♡ | 0.9

∯﹒🧸 ⁺ ﹒ ◍ ﹒ 𝐌𝐘 𝐋𝐎𝐕𝐄, 𝐌𝐘 𝐋𝐈𝐅𝐄 ﹒ ﹒ ♪
──⠀۪ 🩷 ♡ ۫ ´ “that's how you lost the girl” 🍼┄﹒ ▢
❛ postado em 27/01/2025
5.821 palavras | não revisado.

I want you for worse or for better
(Eu te quero na alegria e na tristeza)
I would wait forever and ever
(Eu esperaria para todo sempre)
Broke your heart, I'll put it back together
(Parta seu coração, eu o consertarei)
I would wait forever and ever
(Eu esperaria para todo sempre)
And that's how it works, that's how you get the girl, girl (oh)
(E é assim que funciona, é assim que você conquista a garota, garota (oh))
And that's how it works, that's how you get the girl, girl
(E é assim que funciona, é assim que você conquista a garota, garota (oh))

how you get the girltaylor swift

. ݁ ٬٬ 𝐌𝐄𝐓𝐀 ִ ֗ ៵ʾ ▎48 votos
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ACREDITA-SE QUE COM O PROGRESSO DA GRAVIDEZ, apenas novos desafios serão colocados no caminho da grande aventura de se gerar um vida. Infelizmente, “novo” não era bem a definição do estado crítico em que Agatha se encontrava.

A mulher estava debruçada sobre o vaso sanitário há quase 1 hora. O rosto pálido e o corpo fraco. Aquele, definitivamente, não era o dia de paz e sossego que idealizou na noite anterior.

─── Eu acho que estou morrendo… ─── Agatha comentou. A voz frágil e os braços moles. Estava prestes a abraçar o chão.

Rio Vidal, que a acompanhava no banheiro, tentou acalmá-la com um leve carinho em suas costas.

─── Todos nós estamos, querida. É o ciclo da vida. ─── Rio respondeu tentando amenizar o clima. Algo que claramente não atingiu o objetivo.

─── Ótimo comentário, Vidal. Desde quando é animadora de torcida? ─── Billy perguntou irônico. Permanecia sentado ao lado da porta do banheiro vendo a Tia vomitar desde cedo. Confessou a si mesmo que estava completamente enojado, mas seguia tentando ser útil.

─── Cala a boca! ─── a morena rebateu, irritada.

─── Cala você!

Agatha estava prestes a explodir, mas o vômito a impediu. Vidal segurou seus cabelos e continuou o carinho nas costas da mulher. Aos poucos, Harkness voltou a sua posição original do dia: sentada no chão frio e duro do banheiro.

─── Se vocês dois… não pararem agora… eu juro que vou vomitar em vocês, e de propósito. ─── a escritora finalizou. Se sentia exausta. Os olhos fechados e a respiração profunda.

Em um movimento instintivo, Rio se ajoelhou ao lado da mulher e arrumou uma mecha rebelde da esposa a colocando atrás da orelha.

─── Tem certeza que não quer que eu chame um médico? Daqui a pouco a criança vai vir junto com o vômito…

A mais velha a encarou. Seus olhos fuzilando a alma da mulher a sua frente. Entretanto, desistiu de rebater por causa do cansaço.

─── Você é péssima nisso! Precisa a acalmar, não piorar o que já está fodido.  ─── Billy, já entediado, se levantou e foi até a madrinha. ─── O que eu posso fazer por você, minha deusa púrpura? Juro que faço qualquer coisa para o seu bem-estar.

─── Pode gestar o bebê por mim? ─── A morena suspirou. Os ombros caídos em desânimo. Se sentia grata por ambos, mas queria matar alguém agora.

─── Infelizmente não possuo o órgão mágico da concepção, Tia Aggie. Mas se tivesse ficaria honrado em ajudá-la.

─── Felizmente né? ─── Vidal riu. ─── Se você já é chato assim, imagina de TPM.

─── Você já foi se ferrar hoje, Rio? Se não, eu recomendo.

─── Vai você, rei do drama!

Aquele foi o limite. Agatha se levantou com dificuldade e gritou.

─── Calem a boca os dois! Pela deusa!

Ela se dirigiu até a cama e se jogou.

─── Vão embora agora! Eu imploro por um segundo de paz. ─── disse com o rosto enfiado no travesseiro. A voz abafada pelo objeto macio. ─── Se estivessem aqui ainda eu vou chamar a polícia e dizer que invadiram a minha casa.

Billy e Rio se entreolharam.

─── O que a gente faz? ─── o garoto sussurrou em pânico.

─── Eu estou ouvindo alguém falar! ─── Harkness vociferou entre os dentes.

Vidal, em um movimento rápido, puxou o menino para fora do quarto.

─── Acho que perdemos ela… ─── Billy gesticulou teatralmente.

─── Você desiste muito fácil, Maximoff. Não sabia que era tão fraco.

─── E qual a sua ideia brilhante? ─── o garoto cruzou os braços. ─── Porque, sinceramente, eu não estou disposto a enfrentar aquele ser maligno que está lá dentro.

─── Não é uma ideia brilhante, é algo simples. E você vai me ajudar. Vem!

Os dois partiram apressados para o paraíso americano das compras: Walmart. Voltaram horas mais tarde com inúmeras sacolas recheadas de coisas exclusivamente destinadas a Agatha Harkness.

─── O que sugere?  A gente joga tudo lá dentro e espera que ela entenda o recado ou tentamos uma abordagem mais cuidadosa? ─── Billy indagou. A animação crescendo parcialmente.

─── Sugestão: você vai abrindo caminho e eu vou buscar aquele negócio no carro. Te encontro lá em cima. Boa sorte!

─── O que?! ─── o garoto quase gritou. O tom tenso. ─── Você quer me jogar na jaula dos leões, Vidal? Eu não quero morrer antes de transar!

─── Você não vai morrer… e nem transar. Mas agora é o seu momento de brilhar, garoto! Vai lá! ─── Rio finalizou dando 2 tapinhas nas costas do garoto. Voltou animada para o veículo na garagem.

Billy suspirou. As mãos tremendo em desespero e a expressão preocupada. Subiu as escadas vagarosamente e bateu na porta do quarto do casal com delicadeza. biu as escadas vagarosamente e bateu na porta com delicadeza.

─── Entra. ─── a voz calma veio de dentro.

Ele a abriu com cautela. A grande tábua de madeira se revelando com milímetros de diferença.

─── Eu vim em missão de paz! ─── o garoto colocou a cabeça entre o vão da porta e disse. ─── Não me coma, monstro cruel.

Agatha abriu um sorriso casto.

─── Pode entrar, Billy…

─── Tem certeza? Esse não é um truque clássico onde eu entro e você rouba a minha alma?

─── Prometo que não pego toda, só a parte que me interessa. ─── ela brincou. Seu humor parecia mais ameno do que antes.

O menino seguiu até a beirada da cama com todas as sacolas.

─── Compramos algumas coisas pra você. ─── ele começou a pegar os itens aleatoriamente. ─── Acho que vai gostar.

A mulher fincou as sobrancelhas, curiosa.

─── Sabia que tem uma sessão inteira só para grávidas no Walmart? Juro! Achei que estava no paraíso da concepção. Você adoraria. ─── Billy comentou genuinamente animado. As mãos gesticulando em empolgação. ─── Nós temos refrigerante de gengibre, para enjoos, snacks de gengibre, biscoitos de gengibre, bala de gengibre, pasta de gengibre, bombom de gengibre, doce de gengibre e mais algumas coisas que a Rio achou “pertinente”.

───  Tem mais alguma coisa de gengibre aí dentro ou vocês compraram todo o estoque da loja? ───  Agatha perguntou olhando a lata do refrigerante. ─── 15 calorias? Uau, gostei…

A cama já estava ocupada por todos os itens citados por Billy.

───  Compramos também aquele ácido fólico que a médica recomendou e algumas vitaminas importantes. Agradeça: foram 500 dólares só de produtos pra você e para… ─── O garoto se inclinou ficando na altura da barriga da mulher. ─── Pra você, baby little dive! Lembre-se: eu sou legal e a sua Tia Kate não.

─── Billy! ─── Agatha o repreendeu dando um leve tapinha no ombro do jovem. ─── Se essa criança pegar birra da Kate eu vou mandar ela se resolver com você, ouviu bem?

─── Tudo pelo meu cargo honorário de padrinho do bebê mais fofo de Westview… ─── o garoto colocou umas das mãos sobre o ventre da madrinha. ─── Não é mesmo, purple baby?

Agatha abafou a risada.

─── Purple baby?

─── Sim! Filho deusa púrpura, little purple baby será!

─── Entendi… ─── ela mordeu o lábio e olhou ao redor. Estranhou o sumiço da esposa. ─── Cadê a Rio?

─── Bom… ela achou que você ainda estaria irritada com a gente, então… digamos que ela comprou um presente “especial”.

Billy se levantou da cama e correu até a porta. Foi então que avistou Vidal debruçada sobre o corrimão da escada. Ele lhe deu um joinha e a mulher começou a subir segurando o presente de forma extremamente desajeitada. Cada passo era um desafio à parte para que ela não caísse junto com o objeto.

─── Merda de ideia estúpida… ─── a mais nova disse entre os dentes enquanto o caminho até o quarto parecia impossível.

Quando já estava ao lado da porta, descansou.

─── Eu te disse que não era uma boa ideia… ─── Billy comentou rindo.

─── Você foi o primeiro a concordar, idiota! ─── a morena rebateu. O corpo suado apoiado sobre a parede. ─── Aggie!

Ela entrou de repente.

─── Eu comprei uma coisa… ─── as palavras saiam entre suspiros de cansaço. As pausas em uma tentativa de recuperar o fôlego. ─── E você tem que me prometer que vai gostar… porque se você não gostar eu vou ser obrigada a devolver… e eu não quero! ─── finalizou em uma súplica desesperada.

Antes que Agatha pudesse responder, Vidal pegou o presente e o arrastou com dificuldade para dentro do quarto.

─── Tcharam!

O objeto em questão era nada mais, nada menos do que um urso de pelúcia gigante de 3 metros de altura.

─── Por favor, diz que gostou… ─── Rio se jogou em cima do urso. ─── Olha como ele é fofo, Aggie!

A escritora abriu a boca para falar, mas nada saiu.

─── Ela vai matar a gente, não vai? ─── Billy cochichou. Os ombros tensos e a voz trêmula.

De todas as reações que ambos esperavam, aquela que se iniciou, de fato, não foi cogitada. Agatha começou a chorar copiosamente.

─── Eu… eu amei…

─── Eu também! ─── O garoto, em um impulso rápido, se juntou a Tia em um abraço.

─── Perdoados? ─── Vidal se aproximou. ─── Acho que foram os 300 dólares mais pesados da minha vida.

─── Você pagou 300 dólares nisso? ─── A morena limpou o rosto e perguntou séria.

─── Eu… eu vou pegar um copo d'água… me deu uma sede. ─── Rio mudou de assunto. Começou a se afastar calmamente.

─── Vidal…

─── Hoje o jantar é por minha conta, viu? ─── a morena já estava quase na escada.

─── Maria del Rio Vidal, me responda!

─── Eu disse que era uma péssima ideia…─── e assim Billy convencido.  concluiu.

(...)

COM 16 SEMANAS DE GESTAÇÃO, Agatha Harkness estava determinada a ser uma mãe preparada em todos os sentidos. Sua mesa de cabeceira estava abarrotada de livros sobre maternidade, e sua editora estava animada com a possibilidade de um livro novo. Cada detalhe sobre desenvolvimento fetal e cuidados maternos parecia ser absorvido por ela com entusiasmo, ela já havia assimilado todos os termos médicos, dicas de nutrição e precauções necessárias. Mas havia uma recomendação específica que ela não conseguia ignorar: a importância de exercícios leves para o bem-estar da mãe e do bebê. 

Depois das tentativas desastrosas de yoga e pilates com Billy — que mais pareciam cenas de comédia do que momentos de bem-estar — Agatha decidiu tentar algo mais simples e, segundo ela, livre de “poses esquisitas e música zen irritante”.

─── Caminhada. ─── Ela murmurou para si mesma, passando o dedo pela linha sublinhada no livro à sua frente. ─── É simples, revigorante... e não envolve me torcer como um pretzel idiota. 

Ela fechou o livro com um movimento decidido e olhou para Señor Scratchy, que estava em seu cesto, preguiçoso como sempre. 

─── Vamos dar um passeio, meu pequeno peludo. Você precisa respirar um pouco de ar fresco também. 

O coelho ergueu uma orelha, mas não se moveu. 

Agatha, porém, já estava animada. Vestiu um conjunto confortável de leggings e uma blusa solta, e procurou a coleira especial de passeio que Billy comprara como brincadeira — mas que ela agora pretendia usar de verdade. 

Com o coelho devidamente “equipado”, ela foi até o quarto de hóspedes, onde Rio ainda estava enrolada na cama, aproveitando os últimos minutos de sono. 

─── Vidal... ─── Agatha começou, cutucando-a com um dedo. 

Rio murmura algo incompreensível. 

Agatha cruzou os braços, inclinando-se sobre a cama com uma expressão que misturava expectativa e frustração.

─── Vidal... ─── Ela repetiu, dessa vez com mais firmeza, cutucando o ombro de Rio novamente. ─── Anda, acorda. 

Rio abriu um olho com dificuldade, murmurando algo que soava como “mais cinco minutos”. 

─── Se for outro desejo maluco, tipo ostras gratinadas e um milkshake de frutas vermelhas, eu juro que não vou levantar... ─── Rio resmungou, virando-se para o outro lado e puxando o cobertor para cobrir a cabeça. 

Agatha piscou, sentindo um aperto inesperado no peito. 

─── Outro desejo maluco? ─── Ela repetiu em voz baixa, como se estivesse tentando processar as palavras. 

Rio fez um som abafado de quem estava quase voltando a dormir, sem perceber o clima que se formava ao seu redor. 

─── Aggie, amor... É muito cedo pra isso... ─── Rio murmurou, ainda de olhos fechados. ─── Pede pro Billy... Ele adora essas coisas... 

Agatha sentiu uma mistura de tristeza e irritação crescendo em seu peito. Os hormônios da gravidez não ajudavam em nada. Ela se endireitou e cruzou os braços com mais força, como se isso pudesse segurá-la no lugar e impedir que desabasse ali mesmo. 

─── Entendi... ─── Ela disse, tentando soar neutra, mas a mágoa era evidente na voz. ─── Você acha que eu sou um fardo. 

Rio arregalou os olhos imediatamente, a voz de Agatha a atingindo como um alarme. Ela se virou rapidamente, sentando-se na cama com o cabelo bagunçado e o olhar confuso. 

─── O quê? Não, Aggie... Espera... Eu não quis dizer isso. 

Agatha deu um passo para trás, os olhos marejados, mas mantendo-se firme. 

─── É o que parece. Eu só quero fazer tudo certo... cuidar de mim, do bebê, tentar ter uma gravidez saudável... e você me trata como se eu estivesse te arrastando pra alguma tortura absurda. 

Rio piscou, ainda tentando despertar completamente e entender a proporção que aquilo tinha tomado. 

─── Eu... Eu só estava com sono... Não quis te magoar... ─── Ela se levantou, tentando se aproximar, mas Agatha ergueu uma mão para impedi-la. 

─── Eu sei que você não acredita que o bebê é seu, Rio... Mas não é justo. Eu estou tentando ser forte, mesmo com todas as mudanças... mesmo com tudo isso acontecendo. ─── A voz de Agatha tremia. ─── Mas às vezes... às vezes eu só queria que você estivesse tão animada quanto eu, que você quisesse estar ao meu lado... sem eu precisar te pedir. 

Rio sentiu um aperto no peito ao ouvir aquilo. Ela tentou falar, mas Agatha balançou a cabeça. 

─── Esquece... Eu não deveria ter vindo aqui. 

Agatha se virou para sair do quarto, o coelho ainda observando a cena em silêncio.

─── Aggie... ─── Rio chamou, a voz mais baixa agora, cheia de arrependimento. ─── Espera. 

Mas Agatha já estava na porta, lutando para segurar as lágrimas. 

─── Tudo bem, Rio. Pode voltar a dormir. Eu resolvo isso sozinha... como sempre. 

E com isso, ela saiu do quarto, deixando Rio sozinha, sentada na cama, sentindo-se a pior pessoa do mundo. Ela passou as mãos pelo rosto, tentando encontrar uma maneira de consertar aquilo, mas a culpa pesava como uma âncora. 

─── Droga... ─── Ela murmurou para si mesma, antes de se levantar e seguir Agatha pela casa, determinada a não deixar aquela conversa terminar assim.

Agatha saiu da casa com passos rápidos e desajeitados, enxugando as lágrimas com as costas das mãos enquanto caminhava em direção ao quintal. O ar fresco da manhã parecia pesar sobre seus ombros, e o soluço preso em sua garganta não ajudava. Señor Scratchy pulava ao seu lado, inquieto, como se percebesse que algo estava errado, o coelho inclinou a cabeça para o lado, como se estivesse tentando entender por que sua humana favorita estava chorando.

─── Não se preocupe, pequeno. ─── Agatha sussurrou, tentando se recompor. ─── Vai ficar tudo bem...

Ela respirou fundo e foi direto até a barraca de Billy.

A barraca de Billy estava levemente inclinada, e uma das abas estava aberta. Ela parou na entrada e puxou o zíper com força, acordando o jovem de maneira nada gentil.

─── Billy! ─── Ela praticamente berrou. ─── Levanta! Agora!

Billy soltou um grito assustado, sentando-se de repente com o cabelo despenteado e os olhos arregalados.

─── O quê?! Um ataque?! ─── Ele olhou ao redor, confuso, segurando um travesseiro como se fosse um escudo. Então, ao ver Agatha, ele piscou, tentando entender. ─── Tia Aggie? Por que você está chorando? O que aconteceu?!

Agatha fungou e enxugou as lágrimas com raiva, como se estivesse irritada consigo mesma por chorar.

─── Aconteceu que eu vou caminhar e você vai comigo. Agora. Sem desculpas! ─── Ela disse, a voz trêmula.

Billy olhou para ela como se ela tivesse acabado de falar que ele deveria correr uma maratona.

─── Caminhar? Tia Aggie, eu mal acordei! Que tipo de castigo cruel é esse? ─── Ele resmungou, esfregando os olhos. ─── E... espera, você tá chorando? Quem te magoou? Eu preciso saber pra poder... sei lá, afogar essa pessoa com glitter!

Antes que Agatha pudesse responder, a porta dos fundos se abriu com um estrondo, e Rio apareceu, ainda de pijama, os pés descalços e o cabelo desgrenhado. Ela parecia desesperada, respirando fundo e com os olhos arregalados.

─── Aggie! ─── Rio gritou, correndo na direção dela. ─── Pelo amor de Deus, não faz isso! Eu... eu tô aqui! Eu tô aqui agora!

Billy olhou de Agatha para Rio e depois para Señor Scratchy, que observava tudo com as orelhas levantadas, inquieto.

─── Tá, alguém pode me explicar o que tá acontecendo?! ─── Billy perguntou, levantando-se devagar. ─── Por que vocês duas parecem as protagonistas de um drama de novela mexicana às sete da manhã?

Agatha não respondeu de imediato, apenas olhou para Billy com uma expressão devastada e, depois, para Rio, que se aproximava com cautela.

─── Eu... eu não quero que você passe por isso sozinha. ─── Rio disse, a voz cheia de emoção. ─── Me desculpa, amor. Eu só... eu só sou péssima em demonstrar isso, ok? Eu sou uma bagunça, Agatha. Mas eu tô aqui, de pijama, descalça, correndo atrás de você porque não consigo te ver assim!

Agatha fechou os olhos por um momento, tentando absorver aquelas palavras sem deixar que a raiva e a tristeza a cegassem.

─── Então me prova, Rio... ─── Ela murmurou. ─── Prova que eu não tô sozinha.

Rio ficou em silêncio por um segundo antes de dar um passo à frente.

─── Eu... eu vou caminhar com você. Mesmo odiando cada segundo disso. Mesmo com meus pés frios e todo mundo na vizinhança me olhando como uma maluca. Mas eu vou caminhar porque você quer.

Billy observava a cena com a boca levemente aberta.

─── Isso é inesperadamente... fofo. ─── Ele comentou.

Rio deu um olhar fulminante para ele.

─── Não é o momento, Billy.

Billy levantou as mãos em rendição.

O trio começou a caminhar pelo quarteirão com passos lentos e cuidadosos. O ar ainda estava fresco, com um leve cheiro de terra molhada, e finos resquícios de neve repousavam nas calçadas e nos telhados. O chão tinha algumas poças pequenas e geladas que refletiam o céu claro da manhã. Agatha respirava fundo, tentando se concentrar na sensação de movimento e não no drama que tinha acontecido minutos antes. 

Rio, no entanto, não conseguia deixar de lançar olhares preocupados para a grama coberta por uma fina camada de neve. 

─── Tá bom, só pra deixar registrado: eu acho isso uma péssima ideia. ─── Rio disse, apontando para a neve como se fosse um inimigo mortal. ─── Está frio, você tá grávida, e agora estamos andando como pinguins pelo bairro porque... sei lá, um manual de gravidez sugeriu isso? 

─── Rio... ─── Agatha suspirou, apertando mais forte a mão dela. ─── Eu preciso disso. É só uma caminhada curta, não uma maratona. 

Billy, que vinha logo atrás, com os braços cruzados e tentando não pisar nas poças d'água, revirou os olhos. 

─── Ai, Rio, se preocupa menos. Grávidas caminham há séculos! Eu aposto que até rainhas medievais faziam isso com vestidos de 50 camadas de tecido. Tia Aggie vai sobreviver. 

Rio lançou um olhar afiado para Billy. 

─── E você vai sobreviver se continuar falando como um historiador inútil? 

─── Sim, porque diferente de você, eu sou o favorito dela. ─── Billy rebateu, sorrindo desafiadoramente. 

Ele sabia que era uma comparação irreal, pois Agatha o amava como um filho e simplesmente tinha adoração por Rio. Mas, bom... Rio fez sua tia chorar e não estava sendo tão apoiadora dessa gravidez quando deveria.

─── Eu não tenho paciência pra você, Maximoff. ─── Rio respondeu, balançando a cabeça. 

Billy deu um passo rápido e ficou ao lado delas, inclinando-se para sussurrar para Agatha. 

─── Não se preocupe, Tia Aggie. Se a Rio desmaiar de preocupação, eu sei primeiros socorros. 

Rio ouviu, claro. 

─── Se eu desmaiar, vai ser porque você me deu dor de cabeça! 

Agatha soltou uma risada fraca, mas real. 

─── Vocês dois são impossíveis. 

Señor Scratchy, que vinha acompanhando com seus pulinhos característicos, parou abruptamente e começou a olhar em volta como se avaliasse a situação. Depois de alguns segundos, ele simplesmente virou-se e começou a voltar na direção de casa. 

Billy olhou para trás e soltou uma risada. 

─── Opa, o Señor Scratchy se rendeu! Ele é esperto. Sabe quando uma ideia não vale a pena. 

Rio suspirou ao ver o coelho se afastando. 

─── Não, não... volta aqui! ─── Ela se abaixou, tentando chamá-lo, mas o coelho não deu a mínima atenção. ─── Ótimo... 

Antes que ele se afastasse ainda mais, Rio caminhou rapidamente e o pegou no colo com cuidado, mesmo resmungando. 

─── Tá bom, campeão... Se quer ser carregado, eu carrego. Só mais uma coisa pra essa caminhada virar uma comédia romântica maluca. ─── Ela murmurou, abraçando o coelho que se aninhou preguiçosamente em seu colo. 

Billy olhou para o coelho aconchegado e depois para Rio. 

─── Eu não acredito... O coelho recebe tratamento VIP e eu tenho que andar na neve? 

Rio lançou um olhar mortal. 

─── Se quiser, eu te carrego também, Billy. Mas eu te garanto que vou te derrubar na primeira esquina. 

Billy ergueu as mãos em rendição, tentando segurar o riso. 

─── Passo. 

Agatha olhou para a cena e sentiu o coração aquecer um pouco mais. Eles ainda brigavam, como sempre, mas estavam ali. Rio, com todas as suas preocupações exageradas e sarcasmo, estava ali. Billy, com sua dramatização e lealdade inabalável, também estava ali. 

Era caótico, era bagunçado, mas era exatamente o tipo de amor que ela precisava naquele momento. 

─── Ok, vocês dois. ─── Agatha chamou, sorrindo enquanto os puxava mais perto. ─── Vamos terminar essa caminhada antes que o coelho tenha uma crise existencial e vocês me enlouqueçam. 

E assim, com discussões, risos e Senhor Scratchy sendo carregado como um príncipe, eles continuaram pela rua coberta de neve fina, aproveitando um momento tão imperfeito e maravilhoso quanto eles mesmos.

(...)

O SOL JÁ COMEÇAVA A SE ESCONDER ATRÁS DAS montanhas, quando Agatha, Rio, Billy e Senhor Scratchy, confortavelmente aconchegado no colo de uma das donas, retornaram para a residência Harkness-Vidal. O clima pôs-caminhada era leve e descontraído. Os três compartilhando situações e casos do dia-a-dia com humor e espontaneidade.

─── Acho que preciso de um banho. ─── Agatha comentou já sentada no sofá. Tirou os tênis rapidamente e os jogou longe.

Entretanto, o barulho da campainha a interessou.

─── Deixa que eu atendo! ─── Billy logo se prontificou. Correu até a porta. ─── Mãe?

Natasha e Wanda estavam paradas com certa impaciência.

─── Como assim você está dormindo no quintal da Agatha, Billy?

O garoto olhou incrédulo na direção de Rio e a fitou irritado.

─── Vidal, sua traidora!

─── Eu não falei nada…─── ela rebateu. Um sorriso malicioso surgindo nos lábios.

─── A Rio te odeia, todo mundo já sabe disso, blá-blá-blá… ─── Natasha começou. ─── Agora vamos embora, garoto! Sua mãe está me enchendo o saco por causa disso o dia inteiro.

─── Não! ─── Billy se ajoelhou no chão em desespero. ───Eu não quero ir! Tia Aggie, faça alguma coisa.

A mulher suspirou.

─── Querido, levante…

Ele se negou. Os olhos brilhando de emoção.

─── Billy, o meu tapete… ─── ela prosseguiu. Agora com certa irritação.

─── Eu compro outro tapete pra senhora! Por favor, deixa eu ficar! ─── o garoto implorou.

─── Billy Kaplan Maximoff- Romanoff ! ─── Wanda gritou. ─── Levante-se do chão agora.

Ele finalmente se rendeu. Se levantou com a cabeça baixa e lágrimas nos olhos.

─── Essa situação já está passando dos limites! ─── o tom da ruiva diminuiu. ─── Eu não vejo você há quase 2 meses, filho.

Billy ergueu a cabeça e encarou a mãe.

─── Eu sei, mãe… Me desculpa, mas a Tia Aggie precisava de mim… ─── ele engoliu em seco. ─── Precisa.

─── E nós precisamos de você, querido. ─── Wanda se aproximou. ─── Não é, Nat?

A mulher parecia confusa, mas respondeu ao levar uma cotovelada da esposa.

─── É.

─── Droga de hormônios. ─── Agatha já estava prestes a chorar. A voz embargada.

Ela se aproximou do sobrinho e segurou em suas mãos.

─── Billy, meu bem, eu sei que você quer ajudar e eu agradeço imensamente por tudo que você fez durante esses últimos meses. Você é um menino de ouro, querido, e eu tenho muito orgulho de você.  ─── Agatha o beijou no rosto. ─── Mas agora eu já estou melhor e você precisa voltar pra casa.

─── A SUA casa! ─── Vidal pigarreou.

─── A casa dele também é aqui. ─── A morena rebateu entre os dentes. ─── Mas agora está na hora de você voltar para a sua outra casa, sim? Junto com as suas mães…

─── Guarda compartilhada, lembra? ─── Natasha brincou. ─── Agora é a nossa vez, gay do pop.

Ele assentiu. O rosto ainda nublado.

─── Tia Aggie, você promete que vai me deixar voltar? Se quiser eu durmo até do outro lado da rua.

─── É claro, querido! Você é sempre bem-vindo! ─── ela sorriu. ─── O seu quarto sempre vai estar lá em cima, mesmo com as ameaças da Rio.

─── Até ele ser substituído pelo quarto do bebê… ─── Rio provocou, rindo.

Eles se entreolharam.

─── É brincadeira, moleque. Você sabe que eu amo você. ─── a mais nova adicionou depois de receber um olhar da esposa que dizia “Eu vou te bater”. ─── Só é insuportável às vezes… ou sempre.

O riso explodiu como uma onda, varrendo a sala com sua força contagiante. Era impossível ignorar o som, uma mistura de gargalhadas profundas, risadas contidas e até mesmo aquele tipo de risinho nervoso que escapa sem querer.

Billy então, com desânimo, pegou suas malas, acariciou Senhor Scratchy e se despediu das Tias em um abraço demorado. Rio, no começo, estranhou, mas logo se entregou ao ato de carinho do garoto.

E assim, eles foram embora. Quando a porta da casa se fechou, Vidal soltou o ar e gritou:

─── Puta que pariu, caralho, finalmente!

(...)

A COZINHA ESTAVA CHEIA DE UM AROMA DELICIOSO DE ERVAS FRESCAS, alho e cebola refogados, o som reconfortante do óleo crepitando na frigideira. Rio Vidal, vestindo um avental que dizia "Chef do Amor", estava em seu elemento. Ela mexia a panela com um sorriso genuíno e satisfeito enquanto cantarolava uma música em espanhol, girando suavemente pela cozinha como se estivesse em um palco. Ela sorria, algo raro nos últimos meses, mas genuíno.

Se havia uma coisa que fazia Rio se sentir em paz, era cozinhar para Agatha. E, naquela noite, com Billy devidamente arrancado do gramado por Wanda e Natasha, Rio sentia que finalmente podia aproveitar um momento só delas.

─── Ah, paz... ─── Rio murmurou para si mesma, girando o saleiro sobre a panela com um movimento teatral. ─── Nada de Maximoffs cantando Wicked no café da manhã... Nada de discussões sobre travesseiros decorativos... Só eu e minha esposa linda e faminta.

Rio olhou para o molho borbulhando na panela e suspirou satisfeita. Ela estava fazendo a comida favorita de Agatha: risotto alla parmigiana com legumes salteados. Queria que tudo estivesse perfeito — não porque ela estivesse tentando consertar tudo de uma vez, mas porque aquele era seu jeito de mostrar amor.

Com o avental levemente sujo e um sorriso de expectativa, Rio tirou dois pratos do armário e arrumou a mesa com esmero. Uma vela foi colocada no centro, acesa com cuidado. Não era um jantar romântico oficial — afinal, elas ainda estavam separadas — mas havia algo íntimo naquele gesto, uma tentativa silenciosa de reaproximação.

Rio deu uma última olhada na mesa e voltou para o fogão, cantarolando baixinho. Quando tudo estava pronto, ela respirou fundo e caminhou até o corredor.

─── Aggie? O jantar está pronto. ─── Ela chamou, a voz suave, mas com uma ponta de nervosismo.

Ela sabia que as coisas entre elas ainda estavam complicadas, mas também sabia que, às vezes, um gesto simples podia falar mais alto que mil palavras.

Agatha apareceu na entrada da cozinha, os olhos levemente curiosos. Ela vestia um robe confortável e tinha o cabelo preso de maneira desleixada, mas linda como sempre. Ao ver a mesa arrumada e Rio ali, com uma expressão que misturava orgulho e ansiedade, Agatha não conseguiu segurar um pequeno sorriso.

─── Risotto? ─── Ela perguntou, aproximando-se devagar.

─── Com legumes... e sem siri. ─── Rio respondeu com um sorriso brincalhão. ─── Aprendi minha lição. Nada de desejos extravagantes no meio da madrugada sendo repetidos em outras refeições.

Agatha soltou uma risada curta e se sentou lentamente à mesa. O cheiro da comida era reconfortante, quase nostálgico.

─── Isso parece maravilhoso. ─── Ela murmurou, olhando para o prato à sua frente.

Rio sentou-se do outro lado, pegando a jarra de água para servir as duas.

─── Eu só queria... um jantar tranquilo com você. Sem discussões, sem lágrimas... só a gente. ─── Rio disse, tentando manter o tom casual, mas havia uma sinceridade vulnerável em suas palavras.

Agatha olhou para Rio por um momento, sentindo o peso do esforço que ela estava fazendo. Era pequeno, mas significativo.

─── Você... realmente caprichou. ─── Agatha admitiu, com um olhar mais suave.

Rio deu um sorriso tímido, o tipo de sorriso que Agatha não via há algum tempo.

─── Eu precisava. ─── Rio respondeu simplesmente.

Elas comeram em silêncio por alguns minutos, aproveitando o sabor reconfortante do prato e a calmaria do momento. Señor Scratchy observava de longe, como se aprovasse a cena. Rio fez questão de encher o copo de Agatha assim que ela terminou a primeira porção, e Agatha notou o cuidado nos mínimos detalhes.

Finalmente, Agatha quebrou o silêncio:

─── Está delicioso, Rio. Obrigada... por isso.

─── Sempre. ─── Rio respondeu com um olhar determinado. ─── Mesmo que a gente esteja... assim. Eu tô aqui.

Agatha tomou um gole de água, aproveitando o sabor aconchegante do risotto e o ambiente leve que finalmente preenchia a cozinha. Rio, ainda com um leve sorriso, pegou um pedaço de pão e mergulhou no molho, como se tudo estivesse voltando a um ritmo mais confortável.

─── Então... ─── Rio começou, casualmente. ─── Sabia que eu andei pesquisando mais sobre o que o bebê está fazendo lá dentro?

Agatha ergueu uma sobrancelha, surpresa.

─── Pesquisando? Você?

Rio riu e, com um leve rubor nas bochechas, pegou seu celular.

─── Ok, tecnicamente eu baixei um aplicativo... ─── Ela admitiu, deslizando o dedo pela tela. ─── E, hum... eu tenho que confessar... Eu estou obcecada agora. Olha só... Eu recebo notificações diárias e tudo. Eu... queria saber o que estava acontecendo com ele... com vocês.

─── Você baixou um aplicativo de gravidez?

Rio olhou para ela com um sorriso tímido, mas orgulhoso.

─── É... Eu sei que eu tenho sido... complicada. ─── Ela disse, com um olhar mais sério. ─── Mas isso... isso me faz sentir que estou um pouco mais conectada. Como se eu... sei lá... estivesse me preparando de verdade.

─── Escuta isso... ─── Ela começou a ler em voz alta:

“Com 16 semanas, seu bebê já tem o tamanho de uma pêra e pesa cerca de 100 gramas. Alguns sistemas mais avançados, como o circulatório e o urinário, estão funcionando. Muitos bebês brincam com o cordão umbilical nesta fase.”

Rio fez uma pausa e olhou para Agatha, que sorria levemente enquanto ouvia.

─── Olha só isso... ─── Rio continuou, o tom cada vez mais animado:
"As pernas estão muito mais desenvolvidas, e ele tem a cabeça mais reta e já tomando a forma que conhecemos, embora não haja cabelo propriamente dito. As pálpebras continuam fechadas, mas os olhos se mexem."

Rio parou de ler e olhou para Agatha com um olhar meio tímido, meio encantado.

Agatha apoiou o queixo na mão, observando Rio com um sorriso que misturava carinho e uma pontinha de nostalgia. Ela não estava acostumada a ver Rio daquele jeito — tão envolvida, tão entregue à ideia de que um pequeno ser estava crescendo dentro dela. Era um momento simples, mas repleto de significado.

─── Parece que ele já está praticando pra ser agitado, hein? ─── Agatha brincou, tentando manter o tom leve, mesmo com o coração cheio de emoção. ─── Brincando com o cordão umbilical... Acho que já temos um futuro ginasta na família. 

Rio riu, ajeitando o celular sobre a mesa, mas seus olhos ainda tinham aquele brilho de ternura.

─── Eu tava pensando... Será que ele já se mexe e a gente não percebe? Tipo... ele tá lá, dançando ou fazendo piruetas, e a gente aqui, sem nem notar. 

Agatha colocou a mão sobre a barriga e fez um carinho suave, quase sem pensar.

─── Talvez... mas ele é discreto. Ainda tá se fortalecendo, coitadinho. 

Rio apoiou o cotovelo na mesa e observou o gesto de Agatha, um pequeno sorriso nos lábios.

─── Você vai ser uma mãe incrível, sabia? 

Agatha piscou, surpresa com a frase inesperada. Por um momento, ela não soube o que dizer. 

─── Você acha? ─── Ela perguntou com um sussurro, como se aquela pergunta escondesse todas as suas inseguranças. 

Rio assentiu, sem hesitar.

─── Eu acho. Você é inteligente, cuidadosa e... teimosa pra caramba. ─── Ela brincou, arrancando um sorriso tímido de Agatha. ─── Mas você nunca desiste das pessoas que ama. Eu vejo isso em cada coisinha que você faz, até quando você tá brigando comigo. 

Agatha sentiu o calor subir pelas bochechas e desviou o olhar por um momento, mexendo na toalha de mesa.

─── E você... também vai ser incrível, sabia? ─── Ela disse baixinho. 

Rio deu um sorriso torto, passando a mão pelos cabelos bagunçados.

─── Ainda tenho muito o que aprender... Mas... ─── Ela respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas. ─── Isso... tudo isso... tá me ajudando a sentir que... talvez eu consiga. 

Agatha olhou para ela com carinho e deslizou sua mão pela mesa até encostar levemente na de Rio. Elas ficaram assim por um momento, em um silêncio que não era desconfortável, mas acolhedor.

─── Sabe, eu acho que ele já sabe que você tá tentando. ─── Agatha comentou, com um sorriso pequeno. ─── E acho que ele já te ama por isso. 

Rio ficou em silêncio, engolindo em seco para segurar a emoção que ameaçava transbordar. Ela não sabia ao certo como responder, então apenas apertou a mão de Agatha com cuidado, como se aquele gesto silencioso pudesse dizer tudo o que ela ainda não conseguia.

A vela tremulava suavemente sobre a mesa, e o cheiro de risotto ainda pairava no ar. Aquele momento não era um grande "final feliz", mas era um recomeço — e, naquela noite, isso era mais do que suficiente para as duas.
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• 🩷 . . OO1 ❜ Olá, pessoas! Esperamos que vocês estejam gostando, pois nós estamos! MLML tem sido um prazer para nós e a maior parte disso se dá pelos comentários de vocês, muito obrigada se você tirou um momento para nos deixar algo!

• 🩵 . . OO2 ❜ No próximo capítulo: É dado o início as aulas de parto.

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