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∯﹒🧸 ⁺ ﹒ ◍ ﹒ 𝐌𝐘 𝐋𝐎𝐕𝐄, 𝐌𝐘 𝐋𝐈𝐅𝐄 ﹒ ﹒ ♪
──⠀۪ 🩵 ♡ ۫ ´ “like a feather” 🍼┄﹒ ▢
❛ postado em 26/01/2025
5.438 palavras | não revisado.

I feel so much lighter, like a feather
(Eu me sinto muito mais leve, como uma pena)
With you off my mind, ah
(Sem você na minha mente, ah)

feathersabrina carpenter

. ݁ ٬٬ 𝐌𝐄𝐓𝐀 ִ ֗ ៵ʾ ▎44 votos
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AGATHA ESTAVA DEITADA EM SUA CAMA, confortável, mas claramente entediada com as restrições dos últimos dois meses. Com quatro meses de gravidez, sua barriguinha começava a despontar, algo que ela tocava frequentemente, quase sem perceber, enquanto ouvia sua médica, Dra. Arizona Robbins, realizar o que seria sua última visita domiciliar. A médica, com seu habitual tom gentil mas firme, deslizava o doppler sobre o abdômen de Agatha, permitindo que o som ritmado do coração do bebê enchesse o quarto.

Billy e Kate estavam sentados em cadeiras próximas, ambos com expressões de alívio e curiosidade. Billy, sempre dramático, apertava uma almofada contra o peito como se o som do coraçãozinho fosse a maior conquista da humanidade. Kate, por sua vez, balançava os pés como uma criança, tentando disfarçar sua ansiedade.

Do lado de fora da porta, Rio estava encostada, um copo de vidro pressionado contra a madeira para ouvir melhor. Ela nunca admitiria, mas os últimos meses tinham sido um teste emocional. Embora ainda lutasse com seus sentimentos em relação ao bebê, que achava não ser dela, a preocupação pela saúde de Agatha era inegável.

─── Bem, Agatha ─── começou a Dra. Robbins, desligando o aparelho e puxando o estetoscópio do pescoço. ─── As notícias são boas, mas ainda exigem cautela. Você está liberada para atividades leves, mas lembre-se: leves significa realmente leves. Nada de carregar peso, nada de se estressar e, definitivamente, nada de esforços físicos exagerados.

Agatha suspirou, olhando para Billy.

─── Ouviu isso? Nada de dançar "Mamma Mia" de novo. Foi divertido? Com certeza, mas está oficialmente suspenso.

─── Foi só uma vez! ─── Billy protestou.

Kate riu, mas a Dra. Robbins manteve seu tom sério.

─── Estou dizendo isso porque seu quadro ainda requer atenção. Sua pressão alta ainda é preocupante, especialmente considerando sua idade e o fato de esta ser uma gravidez geriátrica.

─── Ei, eu não sou uma idosa. ─── Agatha retrucou, cruzando os braços.

─── Tecnicamente, na medicina obstétrica, é isso que chamamos. ─── Robbins respondeu com um sorriso paciente. ─── Mas, vamos aos detalhes. O descolamento parcial da placenta no início foi estabilizado, o que é uma ótima notícia, mas precisamos monitorar de perto o crescimento do bebê. Ele ainda está um pouco abaixo do peso esperado, o que é comum em casos como o seu, mas nada que precise de alarde neste momento.

Do outro lado da porta, Rio engoliu em seco. Embora ela tentasse manter o ar despreocupado, as palavras da médica a atingiram em cheio. Ela ajustou o copo contra a porta, inclinando-se ainda mais para captar cada detalhe.

─── Em resumo, você e o bebê estão estáveis agora, mas vamos continuar monitorando regularmente. E lembre-se, Agatha, nada de exageros. Confie em seus amigos e na sua… família. ─── Dra. Robbins fez uma pausa, olhando para Billy e Kate. ─── Isso inclui vocês dois.

─── Pode deixar! ─── Kate respondeu, levantando a mão como uma escoteira. ─── Eu já proibi a Agatha de se aproximar da cozinha e, se precisar, amarro ela na cama.

─── Kate! ─── Agatha exclamou, rindo.

Rio revirou os olhos do lado de fora, mas não conseguiu segurar um sorriso.

─── Mais alguma dúvida? ─── Robbins perguntou, enquanto guardava seus instrumentos.

Billy levantou a mão, o sorriso provocador que lançava em direção a Kate sendo evidência inegável da provocação. Eles estavam em uma espécie de disputa pelo amor do bebê.

─── Você acha que o bebê vai gostar de moda? Tipo, já tem alguma ciência que diga se ele vai ser fashion? Me preocupo porque ele meio que divide DNA com a Bishop aqui, é perigoso. ─── Billy disse, com a seriedade de quem fazia a pergunta mais importante da noite, mesmo que fosse claro seu interesse em deixar Agatha menos ansiosa.

Dra. Robbins reprimiu um sorriso, mas respondeu com a calma profissional de sempre.

─── Bem, Billy, o estilo ainda não é algo detectável em ultrassons. Mas, considerando o DNA de Agatha e a casa em que ele vai crescer, eu apostaria que sim.

─── Viu? ─── Billy sussurrou para Kate, satisfeito. ─── Vai ser uma estrela.

Enquanto isso, do lado de fora, Rio ainda estava encostada na porta, com o copo em mãos, inclinada para ouvir mais. Mas, no momento em que Billy lançou a provocação, Rio, distraída, deixou o copo escorregar. O som do vidro batendo no chão ecoou no corredor, e o quarto ficou em silêncio absoluto.

─── O que foi isso? ─── Kate perguntou, virando-se para a porta.

Billy correu até lá e abriu bruscamente, encontrando Rio parada com as mãos no bolso, tentando parecer casual.

─── Eu... eu estava só passando! ─── Rio disse, com um sorriso forçado. ─── Vocês estavam demorando muito, e eu estava verificando se precisavam de algo.

Agatha ergueu uma sobrancelha, claramente não comprando a desculpa.

─── Com um copo vazio? ─── ela perguntou, apontando para os cacos  no chão.

Rio olhou para o copo como se estivesse vendo-o pela primeira vez.

─── Ah, esse copo? É... é que eu estava bebendo água e, sabe, fiquei curiosa. Curiosa sobre... o tempo que vocês estavam levando. ─── Ela deu um sorriso nervoso, tentando mudar de assunto. ─── Então, como está tudo?

─── Está tudo bem, e curiosa não combina com você. ─── Agatha respondeu, descendo da cama com a ajuda de Kate. ─── E você poderia ter entrado, sabia?

─── Eu não queria interromper. ─── Rio rebateu, encolhendo os ombros.

─── Claro que não. Você só queria escutar escondida. ─── Agatha comentou, ajeitando o roupão e andando até a porta. ─── Mas, já que está aqui, por que não me ajuda a descer as escadas?

Rio bufou, mas deu o braço para Agatha.

─── Eu não estava escutando escondida, só para constar.

─── Claro que não. ─── Agatha respondeu com um sorriso irônico, apertando o braço de Rio enquanto saíam do quarto. ─── Só espero que você tenha aprendido alguma coisa com o que ouviu.

─── Talvez. ─── Rio respondeu, ainda tentando manter a pose, mas não conseguindo esconder o cuidado ao guiá-la.

Atrás delas, Billy e Kate trocaram olhares conspiratórios, claramente divertidos com a cena.

─── Acho que ela está amolecendo. ─── Billy sussurrou.

─── Um passo de cada vez. ─── Kate respondeu, rindo enquanto os seguia.

(...)

O JARDIM ESTAVA BANHADO POR UMA LUZ DOURADA, o sol de fim de tarde aquecendo suavemente o ar. Agatha estava sentada em uma confortável cadeira de vime, com uma almofada macia apoiando suas costas e uma xícara de chá ao alcance da mão. Vestia um vestido leve, que se acomodava gentilmente sobre sua barriga.

O sorriso em seu rosto era tranquilo e genuíno enquanto observava Señor Scratchy pular pelo gramado, em uma missão aparentemente séria de perseguir folhas que o vento soprava. O coelho saltitava com uma energia quase contagiante, seus movimentos erráticos arrancando risadas baixas de Agatha.

─── Você está se divertindo, meu pequeno explorador? ─── ela perguntou suavemente, embora soubesse que o coelho não responderia.

Ao lado dela, uma bandeja com frutas e mais chá repousava na mesa, cuidadosamente preparada por Billy antes de sair para "garantir que a deusa púrpura tivesse um jantar decente", como ele mesmo descreveu.

Agatha inclinou a cabeça para trás, fechando os olhos por um momento, sentindo a brisa leve acariciar seu rosto. A paz daquele momento era quase surreal, especialmente depois de meses de ansiedade e complicações. Ela passou a mão pela barriga com um carinho instintivo, um gesto de proteção e afeto.

─── Estamos ficando bem, não é, pequenino? ─── ela murmurou, mais para si mesma do que para qualquer outro.

O som de patinhas no chão a fez abrir os olhos, e lá estava Señor Scratchy, olhando para ela como se quisesse atenção.

─── O que foi agora, meu reizinho? Já cansou de correr? ─── Agatha brincou, estendendo a mão para acariciá-lo. O coelho subiu no seu colo sem cerimônia, aninhando-se ali como se aquele fosse o lugar mais seguro do mundo.

Agatha riu, inclinando-se para beijar suavemente a cabeça peluda do coelho.

─── Tá certo, meu assistente de relaxamento. Vamos aproveitar esse momento juntos.

Minutos depois, Billy chegou animado, equilibrando várias sacolas cheias de comida enquanto atravessava o jardim com passos apressados.

─── Cheguei, diva máxima! Trouxe ingredientes para o nosso banquete de hoje. Você vai amar o que eu planejei! ─── ele anunciou, colocando as sacolas em uma cadeira ao lado de Agatha.

─── E o que exatamente você planejou, Billy?

Agatha perguntou, arqueando uma sobrancelha com um sorriso divertido.

─── Só o melhor risoto que você já experimentou! E, claro, sobremesas que combinam com a sua nova dieta saudável. ─── Billy disse, empolgado, enquanto começava a tirar algumas coisas das sacolas para exibir.

De repente, uma camisa estampada de Billy caiu em cima da cabeça de Agatha, interrompendo a conversa.

─── O que...?! ─── Agatha tirou a peça com uma expressão confusa, e antes que pudesse perguntar, uma chuva de roupas começou a cair sobre eles. Meias, calças, camisetas — tudo voando pelo ar.

Billy olhou para cima, desesperado, e viu Rio no quarto dele, jogando as roupas pela janela com uma expressão de puro prazer e felicidade.

─── RIO! ─── Billy gritou, levantando-se apressadamente e tentando pegar algumas peças antes que caíssem no chão.

─── Finalmente! ─── Rio gritou de volta, apoiando-se no parapeito da janela. ─── Finalmente eu posso expulsar esse parasita da nossa casa, Agatha! Não preciso mais aturar isso!

─── Rio Vidal! ─── Agatha exclamou, franzindo o rosto em indignação. ─── O que você pensa que está fazendo?

─── Fazendo um favor pra todo mundo! ─── Rio respondeu, jogando mais roupas. ─── Esse garoto mora aqui há meses e não ajuda em nada!

─── Eu faço tudo o que você pede! Eu cuido da deusa púrpura com minha vida! ─── Billy gritou, segurando uma camisa nas mãos e olhando para cima com o rosto vermelho. ─── Isso é um ultraje!

─── Isso é justiça! ─── Rio rebateu, agora lançando um par de sapatos que quase acertou Billy. ─── Chega de você tomando o meu lugar na MINHA cama, enchendo o banheiro com seus cremes e... roubando minhas batatas fritas!

─── Eu não roubei nada! ─── Billy protestou, correndo de um lado para o outro, tentando recolher as roupas espalhadas. ─── Você é paranoica, Rio!

─── Já chega! ─── Agatha levantou-se, seu tom cortando o ar. ─── Rio Vidal, desça aqui agora antes que eu mesma jogue todas as SUAS roupas pela janela!

Rio hesitou, mas depois deu um sorriso travesso.

─── Tudo bem, estou descendo! Mas só porque é você, Agatha. ─── Ela desapareceu da janela.

Billy olhou para Agatha com os olhos arregalados.

─── Você vai me defender, né? Ela tá me expulsando!

─── Ninguém vai expulsar ninguém. Mas vocês dois vão resolver isso agora, porque eu não vou tolerar mais uma guerra no meu jardim. ─── Agatha declarou, cruzando os braços enquanto esperava Rio aparecer.

Rio surgiu momentos depois, parecendo muito menos culpada do que deveria.

─── Tá bom, vamos resolver. Mas ele tem que parar de roubar minhas batatas fritas! ─── Ela apontou para Billy.

Billy bufou, cruzando os braços.

─── Eu só peguei uma!

─── Uma hoje, três ontem e cinco na semana passada! ─── Rio rebateu, levantando a mão para contar nos dedos.

Agatha olhou para Billy e depois para Rio, o olhar firme e resoluto.

─── Billy é parte da família, Rio. Esta casa também é dele, e ele é bem-vindo para ficar aqui o tempo que quiser.

─── Família? ─── Rio bufou, incrédula, jogando as mãos para o alto. ─── Ele nem é nosso filho, Agatha! Ele só apareceu aqui e nunca mais foi embora!

─── Ele está aqui porque a casa dele é instável, a mãe dele está bêbada ao meio dia! Ele precisa de apoio! Não vou permitir que você o trate como um fardo, Rio.

Rio bateu o pé no chão com força, claramente frustrada.

─── Apoio, apoio... E eu? Quem me apoia? Esse garoto ocupa o sofá o dia inteiro, monopoliza o controle remoto, rouba minhas batatas fritas e transforma o banheiro em um spa! Sem contar que você e ele vivem de segredinhos e dando suspiros por aquela horrorosa da Elphaba! Ele trouxe uma mala maior que a minha quando eu me mudei pra cá!

Antes que Agatha pudesse responder, Rio puxou de trás da porta uma enorme mala com rodas, cheia de roupas, acessórios e tralhas de Billy.

─── E quer saber? Eu já fiz o trabalho difícil. Aqui estão todas as coisas dele. ─── Ela apontou para a mala. ─── Se ele quer ficar, ótimo. Vou denunciar as mães deles para o Conselho Tutelar! Isso é abandono! ─── Rio ameaçou, tirando o celular do bolso com uma expressão desafiadora.

─── Você não vai ligar para o Conselho Tutelar, Rio. ─── Agatha afirmou com um olhar duro, as mãos na cintura. ─── Billy não é um problema a ser resolvido; ele é parte da solução, da nossa família.

Billy, no entanto, estava branco como papel, olhando para Rio com uma mistura de desespero e pânico.

─── Conselho Tutelar?! Eu vou acabar num abrigo! Eles não servem sobremesa lá! ─── Ele lamentou, se agarrando à mala como se sua vida dependesse disso.

Rio, percebendo a reação exagerada, deu de ombros e entrou na casa com uma expressão vitoriosa.

─── Bem, se você quiser o manter, saiba que irei para a casa da minha mãe. Não aguento mais dividir minha casa com esse gay pão com ovo. Resolva, Agatha. Eu vou jantar. ─── Ela disse, desaparecendo pela porta.

Billy olhou para Agatha com os olhos cheios de lágrimas.

─── Eu sabia! Ela nunca gostou de mim... Eu sou um peso morto aqui.

Agatha suspirou, cansada, mas manteve a calma.

─── Bobagem, Billy. Você é bem-vindo aqui, anjinho, mas... ─── Ela lançou um olhar para a mala enorme e depois para o quintal. ─── Acho que, para manter a paz, vamos fazer um pequeno ajuste.

─── Que tipo de ajuste? ─── Billy perguntou, desconfiado.

─── Você pode montar uma barraca no quintal por uns dias, até a poeira abaixar. Vai ser como uma mini-férias ao ar livre! Chique, não?

Billy arregalou os olhos, chocado.

─── Uma barraca? No quintal? Tia Aggie, eu sou delicado! Não posso dormir no relento! E os insetos? E minha pele? E sua companhia inspiradora?

Agatha riu e deu um leve tapinha no ombro dele.

─── Vai ser bom para você, Billy. Um pouco de ar fresco. E se Rio continuar agindo como uma criança mimada, eu mesma monto outra barraca ao lado da sua! Ela vai ser sua companhia nada inspiradora.

Billy suspirou, derrotado, mas percebeu que não tinha escolha.

─── Tá bom... Mas você promete me trazer sobremesa todas as noites?

─── Prometo. ─── Agatha respondeu, piscando com cumplicidade. ─── E sempre teremos as madrugadas, sim?

Agatha caminhou até a garagem, abrindo a porta com um rangido. O ambiente estava um pouco empoeirado, mas ainda bem organizado. Ela gesticulou para Billy segui-la e apontou para a grande barraca azul enrolada em uma bolsa ao lado de algumas caixas.

─── Aqui está. É resistente à chuva e ao vento, e eu paguei uma fortuna por ela, então trate com carinho.

Billy cruzou os braços, observando a barraca com uma expressão cética.

─── Resistente à chuva e ao vento? Parece mais um projeto de sobrevivência extrema. Você quer que eu viva como um náufrago? Me deserdastes, deusa púrpura?

Agatha riu, apoiando as mãos nos quadris.

─── Você disse que queria uma experiência nova, não foi? Bem, aproveite. E, olha, só vai durar até eu resolver isso com a Rio.

Billy suspirou, pegando a bolsa da barraca.

─── Tá bom... Mas eu quero travesseiros, muitos cobertores e algo de musicais no ambiente para não perder minha essência.

─── Combinado. ─── Agatha respondeu, apertando-lhe o ombro antes de se virar para voltar para dentro da casa. ─── Eu já volto.

Billy suspirou e começou a desdobrar a barraca com cuidado.

Dentro da casa, Agatha encontrou Rio na cozinha, cortando uma fatia de bolo com uma calma quase assustadora. A expressão de Rio era neutra, mas Agatha sabia que aquilo era uma fachada. Ela se aproximou, cruzando os braços.

─── Precisamos conversar. ─── Agatha começou, com um tom calmo, mas firme. ─── Isso está saindo do controle.

Rio continuou cortando o bolo sem olhar para ela.

─── Ah, já sei: mais um sermão sobre como Billy é maravilhoso e como eu sou insensível. Pode começar.

Agatha suspirou profundamente.

─── Não é um sermão, Rio. Eu só quero que você entenda... Billy é como um filho para mim. Ele está me ajudando muito com tudo isso, especialmente com a gravidez. Você sabe que ele está aqui porque quer ajudar, e eu não vou simplesmente mandá-lo embora quando tudo o que ele fez foi me dar o apoio que eu precisava.

Rio finalmente largou a faca e virou-se para Agatha, os olhos brilhando de frustração.

─── É exatamente esse o problema, Agatha. Ele é como um filho para você... e eu fico de fora disso tudo. Vocês têm essa conexão, segredinhos, piadas internas... Eu me sinto uma intrusa na minha própria casa!

Agatha deu um passo à frente, suavizando a expressão.

─── Rio, isso não é uma competição. Eu amo você. Mas eu também amo o Billy, de um jeito diferente. Ele precisa de nós... e eu também preciso dele agora.

Rio cruzou os braços, mantendo sua postura defensiva.

─── Então ele vai continuar morando aqui, e eu só preciso aceitar, é isso?

─── Ele vai continuar morando aqui e você precisa parar de agir como uma criança birrenta. Nós duas sabemos que ele não é o problema, então, quando você se sentir pronta para parar de o afastar e conversar sobre isso, estou aqui para te ouvir. ─── Agatha respondeu, cansada da conversa. ─── Ele está dormindo na barraca hoje à noite porque eu quero manter a paz, mas isso não pode continuar assim.

Rio estreitou os olhos.

─── Na barraca, é? Sabe... De repente, me deu uma vontade enorme de acampar. Vou lá pegar a barraca.

Rio deu um passo em direção à porta, mas Agatha rapidamente ergueu a mão, com um sorriso perigoso.

─── Nem pense nisso. Eu paguei por aquela barraca, e Billy vai ficar lá o tempo que eu achar necessário.

Rio parou, os olhos semicerrados.

─── Você não pode estar falando sério.

─── Oh, estou. ─── Agatha respondeu, cruzando os braços. ─── E você pode continuar com essa atitude de "estou sozinha no mundo" ou pode jantar comigo como uma adulta.

Houve um longo momento de silêncio. Rio suspirou, balançando a cabeça, mas não se moveu.

─── Eu só queria que... ─── Rio começou, mas a voz falhou. ─── Eu só queria fazer parte disso de verdade.

Agatha deu um passo à frente e tocou o rosto de Rio com delicadeza.

─── Então pare de lutar contra as pessoas que te amam. Billy não está aqui para te afastar, Rio. Ele está aqui para somar.

(...)

O AROMA DA TORTA RECÉM ASSADA era inconfundível. Maçã, simplesmente o sabor preferido de Vidal. A moça sentou-se à mesa animada, eram raras as ocasiões em que a iguaria se encontrava na mesa de forma “espontânea.”

Seu nariz logo se esgueirou sobre a travessa na tentativa de apreciar ao máximo aquele cheiro incrível.

─── Eu disse que deixar algumas dessas pré prontas no congelador seria uma boa ideia. ─── Agatha comentou enquanto servia um generoso pedaço para a esposa.

Rio concordou. Pegou o garfo rapidamente e experimentou.

─── Deus…─── ela soltou um longo suspiro. ─── Está delicioso!

Agatha sorriu. No entanto, não comia. As mãos brincando com o garfo no prato.

─── O que estamos comemorando? ─── Rio não percebeu o estado aéreo da mulher e continuou devorando a torta.

─── Não acha que temos algo para comemorar? ─── seus olhares se encontraram. A mais velha com um parecer sugestivo.

Vidal, entretanto, deu de ombros.

─── Bom, você não está mais mofando na cama, então acho que esse é um bom motivo.

Por um momento, Agatha pensou em rebater. O ombro tenso em um movimento repetitivo com as mãos. Aquilo não era o que a morena esperava ouvir.

─── Sabia que você está agindo pior que uma criança? Impressionante como não amadurece, Vidal. ─── Agatha pontuou séria. O tom em relevante desaprovação.

─── Eu não sou verde pra precisar amadurecer, Harkness.

Ambas se encararam. Por incrível que pareça, aquele prenúncio de discussão não parecia tenso, mas sim divertido. As duas abriram um sorriso tímido e continuaram trocando farpas.

─── Nós não vamos falar sobre o elefante na sala? ─── a mais nova trocou de assunto. Pegava os pratos na mesa para lavá-los.

Agatha fincou as sobrancelhas. O rosto mudando de expressão de repente.

─── Que elefante? Está me chamando de gorda, Rio?

Hormônios… tão desnecessários.

─── Não! ─── Vidal soltou uma gargalhada. ─── Você está ficando paranóica, Agatha.

A escritora lançou um olhar penetrante. A suavidade dando espaço a uma presença impaciente. Acabou por alisar a barriga inconscientemente.

─── Você não está gorda, está grávida! O ganho de peso é normal e não deixa você menos linda do que já é. ─── Rio confessou. O olhar brilhando e uma sinceridade gentil.

Agatha corou. Há quase 3 meses que não recebia um elogio da esposa e aquilo a corroía por dentro. Tecnicamente, as duas mulheres estavam “separadas”.

Entretanto, a mais velha fingiu não se importar. Pegou os copos que repousavam sobre a mesa e os levou para a cozinha.

No caminho, sentiu seu ventre se remexer. Instantaneamente, os copos foram ao chão.

─── Agatha?! ─── Rio correu ao seu encontro, assustada. ─── O que aconteceu?

Ela esperou em silêncio, prestando atenção nos mínimos detalhes ao seu redor. E assim, aconteceu de novo, dessa vez o movimento era claro. Seu coração disparou e um sorriso enorme tomou conta de seu rosto.

O sorriso então se transformou em uma gargalhada escandalosa que pairou por todo o cômodo.

─── O que foi?! ─── Vidal segurou em um dos braços da mulher. Seu semblante se mostrou desesperado com a situação.

─── Eu acho… eu acho que ele se mexeu… ─── de repente, o sorriso desapareceu. Seus olhos marejados deram boas-vindas a um dilúvio de lágrimas incessantes.

Rio entrou em pânico. Não sabia o que fazer diante daquela reação.

─── E isso não é bom? ─── ela tentou controlar a situação. As mãos direcionadas em um ato de carinho no braço da mulher.

─── Bom? ─── Agatha soluçou. ─── Isso é maravilhoso!

Era como se pela primeira vez o bebê estivesse dizendo: “Estou aqui!”

─── E como é? ─── Vidal perguntou genuinamente. A curiosidade lhe contaminou. ─── Digo, a sensação.

Harkness mordeu o lábio superior. A sensação era indescritível.

─── Eu não sei ao certo…. É tão leve… ─── Agatha sussurrou. O sorriso retornando ao rosto.

─── Tem certeza que isso não são gases? ─── Rio indagou cética. O rosto retorcido em uma expressão de estranheza.

A mais velha soltou uma gargalhada. O som fofo de porquinho aparecendo no final.

─── Não são gases, disso eu tenho certeza. É como se… ─── pausou. A mão direita sobre o peito como se ainda estivesse processando a informação. ─── Como se borboletas estivessem voando dentro da minha barriga.

─── Eu acho que já senti isso uma vez. ─── Vidal sorriu de lado. Ajeitou uma mecha rebelde do cabelo e prosseguiu. ─── Foi o que eu senti quando conheci você.

O comentário em questão agiu como um imã. Agatha sentiu o corpo sendo puxado em direção a mulher a sua frente. Seus lábios secos ansiando pelo toque da única pessoa que era capaz de satisfazer o seu desejo: Rio Vidal.

A latina não recuou. Seus braços envoltos na cintura da esposa.

─── Rio… ─── Harkness emitiu um suspiro áspero. A respiração descompassada e o coração acelerado.

A distância entre os lábios das duas mulheres diminui drasticamente. Agatha fechou os olhos e apenas suspirou.

Infelizmente, Vidal recuou. O corpo tremendo como um Pinscher.

─── Eu… eu… ─── as palavras embaralham em sua boca. ─── Eu vou tomar um banho. É… eu… Boa noite, Agatha.

E assim ela saiu. Os passos apressados e a cabeça baixa.

(...)

APÓS O JANTAR, A CASA ESTAVA ENVOLTA EM UM silêncio acolhedor. No entanto, o clima que pairou sobre o ambiente após o último diálogo entre o “casal” permanecia no ar. Tenso e imprevisível com um iceberg prestes a se rachar.

Agatha não conseguiu dormir, ainda sentia o calor de Vidal emanando rente a seu corpo. Aquilo era torturante.

Decidiu levantar e ir para a sala. Talvez um pouco de entretenimento lhe fizesse bem.

Quando já estava no fim do primeiro filme que escolheu, lembrou-se da sua promessa.

─── Billy! ─── a morena ficou em pé em um solavanco.

Seus passos apressados adentraram a cozinha escura. A mulher acendeu a luz e começou a organizar algumas guloseimas dentro de uma Ecobag minimalista.

A lista era extensa: biscoitos, salgadinhos, algumas latas de refrigerantes, frutas, um pedaço da torta de maçã e um pote de sorvete ainda lacrado.

─── Comida saudável ele come na casa dele. Acho que está bom. ─── Assim a morena seguiu até o quintal.

A noite estava linda. A lua observando-os atentamente com o seu brilho imponente. As estrelas a acompanhavam cintilando, prestes a cederem o palco para a magnitude do astro maior que em poucas horas estaria de volta.

─── Billy? ─── Agatha se agachou na altura da barraca e o chamou. ─── Acorda!

Segundos depois, o garoto apareceu abrindo o zíper de seu “Camping” improvisado.

─── Veio alimentar os pobres e necessitados? ─── Billy perguntou indignado. As mãos sobre o peito, dramático. ─── Eu sei que sou uma entidade celestial do pop, mas eu ainda preciso comer, sabia?

─── Não comeu porque não quis. ─── a morena o reprimiu. ─── Eu fiquei te esperando para o jantar.

─── Ué? Pensei que eu estava aqui em sigilo. O que aconteceu com o “vamos ter que ajustar as coisas”? ─── ele cruzou os braços.

─── Você não está em um programa de proteção para testemunhas, Billy. A Rio já sabe que você está acampando no nosso quintal.

─── Mas gente, quer dizer que eu fiz silêncio a toa por todas essas longas 3 horas? Estou indignado! Eu vou bater panela na cabeça da Vidal agora mesmo para me vingar. ─── o jovem ameaçou. Antes que pudesse sair, Agatha o proibiu bloqueando a passagem.

─── Você não vai fazer nada, deixe-a em paz. ─── ela então entrou na barraca e se sentou. ─── Aqui a sua recompensa celestial.

Agatha o entregou a sacola e prontamente o garoto a abriu. Seus olhos brilharam ao ver tanta comida.

─── Santa RuPaul dos gays e desesperados estava certa. Sacrifícios são sempre mais emocionantes quando estão sendo acobertados por comida de graça. ─── Billy comemorou. Os dedos já abrindo um pacote de salgadinhos. ─── Queijo, meus preferidos!

A morena sorriu. Uma das mãos repousando sobre a coxa do menino.

─── Só não coma tudo de uma vez. Tem comida pra um batalhão aí dentro.

─── Depois que você me deixou aqui morrendo de fome, um batalhão seria pouco pra me enfrentar em um X1 por comida. ─── os farelos se espalharam por toda a barraca. Billy não revezava entre o ato de comer e falar. Devorava desesperado como se não houvesse amanhã.

Ele procurou por mais algumas coisas dentro da bolsa e logo capturou um refringente.

─── Deus! Juro que comeria um elefante agorinha mesmo. Mas confesso que passo aqueles sujos de lama, tudo tem limite. ─── Billy continuaria seu monólogo de náufrago fajuto se não fosse por sua atenção que recaiu sobre a tia. Ela parecia atônita.  ─── Alô? Terra pra Agatha?

A mulher suspirou voltando o olhar perdido para o sobrinho.

─── Hm?

─── Aconteceu alguma coisa? A senhora tá parecendo a Glinda depois que conheceu o Fiyero. Bobinha… bobinha…

─── Primeiro que senhora é a sua avó. Segundo: mais respeito, sou sua madrinha, garoto. ─── ela advertiu. Porém o tom saiu brincalhão ao invés de sério. ─── E terceiro: se você fizer mais uma alusão a Wicked contra mim eu vou expulsar você, tá bom?

Billy abriu a boca em pura indignação.

─── Qual o problema das minhas alusões a Wicked, rainha má do oeste?

Agatha riu. Os dedos ligeiramente curvados, prontos para capturar a orelha do menino. Felizmente ela não o fez.

─── Sabia que ela foi inspirada em mim? ─── se gabou.

─── Olha, é você que está se chamando de bruxa, não eu. Não venha com explosões de hormônios jogando veneno pra cima de mim, ouviu?

─── Sempre o drama… ─── A mulher comentou, sorrindo. ─── Trouxe uma coisa para passar o tempo. Acho que vai gostar.

A morena saiu rapidamente da barraca e voltou minutos depois segurando um tablet.

─── Você esqueceu isso no quarto.

─── Meu bebê! ─── Billy agarrou o objeto e o abraçou. ─── Como sabia que estava com abstinência de telas?

─── Digamos que eu te conheço.

─── Quer assistir a nova temporada de “Irmãos à Obra” comigo? Eu juro que não vou comentar todas as vezes que eles usarem um papel de parede que não combina com o piso, prometo!

Assim, ambos se deitaram no interior da barraca e começaram a assistir ao programa.

Rio poderia reclamar a vontade, mas a verdade era que o garoto já tinha sido promovido a irmão mais velho há muito tempo.

(...)

O SOL MAL COMEÇAVA A APARECER NO HORIZONTE QUANDO RIO VIDAL LEVANTOU-SE. Mas, diferente dos dias anteriores, seu rosto não carregava frustração ou cansaço. Pelo contrário, um sorriso satisfeito e quase infantil iluminava seus lábios. Hoje seria um dia memorável.

Ela saiu silenciosamente do quarto de hóspedes, os pés descalços sobre o piso frio, e seguiu até a cozinha. Preparou uma xícara de café forte e se encostou no balcão, observando pela janela o quintal ainda envolto pela leve brisa matinal.

Seus olhos pousaram na barraca azul no canto do gramado. O tecido balançava suavemente com o vento, e Rio apertou os lábios para conter um riso. Um suspiro feliz escapou.

Com a xícara de café em uma mão e o iPad na outra, ela se acomodou em uma cadeira próxima à porta que dava para o jardim. Digitou algumas coisas na tela com calma, seus olhos brilhando com a expectativa de um espetáculo prestes a acontecer.

Depois de alguns minutos, o zíper da barraca azul começou a se abrir lentamente. Billy surgiu, despenteado e com o rosto ainda amassado de sono, vestindo um moletom largo e meias de estampa chamativa. Ele se espreguiçou longamente, os braços levantados e um longo bocejo escapando de sua boca.

─── Bom dia, mundo cruel. ─── Ele murmurou para si mesmo, coçando a cabeça enquanto dava alguns passos pelo gramado.

Rio, com a xícara de café em mãos, esperou pacientemente, como uma predadora calculista. Assim que Billy deu mais alguns passos para longe da barraca e parou para respirar fundo o ar fresco, ela pressionou um botão na tela do iPad com um sorriso diabólico.

Os irrigadores do jardim se ativaram ao mesmo tempo, lançando jatos de água por todo o gramado com força total.

Billy soltou um grito agudo e deu um pulo, completamente surpreendido pela chuva artificial que o atingiu em cheio.

─── AAAAAAH! O QUÊ?! ─── Ele correu de um lado para o outro, tentando escapar dos jatos de água, mas parecia que cada passo que dava o colocava diretamente no caminho de outro esguicho.

Rio assistia à cena com um sorriso satisfeito, saboreando seu café como se estivesse assistindo a um filme premiado.

─── Isso sim é entretenimento de qualidade. ─── Ela murmurou para si mesma, balançando a cabeça com um ar de vitória.

Billy finalmente chegou a cozinha, completamente encharcado e com o cabelo colado na testa. Ele olhou para Rio com olhos arregalados de pura indignação.

─── VOCÊ FEZ ISSO DE PROPÓSITO! ─── Ele gritou, apontando um dedo acusador para ela.

Rio deu de ombros, o rosto mais sereno do mundo.

─── Eu? Imagina... Foi só um mau funcionamento... super inoportuno. ─── Ela respondeu com uma expressão inocente que não convencia ninguém.

Billy bufou, jogando as mãos para o alto.

─── Eu tô ensopado! Minhas meias do Wicked estão destruídas! Foi um presente, sabia?

Rio riu, se levantando com a xícara ainda nas mãos.

─── Bem-vindo à natureza, Billy. Faz parte da experiência de acampamento.

Billy cruzou os braços, ainda gotejando.

─── Ah, você vai pagar por isso, Rio Vidal! Eu sou paciente, mas eu também sou criativo. Aguarde.

Rio piscou para ele.

─── Mal posso esperar, Maximoff.
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• 🩷 . . OO1 ❜ Olá, seres iluminados! Espero que estejam gostando, porque nós estamos e de fato estamos escrevendo MUITO para vocês. Nos vemos em breve!

• 🩵 . . OO2 ❜ No próximo capítulo: Rio Vidal faz Agatha chorar. Duas vezes.

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