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Eu não deveria estar tão nervosa, mas é impossível. Não é como se eu nunca tivesse saído com o Han Seo-jun antes, mas dessa é vez é diferente, eu sei que é.
— Eu não tenho roupa. — Resmunguei em um tom alto me jogando na cama.
— Cala a boca. Você comprou um monte de coisa semana passada. — Min-soo retrucou de seu quarto.
Me levantei e fui até o seu quarto, o fazendo ficar confuso. Abri seu guarda-roupa e dei uma boa olhada.
— O que você ta fazendo? — Meu irmão perguntou sem tirar os olhos do celular.
— Preciso de uma roupa. — Resmunguei olhando cabide por cabide. — Credo. Só tem terno. Nem sei porque perdi meu tempo.
— É que eu sou um cara importante.
— To vendo. — O olhei de cima a baixo vendo ele de pijama jogado de qualquer jeito na cama. — Você não trabalha mais, vagabundo?
— To de folga. — Min-soo sorriu entrando de baixo do edredom. — Vai em um encontro?
— Não é da sua conta. — Resmunguei saindo do quarto dele.
Fui até o quarto de minha mãe aproveitando que ela não estava em casa e dei uma boa olhada em seu guarda-roupa.
— Assim ele vai achar que eu tenho quarenta anos. — Resmunguei indo para o quarto de Min-soo novamente e me deitando na cama. — O que eu faço?
— Que horas vai ser? — Ele perguntou se virando para mim.
— Às sete. — Respondi entre dentes.
— Pelo amor de Deus, são duas horas da tarde. — Min-soo me olhou indignado.
— Exatamente. — Me levantei da cama. — Daqui a pouco eu vou me atrasar.
— Por que você ta tão preocupada com a roupa? Você não tava namorando? Ele já te viu de pijama.
Abri a boca algumas vezes enquanto pensava no que falar. Não queria ter que explicar para Min-soo que eu gostava de outro garoto e que só por isso chamei o Seo-jun para namorar comigo, só para fazer ciúmes, mas eu parei de gostar do garoto então terminei o namoro falso e agora o meu ex namorado falso me chamou pra sair. É muita informação para a cabeça dele. Então apenas saí do quarto sem responde-lo.
Mas uma coisa ele tem razão, não tem motivo eu ficar tão nervosa. Nem no dia em que eu saí com aquele cara na cafeteria eu fiquei nervosa assim.
Respirei fundo algumas vezes e minhas mãos começaram a suar. Me sentei na beira da cama e olhei meu guarda-roupa sem ter ideia do que usar com medo de parecer exagerada de mais ou simples de mais.
Por fim acabei escolhendo um vestido rosa claro simples. Fiz minha maquiagem de sempre, tenho medo de inventar de fazer algo novo e ficar ruim.
Quando a noite chegou e eu fiz os preparativos finais e me olhei no espelho, novamente me perguntando se estava fazendo muito alarde por causa de um simples encontro no cinema. É o Han Seo-jun, é só agir normalmente.
Combinamos de nos encontrarmos no shopping, então mandei Min-soo me levar e ele não tinha como dizer "não." Já que estava vagabundiando.
— Você não tá traindo aquele menino não, né? — Min-soo semicerrou os olhos assim que parou em frente ao shopping.
— Ta maluco? — Perguntei enquanto me olhava pelo pequenos espelho. — Até mais.
Desci do carro e entrei no shopping sentindo minhas mãos suarem. Fui até o cinema esperando ver o Seo-jun por lá, mas nenhum sinal dele. Me sentei em uma das poltronas que ficavam em frente ao cinema para esperá-lo. Olhei o horário, sete horas em ponto.
Sete e meia e ele ainda não havia chegado, cada minuto que passava parecia uma eternidade. Eu olhava ansiosamente para todos os lados, esperando vê-lo aparecer a qualquer momento.
Enquanto esperava, minha mente começou a divagar. E se algo tivesse acontecido com ele no caminho? E se ele tivesse mudado de ideia sobre nosso encontro? E se ele me viu aqui, me achou feia e foi embora? E se ele estiver com Ju-kyung? Eu mordi minhas unhas nervosamente, uma velha mania que eu tinha quando estava ansiosa, achei que já tivesse superado isso, mas pelo visto não.
Tentei acalmar meus pensamentos, lembrando-me de todas as vezes que ele foi gentil e atencioso comigo, principalmente no dia daquele maldito acampamento que eu nunca deveria ter ido. Ele não me deixaria esperando, certo?
Por mais que tentasse me convencer de que havia uma explicação lógica para o atraso dele, uma vozinha no fundo da minha mente insistia em sussurrar coisas duvidosas. Será que ele realmente se importava comigo? Ou estava apenas brincando com os meus sentimentos?
A luz do celular ao meu lado piscou, trazendo um vislumbre de esperança. Talvez fosse ele, finalmente dando notícias. Mas, ao pegar o aparelho, vi que era apenas uma mensagem de um amigo perguntando se eu estava bem. Respondi rapidamente, tentando disfarçar a minha crescente agonia.
Fitava o chão enquanto chacoalhava minha perna. Até que minha visão ficou totalmente escura, senti uma mão cobrir meus olhos por trás. Meu primeiro instinto foi me libertar daquele agarro repentino, então torci o braço da pessoa com força, quase como um reflexo.
— Desculpa, desculpa, desculpa! — Reconheci a voz de Han Seo-jun na hora — Eu só queria fazer uma surpresa, não queria assustar você.
— "Surpresa?" — Repeti brava apertando mais seu braço, mas logo em seguida o soltei.
— Você é maluca. — Ele disse rapidamente, se soltando e massageando o braço.
Confesso que fiquei furiosa com a demora de Seo-jun, então digamos que eu não consegui controlar muito bem a minha raiva que havia se acumulado enquanto o esperava. Sem pensar duas vezes, comecei a bater nele com a minha bolsa.
— Onde você estava? Ta pensando que você é quem pra me deixar esperando assim? Se enxerga! — Exclamei, enquanto golpeava Seo-jun com a bolsa atraindo alguns olhares das pessoas que estavam ali, mas não me importei. Ele tentou se desculpar e explicar, mas eu não queria ouvir.
Seo-jun tentou segurar minhas mãos para evitar mais golpes, mas eu continuava desferindo os golpes, liberando toda a tensão que eu sentia. Eventualmente, eu parei, ofegante e exausta, olhando para ele com uma mistura de raiva e alívio.
— Desculpa. — Ele disse, tentando me acalmar enquanto passava as mãos pelos meus fios de cabelo, os arrumando.
Eu respirei fundo, tentando acalmar meu coração acelerado. Após um momento de silêncio, eu assenti, guardando minha bolsa e me sentei na poltrona cruzando os braços à espera de uma explicação plausível.
— Você ta de tnp? — Seo-jun perguntou se sentando ao meu lado.
— O que é isso? — O olhei confusa.
— Aquele negócio que toda mulher tem quando...
— Tpm? — O interrompi.
— Foi o que eu disse... — Ele deu de ombros. — Você tá? — Neguei com a cabeça rapidamente um pouco envergonhada. — Então por que você ficou com tanta raiva?
— Seu idiota. — Murmurei. — Ta achando que eu sou palhaça? Eu fiquei aqui te esperando um tempão.
— Me desculpa... Eu tive que ajudar o Su-ho, a Ju-kyung ta estranha e ele não sabe porque. — Seo-jun me explicou e eu o olhei de canto de olho. — Vamos assistir ao filme juntos, por favor?
— Você deveria ter me avisado. — Resmunguei me levantando. — Vamos logo antes que eu mude de ideia.
— Você tá linda. — Ele passou a mão pelo meu cabelo de novo.
— Cala a boca. — Retruquei me afastando. — E tira a mão, vai deixar meu cabelo oleoso.
— Para de ser chata. — Ele bagunçou meu cabelo. — Não fica brava.
O larguei falando sozinha e caminhei até a fila para comprar os ingressos. Minhas mãos voltaram a suar no exato momento em que me lembrei que estávamos em um encontro. Quer dizer, eu acho que estamos em um encontro, ele só me convidou para ir ao cinema, mas amigos também vão ao cinema. Mas ele me beijou...
— Você tá nervosa? — Seo-jun me tirou dos meus pensamentos.
— É claro que não. — Dei de ombros com indiferença e sorri, mas ficou bem claro que eu estava prestes a infartar.
— Bom, eu to bem nervoso. — Ele confessou com um sorriso de canto. — Sem filmes de terror desta vez, certo? Não quero que você fique me agarrando de medo. — Ele disse, com um toque de diversão em sua voz.
— Eu não estava com medo da última vez. Só... estava me preparando para qualquer susto. — Revirei os olhos. — E eu sei bem que você quer que eu fique te agarrando.
— Vai nessa. — Ele retrucou.
Compramos o ingresso. Eu até tentei pagar, mas ele não deixou. Fomos para fila para pegar uma pipoca e cada palavra que eu tentava falar para puxar assunto saia falhada.
— Deixa que eu pago. — Entreguei meu cartão para a moça do caixa, para poder pagar a pipoca.
— Não. Não. — Seo-jun pegou meu cartão da mão da atendente que nos olhava sem entender nada. — Deixa eu pagar tudo dessa vez, já que agora a gente ta em um encontro de verdade. — Ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo arrepiar e me afastar rapidamente.
Assim que pegamos o grande balde de pipoca, voltamos para as poltronas desconfortáveis que eu estava antes.
— Ainda falta meia hora. — Ele comentou pendendo a cabeça para trás.
— Eu vou no banheiro então. — Me levantei e saí de lá rapidamente.
Assim que entrei fui direto em direção à uma pia que estava vazia. Me olhei no espelho vendo o estado péssimo em que eu me encontrava. Comecei a mexer na minha bolsa, procurando tudo que eu precisava.
Peguei minha escova de cabelo e os penteei, rezando para que cada fio ficasse no seu devido lugar. A próxima coisa foi o rímel, passei em meus cílios, mesmo que não fosse necessário e por último, mas o mais importante, retoquei meu gloss de morango e sorri me encarando no espelho.
Saí do banheiro e fui até onde Han Seo-jun estava.
— Vamos? — Sorri para ele que tirou os olhos do celular assim que ouviu minha voz.
À medida que entramos na sala escura do cinema, encontramos nossos lugares e nos acomodamos confortavelmente. Durante o filme, Han Seo-jun não ficou quieto por nenhum minuto, ele simplesmente fazia um comentário sobre cada passo que os personagens dava. Para ser honesta, ele só ficou em silêncio na cena em que os protagonista se beijaram, acho que ele ficou constrangido assim como eu.
Depois que os créditos finais rolaram e as luzes se acenderam, eu me levantei da poltrona e me espreguicei. Até que o filme foi legalzinho, mas Seo-jun não fez nada, nem relou na minha mão.
Saímos do Shopping, Seo-jun insistiu em me levar até em casa, mas como sempre eu disse que não era necessário, mesmo que não fosse adiantar nada, sei que ele continuaria insistindo.
— Espero que você tenha gostado do filme. — Seo-jun disse, seu sorriso iluminado pela luz da rua.
— Deu pro gasto. — Respondi em um tom irônico, fazendo uma careta, sentindo-me um pouco nervosa, mas também feliz por estar ali com ele.
O caminho até minha casa parecia curto demais, e antes que percebêssemos, já estávamos em frente à minha porta.
— Obrigada por me acompanhar até em casa. — Eu disse, me virando pronta para entrar.
— Na-yeon. — Seo-jun me chamou, fazendo eu me virar de volta. — Antes que você entre...
Senti meu coração bater forte no peito enquanto esperava para ver qual seria o próximo passo. Ele se aproximou lentamente, seus olhos fixos nos meus, e então, seus lábios encontraram os meus em um beijo que fez todo o meu corpo tremer.
Seus lábios eram macios e quentes contra os meus, e um arrepio percorreu minha espinha quando senti suas mãos gentis segurarem meu rosto.
Fechei os olhos, perdendo-me na sensação avassaladora de estar tão perto dele. Todo o resto desapareceu, deixando apenas nós dois.
Quando finalmente nos separamos, nossas respirações pesadas preenchendo o ar, olhei para Seo-jun envergonhada. Ele sorriu para mim.
Com um último olhar, ele se afastou e deu um passo para trás, me deixando ali na porta da minha casa, meu coração transbordando de felicidade enquanto eu assistia ele se afastar.
Assim que entrei em casa, não pude conter minha alegria. Gritei de felicidade, girando pela sala enquanto as borboletas dançavam em meu estômago.
*****
Oioi gente como vão??
Me falem o que acharam do capítulo...
Acho que isso foi a coisa mais clichê que eu já escrevi.
Eu to pensando em que fic fazer depois dessa Vocês têm alguma sugestão?
Eu tenho um plot pra uma fic de Sweet home e All of us are dead Mas se quiserem que eu faça de algum outro dorama e de um personagem específico é só me falar que eu assisto e se eu gostar eu faço.
No capítulo anterior eu perguntei como vcs achavam que eu era.. enfim, meu nome é Júlia, mas pode me chamar do jeito que quiserem ( menos Jujuba e Juju, tenho preconceito)
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