tortura!

─── Tortura ou não, é a minha decisão e eu peço que a respeitem. Sim?

Jeniffer e Alice deram de ombros, aparentemente desinteressadas. Wanda e Natasha suspiraram em rendição e Billy, bom… Billy surtou.

O garoto ficou reclamando por quase duas horas sobre a importância de um chá de bebê e como aquilo seria lendário. Tentou convencer a Tia usando todos os argumentos possíveis e no fim, aparentemente desistiu,  rápido demais, surpreendendo todos na mesa de jantar.

─── Você tá aprontando alguma coisa, né? ─── Vidal sussurrou para o sobrinho antes de ir embora.

Ele simplesmente abriu um sorriso de canto e piscou.
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• 🩷 . . OO1 ❜ Olá, pessoal! Bom, quem costuma ler o que público provavelmente sabe que eu odeio reclamar, comentários sempre me alegram e são o motivo pelo qual vocês têm atualizações quase diárias. De qualquer forma, preciso dizer que a partir de agora qualquer comentário ofensivo será excluído e, caso persista, a pessoa será mutada.

Essa é uma história fictícia, mas isso não é desculpa para culpar a vítima ou ser ofensivo com as autoras. Críticas construtivas são apreciadas, mas se você quer cuspir ódio, aqui não é lugar para você.

• 🩵 . . OO2 ❜ No próximo capítulo: Billy e Kate se unem em prol do bebê.

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