𝟶𝟸𝟻
Entrei na cafeteria um pouco nervosa, minhas mãos até suavam. Caminhei até o balcão e esperei Han Seo-jun terminar de atender os clientes. Comecei a acenar animadamente enquanto ele vinha em minha direção.
— Que foi? Ta toda animadinha porquê? — Seo-jun perguntou sem nenhum tipo de expressão, mas não deixei isso me abalar. — Tá até arrumada.
— Não exagera. — Revirei os olhos. Realmente não estava muito arrumada apenas um vestido azul que cobria até metade de minhas coxas e brincos longo, que eram a única coisa diferente do normal. — Vou levar esse ''arrumada'' como um ''bonita''. Eu tenho um encontro... — Sorri balançando as mãos.
— O que? Aqui? — Han Seo-jun arregalou os olhos e saiu de trás do balcão, vindo até mim, me deixando confusa.
— Sim. — Respondi de forma simples.
— Mas... mas e o Su-ho?
— Tá na hora de superar já. — Dei de ombros. — Mas a gente namora até dar tudo certo com a Ju-kyung.
Tomei essa decisão ontem à noite simplesmente do nada. Pra falar a verdade já estou quase superando 100%. Mas pensei que se eu me envolvesse com outra pessoa seria mais fácil, então decidi responder um dos caras que me mandam mensagem mas eu nunca respondo.
— Mas e se alguém ver e começar a falar que você me deu um chifre? — Seo-jun perguntou preocupado e eu ri.
— Não vão. — Tentei tranquiliza-lo. — Cadê a Ju-kyung? — Perguntei pois não vi nenhum sinal dela.
— Foi embora mais cedo...
— Melhor ainda. — Bati uma palma.
— Você vai usar o outro cara de tapa buraco. — Seo-jun apontou o dedo no meu rosto e eu o olhei confusa.
— Não vou não. Vou começar a gostar do novo querido e pronto. Tudo resolvido. — Falei como se fosse a coisa mais simples do mundo.
— Você pelo menos sabe o nome?
— É claro que eu sei. — Peguei meu celular e procurei o número do cara. — Park Jae-hyuk.
— E ele é bonito? — Seo-jun perguntou arqueando as sobrancelhas.
— É claro que é. Você acha que eu sairia com algum tapado feio? — Cruzei os braços.
— Mas por que tem que ser justo aqui? — Ele passou a mão na testa, parecia irritado.
— Por que se acontecer alguma coisa você me ajuda. — Respondi, mas sem a animação de antes. Não tô entendendo porque ele parece tão bravo com isso. — Eu vou me sentar ali. — Apontei para uma mesa bem próxima do caixa. — Me deseje sorte.
Me sentei onde havia apontado, estranhando o comportamento de Han Seo-jun, sei que ele já é esquisito naturalmente, mas hoje estava mais que o normal.
Minhas mãos voltaram a soar assim que me dei conta do que estava prestes a acontecer. Faz um bom tempo que eu não tenho um encontro, um bom tempo mesmo. Última vez que sai assim com alguém foi com o meu primeiro e único namorado, mas infelizmente (para ele) só durou uma semana porque eu enjoei do coitado.
— Kim Na-yeon? — Uma mão tocou meu ombro, me fazendo me assustar um pouco e me virei para a pessoa. — Sou eu, o Park Jae-hyuk. — O garoto se sentou na minha frente enquanto sorria, eu sorri de volta mas não consegui dizer uma palavra. — Podemos ser informais?
— Claro que podemos. — Finalmente abri a boca para falar algo. Corri os olhos por toda a cafeteria e parei em Han Seo-jun que me encarava com uma cara nada boa enquanto limpava uma mesa, revirei os olhos e me virei para o garoto novamente. — Então... onde você estuda? — Puxei um assunto qualquer.
— Na Universidade Nacional de Seul. — Respondeu se gabando e eu o olhei surpresa. Não sabia que ele já estava na faculdade.
— E o que você faz? — Apoiei o queixo na mão e o cotovelo na mesa fingindo estar interessada.
— Medicina. — Respondeu simples. Ok, talvez ele realmente seja interessante. — To no primeiro ano. E você pretende fazer o que?
— Eu não sei ainda... — Confessei meio receosa. — Eu já deveria saber nessa altura do campeonato, mas realmente não faço ideia. Talvez eu faça algo relacionado à dança.
— Você dança muito bem. — O garoto sorriu e eu fiz o mesmo sem saber muito o que fazer Tentei pensar em algum assunto, mas nada me veio à mente. — Vamos pedir alguma coisa?
— Vamos. O que você vai querer? — Peguei o cardápio sem ter a mínima ideia do que pedir.
— Não sei... — Analisou o cardápio da mesma forma que eu. — Do que você gosta?
— Acho que vou querer um frappuccino de morango.—Falei a primeira coisa que vi no cardápio. Eu nem gosto de morango.
— Eu vou algo com bastante café. Quando se faz medicina, precisa ser viciado em café. — Jae-hyuk riu me fazendo rir fraco. — Eu vou lá pedir. Fique aqui.
— Espera... — Tentei chamá-lo mas ele saiu sem me esperar.
Enquanto esperava ele voltar fiquei sem saber o que fazer. Peguei meu celular e para a minha infelicidade não tinha nenhuma mensagem. Larguei o celular assim que vi ele vindo em minha direção novamente.
— Você já veio aqui antes? — O garoto perguntou se sentando.
— Não. — Neguei, e de fato, nunca havia pisado aqui antes. Só escolhi esse lugar por causa de Han Seo-jun, caso isso seja uma tentativa de sequestro ele vai me ajudar. Pelo menos eu espero, ele não está de bom humor hoje.
— Não é por nada não, mas... eu achei o atendente meio grosso. — Ele falou baixo, para mais ninguém escutar.
— Nossa... — Falei abaixando a cabeça sem saber o que dizer. Só sei que vou matar o Seo-jun. — As vezes ele tá de mal humor. — Falei enquanto sorria tentando pensar em um assunto novo. — E o que você gosta de fazer? Além de beber café pra estudar medicina.
— Eu gosto de ler. Não só livros de medicina. — Jae-hyuk riu, me fazendo rir também. — Eu adoro livro de suspense. E você?
— Eu gosto de dançar. — Respondi rindo fraco. — E eu também... -- Tentei pensar em algo rápido. -- Gosto de ir no cinema.
— Sério? Eu também adoro. — Ele sorriu. — Podemos ir da próxima vez.
Próxima vez? Eu nem sei se vou sobreviver ao final desse encontro, quem dirá o próximo. Ta indo muito rápido e isso me irrita.
Para a minha salvação a bebida chegou, então não precisei responder sobre o próximo encontro. A garçonete nos serviu e saiu.
— Aquele outro cara não para de encarar a gente. — Jae-hyuk comentou. Virei para trás e Seo-jun nos fuzilava com o olhar, mas desviou quando eu o encarei.
— Que estranho... — Comentei me virando novamente e provando a minha bebida. Simplesmente horrível. Mas nem posso reclamar, foi eu quem escolhi e nem paguei por isso. — Nossa, isso aqui ta muito bom.
— Qual será que é o problema dele? — Jae-hyuk ainda olhava na direção de Seo-jun.
— Faltou um guardanapo, eu vou lá buscar. — Me levantei e caminhei até o caixa, mais especificamente até Han Seo-jun. — Poderia me dar uma guardanapo, por favor. — Pedi em um tom de voz mais alto. — Eu sei que falei pra você me ajudar caso algo acontecesse... mas da pra parar de encarar a gente? —Falei baixo e peguei o guardanapo de sua mão e voltei para a mesa sem esperar pela resposta. — Prontinho. — Me sentei novamente.
— Você já assistiu aquele filme de terror que lançou há umas duas semanas atrás? — Jae-hyuk perguntou antes de tomar outro gole de sua bebida e eu parei para pensar.
— Já sim. Fui no dia em que lançou. — Respondi.
— Sério? Com quem? — Ele parecia realmente curioso.
— É... eu fui com... — Tentei pensar em alguém o mais rápido possível, pois era justo o filme que eu assisti com o Han Seo-jun, mas não podia dizer que fui com ele. — Com umas amigas minhas.
— Ah, que pena. Vamos esperar pelo próximo então. — Ele disse meio desanimado e eu concordei com a cabeça sem saber o que fazer.
Bebi mais gole de minha bebida tentando ao máximo não fazer careta.
— Aí. — Jae-hyuk me chamou.
Olhei para ele confusa, o mesmo esticava a mão em direção aos meus lábios, então presumi que estivessem sujos.
Mas antes que sua mão pudesse encontrar meus lábios, um guardanapo surgiu entre nós, olhei na direção em que o guardanapo vinha e lá estava ele.
Han Seo-jun estava com o braço esticado em minha direção. Jae-hyuk olhava para ele furioso. E eu sem saber o que fazer aceitei o guardanapo e limpei o canto de minha boca, muito envergonhada.
Seo-jun sorriu convencido e se retirou, eu abaixei o olhar. Tudo que eu queria era cavar um buraco e me enfiar.
— Então... o que você tá aprendendo agora? — Puxei outro assunto, só para não cairmos no silêncio novamente e ficar mais constrangedor do que já está.
Começamos a conversar sobre o que ele estava estudando e eu ia fazendo alguma perguntas para a conversa não morrer. Ele até me explicou um conteúdo e eu fingi que entendi tudo.
— Kim Na-yeon! — Seo-jun parou em frente a nossa mesa e eu fiquei confusa. — Eu sei que a gente terminou mas não precisava trazer esse Zé mané aqui pra me fazer ciúme.
— O que você tá fazendo? — Ri fraco e me virei para o Jae-hyuk. — Ele é estranho mesmo, né?
Sem que eu esperasse, Seo-jun segurou meu pulso e me puxou para um lugar que julgo ser o deposito.
— O que você tá fazendo? — Me soltei dele e o encarei furiosa, minha voz saiu mais afiada do que eu queria, mas não conseguir disfarçar minha irritação.
— Te salvando, ué. — Ele me respondeu de forma simples, isso só serviu para me deixar mais irritada ainda.
— Me salvando do que? — Cruzei os braços. — Ele nem fez nada.
— Ele não tá nem aí pra você. Só quer te beijar ou até mais isso. — Senti meus olhos encherem de lágrimas, até agora o Jae-hyuk não tinha feito nada de mais e estava sendo super legal comigo, não é possível que ele só queria esse tipo de coisa.
— E daí? O que você tem a ver com isso? — Minha voz saiu meio embargada por conta da vontade de chorar. — Eu vou voltar lá e falar que foi tudo um mal intendido. — Tentei sair mas ele me puxou.
Antes que eu pudesse raciocinar, Han Seo-jun selou nossos lábios. Sem pensar muito, segurei o seu pescoço e retribuí o beijo.
Um leve calor se espalhou pelo meu corpo conforme o beijo se intensificava. O puxei para mais perto e ele colocou as mãos em minha cintura.
Meu coração batia tão forte que parecia querer saltar de meu peito. Ainda mais quando Seo-jun segurou meu pescoço delicadamente e me empurrou até a parede.
Eu podia sentir a maciez dos lábios dele contra os seus, cada toque enviando uma corrente elétrica de emoção através de mim. Era como se o mundo inteiro desaparecesse ao meu redor, deixando apenas eu e Seo-jun. E, por um instante, todas as minhas preocupações e dúvidas se dissiparam, substituídas apenas pela sensação avassaladora de amor e entrega.
Senti uma pontada de confusão quando Seo-jun se afastou de repente. Meu olhar procurou o dele, buscando entender o que estava acontecendo, mas as palavras pareciam se prender em sua garganta, incapazes de escapar. Fiquei ali, parada, tentando decifrar o que eu estava sentido. O que antes era calor e paixão agora se transformara em uma sensação estranha de vazio e incerteza.
— Eu vou mandar ele ir embora. — Seo-jun finalmenre criou coragem para falar algo. Abaixei a cabeça e concordei. Ele saiu dali me deixando sozinha e caminhou até a mesa do Jae-hyuk. Coloquei o rosto no vão da porta para olhar — Aí, cara, cai fora. — Puxou o garoto pelo colarinho de sua camisa.
Olhei pelo depósito que eu estava e avistei uma porta escrito "saída de emergência" corri até ela e saí, aproveitando que estava com a minha bolsa.
Mas que porra foi essa?
*****
Oioi gente, como vão?
Juro que se vocês não surtarem por causa do beijo eu nunca mais apareço.
E eu fiquei com vergonha lakakakakakakaka não sei escrever cena de beijo nem pegação pq tenho zero experiência, tenho nojinho.
Eu tava tão empolgada que eu escrevi uma boa parte no papel durante a aula.
Não sei escrever diálogos ent me perdoem por essa bomba atômica em forma de conversa.
E infelizmente domingo não vai ter capítulo pq minha amg vai passar o fim de semana em casa então não tem como eu escrever, mas ela mandou um beijo pra vcs e pediu pra não odiarem ela
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