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Se passou um mês desde de que eu e Han Seo-jun voltamos a namorar oficialmente, e posso dizer que está tudo bem entre a gente... mas também não era como se tudo tivesse magicamente se encaixado.
A verdade é que recomeçar não é tão simples quanto as pessoas fazem parecer. Mesmo depois de tanto tempo separados, ainda carregávamos as marcas do passado. Por mais que ele tivesse me perdoado por ter ido embora, eu não conseguia me livrar do sentimento de culpa toda vez que o olho.
As primeiras semanas foram intensas, cheias de encontros e conversas que tentavam, de algum modo, preencher o vazio que os meses de separação haviam deixado. Aos poucos, fomos encontrando um ritmo. Ainda havia aquela cautela, especialmente da minha parte, mas também havia a vontade genuína de fazer tudo dar certo desta vez.
Seo-jun estava mais atencioso, não que antes não fosse, mas estava se esforçando ainda mais para mostrar que se importa. Ele ainda tinha aquela energia vibrante que eu sempre amei, mas agora parecia mais equilibrada. Havia menos impulsividade e mais reflexão nas suas atitudes, posso até dizer que ele amadureceu.
Ele fazia questão de me incluir em sua rotina, seja nos ensaios ou nas reuniões chatas de trabalho. Ele se preocupava com cada detalhe, desde perguntar como eu estava me sentindo até garantir que eu tivesse algo para comer, mesmo quando ele estava exausto.
Claro, também havia os momentos em que eu me sentia insegura. Eu sabia que Ju-kyung ainda estava por perto, e, embora Seo-jun garantisse que não havia nada entre eles, uma parte de mim ainda ficava apreensiva. Era difícil não pensar nisso, especialmente depois de tudo o que aconteceu.Eu fazia de tudo para colocar na minha cabeça que qualquer mínimo ciúme que eu sentia era errado e injusto, mas na maioria das vezes dava errado.
Apesar de tudo, eu sentia que o relacionamento estava evoluindo. Não era perfeito, e nem esperava que fosse. Havia momentos de dúvida, de silêncio desconfortável, mas também havia muitos sorrisos, risadas e gestos que mostravam que estávamos no caminho certo. Eu sabia que ainda havia muito a trabalhar, tanto em mim quanto nele, mas pela primeira vez em muito tempo, eu estava otimista.
Isso refletia no quanto nosso relacionamento tinha mudado desde que reatamos. Agora, era quase como se eu estivesse morando com o Seo-jun. A cada dia, passava mais tempo no apartamento dele, a ponto de minhas coisas estarem espalhadas por todos os cantos. Roupas minhas estavam penduradas no armário, e a escova de dentes dividia espaço com a dele no banheiro. Ainda assim, aquele sentimento de "novidade" persistia, e eu gostava disso. Gostava de acordar ao lado dele e viver essa rotina compartilhada, mesmo que, às vezes, fosse um pouco caótica. Estávamos juntos, e isso era o que importava.
Naquele dia, enquanto me arrumava para sair, Min-soo me ligou, praticamente implorando para que fôssemos almoçar na casa dele. A namorada dele se mudou para a minha casa recentemente, e agora ele quer mostrar como estava "domesticado" e feliz. Eu nunca conversei direito com essa namorada dele, e de fato eu não me importava com ela na minha casa, já que eu vou lá no máximo três vezes na semana.
Quando desliguei a chamada, me virei para o Seo-jun, que ainda estava terminando de colocar os tênis, e comentei casualmente:
— Ah, Min-soo acabou de ligar. Ele quer que a gente almoce na casa dele... na minha casa. — Me corrigi enquanto olhava para Seo-jun, que estava terminando de se vestir. — Parece que ele não aceita um "não" como resposta.
— Hoje? — Ele resmungou, ao mesmo tempo em que parou o que estava fazendo. — Você sabe que eu não sou muito fã de almoços de casal.
— Eu sei, mas ele pediu com tanta insistência. Vai ser rápido, prometo. — Sorri, tentando aliviar a situação.
— Certo, mas só porque é o Min-soo. Ele vai ficar enchendo se a gente não for. — Seo-jun suspirou.
Meu sorriso vacilou quando percebi a resistência de Seo-jun em ir. Eu sabia que ele não estava exatamente empolgado, mas não esperava que ele fosse recusar. Fiquei um pouco decepcionada. Já fazia um tempo desde que tínhamos saído para um almoço em família e eu, por mais antisocial que fosse amava esses momentos.
— Não... tudo bem se você não quiser mesmo ir. -- Disse um pouco cabisbaixa.
— Vamos sim... já íamos ter que achar um lugar para almoçar mesmo. Certo, mas só porque é o Min-soo. — Seo-jun suspirou, levantando-se do sofá, ainda parecendo um pouco contrariado, mas cedendo.
— Eu dirijo. -- Disse pegando as chaves do carro da mão dele.
Ele parou no meio do movimento, suas mãos pausando sobre as chaves, e me lançou um olhar que dizia tudo. Parecia que eu tinha acabado de sugerir algo impensável.
— Não, você não vai dirigir. — Ele disse de forma firme, quase automática, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo e tomou a chave da minha mão.
— Ah, vou sim — eu disse, cruzando os braços, já esperando a resistência dele. — Só porque eu quase, repito, quase atropelei uma senhora da última vez, não significa que isso vai acontecer de novo.
— Você mal tirou carteira. — Seo-jun continuou resmungando.
— Isso não significa nada. Teve uma vez que eu dirigi a sua moto e ninguém sofreu um arranhão. — Sorri de canto me lembrando daquele dia. Era uma memória boa.
— Você pilotou a minha moto. — Ele me corrigiu, o que fez com que eu revirasse os olhos.
— Tanto faz. Vamos. — Agarrei a chave novamente e sai andando para fora do apartamento. Por mais que ele não quisesse deixar e estivesse com medo de morrer no caminho ele não falaria 'não' para algo tão simples. — E sabe o que dizem, não é? Prática leva à perfeição.
Depois de uma troca de olhares e uma pausa longa demais, Seo-jun suspirou e balançou a cabeça, finalmente cedendo.
— Tá bom, você dirige. — Ele disse, com um sorriso meio contrariado, entregando as chaves para mim. — Mas se acontecer qualquer coisa, eu vou jogar isso na sua cara pra sempre.
Assim que descemos para a o estacionamento, eu entrei no carro e sorri animada. Coloquei as mãos no volante e tentei me concentrar, mas era difícil ignorar os olhares de Seo-jun ao meu lado, como se ele estivesse pronto para me corrigir a qualquer segundo. E sempre agarrado a alça de segurança, como se eu fosse frear bruscamente a qualquer momento.
— Relaxa, eu sou uma boa motorista. — Falei, tentando parecer mais confiante do que realmente estava. Eu não era ruim, mas essa preocupação toda me deixava mais ansiosa.
O trajeto começou tranquilo, mas Seo-jun continuava a me observar de perto, e eu sabia que ele estava segurando qualquer comentário para não me deixar mais nervosa. Pelo menos no início. Isso durou até o momento em que, do nada, um cachorro atravessou correndo na rua.
— Cuidado! — Seo-jun gritou, e eu pisei no freio com tudo, o carro parando bruscamente a poucos metros do cachorro, que seguiu despreocupado em sua jornada. Meu coração disparou. — Puta que pariu. — Ele resmungou com a cara fechada.
— Isso foi você me distraindo! — Eu retruquei, tentando disfarçar meu nervosismo enquanto olhava fixamente para a frente. — Se você não tivesse falado, eu teria desviado tranquilamente.
Seo-jun olhou para mim, incrédulo, mas depois começou a rir, sacudindo a cabeça.
— Ah, claro... agora a culpa é minha por você quase atropelar um cachorro inocente.
— O cachorro não era inocente, ele deveria ter o mínimo de noção quando vai atravessar a rua. — Eu dei de ombros, focando novamente no caminho. O silêncio que se seguiu foi mais leve, e logo estávamos rindo disso, ainda que eu soubesse que ele ia lembrar desse momento para sempre.
Chegando à casa de Min-soo, eu estacionei o carro de forma meio desajeitada, ainda tentando processar o susto. Quando desliguei o motor, me virei para Seo-jun, que já me olhava com um sorriso debochado.
— Tá, você sobreviveu, eu sobrevivi, e o cachorro também. — Ele disse, abrindo a porta e saindo do carro.
Nós caminhamos juntos até a entrada, e antes que eu pudesse bater na porta, ela se abriu de repente. Min-soo apareceu com um sorriso largo e os braços abertos.
— Finalmente! Achei que vocês iam desistir no caminho. — Ele brincou, cumprimentando Seo-jun com um aperto de mão e um tapinha nas costas antes de se virar para mim. — E você! Aposto que foi a causa do atraso.
— Culpa do trânsito. — Brinquei, retribuindo o abraço. — E daquele cachorro mal-amado.
-- Que cachorro? -- Ele perguntou confuso e eu tentei desconversar.
Assim que entramos na casa de Min-soo, o aroma da comida fresca tomou conta do ambiente. A mesa estava impecavelmente posta, e era óbvio que Jae-in, a namorada do meu irmão, tinha se esforçado para preparar algo especial. Min-soo nos levou até a sala de jantar, onde a refeição já nos esperava.
— Vocês chegaram na hora certa! — Jae-in disse, com um sorriso radiante, nos fazendo sentar. — Espero que estejam com fome.
— Famintos. — Seo-jun respondeu, ainda um pouco irritado por eu ter dirigido, mas mantendo o tom leve enquanto se sentava ao meu lado.
— Para de ser chatinho. — Sussurrei no ouvido dele que rapidamente revirou os olhos.
O almoço começou tranquilamente, com conversa fiada sobre trabalho, música e algumas piadas internas de Min-soo que sempre pareciam nos fazer rir. Entre uma garfada e outra, eu me pegava relaxando mais, a tensão da manhã dissipando-se aos poucos. Até que Min-soo resolveu elevar o tom da conversa.
— Então, gente... — Ele começou, sua voz carregada de uma falsa seriedade que chamou nossa atenção. — Eu tenho algo importante pra contar.
Eu e Seo-jun nos entreolhamos por um momento, curiosos. Min-soo limpou a garganta dramaticamente e abriu um sorriso largo antes de soltar a bomba.
— Eu vou me casar! — Ele anunciou, segurando a mão de Jae-in com orgulho.
— O quê?! — Eu exclamei, genuinamente surpresa, enquanto Seo-jun apenas sorria, balançando a cabeça com um leve olhar de "eu já sabia".
— Sim, sim! — Min-soo continuou, animado. — E agora que estamos falando sobre isso... — Ele fez uma pausa, virando-se para mim com um sorriso malicioso. — Acho que logo logo vai ser a vez de vocês, né?
Eu ri, sem saber exatamente como reagir, mas quando olhei para Seo-jun, ele estava paralisado. Seus olhos arregalados e a maneira como ele rapidamente tentou engolir a comida fizeram com que ele acabasse se engasgando, tossindo desajeitadamente.
— Tá tudo bem aí? — Min-soo perguntou, com um sorriso travesso, batendo nas costas de Seo-jun enquanto ele se recompunha.
— E-eu tô bem... — Seo-jun conseguiu dizer entre tosses, tomando um gole grande de água.
Eu ri baixo, vendo o constrangimento dele. O clima, que antes estava leve, agora tinha ficado meio esquisito, como se todos esperassem alguma resposta dele.
— Casamento... — Seo-jun murmurou, ainda tossindo um pouco, enquanto eu me esforçava para não rir mais.
— Você só fala besteira, né.. — Me direcionei à Min-soo cerrando os olhos. — Vai querer um superbonder de presente?
Min-soo estava claramente se divertindo com a situação, seu sorriso era malicioso enquanto esperava por alguma reação maior de Seo-jun. Eu, por outro lado, tentava não rir ao ver o quão desconfortável ele estava com a ideia de casamento.
— Tá, tá, — Seo-jun finalmente disse, limpando a garganta e tentando mudar o foco da conversa. — Vamos focar no seu casamento, Min-soo. Quando vai ser a grande data?
Jae-in, que até então estava quieta, respondeu com um brilho nos olhos: — Em três meses. Já estamos planejando tudo.
— Nossa, tão rápido? — perguntei, surpresa com o quão próximo o casamento estava. — E vocês já decidiram o local?
— Claro! — Min-soo disse, voltando ao seu tom mais animado. — Vai ser numa praia, algo bem simples e íntimo. E, bom, espero que vocês dois estejam lá, como meus convidados de honra.
Eu sorri, acenando em concordância. — É claro que vamos estar.
O alívio momentâneo que Seo-jun sentiu por ter mudado o assunto não durou muito, porque Min-soo, com seu jeito provocador, ainda não tinha terminado. Ele deu mais uma garfada na comida, limpou a boca e, como quem não queria nada, lançou mais uma bomba no ar.
— Mas falando sério, Seo-jun... você tá pensando nisso, né? Sobre casar com a Na-yeon? Porque, convenhamos, não dá pra enrolar pra sempre. — Ele disse isso com um tom brincalhão, mas o peso da pergunta era evidente.
Eu senti meu coração bater um pouco mais rápido, surpresa com a pergunta direta de Min-soo. Não sabia o que esperar de Seo-jun, e estava nervosa com a resposta dele.
Seo-jun, por outro lado, ficou em silêncio por um momento, os olhos vagando para mim. Sua expressão era difícil de ler, mas antes que ele pudesse responder, eu entrei na conversa, tentando desviar.
— Sua comida ta ótima Jae-in. Você colocou um tempero diferente no arroz? — Disse a primeira coisa que veio na minha cabeça.
*****
Estávamos andando pelo shoopping mais movimentado de Seul, cercadas por lojas coloridas e vitrines que pareciam implorar para que entrássemos. Eu, Ju-kyung e Soo-ah decidimos fazer uma tarde só para nós, sem nenhum drama ou estresse. Só diversão e... roupas novas, claro.
— Eu preciso encontrar uma bolsa para o casamento da Hee-kyung. — Ju-kyung comentou, observando atentamente uma vitrine com roupas de inverno. — E aproveitando, tenho algo pra contar.
Eu e Soo-ah trocamos olhares curiosos.
— Lá vem bomba... — Soo-ah brincou, rindo.
— Nada demais! — Ju-kyung sorriu, mas logo seu rosto ficou um pouco mais sério. — Eu vi a Kang Soo-jin.
O nome fez meu estômago revirar um pouco. Soo-jin sempre trazia memórias complicadas, especialmente para Ju-kyung.
— Ah... — Murmurei fazendo uma careta. — Sério? Onde? — perguntei, tentando manter a voz leve e disfarçar meu desgosto.
— Lá perto do salão que eu trabalho. Falei poucas e boas pra Che-ni e ela me defendeu? — Ju-kyung suspirou, mexendo nos cabelos.
— A Che-ni? Você tinha que ter me chamado, ainda to esperando pra dar uma coça nela. — Disse fechando os punhos me lembrando de quando ela atrapalhou meu beijo
— Nem tudo se resolve com violência, Nana. — Soo-ah tocou meu braço.
— Nesse caso resolve sim. — Eu revirei os olhos. — Mas Limju, você falou com ela?
— Sim... fomos para um café e ela se desculpou. — Ela concordou.
— E você tava tranquila? Não ficou com um pouco de raiva? — Soo-ah perguntou enquanto entrávamos na Joy Gryson para olharmos as bolsas.
— Não... foi ótimo vê-la. — Ju-kyung respondeu tranquilamente.
— Que bom que ela encontrou você... por que se fosse eu... — Fechei os punhos novamente.
— Você ta muito estressada. — Soo-ah pegou uma bolsa rosa e colocou por cima do meu pescoço. — Já se passaram dois anos. Eu também queria ver a Soo-jin de novo... para... saber como é que ela tá. Olha... essa é linda... — Soo-ah se distraiu e pegou uma bolsa branca, entregando-a para Ju-kyung.
Assim que Ju-kyung decidiu qual bolsa levar pagamos tudo e saímos da loja. Eu — que fui sem intenção alguma de gastar — acabei comprando a bolsa que Soo-ah havia jogado nos meus braços, mas só porque ela combinaria perfeitamente com a roupa que eu estava pensando em usar no casamento.
— Eu tô morrendo de fome. — Soo-ah reclamou, enquanto ajeitava o cabelo no espelho. — Vamos comer alguma coisa?
Saímos da loja e fomos para uma praça de alimentação próxima. Pedimos alguns pratos, nos sentando para descansar um pouco.
— Sério, shopping cansa demais. — Soo-ah disse, se jogando na cadeira.
— Verdade, mas nada que uma boa comida não resolva. — Ju-kyung brincou, olhando para os pratos que começaram a chegar.
Comemos e rimos, falando de tudo um pouco, desde dramas antigos de escola até o que esperar das próximas semanas. Ju-kyung já parecia mais leve, e eu me senti aliviada por vê-la assim. Soo-jin já era passado, e nosso presente estava ali, com risadas, roupas e boa companhia.
Depois de passarmos horas rodando o shopping, finalmente chegamos à casa da Jukyung. Minhas pernas estavam cansadas, mas a sensação de ter feito boas compras me deixava com aquela satisfação gostosa. Ju-kyung e Soo-ah pareciam sentir o mesmo — estávamos exaustas, mas sorridentes, cheias de sacolas nas mãos e muitas risadas ainda por vir.
Subimos para o quarto da Ju-kyung, onde nossas sacolas estavam espalhadas pelo chão. Eu adoro o quarto dela com aquele toque pessoal que grita "Ju-kyung" por todos os lados. Ela tem uma prateleira cheia de cosméticos e maquiagens, além de uma coleção de bijuterias coloridas que eu sempre fico de olho.
— Que tal a gente testar umas dessas roupas novas agora? — Jukyung sugere, com um brilho no olhar.
— Claro! — digo, já pegando uma das blusas que comprei. Trocamos de roupa, experimentando as peças novas e comentando o que fica melhor em cada uma de nós. Eu ri quando Soo-ah experimentou uma saia que claramente não era o estilo dela, mas ficou incrível nela mesmo assim.
Depois de um tempo, ficamos jogadas nos futons, sentindo o cansaço bater, mas ainda muito animadas para dormir. O quarto estava iluminado por uma luz suave, e a atmosfera era de total conforto. Ju-kyung colocou uma playlist calma para tocar no fundo, e eu me sentia completamente à vontade ali.
Depois de rirmos, comermos e experimentarmos as roupas novas, Ju-kyung teve a brilhante ideia de fazermos uma sessão de skincare. Ela sempre tem os melhores produtos, e eu confesso que estava precisando de um cuidado extra na pele depois de um dia inteiro andando pelo shopping.
— Vamos fazer uma máscara facial! — Ju-kyung diz animada, já indo até sua prateleira de cosméticos. — Tenho umas novas que são incríveis!
— Ótimo, minha pele está gritando por socorro — brinco, rindo enquanto me jogo no futon.
Ju-kyung volta com várias opções: uma de mel, outra de carvão ativado e uma de chá verde. Escolhi a de mel, porque além de adorar o cheirinho, sempre sinto minha pele mais hidratada depois. Ju-kyung e Soo-ah também escolhem as suas, e em poucos minutos, estamos todas com o rosto coberto de máscaras faciais, parecendo um grupo de alienígenas prestes a invadir a Terra.
— Uau, estamos lindas — Soo-ah diz ironicamente, olhando para a câmera frontal do celular e tirando uma selfie. Rimos alto enquanto ela manda a foto para o nosso grupo no chat.
— Pelo menos estamos cuidando da pele, né? — Jukyung responde, rindo e ajustando sua máscara de chá verde.
Vou para o banheiro e quando saio, as duas estavam sentadas no chão mexendo no celular.
— Vamos falar mal de quem? — Ri fraco enquanto me sentando do lado de Soo-ah.
— Por enquanto ninguém. — Ela brinca terminando de prender um bod na franja. — A Limju ta vendo uma roupa pra ir no casamento da irmã dela.
Passou-se alguns minutos, eu já tinha retirado a minha mascará e Ju-kyung já havia decidido qual vestido usaria.
— Aliás... sabe quando você foi naquela viagem com o Su-ho? — Soo-ah perguntou para ela enquanto tirava a mascará e eu já sabia que não iria sair coisas boas daquela boquinha.
— Uhum. Por que? — Ju-kyung respondeu sem muita importância.
— Não aconteceu nada? — Soo-ah tinha um tom e um sorriso malicioso.
— Como assim? — Ela estava confusa, o que me fez rir baixinho. Ju-kyung olhou para mim mais confusa ainda. — O que foi?
— Nada. É só que... ela ta falando daquelas coisas, sabe? — Olhei para ela e levantei as sobrancelhas várias vezes.
— "Aquelas coisas"? Ah... quase perdi meu celular. — Ju-kyung achou que tinha entendido o que Soo-ah quis dizer, fazendo com que ela revirasse os olhos e tirasse uma risada sincera de mim.
— Não é isso. É tipo aquilo, amiga. Você sabe.
— A gente só pegou o trem de manhã e fez uma viagem, ta legal? — Agora Ju-kyung tentava disfarçar. Ela estava fingindo que não entendeu do que estávamos falando.
— O que? Você virou freira agora, por acaso? — Soo-ah parecia indignada. — Não estamos mais no ensino médio. Vocês...
— Para com isso! — Ju-kyung ficou envergonhada, me fazendo rir alto novamente.
— É sério? Não fizeram nadinha? — Pergunto com um tom malicioso e ela joga uma almofada em mim. — Se tá com tanta vergonha é porque rolou, em.
— E você, Na-yeon? Ta só rindo aí. Joga na roda... você e o Seo-jun... — Soo-ah se vira para mim e minhas bochechas coram.
— E você e o Tae-hoon, em? — Desvio a pergunta.
— É claro. — Ela responde com um sorriso e Ju-kyung olha para a gente em choque. — Você e o Seo-jun também, né? Não adianta esconder. — Unica coisa que eu fiz foi rir fraco e concordar levemente com a cabeça. — Que safadinhos!
— Para... pelo menos eu to em um relacionamento sério. Você acha que a gente não sabe que você sai com o Tae-hoon escondido? — Acuso-a e ela reviria os olhos.
— Ju-kyung, por que não ta com o Su-ho hoje? — Ela mudou de assunto.
— Porque ele ia encontrar o Tae-hoon. — Ela respondeu simples.
— O Tae-hoon? Por que não disse isso antes? Vamos até lá! — Soo-ah se animou e eu cerrei os olhos para ela.
— Ah não... deixa saírem sozinhos. — A outra garota respondeu sem ânimo.
— É Soso, deixa eles em paz. E outra, vocês não terminaram? Ta querendo ir atrás dele porque?—Provoquei enquanto tentava disfarçar meu sorriso.
— Ele... hm... ele ta me devendo uma coisa. Liga logo ai pro Su-ho.
— Tudo bem. — Ju-kyung concorda com um sorriso e eu a olho incrédula.
Assim que ela ligou, passou-se alguns segundos chamando, mas nada aconteceu. Su-ho não atendeu, o que particularmente é estranho, apesar de não parecer ele sempre responde todo mundo bem rápido, ainda mais quando se trata da namorada. Ju-kyung tentou algumas vezes, mas continuou na mesma, e a cada minuto Soo-ah ia ficando mais indignada.
Soo-ah pegou o celular dela, provavelmente para encher o pobre Tae-hoon de mensagens. Enquanto isso eu suspirei. Seo-jun estava tão focado no debut que mal nos falamos durante a semana, mas mesmo assim estou feliz por ele.
Desde de que eu aceitei namorar com ele de novo eu sabia que não seria fácil, já que as rotinas seriam bem agitadas, então apesar de me sentir triste e sozinha as vezes eu não reclamo e nem deixo esses sentimentos transparecer.
Pelo menos, as meninas do grupo são legais e tem ideias ótimas para um debut, o que me anima mais ainda já que eu me recusaria se o conceito fosse algo básico que todos já estão acostumados a ver.
— O que? — Soo-ah grita e se levanta rapidamente, me tirando de meus pensamentos.
— O que foi agora, em? — Pergunto sem ânimo enquanto abro o aplicativo de mensagens para verificar se havia alguma de Seo-jun.
— Tá de brincadeira. Isso não é um bar de solteiros? — Soo-ah disse com os olhos arregalados e Ju-kyung se levantou rapidamente para olhar.
No fim das contas tive que sair daquele lugar quentinho e ir atrás de dois marmanjos junto com as duas, já que supostamente eles estavam nesse bar de solterios.
Contei uma versão resumida dessa história para meu namorado enquanto estávamos no carro. Apenas desejei que isso acabasse logo e eu pudesse dormir.
As duas malucas começaram a correr, e eu, a mais normal das três, andei como se nem as conhecesse. No caminho, recebi uma mensagem de Seo-jun dizendo que ele já estava saindo da move. Aproveitei e pedi para ele me encontrar no lugar que eu e a menina estávamos indo, já que provavelmente a noite do pijama não aconteceria mais.
Quando encontramos o Su-ho e o Tae-hoon tudo não passou de um mal entendido, eles foram apenas da sauna e não fizeram nada de mais além de beber um pouco. Na verdade o Su-ho bebeu bem mais que um pouco.
Talvez seja bem babaca da minha parte, mas eu não consegui ajudar, tudo que eu consegui fazer foi rir da situação toda principalmente quando o Su-ho chamou a Limju de "Du-kyung" só para tentar parecer fofo.
— Eu vou levar ele pra casa. — Ju-kyung tentou se levantar junto com Su-ho. Os dois quase caíram algumas coisas, me rendendo mais algumas risadas. Assim que eles se colocaram de pé, eu fui até a beirada da rua para chamar um táxi.
Assim que um carro amarelo encostou na minha frente, abri a porta para que eles entrassem.
— Tchau. E juízo em. — Sorri maliciosa enquanto fechava a porta e Ju-kyung me olhava de cara feia.
Assim que o carro saiu da frente, pude ver Han Seo-jun se aproximando. Sorri genuinamente e corri até ele.
— Oi, amor. — Dei um selinho rápido. — Vamos dar um tchau para eles e ir embora logo, acho que eles vão fazer as pazes.
— E aí, gente. — Seo-jun abanou a mão de leve.
— Oi, cara. E aí? Faz tempo que e não te vejo. — Tae-hoon respondeu. Ele já era animado por natureza, mas quando bebe fica pior ainda.
— Seo-jun, vamos. Ta ficando tarde. — Puxo o braço dele de leve e ele concorda. — Tchau gente. Soo-ah, outro dia combinamos de dormir juntas. Juízo em.
Eu e Seo-jun nos afastamos e durante o caminho para a casa, eu contei tudo o que fiz no dia enquanto ria.
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