𝟶𝟹𝟸


Passei pelos portões da escola sem nenhum ânimo. Todos ainda estavam falando sobre o maldito vídeo de Ju-kyung e ela não me atendia por nada.

Entrei na sala esperançosa de que ela estaria la me esperando e que tudo foi um pesadelo horrível. Mas eu estava errada. Não vou julgar, eu também não viria se estivesse no lugar dela, eu só preciso saber se ela está bem.

Me sentei no meu lugar e abaixei a cabeça.

— Eu te amo tanto e agora o que fazer? — Tae-hoon cantou para a Soo-ah que também estava sem nenhum ânimo.

— Bom dia. — Han Seo-jun passou as mãos nos meus cabelos e se sentiu atrás de mim. Como resposta eu apenas levantei a mão. — Eu vou ter que cantar igual o Tae-hoon pra você olhar pra mim?

— Não! — Disse rapidamente. Me levantei e sentei ao contrário na cadeira, ficando de frente para Han Seo-jun. — Bom dia. Dormiu bem? — Perguntei com um sorriso claramente falso.

— Voce é muito falsa. Credo. — Seo-jun revirou os olhos.

— Desculpa. É só que... — Enrolei para falar enquanto deitava minha cabeça na mesa dele e suspirava.

— Tá tudo bem. — Seo-jun depositou as mãos nos meus cabelos e começou a fazer carinho.

Ignorei todos os comentários e borborinhos que surgiram por conta disso. Eu só queria ficar em paz por um minuto. 

— Pessoal, vamos começar. — Senhor Han entrou na sala e eu me virei para sentar corretamente. — Hoje a Ju-kyung não veio.

— Professor, a gente vai escolher uma modelo? — Uma garota perguntou e eu soltei uma risada irônica.

— A Ju-kyung não é digna de representar o nosso colégio. — Outra comentou.

— E tá achando que você tem chances? — Resmunguei revirando os olhos.

— É por isso que tiraram todos os pôsteres dela? — O professor perguntou. — Vocês sabem por que ela não, não é? Não é verdade? — Todos ficaram em silêncio. Quer dizer que ninguém aqui tá preocupado com a Ju-kyung. Eu to decepcionando com vocês. Eu tô chocado. Uma colega de vocês tava sofrendo naquele vídeo e vocês todos estão rindo. — Para mim, todos é uma palavra muito forte. — A dor pela qual a Ju- kyung tava passando é só uma fofoca pra vocês?

O pior de tudo isso é saber que a pessoa que postou isso era considerada a melhor amiga dela.

O resto da aula se passou com um clima estranho pesando no ar. Acho que as palavras do Senhor Han fizeram os outros alunos acordarem para a vida.

Assim que o sinal tocou eu continuei sentada, observando os outros alunos siarem, sem saber o que fazer. Não sei se deveria me sentar com Han Seo-jun por causa das fofocas ou se ficava com Soo-ah, mas ela não parece estar muito afim de falar comigo e provavelmente vai ficar com a Soo-jin. Também tem a opção de ficar sozinha e me esconder no banheiro, mas isso é tão patético e desde de o começo do ano eu não faço mais isso.

— Você não vai sair? — Seo-jun perguntou me tirando de meus pensamentos.

— Eu não tô afim. — Bati a cabeça de leve na mesa.

— Levanta. — Ele me puxou, fazendo eu me levantar e me escorar nele.

— Eu quero ir embora, isso sim. — Resmunguei saindo da sala e ele veio atrás.

Caminhamos até um lugar onde quase ninguém frequentava e Seo-jun segurou minha mão.

— Você comeu alguma coisa? — Ele perguntou me fazendo revirar os olhos. Para que esse tipo de pergunta?

— É claro que comi. — Menti.

— Na-yeon...

— O que? — Olhei para ele dando de ombros.

— Han Seo-jun! — Cho-rong subiu alguns degraus e eu rapidamente soltei minha mão da de Seo-jun e me afastei. — Fo...

— "Fo" o que? — Perguntei confusa enquanto o garoto lutava para recuperar o fôlego.

— Flores? Formiga? — Seo-jun começou a chutar, mas Cho-rong negava todas. — Foto? Fórum! É isso né? Fórum?

— Eu descobri. — Cho-rong disse ainda com dificuldade para respirar.

— Descobriu quem é o moderador? — Perguntei, fazendo ele concordar com a cabeça.

— Então fala quem é! — Seo-jun insistiu. Como resposta, Cho-rong nos entregou um papel, escrito: "Jin Hee-jeong, do 1° ano."

Sem pensar duas vezes, me dirigi ao andar dos mais novos. Obviamente sendo seguida por Han Seo-jun.

Eu sabia exatamente quem era essa garota. Ela faz parte do coral da escola, ela é muito boa, mas a Go-un é bem melhor. Eu já vi essa Hee-jeong perturbando algumas meninas da turma dela e eu a avisei que se eu a visse fazendo isso de novo, não seria apenas um aviso.

Subi as escadas rumo ao primeiro ano, enquanto ouvia alguns passos. Surpreendentemente, Go-un já estava puxando o cabelo da Hee-jeong e de outra garota, que também puxava seus cabelos.

— Quem você pensa que é pra puxar o cabelo dela? — Perguntei me aproximando e empurrando uma das garotas.

Hee-jeong rapidamente grudou em meus cabelos, fazendo eu reclamar de dor.

— Vocês são malucas? — Ela gritou fazendo em empurrá-la.

— Maluca é você. Como pode postar um vídeo só porque alguém te enviou? — Go-un gritou de volta, enquanto fechamos um circulo, onde cada integrante puxava o cabelo de outra.

— Foi a pessoa que mandou, eu não tenho que filtrar tudo que mandam. — Hee-jeong reclamou fazendo eu revirar os olhos.

— É claro que tem, sua idiota. — Resmunguei puxando o cabelo dela com mais força.

— Me solta! — A outra garota que eu ainda puxava os cabelos gritou.

— Você não disse pra não usar violência? — Ju-young chegou, tentando afastar Go-un da confusão. Mas tudo que sobrou para o coitado foi um puxão de cabelo de uma das garotas.

Com muito esforço, Ju-young conseguiu puxando Go-un e os dois caíram no chão.

— Que bom que eu não disse nada sobre violência. — Sorri para Hee-jeong, pronta para deferir os belos tapas.

Mas antes que minhas mãos pudessem atingir o rosto da garota, outra mão me segurou.

— Tira as mãos dela agora! — Seo-jun gritou se direcionando para Hee-jeong.

Todas as garotas ficaram admiradas por ele estar ali, o foco dos cochichos se tornou todo sobre ele e não sobre a briga de segundos atrás. O mesmo ajudou Go-un a se levatar.

— É o Han Seo-jun! É o Han Seo-jun! — Ju-young gritou animadamente enquanto fazia uma dancinha. Fui para o lado dele e estendi a mão para ele bater.

— Aí que droga! Não se mete, oppa. — Go-un reclamou fazendo todos ao redor ficarem confusos.

— "Oppa"? — Hee-jeong repetiu surpresa.

— O que você acabou de dizer pra minha irmã? — Seo-jun perguntou com uma feição séria e Ju-young entrelaçou seu braço ao meu enquanto dava pulinhos de felicidade. — Chamou de vadia?

Provavelmente Hee-jeong era uma de muitas outras que têm uma queda por Han Seo-jun. A garota ficou tão envergonhada que tentou sair de fininho, mas Seo-jun foi mais rápido e a segurou pelo pulso e a prensou na parede.

Confesso que achei desnecessário a última parte.

— Você é a moderadora né. — Ele perguntou a fazendo concordar com a cabeça. — Vai deletar, né?

— V-vou. — Hee-jeong respondeu com a voz trêmula e eu ri ironicamente.

No exato momento em que eu pensei em ir até Han Seo-jun e tirá-lo de lá, Go-un foi mais rápida e o puxou de.

Quando eu olhei para Ju-young, concordamos com os olhares de seguirmos os dois e assim fizemos. Paramos no lugar onde fica o lixo da escola, praticamente ninguém vem aqui, só quando querem brigar.

— Era pra você não agir como se me conhecesse! — Go-un gritou cruzando os braços, claramente irritada.

— Eu sou o seu irmão, não podia ficar assistindo uma coisa daquelas.— Seo-jun retrucou. — Isso era eu me segurando, em.

— Devia ter se segurado com mais força. — Ju-young resmungou e eu o belisquei no momento em que ele abriu a boca.

— Mas qual o problema de eu ser seu irmão? — Seo-jun cruzou os braços. — Tem vergonha de mim?

— Você não tem ideia. — Ju-young provocou mais uma vez.

— O que você disse? — O mais velho tentou ir para cima do mais novo.

— Gente, calma aí. — Soltei uma risada nasalada entrando na frente de Ju-young. — Ninguém quer bater em ninguém hoje. — Segurei o braço de Han Seo-jun o afastando.

— Vai acontecer tudo de novo. Como todo mundo me incomodando, dizendo: "Me apresenta o seu irmão" "Por que você não se parece com ele?" — Go-un reclamou.

— É só falar que eu to namorando. — Seo-jun respondeu simples, dando de ombro.

— E você tá? — Go-un arqueou uma sobrancelha.

— Eu to. — Ele agarrou minha mão e saiu me puxando sem dar mais explicações.

— Ei! Desde de quando vocês voltaram? — A garota mais nova gritou enquanto nos afastávamos, mas nenhum de nós respondeu.


*****


Eu decidi que hoje a Ju-kyung vai falar comigo, ela querendo ou não. Eu sei que para tudo tem seu tempo, mas já dei tempo demais.

Peguei meu celular em busca de um número conheci, assim que o encontrei, liguei e bati o pé no chão algumas vezes enquanto esperava chamar.

— Vem abrir o portão pra mim. — Mandei, logo já desligando a chamada.

Após alguns minutos Ju-young apareceu e eu respirei aliviada. Achei que ele não iria aparecer nunca.

— Cadê a Ju-kyung? — Perguntei adentrando a casa.

— Ta no quarto, ela não sai faz tempo. — Ju-young me respondeu mais sério que o normal.

Subi as escadas, rumo ao quarto de Ju-kyung e estralei cada dedo de minha mão. Assim que parei em frente à porta, respirei fundo e bati três vezes. Assim que não obtive resposta, olhei para Ju-young preocupada. E se ela tivesse...

— Ju-kyung! — Gritamos juntos com os olhos arregalados.

— Sai, eu vou arrombar. — Ju-young me empurrou e jogou seu corpo contra a porta várias e várias vezes. Mas tudo foi invalido já que a capacidade física dele é bem limitada.

Comecei a me desesperar ainda mais e lágrimas começaram a se formar em meus olhos. Ela não faria isso, né?

— Abre a porta, Ju-kyung! — O mais novo segurou a maçaneta e a porta "magicamente"

— Você é muito burro. — Dei um tapa em sua nuca e entrei no quarto.

Olhei por cada canto e não vi nenhum sinal da garota. Corri até a janela e suspirei aliviada quando não vi nada no chão. Me virei para a porta novamente e me deparei com Ju-kyung parada me encarando.

— O que você tá fazendo aqui? — Ela perguntou arqueando uma sobrancelha.

— Você é maluca? — Corri até ela. — Eu vou te matar. — Puxei seus cabelos. — Quem você pensa que é pra sumir desse jeito sem me dar notícias. — Joguei ela na cama pra poder bater mais, mas não ao ponto de machucar. — Eu te odeio!

— Eu vou te matar primeiro! — Ju-kyung gritou puxando meus cabelos de volta.

— Gente para com isso! — Ju-young tentou nos separar mas eu o chutei.

— Para de puxar o meu cabelo, se não eu vou ficar careca. — Gritei parando de puxar seus cabelos para segurar suas mãos.

— O que ta acontecendo aqui? — Reconheci a voz da Senhora Lim na hora e me joguei para fora da cama.

Me ajoelhei na frente dela, Ju-kyung desceu da cama e fez o mesmo.

— Me desculpa, tia. — Pedi me referenciando, totalmente envergonhada.

— Me desculpa, mãe. — Ela fez o mesmo que eu.

— Ju-young, você sabe o que fazer. E vocês duas, pra sala agora! — A senhora Lim mandou e eu obedeci sem pensar duas vezes.

Me sentei no chão extremamente nervosa, enquanto Ju-young descia as escadas com um sorriso brilhante no rosto.

Isso com certeza não é coisa boa.

— Vocês já sabem o que fazer. — A mãe de Ju-kyung entregou um cortador de unha para cada e eu suspirei mais tranquilizada, sempre acho que vai ser algo pior.

— Mãe, não por favor! — Ju-kyung perguntou aterrorizada.

— O que foi? Você não lavou o lava o pé? — Brinquei com um sorriso sínico estampado no rosto.

Que droga. Eu fiz minhas unhas essa semana, não tem nem o que cortar e além de tudo ainda vai estragar.

Tirei minha meia e mostrei meus lindos pés para Ju-kyung, que fez uma careta. Eu realmente não me importo de cortar as unhas dela, eu sempre faço isso com o Min-soo e nem sempre é quando estamos brigados.

— Você não toma banho desde de quanto? — Impliquei  novamente, fazendo um sinal de que estava fedido.

— Eu te amo. — Ju-kyung puxou meu pé e praticamente cortou um pedaço do meu dedo.

— Eu te amo. — Repeti entredentes, ignorando um pouco da dor que senti enquanto puxava o pé dela.

Olhei para a Senhora Lim que nos encarava com uma cara nada boa assim que terminamos de cortar a unha uma da outra . Eu me ajoelhei em frente ela e fiz várias referências para me desculpar.

— Por que brigaram. — Ela nos olhou por cima do óculos enquanto cruzava os braços.

— A Ju-kyung não me respondia, então fiquei preocupada. — Respondi de cabeça baixa.

— Por que você não respondeu ela? — A Senhora Lim se virou para Ju-kyung com um olhar furioso.

— Me desculpa. — Ju-kyung se virou para mim com a voz chorona e os olhos cheio de lágrimas.

— Desculpo. — Respondi deixando algumas lágrimas
escaparem.

— Não briguem mais meninas, a amizade de vocês é tão linda. — Senhora Lim pediu antes de se levantar e ir para a cozinha.

Olhei para Ju-kyung que já me encarava. Ela abrigou os braços e eu a abracei deixando as lágrimas rolarem.














*****

Não tenho nada pra falar hj...

Só que antes da Nay conhecer a Jukyung ela se escondia no banheiro pq ela tinha vergonha

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