𝟶𝟹𝟷
— Ju-kyung! — A chamei assim que a vi perto dos portões da escola. Talvez o clima ainda fique um pouco estranho entre a gente, mas vou fazer de tudo para ignorar isso e fingir que nada aconteceu;
— Oi! — Ela parou para me esperar.
— Ta pronta pra ver seu rosto espelhado pela escola toda? — Perguntei, já vendo alguns cartazes espalhados no portão.
— Eu não quero toda essa fama. — Ju-kyung abaixou a cabeça e eu entendia o porquê.
— Olha você de papelão.
— O que é isso? Que vergonha. — A garota finalmente sorriu.
— Vamos tirar uma foto. — Puxei Ju-kyung até a Ju-kyung de papelão.
— Eu vou mandar pra minha mãe. — Ela comentou assim que terminamos de tirar. — Ninguém da minha casa, além do Ju-young acreditou quando eu disse que seria garota propaganda da escola.
— Mas olha só pra você. — Ri balançando o papelão.
— Olha só, as Deusas do Saebom. — Dois garotos desconhecidos pararam na nossa frente. — E aí. —Como resposta, eu apenas sorri super sem graça e Ju-kyung fez o mesmo.
— Ah, eu preciso te contar uma coisa. — Falei quando os garotos saíram e segurei sua mão, fazendo ela me olhar com um pouco de medo, enquanto entrávamos dentro do colégio. — Relaxa, não é nada de ruim dessa vez. Eu to... namorando o Han Seo-jun. De verdade. —Dei pulinhos de felicidade quando acabei de falar.
— O que? É sério? — Ela sorriu, surtando junto comigo. — Agora que eles estão bem um com o outro, a gente pode ir à um encontro de casal.
— Vamos marcar. — Reparei que alguns alunos nos encaravam com feições nada boas, diferente do habitual. — Por que tão olhando feio pra gente? Será que eles escutaram eu falando que "voltei com o meu ex"? — Fiz aspas com os dedos, um pouco confusa.
— Deusa uma ova. — Um menino estranho trombou com Ju-kyung.
— Ei! — Tentei chamar a atenção do garoto, mas Ju-kyung me segurou.
Caminhamos até a sala extremamente confusas. Ju-kyung foi obrigada a ouvir os meus milhares de comentários sobre o garoto e o quão sem educação ele foi.
— Que loucura.
— É ela mesmo?
— Ela se parece com a menina da foto.
Comentários como esses surgiram assim que passamos pela sala de aula. A situação só está piorando e eu nem sei o porquê.
— Ju-kyung, é você mesmo? — Foi a primeira coisa que Soo-ah disse quando veio até nós.
Logo em seguida a garota de cabelos curtos virou o celular, mostrando um post. A primeira foto, estranhamente, era Su-ho e Ju-kyung se beijando e um vídeo mostrando a Ju-kyung com o uniforme do antigo colégio sendo humilhada por gente babaca.
Rapidamente me lembrei do que Seo-jun havia me dito "Elas me mostraram um vídeo onde ela era humilhada. Essas pessoas do Yongpa são umas otárias."
— Aquela vadiazinha... — Falei entredentes enquanto cerrava o pulso.
— A verdade sobre Lim Ju-kyung, a Deusa do Saebom. Ela era conhecida como motogirl de pastéis. O que mais choca é que: ela é feia. É tudo maquiagem. — A garota responsável pela postagem narrou o vídeo.
Por algum motivo desconhecido, Soo-ah passou por Ju-kyung, esbarrando em seu ombro propositalmente.
— Calma, ta tudo bem. — Tentei acalma-lá enquanto todos comentavam. — Ju-kyung! — Gritei assim que ela saiu correndo.
Corri atrás dela. Mas acabei me perdendo quando uma multidão de garotos entraram na minha frente.
— Saí da frente. — Tentei empurrar alguns, mas foi tudo inválido.
— O que ta rolando? — Reconheci a voz de Seo-jun na hora, que empurrou alguns garotos para chegar até mim. — Ta barrando ela porque? — Ele empurrou um dos garotos que não estava deixando eu passar.
Assim que vi uma brecha, passei entre ela e cheguei até Su-ho, que encarava sem nenhuma expressão o caminho que Ju-kyung tinha percorrido.
— Agora não é tempo de reflexão, Su-ho. — Empurrei seu ombro levemente, quando passei por ele correndo.
Segui a multidão, que me levou até o banheiro. Empurrei algumas garotas e consegui entrar. Me deparei com as valentonas esfregando o rosto de Ju-kyung com papel, para poder tirar a maquiagem.
Sem pensar duas vezes, me aproximei mais delas e puxei o cabelo da líder. Fazendo todas se virarem para mim. Enquanto ela reclamava de dor, desferi alguns tapas em seu rosto, descontando todo o ódio que estava.
Mas é claro que eu também apanhei, uma das capangas puxou meus cabelos, me fazendo reclamar de dor. Se continuar assim, até o final do ano eu não vou ter mais cabelo por causa da Ju-kyung.
A terceira veio para me desferir um tapa no rosto, mas Su-ho segurou o pulso dela e eu suspirei de alívio. Tudo isso enquanto Ju-kyung chorava encolhida na parede. Soltei o cabelo da líder e dei uma cotovelada no rosto da outra, para que ela soltasse o meu cabelo.
— Ju-kyung. — A chamei tentando regular a minha respiração, mas me surpreendendo, ela me empurrou de leve e saiu correndo.
— Você tava brigando por ela e ela nem ligou pra você. — A líder riu cruzando os braços.
— Eu vou te matar. — Cerrei meus punhos com força e parti para cima dela.
Comecei a brigar com elas sem pensar, mas antes que eu pudesse continua, senti meu corpo ser segurado. Já sabendo que era Seo-jun, me esperneei ao máximo para me soltar e voltar para a briga, mas falhei.
— Me solta. — Ordenei enquanto era retirada do banheiro contra a minha vontade.
Fui arrastada até um lugar mais calmo, só assim para Seo-jun me soltar.
— Você se machucou? — Ele perguntou com uma feição extremamente preocupada enquanto passava a mão na minha cabeça, arrumando meus fios de cabelo que estavam todos bagunçados. — Da pra me explicar o que ta acontecendo?
— A vagabunda da Se-mi postou um vídeo da Ju-kyung no fórum da nossa escola. — Expliquei me encostando na parede. — E eu não me machuquei, você viu o estado delas?
— Han Seo-jun! — Kim Cho-rong se aproximou de nós rapidamente. — Dá uma olhada nisso. — Ele mostrou o celular para o Seo-jun e eu me entrometi para poder ver também. Como eu já esperava, era o vídeo de Ju-kyung.
— Desliga isso. — Tirei o celular da mão dele. — Se você falar alguma coisa se considere um homem morto.
— Eu não duvidaria, ela acabou com as meninas da sua sala. — Seo-jun falou, eu até riria se fosse um dia bom. — Vocês dois vão pra aula. Eu vou descobrir quem fez isso.
— Eu vou com você. — Dei um passo à frente.
— Fica aqui, não quero que você bata em mais gente. — Seo-jun pediu. — Vê se descobre alguma coisa. Cho-rong, não deixa ela bater em ninguém.
-- Ei! -- O repreendi.
Nos despedimos e eu caminhei em direção à sala. Antes dei uma passada no banheiro, para arrumar meu cabelo.
Assim que entrei, o professor já tinha chegado, mas mesmo assim atraí alguns olhares, provavelmente daqueles que já sabiam da confusão que eu havia me metido.
— Onde estão a Ju-kyung e o Su-ho? — Foi a primeira coisa que o professor perguntou, fazendo alguns alunos rirem.
— Acho que eles foram em um date. — Um menino que eu nunca gostei muito brincou.
-- O professor, eu acho que a Ju-kyung não vai vir para a escola hoje. -- Si-hyun disse, mas não em um tom maldoso.
— Ela passou mal? — Senhor Han perguntou preocupado.
-- Professor, mas o Han Seo-jun também não veio na aula hoje. -- Ryu-kyun reparou, me fazendo revirar os olhos. -- Por que será?
— Não é da sua conta. — Rebati sem pensar muito recebi um olhar de reprovação do professor.
Assim que a aula do Senhor Han acabou, fui para o banheiro. Quando voltei para a sala escutei burburinhos por toda parte, todos sobre Ju-kyung, mas assim que entrei pela porta todos ficaram em silêncio.
Fui até o lugar de Ju-kyung e me sentei para poder conversar com Soo-ah.
— Ei. — Toquei suas costas, fazendo a garota levantar a cabeça, que até então estava escorada na mesa e me encarar. — Não fica assim... ela é sua melhor amiga.
— Que nada. Só você é minha amiga de verdade. — Ela choramingou. — E a Soo-jin. Você também não tá me escondendo as coisas, né?
Talvez só um namoro que era falso, mas agora se tornou de verdade.
— Para com isso. Ela teve os motivos dela. — Voltei ao foco da conversa.
-- Mas como você sabia e eu não? -- Soo-ah segurou minhas bochechas com lágrimas nos olhos.
— Porque eu vi ela na rua e não teve como ela esconder. — Disse com dificuldade, já que ela estava me apertando, tirei as mãos de Soo-ah do meu rosto e as segurei. — E mesmo se eu tivesse descoberto agora... o que tem? São só umas espinhas.
Meu celular vibrou, o peguei rapidamente e vi que havia uma mensagem de Seo-jun. "Foi a Soo-jin"
Me levantei rapidamente, fazendo a cadeira em que eu estava cair.
— O que foi, Na-yeon? — Soo-ah perguntou confusa.
Na mesma hora Seo-jun entrou pela porta e nos entreolhamos. Eu sabia que Soo-jin não era a pessoa mais querida do mundo, mas não imaginava que ela faria uma coisa dessas, pensei que ela pelo menos teria um pouco de empatia.
— Vem cá. — Seo-jun se aproximou da mesa dela, chamando a atenção de todos.
— Pra que? — Ela perguntou sem expressar nada.
-- Quer que eu fale aqui? -- Seo-jun perguntou e era tudo que eu mais queria, para todos saberem o quão ruim ela era.
— O que ta rolando entre eles? — Soo-ah me perguntou.
Nesse momento eu parei de me segurar e libertei toda a raiva que eu estava sentindo. Fui até a mesa de Soo-jin e puxei seus cabelos para trás, logo em seguida bati sua cabeça na mesa.
— Não ouviu? Ele ta mandando você sair da sala. — Falei entredentes enquanto a soltava e respirava fundo. To começando a achar que bater nas pessoas realmente acalma os nervos.
— A aula já vai começar. — Soo-jin falou com indiferença, enquanto arrumava os seus cabelos.
Olhei para Seo-jun, e como se ele entendesse o que eu quisesse dizer, ele agarrou o pulso de Soo-jin e a levou para um lugar mais afastado, logicamente que eu também fui.
— Você é um lixo de pessoa, né? — Seo-jun a soltou. — Apaga o vídeo.
— Não quero. — Soo-jin respondeu com confiança. Tentei partir para cima dela, mas Seo-jun me segurou.
— Não quer? — Repeti em um tom irônico. Me atrevi à pegar o celular de seu bolso, mas ela logo tomou de minha mão.
-- O que você tem a ver? -- Ela se aproximou de mim cruzando os braços.
Se o Han Seo-jun não estivesse aqui eu já teria acabado com ela.
— O que o Lee Su-ho vai pensar de você? — Seo-jun perguntou entrando na minha frente. — É melhor você apagar a postagem antes que eu conte tudo pra ele.
— Conta. Eu não to com medo. — Soo-jin rebateu me fazendo revirar os olhos.
— Até parece que não. Você vivia se rastejando atrás dele. — Soltei uma risada irônica.
— Você fazia a mesma coisa. — Ela deu de ombros.
— Pelo menos eu não me humilhava pra poder ser ignorada por ele, já você. — A empurrei, fazendo Soo-jin cambalear para trás. É como se eu realmente estivesse sentido meu sangue ferver. — Apaga logo a merda do vídeo.
-- Eu não poderia apagar o vídeo nem se eu quisesse. Acham que vai mudar alguma coisa? Acham que tem alguém que ainda não viu? -- Soo-jin perguntou.
— Por que você tá fazendo isso, em? Por causa do Lee Su-ho? — Han Seo-jun perguntou o óbvio. — Se ele descobrir, acha que ainda vai ser seu amigo?
— Eu não vou ser amiga dele tentando me afundar em alta piedade. — Soo-jin começou a demonstrar sua raiva.
— Você tem noção do que você fez? — Passei a mão pelos meus cabelos já estressada.
— Você acha que quebrou a Ju-kyung, né? Só que a quebrada é você. — Seo-jun falou, fazendo Soo-jin sair e bater no meu ombro.
Meu pulso formigava para dar apenas um soco nela.
— O que esse Su-ho tem demais em?— Seo-jun se encostou na parede, bufando. — Olha o que as meninas fazem por ele, uma quis namorar falsamente comigo pra chamar a atenção dele e a outra...
— Pelo menos eu não tentei estragar a vida de ninguém. — Ergui as mãos em sinal de redenção.
— Vem, a gente precisa achar o Cho-rong. — Seo-jun pegou minha mão e saiu me puxando.
— O Cho-rong? — Perguntei confusa.
Enquanto passávamos de mãos dadas pelos corredores rumo ao refeitório, atraímos muitos olhares confusos. Ontem, na minha casa, eu falei para o Seo-jun não contar para ninguém que estamos namorando, só por enquanto. Até eu pensar em algum motivo para as pessoas não acharem algum de nós dois bestas.
— Cade o Kim Cho-rong? — Seo-jun perguntou parando em frente a mesa dos amigos dele. Os garotos olhara para as nossas mãos e deram risadinhas. -- Eu perguntei onde tá o Cho-rong.
— Ele tá no banheiro. — Um dos garotos respondeu levantando as sobrancelhas várias vezes. Seo-jun saiu me puxando novamente.
— Não olha nada, nem respira, ta bom? — Ele me soltou assim que paramos em frente ao banheiro masculino.
— Eu acho melhor eu... — Tentei falar, mas Seo-jun passou o braço pelos meus ombros e cobriu meu olhos com a mão e me empurrou para dentro do banheiro.
Caminhei um pouco nos meus próprios pés enquanto ele tentava me guiar.
— Aí, Cho-rong. — Ele bateu algumas vezes na porta. É sério que ele me trouxe aqui?
— O que? — O garoto perguntou de dentro da cabine.
— Sai logo dai. — Seo-jun pediu sem muita paciência.
-- Não posso. O negócio ta feio. A parada ta doida aqui, cara. -- A cada palavra que Cho-rong dizia, eu balançava a cabeça negativamente pensando no que eu fiz pra merecer isso.
— Então se apressa logo com isso. — Seo-jun mandou começando a chacoalhar a porta, a fazendo se abrir.
— O que é isso? O que ela ta fazendo aqui? — Cho-rong disse com a voz assustada e eu acenei para ele, mesmo que não pudesse vê-lo.
— Os posts no fórum, só o moderador pode excluir. Quem é o moderador? — Ele perguntou de uma forma simples.
— Eu não faço ideia. — Escutei Cho-rong bater os pés no chão.
— Então descobre. — Dei de ombros.
— Como que eu vou descobrir? Olha o jeito que eu to aqui. Mas gente... — Cho-rong fez uma pausa dramática. — Por acaso, vocês voltaram?
— O que? — Falamos ao mesmo tempo.
— Olha só, Cho-rong... — Tirei a mão de Han Seo-jun do meu rosto, mas me arrependi profundamente quando o vi sentado na privada. — Meu deus, que horror! Só descobre o que a gente pediu. — Puxei Seo-jun para fora do banheiro e me escorei na parede. — Eu estou traumatizada.
-- Você viu alguma coisa...? -- Seo-jun perguntou erguendo apenas uma sobrancelha, eu neguei rapidamente. -- Menos mal. Eu vi.
— Eu não quero ir para a aula. — Suspirei após alguns segundos de silêncio. — Eu to preocupada com a Ju-kyung, eu já liguei umas mil vezes e ela não me atende.
Inesperadamente, Seo-jun me abraça, fazendo eu me acalmar um pouco.
*****
Oioi gente, como vão?
Sentiram saudades?
Não da pra ter dois dias de paz né...
Comecei a planejar umas coisas pra uma fic nova 😈😈😈😈😈
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