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∯﹒🧸 ⁺ ﹒ ◍ ﹒ 𝐌𝐘 𝐋𝐎𝐕𝐄, 𝐌𝐘 𝐋𝐈𝐅𝐄 ﹒ ﹒ ♪
──⠀۪ 🩵 ♡ ۫ ´ “so they kill cassandra first” 🍼┄﹒ ▢
❛ postado em 11/01/2025
5.528 palavras | não revisado.
I patched up the crack along the wall
(Eu consertei a rachadura na parede)
I pass it and lose track of what I'm saying
(Eu passo por ela e me perco no que estou dizendo)
'Cause that's where I was when I lost it all
(Porque foi ali que eu estava quando perdi tudo)
. ݁ ٬٬ 𝐌𝐄𝐓𝐀 ִ ֗ ៵ʾ ▎24 votos
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A NOITE NA PACATA WESTVIEW JAZIA DE FORMA CALMA E SERENA, com ela a brisa fria que recobria toda a cidade. Agatha tinha acabado de chegar em casa após uma conversa acolhedora com Sharon e Billy, seus maiores confidentes. Enfim, decidiu que se manteria neutra em relação a Rio e que apenas contaria sobre a gravidez no momento que considerasse ideal.
A questão era: quando seria esse momento?
─── Pensei em nós jogarmos alguma coisa antes de dormir. ─── Vidal apareceu na sala beijando o rosto da esposa. ─── Sua mãe está bem?
─── Está sim. ─── Agatha sorriu timidamente ao se sentar no sofá exausta. ─── Disse que está com saudades.
─── Saudades? ─── a mais jovem riu. ─── Eu vi ela ontem de manhã. ─── Vidal a acompanhou no sofá.
─── Você sabe como a minha mãe é dramática, não é?
─── Eu sei bem, é de família. ─── a mulher brincou puxando a esposa para um abraço desajeitado. ─── E então, o que acha da ideia? Topa uma partida?
Agatha ponderou.
─── Jogar a uma hora dessas, Vidal? ─── ela se entregou ao afeto da mais nova. ─── Não sei se é o caso, querida.
─── Qual é? É só pra relaxar, você está muito tensa, m’lady. ─── os lábios da morena foram aos poucos traçando um caminho calculado pelo pescoço da esposa.
─── Relaxar, jogos e Rio Vidal em uma mesma frase não combinam e você sabe bem disso. ─── Harkness prendeu os cabelos em um rabo de cavalo frouxo. O clima estava começando a esquentar.
─── Talvez a gente possa adicionar algumas “cositas” para ajudar no processo. ─── Vidal, sem pensar duas vezes, tirou a blusa que vestia com uma pressa indescritível. Seu corpo gritava por prazer e havia apenas uma pessoa na face da terra que poderia satisfazê-la: Agatha Harkness. ─── Eu sugiro um jogo simples. Cada vez que uma perder, bebe. E assim até a garrafa acabar.
─── Você falando assim… ─── Agatha suspirou pesadamente. ─── Fico tentada a aceitar.
─── Ah é? ─── Rio mordeu um dos lábios. Seus olhos encararam a mulher à sua frente por alguns segundos até se levantar para buscar a garrafa de Whisky que tinha escolhido horas antes.
Harkness estava tão imersa nas palavras de Rio sendo sussurradas de forma sedutora em seus ouvidos que nem se deu conta do óbvio: não podia beber.
─── Quem começa? ─── Vidal apareceu segurando 2 copos e os colocando em uma mesinha de vidro no centro da sala. Ela os serviu logo em seguida. ─── Vamos, Aggie, você já foi mais corajosa. ─── provocou.
─── Eu tenho outra ideia. ─── Agatha arrumou os cabelos e pôs-se de pé. ─── Que tal sem bebida e sem jogo?
Rio abriu um sorriso excitante.
─── Ótimo, prefere ir direto ao ponto, vamos lá. ─── ela empurrou a mulher no sofá e foi tirando cada peça de roupa de seu corpo até estar completamente nua. ─── Sua vez, carinõ.
Apesar do desejo crescente, Agatha experienciou um medo repentino ao considerar o que estava prestes a acontecer. Tinha acabado de descobri a gravidez e não sabia se o sexo era seguro nessa fase tão prematura. Ela então hesitou sentindo o fogo aumentar em seu corpo.
─── E se nós… ─── ela se levantou rapidamente e desviou o olhar. ─── Fizéssemos algo mais caseiro?
─── E desde quanto transar é algo urbano? ─── Rio indagou um pouco irritada. ─── Olha, Agatha, eu quero muito você e eu sei que você também me quer, então por que ficar se fazendo de difícil, mi vida?
─── Eu não estou me fazendo de difícil, eu só… ─── a mulher tentou mudar de assunto. Suas mãos repousaram e sua cabeça como se sair daquela situação fosse impossível. ─── Meu amor, eu também quero muito você… ─── seus olhos insistiam em desviar do corpo exposto da esposa, em vão. Vidal era mesmo uma mulherão. ─── Mas é que hoje… a minha cabeça está explodindo e parece que um tanque de guerra passou por cima de mim. Eu só queria… deitar um pouco e descansar, sabe?
A expressão da mais nova mudou. Seu sorriso antes sedutor havia dado lugar a uma cara de puro tédio.
─── Fazer o que, né? ─── ela começou a vestir as roupas que estavam caídas no chão.
─── O que acha de um filme? ─── Agatha sugeriu em uma tentativa sutil de melhorar o clima estranho que tinha se instaurado. ─── Eu faço a pipoca…
─── Tudo bem. ─── Vidal deu de ombros. ─── Eu escolho o filme.
─── Só não coloque aqueles perturbadores de morte e destruição. Não quero ter pesadelos como da última vez que vimos premonição. Aquilo é um crime contra o cinema.
─── Pode deixar, patroa. ─── Rio piscou e se jogou no sofá.
Agatha demorou alguns minutos na cozinha e quando voltou se deparou com a mais nova rindo de algo que assistia no celular. Seus olhos pousaram na tela da TV ao se aconchegar ao lado da esposa no sofá.
─── Ah, fala sério, Vidal. ─── a morena revirou os olhos. ─── Animação?
─── Você disse que queria algo que não fosse sobre morte e destruição. O que é mais antagônico ao gênero do que animação? ─── perguntou passando um dos braços envolvendo a mulher. ─── Você vai gostar, relaxa.
─── Se eu não dormir em menos de 10 minutos será um progresso. ─── Agatha comeu um pouco da pipoca. ─── Qual o nome?
─── Irmão urso, você vai adorar! ─── Rio respondeu animada. ─── Um clássico da Disney.
─── Deixa eu adivinhar… ─── A mais velha soou irônica. ─── É sobre um urso que tem um irmão?
─── Não estraga o plot do filme, mulher! ─── rindo, Vidal também pegou um pouco da pipoca e começou a acariciar o braço da esposa. ─── Se prepare para se emocionar.
─── Duvido. ─── a mulher parecia cética. Sua única certeza era que teria que dizer que gostou depois do cochilo que faria durante o filme.
1 hora e 25 minutos mais tarde e o lençol que cobria as duas estava encharcado de lágrimas. Agatha chorava tanto que parecia que a mulher estava tendo uma crise alérgica por conta dos olhos extremamente inchados e vermelhos.
─── Ele… ─── ela soluçava. ─── Ele preferiu continuar sendo um urso para cuidar do filhote.
Rio continha uma risada abafada. Não se lembrava de vê-la assim antes.
─── Por isso o nome é Irmão urso, querida. ─── Vidal tentou acalmar a mulher. ─── Não precisa ficar assim, ainda tem o 2.
─── Tem o 2? ─── o que era para ser um bálsamo se transformou em desespero para a mais velha. Ela não conseguia parar de chorar. ─── Por favor, não me diz que ele morre no 2.
As risadas logo mudaram para preocupação. Era normal chorar tanto?
─── Tá tudo bem, Agatha. ─── Rio a acolheu em um abraço. ─── Ele não morre no 2 e todos ficam felizes junto com uma moradora da vila que se apaixona por eles. Fim!
─── Eu preciso de água. ─── a mulher suspirou e enxugou algumas lágrimas do rosto.
─── Eu pego pra você. ─── antes de se levantar, Vidal depositou um beijo demorado na testa da mais velha e por fim a encarou. ─── Você tá meio estranha ultimamente, Aggie.
─── Estranha… emotiva… é normal. ─── Agatha soltou sem pensar.
─── O quê? ─── Rio arqueou as sobrancelhas, confusa.
─── É… eu sou emotiva, é normal. Você sabe que eu sou estranhamente emotiva, não sabe? ─── um sorriso forçado surgiu nos lábios de Harkness. Ela não podia pisar na bola.
─── É? ─── Vidal indagou tentando entender aquela conversa sem pé nem cabeça. No entanto, perdeu a paciência e decidiu fazer algo por si. ─── Eu acho que vou subir pra tomar um banho, me acompanha?
─── Talvez outra hora. ─── Agatha cruzou os braços e se recostou no sofá.
─── Tá bom então. ─── ela foi subindo as escadas. ─── Mas caso mude de ideia, sabe onde me encontrar.
Vidal piscou para a mais velha e seguiu seu trajeto até a suite do casal.
─── Eu juro que vou contar. ─── Agatha depositou a mão instintivamente sobre a barriga e fechou os olhos.
(...)
O SOL MAL COMEÇAVA A DESPONTAR QUANDO AGATHA DESCEU AS ESCADAS COM PASSOS ARRASTADOS, a mão apoiada no corrimão e uma expressão visivelmente abatida. Sua pele estava pálida, os olhos ainda meio inchados pela noite mal dormida e o estômago revirava em um ritmo implacável. Mas, como de costume, ela se forçava a seguir com a rotina.
Na cozinha, o aroma de café fresco e torradas começava a tomar conta do ambiente. Agatha estava em pé diante do fogão, mexendo preguiçosamente uma panela de ovos mexidos enquanto uma torradeira devolvia fatias douradas de pão. No balcão, uma tigela de frutas e uma jarra de suco esperavam para compor o café da manhã.
Rio entrou na cozinha, ainda de pijama, o cabelo bagunçado, e carregando o ar despreocupado de quem claramente não percebeu o peso da noite anterior. Espreguiçou-se exageradamente antes de bocejar e se encostar no batente da porta, observando a cena.
─── Bom dia, senhora Harkness-Vidal. ─── Ela saudou, com um sorriso de canto. ─── Parece que alguém acordou… ou nem dormiu direito.
Agatha não respondeu de imediato, concentrada em despejar os ovos mexidos em um prato. Depois de uma longa pausa, virou-se para encará-la com um sorriso forçado.
─── Não consegui dormir muito bem. Acho que foi aquele sushi. ─── explicou, pegando os pratos e os colocando na mesa.
Rio arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.
─── Sushi? Agatha, a gente come naquele lugar há anos e você nunca passou mal. ─── Aproximou-se, inclinando-se para olhar de perto. ─── Tá pálida. E… espera, você tá fazendo café da manhã? Desde quando? Achei que a cozinha só funcionava para você quando estava inspirada ou querendo impressionar alguém.
Agatha soltou um suspiro pesado, apertando os lábios para conter o que parecia ser uma pontada de irritação.
─── Estou tentando ser gentil, Rio. Será que dá pra simplesmente aceitar isso sem questionar?
Respondeu, enquanto despejava o suco em dois copos e os colocava sobre a mesa.
Rio não se deu por convencida. Sentou-se na cadeira e a observou por um instante, como se tentasse ler o que estava passando pela cabeça da esposa.
─── Tá bom, senhora "Gentileza Inesperada", mas eu ainda acho estranho. Você parecia um zumbi ontem à noite. Agora tá aqui… se arrastando e cozinhando?
Disse, enquanto espetava um pedaço de fruta com o garfo. Agatha esfregou as têmporas, claramente impaciente.
─── Já disse que estou bem. Só comi algo que não caiu muito bem. Não precisa fazer disso um interrogatório, Rio.
Rebateu, pegando seu próprio prato e se sentando à mesa.
Por um momento, o silêncio se instalou entre as duas, com o som dos talheres contra os pratos preenchendo a cozinha. Rio, no entanto, continuava olhando para Agatha com preocupação evidente.
─── Se você diz… ─── Murmurou, por fim. Mas seu olhar fixo mostrava que a desconfiança não havia desaparecido. ─── Só promete que, se não melhorar até amanhã, você vai ao médico, ok?
Agatha assentiu, evitando o olhar de Rio enquanto mastigava lentamente uma fatia de torrada. No fundo, sabia que o enjoo tinha pouco a ver com o sushi, mas ainda não estava pronta para admitir isso — nem para Rio, nem para si mesma.
Billy chegou alguns minutos depois, para a surpresa de absolutamente ninguém. Usava as roupas escuras de costume, com óculos de sol que não completavam em nada o visual.
─── Tia Aggie! ─── exclamou, tirando os óculos e correndo para abraçá-la. ─── Ai, meu Deus, que cheiro incrível é esse? Você tá tentando me engordar pra eu nunca achar um namorado?
Agatha riu, afastando-o suavemente.
─── Billy, querido, você acha mesmo que eu recorreria a táticas tão primitivas? ─── Ela revirou os olhos de brincadeira e entregou o prato de waffles. ─── Sente-se e coma. Está magro como um alfinete!
Billy deu uma risada alta, mas era nervosa, o suficiente para fazer seu olho direito começar a tremer.
Rio entrou na cozinha, já de cara amarrada. Ela odiava a forma como Agatha se derretia por Billy, como se ele fosse um filho e não um sobrinho sem laços sanguíneos.
─── Ah, olha só quem chegou para monopolizar a atenção da Agatha. Como sempre.
Rio resmungou, abrindo a geladeira de forma exagerada. Billy congelou, seus dedos tamborilando a borda do prato.
─── Ai, bom dia pra você também, hein? ─── Ele respondeu, tentando soar indiferente, mas sua voz subiu uma oitava, denunciando seu nervosismo. ─── É um prazer ser um "astro" no palco da sua vida, Rio.
Rio deu uma risada curta e seca.
─── Você parece muito nervoso hoje, Billy. Algo que quer compartilhar com a classe?
Billy tentou rir, mas apenas conseguiu soltar um som engasgado.
─── Quem, eu? Nervoso? Que ideia! Por que eu estaria nervoso? Tá tudo ótimo, incrível, maravilhoso... ─── Suas palavras saíam rápidas demais, atropelando umas às outras, enquanto seu olho tremia ainda mais.
Agatha, percebendo que aquilo não acabaria bem, interveio com a autoridade de sempre.
─── Rio, querida, pode fazer um favor para mim? ─── Ela se virou com doçura, mas sua voz tinha um tom claro de "não discuta". ─── Vai ao quintal, por favor, verificar se o Señor Scratchy não derrubou o vaso de flores? Escutei um barulho mais cedo. Obrigada.
Rio bufou, mas obedeceu, saindo da cozinha.
Assim que a porta fechou, Billy largou o garfo e segurou a mão de Agatha dramaticamente.
─── Tia Aggie, eu não consigo! É muita pressão! Meu olho tá tremendo tanto que parece que vou fazer cosplay de lâmpada estroboscópica.
Agatha segurou Billy pelos ombros, firmemente, mas com cuidado para não derrubar o prato de waffles equilibrado na mesa. Seus olhos estavam semicerrados, e seu tom era ao mesmo tempo autoritário e quase cômico.
─── Billy Kaplan, me ouça bem agora! ─── Ela balançou-o de leve, forçando-o a olhá-la diretamente. ─── Aguenta! Seja homem! Ou pelo menos tente parecer um ser humano funcional por cinco minutos, tá bom?
Billy arregalou os olhos, claramente entrando em pânico.
─── Mas, Tia Aggie, eu tô tremendo toda vez que ela olha pra mim! Meu olho tá piscando sozinho, minhas mãos tão suando, e eu tenho certeza de que vou acabar escorregando e falando! Eu não consigo guardar segredos! Você sabe disso! É contra a minha essência de artista!
─── Shhh! ─── Agatha fez um gesto exagerado de silêncio, inclinando-se para mais perto dele. ─── Você não vai falar nada, entendeu? Nem uma palavra, nem uma sílaba, nem um suspiro estranho que dê qualquer pista! Rio não pode saber disso por você. Eu decido quando e como.
─── Mas, e se eu tropeçar no meio da sala e gritar? ─── Billy retrucou, gesticulando de forma dramática. ─── Porque, honestamente, eu já tropecei antes e saiu um “SOCORRO, EU SEI DE UM SEGREDO”! Você quer correr esse risco?
Agatha apertou os ombros dele, inclinando-se até seus narizes quase se tocarem.
─── Escuta aqui, Billy. ─── Sua voz era baixa, mas firme. ─── Você é um adolescente gay pop, não um alarme ambulante. Então, controla esse seu olho piscando, para de suar como se estivesse numa sauna, e lembre-se: se você abrir a boca sobre isso antes de mim, eu mesma vou fazer você comer o roteiro do seu musical favorito. Entendeu?
Billy engoliu em seco, claramente intimidado.
─── Tá bom, tá bom. Eu vou tentar. Mas, tia Aggie, eu juro que não dou conta se ela continuar me olhando daquele jeito... É como se ela soubesse! E eu tô muito nervoso, e... e... e eu acho que meu olho tá piscando de novo!
Agatha bufou, soltando os ombros dele com um leve empurrão.
─── Vai lavar esse rosto e tenta parecer menos… você.
Ela disse, gesticulando na direção do banheiro. Billy saiu cambaleando, murmurando algo sobre "muita pressão para um jovem gay", enquanto Agatha se encostava na bancada, suspirando profundamente.
Agatha suspirou profundamente, passando as mãos pelos cabelos enquanto se inclinava contra a bancada. A tensão começava a pesar, e ela sabia que Billy estava a um segundo de explodir.
Rio entrou na cozinha logo depois, limpando as mãos na calça jeans. Sua expressão era desconfiada, como sempre ficava quando Billy estava por perto.
─── O que tá acontecendo com o Billy? Ele tá estranho até pro padrão dele. ─── Rio perguntou, erguendo uma sobrancelha enquanto se aproximava da mesa.
─── Estranho? Billy sempre foi estranho, Rio.
Agatha retrucou, secamente, pegando um pano para fingir que estava limpando alguma coisa.
Antes que Rio pudesse responder, Billy voltou da direção do banheiro, ainda com o rosto molhado e um olhar frenético. Ele tentava parecer casual, mas a forma como desviava o olhar o denunciava completamente.
─── Billy! ─── Rio o chamou, cruzando os braços. ─── Quais são os seus planos pro fim de semana? Vai pra algum daqueles eventos excêntricos que você sempre inventa ou pretende alugar minha esposa novamente?
Billy congelou no meio do caminho, os olhos arregalados como os de um cervo pego nos faróis de um carro.
─── Eu... eu... eu vou... ─── Ele começou a gaguejar, o olho direito começando a tremer novamente. ─── Eu vou... pensar sobre isso! Tchau!
E, com isso, ele saiu correndo pela cozinha, quase derrubando uma cadeira no caminho. Rio acompanhou a cena com os olhos, claramente mais confusa do que antes.
─── Ok, isso foi estranho até pra ele. ─── Rio comentou, voltando-se para Agatha, que estava de costas, fingindo inspecionar a pia como se fosse a coisa mais interessante do mundo. ─── Ele tá escondendo alguma coisa?
─── O Billy? ─── Agatha respondeu, tentando soar desinteressada. ─── Ele não esconde nada, Rio. Ele é tão transparente quanto vidro.
─── Transparente, mas tá agindo como se estivesse carregando um segredo mortal. ─── Rio estreitou os olhos, cruzando os braços novamente. ─── E por que você tá tão esquisita também?
─── Esquisita? Eu não tô esquisita. Você que tá imaginando coisas.
Agatha deu um sorriso forçado, jogando o pano na bancada.
─── Claro que tá. Você nunca deixaria o Billy sair desse jeito, você o faria tomar café da manhã, escutar Taylor Swift para se acalmar, aí vocês pintariam as unhas ou algo tão gay quanto. ─── Rio respondeu, encostando-se na mesa e encarando-a. ─── O que vocês estão escondendo?
Agatha se virou lentamente, colocando as mãos nos quadris.
─── Rio, eu não tô escondendo nada. E, sinceramente, você podia pegar mais leve com o Billy. Ele já tem pressão suficiente sendo... bem, sendo ele.
─── Eu vou pegar leve com ele quando ele parar de agir como se eu fosse um detector de mentiras ambulante. ─── Rio retrucou, irritada. ─── Você sabe que eu não gosto quando ele fica grudado em você desse jeito. Ele age como se fosse seu filho.
Agatha suspirou, esfregando as têmporas.
─── Rio, a gente já teve essa conversa. O Billy não é meu filho. Ele só... confia em mim. E você precisa aceitar isso.
─── Aceitar o quê? Que ele sempre se mete no meio? ─── Rio rebateu, as vozes começando a se elevar. ─── Ele já sabe de algo que eu não sei, não sabe?
Agatha estreitou os olhos, sentindo o estresse subir novamente.
─── Rio, chega. Eu não tô com paciência pra isso agora. ─── Ela disse, em um tom firme, encerrando a conversa abruptamente.
Rio ficou em silêncio, mas sua expressão deixava claro que ela não estava convencida.
(...)
AQUELA SITUAÇÃO JÁ ESTAVA FORA DO CONTROLE. Apesar de todos os sintomas óbvios que demonstravam o quão grávida Agatha Harkness estava, a incerteza da fatídica noite em que seu “HD mental” havia se corrompido por completo, a corroía por dentro.
Assim, sem conseguir organizar os pensamentos naquela manhã, Agatha pegou sua bolsa, suas chaves do carro e partiu para o laboratório mais próximo.
Antes de sair do veículo, suas mãos tamborilaram impacientes pelo volante em sinal de pura ansiedade.
Seu corpo estava dividido, um lado seu desejava que o resultado fosse positivo, mas internamente, suas expectativas eram contrárias.
— Vamos acabar logo com isso. — seus dedos deslizaram pela porta do carro e em um solavanco apressado ela saiu.
Entrou no laboratório observando todo o lugar com cautela. Logo se sentou e esperou ser atendida. Em pouco tempo, já estava repousada com um dos braços presos com um elástico amarelo em um cubículo que eles chamavam de sala.
— Mamãe de primeira viagem, querida? — a enfermeira perguntou docemente.
— Sim… — Agatha sorriu tímida.
— Não se preocupe, reconheço uma grávida quando vejo uma. — a senhora extraiu alguns frascos de sangue da mulher. — O resultado sai daqui há 30 minutos, meu bem.
— Tudo bem, obrigada. — Harkness se levantou e voltou para a recepção do laboratório.
Meia hora mais tarde e a doce senhora que a atendeu retornou com um envelope nas mãos.
— Parabéns! Seus níveis de beta HCG estão nas alturas. Presumo que esteja de quase 2 meses. — a enfermeira entregou os documentos e se despediu.
— Que Deus me ajude… — Agatha suspirou.
Ela sabia o que estava por vir com aquele resultado positivo. E infelizmente, seu maior receio era que aquele bebê , naquela situação, trouxesse mais brigas do que alegrias.
— Agatha? — uma voz muito conhecida a comprimentou ao tentar fugir daquele lugar. — Aggie, sou eu! — a ruiva tirou os óculos escuros e acenou.
— Só pode ser brincadeira… — a mais velha disse em um tom quase inaudível.
Wanda se aproximou da amiga e a abraçou.
— Quanto tempo, querida! — ela provocou, brincando. — Onde está o seu filho? Digo, meu filho…
Agatha revirou os olhos.
— O seu ciúme é algo comovente, Wanda. Pena que não me comovo facilmente. — a morena entrou na onda.
A ruiva riu.
— Agora falando sério, o que faz por aqui? Nunca te vi por essas bandas da cidade. — Wanda examinou o rosto da mulher como se quisesse descobrir algo encoberto.
— Vim fazer uns exames. — ela deu de ombros. — Você sabe, exames de rotina para manter a saúde em dia.
— Exames de rotina que saem na mesma hora? — a mais nova indagou curiosa. Seus olhos pousaram sobre o envelope que Agatha carregava. — Laboratório Express?
— Eu acho que não é da sua conta. — o tom da mulher saiu áspero. — Por que você não vai cuidar dos seus filhos?
— Qual é, Aggie? O que deu em você? — Wanda se ofendeu. — Eu só fiz uma pergunta, não precisa vir com 7 pedras nas mãos.
Agatha respirou fundo. Aquele humor era algo recorrente nos últimos dias:
— Desculpa… Eu ando um pouco irritada ultimamente.
— Anda mais irritada ultimamente, né? — seu tom era de puro sarcasmo. — Eu fiquei assim quando estava grávida dos gêmeos.
O coração de Agatha saltou do peito. Aquela afirmação era certeira demais para ser apenas um comentário avulso. Será que Billy tinha contado?
— E você, o que faz por aqui? — a morena tentou mudar de assunto. — Não sabia que estava doente.
— E não estou, quer dizer, não “doente” exatamente. — a ruiva mostrou um dos potes de plástico que segurava. — Infecção urinária ou pedra nos rins. Façam suas apostas!
— Que horror, Wanda. — Agatha se compadeceu. — Billy não me contou nada.
— E aquele garoto sabe alguma coisa sobre mim, por acaso? Tenho medo de morrer e ele só ficar sabendo depois que postarem no Twitter.
A mais velha soltou uma risada.
— Você sabe que ele te ama, né?
— Ama tanto que passa a maior parte do tempo na sua casa. — Apesar do leve ciúmes, Wanda ficava feliz com a relação do filho com a madrinha. Eles tinham uma conexão especial que transcendia aquele mundo térreo.
— Não tenho culpa de ser adorável. — Agatha jogou os cabelos em um ato teatral. — Agora eu tenho que ir, preciso resolver algumas coisas em casa antes de voltar ao trabalho. — ela se despediu. — Ah, e se vir o Billy, diga a ele que estou de olho na volta do pé dele e se ele ousar “dançar fora do ritmo” — aquele tinha sido o código que ambos combinaram para falarem discretamente sobre o assunto proibido. — Eu vou saber e ele não vai gostar das consequências.
A ruiva sentiu um certo medo do tom da mulher.
— Tudo bem, eu falo sim. — ela forçou uma risada. — Até mais, Agatha. Espero que se cure logo de sei lá o que esteja acontecendo com você.
E assim, após um suspiro demorado, a morena saiu do laboratório o mais rápido possível.
(...)
BILLY SAIU DO SUPERMERCADO EQUILIBRANDO SACOLAS CHEIAS DE DOCES, batatas fritas e refrigerantes. Ele mascava nervosamente um chiclete enquanto olhava para os lados, como se temesse que alguém pudesse surgir e questioná-lo. Seus nervos estavam à flor da pele, e ele tinha certeza de que o menor estímulo poderia fazê-lo desmoronar.
─── Ok, Billy, respira... é só açúcar, ninguém resolve problemas comendo salada... Você só está sendo uma pessoa normal. Nada para ver aqui.
Murmurou para si mesmo, ajustando as sacolas nas mãos. No entanto, ao virar a esquina, ele deu de cara com duas figuras conhecidas.
─── Billy! ─── Jennifer exclamou, usando óculos de sol grandes demais enquanto segurava uma bolsa chamativa. Alice estava ao lado dela, vestida de forma descontraída, mas com um sorriso perspicaz. ─── Você tá bem? Parece que acabou de ver um fantasma.
Billy congelou no lugar, os olhos se arregalando.
─── Jen... Alice! Oi! Oi mesmo. Eu tô ótimo, nunca estive melhor. Preciso ir agora, ok, tchau!
Ele tentou passar direto, mas Alice deu um passo rápido para bloquear seu caminho.
─── Espera aí, jovem Pop. ─── Alice disse, arqueando uma sobrancelha. ─── O que tá acontecendo? Você tá suando mais do que um frango na churrasqueira.
─── E por que você comprou tanta porcaria? Você tá montando um bunker apocalíptico?
Jennifer acrescentou, apontando para as sacolas abarrotadas.
Billy tentou se recompor, embora estivesse claramente desconfortável.
─── Eu... é só uma tarde de autocuidado, tá legal? Nada demais. Só eu, minha TV, e muito açúcar. ─── Ele respondeu, a voz ligeiramente mais aguda do que o normal.
Alice cruzou os braços, inclinando a cabeça.
─── Autocuidado, huh? ─── Ela repetiu, com um tom desconfiado. ─── Parece mais autoconsolo. E sem Agatha? Muito estranho. Vocês são tipo Taylor Swift e Selena Gomez. Muito estranho.
Billy riu nervosamente, dando um passo para trás.
─── Ai, gente, vocês são ótimas! Adoro isso, mas eu realmente preciso ir... tipo, agora.
Antes que ele pudesse dar outro passo, Jennifer pegou gentilmente uma das sacolas, forçando-o a parar.
─── Billy, fala com a gente. ─── Ela disse, com um tom mais suave, embora seus olhos estivessem fixos nos dele. ─── O que tá pegando? Você tá agindo... estranho.
Billy olhou de um lado para o outro, claramente em pânico.
─── Nada tá pegando! Eu só... só tô nervoso com uma coisa. Uma coisinha boba. Nada que duas mulheres incríveis como vocês precisem se preocupar, sério!
Ele balançou as mãos no ar, tentando desviar a atenção. Alice inclinou-se para frente, estreitando os olhos.
─── Billy, você sabe que eu sou uma policial, né? Eu consigo detectar mentira a quilômetros de distância.
─── E eu sou Jennifer Kale. Eu detecto drama antes mesmo de ele começar. ─── Jennifer completou, com um sorriso de canto.
Billy gemeu, o olho começando a tremer novamente.
─── Vocês duas... não podem... simplesmente me deixar em paz? ─── Ele perguntou, com uma voz meio desesperada.
Alice trocou um olhar rápido com Jennifer antes de responder.
─── A gente pode. Mas não vai. ─── Ela disse, séria. ─── Você sabe que pode confiar na gente, Billy. O que tá te deixando tão nervoso assim?
Billy abriu e fechou a boca algumas vezes, parecendo um peixe fora d'água, antes de finalmente ceder, soltando um suspiro dramático.
─── Ok, ok! Mas vocês prometem não contar pra ninguém? Principalmente pra tia Aggie ou pra Rio? ─── Ele perguntou, desesperado.
Jennifer e Alice assentiram imediatamente, os olhares curiosos e cheios de expectativa. Billy respirou fundo, como se estivesse prestes a confessar um crime.
Billy respirou fundo, apertando os olhos como se precisasse reunir toda a coragem do mundo.
─── Tá bom, tá bom... mas não me julguem, ok? ─── Ele disse, ajustando os óculos novamente e gesticulando nervosamente. ─── A tia Aggie tá grávida!
O impacto da revelação pairou no ar por alguns segundos. Jennifer e Alice piscaram em sincronia, processando a informação.
─── O QUÊ?! ─── Elas gritaram ao mesmo tempo, chamando a atenção de alguns pedestres que passavam.
Billy deu um pulo, apertando a sacola contra o peito.
─── Shhhh! Por favor, não gritem! ─── Ele implorou, olhando ao redor freneticamente. ─── Ela vai me matar se souber que contei!
Alice segurou Billy pelos ombros, o olhar fixo no dele.
─── A Agatha... Harkness... grávida?! ─── Ela perguntou, como se precisasse confirmar que tinha ouvido certo.
─── Sim! Grávida! Tipo, grávida de verdade! ─── Billy disparou. ─── E ela não quer que ninguém saiba, especialmente a Rio. E ela me obrigou a guardar o segredo. E agora eu tô surtando porque meu olho não para de tremer, e eu me sinto como se fosse explodir, e… ─── Ele começou a falar cada vez mais rápido, quase sem respirar.
Jennifer levantou a mão, interrompendo o fluxo de palavras de Billy.
─── Espera, espera, espera! ─── Ela disse, piscando rapidamente. ─── Como isso aconteceu?
─── VOCÊS ACHAM QUE EU SEI?! Eu sou o afilhado dela, não o ginecologista! ─── Billy gritou, jogando as mãos para o alto em desespero. ─── Mas, quero dizer, não é uma surpresa né? Elas tentam a séculos ─── Ele parou, respirando fundo para não hiperventilar.
Alice e Jennifer trocaram olhares, a expressão de choque lentamente se transformando em algo entre pânico e animação.
─── Meu Deus, a Agatha Harkness... mãe... Isso é incrível! Quer dizer, um perigo a sociedade e as obstetras, mas incrível! ─── Alice murmurou, rindo nervosamente.
─── Meu deus, vamos ter o melhor chá de bebê de todos os tempos! Eu preciso de um chá. Ou de um vinho. É vinho! ─── Jennifer declarou, abanando o rosto como se estivesse prestes a desmaiar.
─── Vocês não estão ajudando! ─── Billy reclamou, segurando as sacolas com mais força. ─── Eu precisava desabafar, não que vocês surtassem mais do que eu!
Alice deu um passo para trás, segurando as mãos no ar.
─── Desculpa, Billy, é só que... é muito pra processar. Você tá bem? Você tá melhor depois de contar?
Billy piscou algumas vezes, parecendo surpreso consigo mesmo.
─── Na verdade... sim. Acho que sim. ─── Ele respondeu, sorrindo de leve. ─── Mas agora vocês duas sabem e, se me perguntarem, eu nego tudo que nem Judas! Nego, nego, nego! Morro negando! E se contarem pra tia Aggie que eu falei, eu vou sumir no mapa e virar um nômade digital.
Jennifer se recuperou primeiro, ajustando os óculos de sol e colocando uma mão no ombro de Billy.
─── Calma, garoto. Seu segredo está seguro com a gente.
Alice cruzou os braços, sorrindo de canto.
─── Mais ou menos seguro. Eu não prometo que não vou fazer piadas e deixar todo mundo confuso.
Billy gemeu, revirando os olhos dramaticamente.
─── Ai, vocês são horríveis. Mas obrigada. Eu acho. ─── Ele murmurou, finalmente relaxando um pouco.
As três figuras ficaram ali por um momento, respirando fundo e tentando processar a bomba que acabavam de compartilhar, cada um à sua maneira.
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• 🩷 . . OO1 ❜ Olá! Queremos agradexer a aqueles comentaram e votaram no último capítulo. Cada comentário é especial e esperamos responder todos!
• 🩵 . . OO2 ❜ No próximo capítulo: a verdade é revelada.
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