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Tenho que confessar que o meu coração está a mil, mas não sei direito o porquê. Hoje vou no encontro falso com o Han Seo-jun, então acho que é apenas uma leve ansiedade, espero que meu plano de certo e que o Hyu-kyu veja a gente.
Coloquei um vestido branco que cobria até metade das minhas coxas e um casaco enorme, para não passar nem um pouco de frio. Peguei um táxi, fui para o shopping e caminhei até o cinema. Han Seo-jun já me esperava sentado em uma poltrona.
Observei ao redor para ver se havia alguém da escola por ali. Uma garoto me olhava e parecia familiar, então presumi que ele fosse do colégio. Fui até Han Seo-jun e cobri seus olhos com a palma da minha mão.
— Adivinha quem chegou. — Falei no ouvido do Seo-jun garantindo que o garoto estava olhando, mas para a minha surpresa ele me olhou de cara feia. — Ah não, ele não era do colégio, acho que só estava interessado. — Suspirei me jogando na poltrona ao lado.
— Até parece que alguém iria se interessar por você. — Seo-jun brincou com uma cara séria me fazendo revirar os olhos.
— Muitas pessoas me querem, tá bom? — Cruzei os braços já irritada.
— To vendo, até porque você ta aqui com o amor da sua vida e não comigo. — Brincou mais um vez, antes que eu pudesse responde-lo, vi Hyu-kyu e outras pessoas da sala passarem.
— Olha eles ali. — Dei leves tapinhas no braço de Seo-jun e me levantei.— Anda. Vou te dar o dinheiro do ingresso pra você não reclamar. Levanta logo.
— Já to indo. — Ele finalmente se levantou e fomos para a fila comprar os ingressos. Entreguei o dinheiro do ingresso e um pouco à mais para podermos comer algo durante o filme.
Hyu-kyu estava um pouco mais à frente, planejo me encontrar com ele na hora que formos pegar pipoca.
— E como foi sua sessão de fotos? Beijou a outra também? — Perguntei para não ficarmos totalmente em silêncio na fila. — Cuidado, tá, se sair uma foto sua beijando outra sua namorada te mata.
— Que nada. A modelo faltou e a Ju-kyung foi no lugar dela. — Seo-jun deu um suspiro e eu fiquei sem saber o que responder.
— E por que você não beijou ela? — Soltei cruzando os braços.
— Por que agora eu sou comprometido e ela também. O fotógrafo era o mesmo. Não tinha como eu beijar ela.
— Ah... -- Abri a boca algumas vezes sem saber o que falar. — Eles estão namorando mesmo?
— Estão. Ouvi da própria Ju-kyung. — O garoto suspirou de forma triste e eu também. — Que filme a gente vai assistir? — Perguntou tentando parecer mais animado.
— Eu não sei o nome exatamente, mas eu ouvi o Hyu-kyu falando que é um lançamento de terror. — Dei de ombros com indiferença.
Compramos o ingresso e partimos para a fila da pipoca. Novamente entreguei o dinheiro para o Han Seo-jun e fingi naturalidade.
— Olha ali, é o Han Seo-jun. — Escutei um dos garotos que estava com o Hyu-kyu comentar.
— Han Seo-jun. — O chamei. — Fala bem alto "Deixa que eu pago tudo" junto com algum apelido fofo e se eles vieram até aqui me abraça rápido, de um jeito suspeito e não deixa eles saberem que sou eu. — Disse tudo tão rápido que eu quase não me entendi.
— Deixa que eu pago tudo, gatinha. — Seo-jun falou em um tom alto, mas não exagerado e vergonhoso, o suficiente para que eles escutassem e viessem correndo até nós dois. Como pedido, Seo-jun me puxou como se estivesse me abraçando, para esconder meu rosto. Tive que me segurar para não dar pulinhos de felicidade.
— E aí, Seo-jun. — Reconheci a voz de Hyu-kyu na hora e me encolhi mais nos braços do garoto para esconder meu rosto. — Quem é essa? Sua namorada?Deixa a gente ver a cara dela.
— Não. Ela é bem tímida e não quer ser vista. — Seo-jun mentiu e eu tive que segurar a risada.
— Ela é famosa por acaso? — Outro garoto, que não consegui reconhecer a voz perguntou.
— Quase isso. -- Seo-jun respondeu. — Não toca nela. — Escutei um barulho de tapa, mas não consegui ver o motivo. — Ela não quer ser vista. Não contem pra ninguém que me viram aqui.
— E alguém da escola? — Hyu-kyu perguntou, mas só recebeu silêncio como resposta. — Eu vou acabar descobrindo quem é. Vou ficar de olho no cinema.
Assim que eles saíram, me soltei de Han Seo-jun e dei leves pulinhos de felicidade. O plano ta oficialmente dando certo!
— Para de ser esquisita no meio do shopping. — Seo-jun me segurou pelos ombros.
—Você que é muito chato. Para de ser mal-humorado. — Peguei o balde de pipoca e comi algumas.
— A gente já vai entrar? — O garoto perguntou roubando o balde de pipoca da minha mão.
— Espera. Eles precisam ir primeiro, se ele sentarem em um lugar muito distante do nosso, a gente muda, entendeu? Você precisa pensar mais, cara. — Dei leves batidinhas em sua cabeça. —Eu já volto, vou no banheiro. — Entreguei minha bolsa para ele e saí.
Para a minha sorte, estava sem fila. Além de fazer minhas necessidades, retoquei meu batom. Vai que esse maluco inventa de me beijar de novo.
— Que pensamentos são esses, Na-yeon? — Disse para mim mesma, me encarando no espelho boquiaberta.
Saí do banheiro apressada tentando limpar minha mente desses pensamentos intrusivos. Seo-jun me esperava no mesmo lugar, ainda na mesma posição.
— Ta parecendo uma planta porque? — Perguntei me aproximando dele.
— Só to te esperando. — Deu de ombros.
— Eu to aqui. Então vamos. — Comecei a andar em direção ao cinema.
— Ei, — Seo-jun me chamou, me fazendo parar e me virar para olhá-lo. — Não vai pegar sua bolsa?
— Eu não. — Me virei voltando a andar. — Leva você.
— Por que eu? — Ele correu um pouco para poder me alcançar.
— Porque você disse que iria me obedecer. — Respondi de forma simples.
Quando entramos na sala de cinema, tentei procurar Hyu-kyu já que as luzes não estavam totalmente apagadas. O garoto estava à umas duas fileiras de distância. O que era bom, já que tenho uma coisa em mente.
— Você não tem medo, né? — Han Seo-jun perguntou, erguendo o apoio de braço que separava a gente.
— Acho que não. Não sou acostumada com filme de terror. Mas não pode ser tão ruim né? — Tentei ser positiva.
Mas confesso que tô com um leve medo. Meu irmão é um grande fã de filmes de terror, as vezes eu passava pela sala para pegar um coo d'água e me assustava gratuitamente com algum filme que ele estava assistindo.
— Vai começar. — Seo-jun sorriu animado.
— No meio do filme, você dá uma olhada para trás, garanta que o Hyu-kyu tá olhando, aí você vai bocejar bem dramaticamente e passar o braço pelo meu ombro. Igual em filme clichê sabe? — Sussurrei enquanto passava alguns trailers na tela.
Logo nas primeiras cenas, abracei meus joelhos morrendo de medo. As vezes eu tenho ideias que eu me arrependo, e essa é uma delas.
Ultimamente não ando pesando direito. Eu devia ter pensando melhor antes de ter inventado essa história de namoro falso por causa de um garoto que eu nem sei se gosto de verdade ou se é uma obsessão passageira.
Comecei a roer as unhas de tanto nervosismo. Não sei se era arrependimento de ver o filme, ou se era arrependimentos de tudo um pouco.
Han Seo-jun passou o braço pelos meus ombros e me puxou mais para perto. Apoiei minha cabeça em seu ombro, já que estávamos assim, não vou ficar de um jeito desconfortável. Mas senti minhas bochechas queimarem. Não sei porque estou ficando com tanta vergonha perto dele ultimamente.
Quando uma figura enorme surgiu na tela, me agarrei mais ainda em Seo-jun, tentando não assistir. Mais envergonhada ainda, olhei para o garoto que me encarava segurando uma enorme vontade de rir.
Me lembrei da sessão de fotos e desviei meu olhar rapidamente.
— Assustada, Na-yeon? — Seo-jun me puxou para mais perto, se é que isso ainda era possível.
— Só um pouquinho. — Menti fazendo um sinal com os dedos.
Assim que o filme acabou e as luzes se ascenderam me levantei e dei graças à Deus. Nunca mais venho ver filme de terror.
Saímos do cinema em completo silêncio e caminhamos um pouco, sem rumo algum.
— Ficou morrendo de medo né? — Seo-jun quebrou o silêncio.
— Talvez. — Respondi sem muito ânimo. — Se eu não dormir a noite a culpa é sua.
— Minha? — Me olhou com indignação. — Foi você que teve a ideia de vir aqui.
— Eu sei. Mas mesmo assim. — Dei de ombros. — Me espera aqui. Vou pedir sorvete pra gente. Senta aí. — Puxei ele até algumas poltronas.
Fui até a fila, que estava um pouco grande. Mas nada muito assustador. Assim que chegou minha vez, caminhei até o balcão, fiz meu pedido e fui para o lado para aguardar.
— Kim Na-yeon? — Sorri imediatamente assim que reconheci a voz.
— Ahn Hyu-kyu? — Me virei para o garoto fingindo surpresa.
— E aí. Ta fazendo o que aqui? Eu vim no cinema com eles. — Apontou para os amigos atrás dele, todos me encaravam de forma estranha.
— Sério? Eu também fui no cinema. Acabei de sair. Assisti aquele filme de terror que lançou recentemente, sabe? Não sei se você já ouviu falar. — Falei da forma mais sonsa e inocente do mundo. Minha cara nem tremeu.
— Uau. Não brinca! A gente acabou de ver esse filme também.
— Kim Na-yeon, seu pedido está pronto! — Antes que eu pudesse responder o Hyu-kyu, o atendente me chamou. Me virei para pegar os sorvetes e me voltei para os garotos que encaravam os dois sorvetes na minha mão com certa curiosidade.
— Não sei como a gente não se encontrou antes. — Ri pronta para sair dali.
— Pois é. Espera, dois sorvetes? Por acaso você tá em um encontro? — Arregalei meus olhosa com a pergunta de Hyu-kyu, mas por dentro dei pulinhos de felicidade, era essa exata pergunta que eu estava procurando.
— Um encontro? Claro que não. Eu só estava com muita vontade de tomar sorvete. — Ri de uma maneira forçada e suspeita. — Eu tenho que ir. Até segunda. — Me retirei com um aceno de cabeça.
Caminhei até Han Seo-jun, que me esperava sentado no mesmo lugar mexendo no celular.
— Come. — Estiquei os dois sorvetes na direção dele.
— Os dois? — Me olhou confuso guardando o celular no bolso.
— É. Pega logo. — Me sentei na poltrona do lado e suspirei pendendo a cabeça para trás.
— Por que eu tenho que comer os dois? — Seo-jun continuou insistindo nessa pergunta.
— Porque eu não como doces. E mesmo se comesse, não to afim. — Suspirei. — Come logo, por favor. Eu quero ir para a casa.
Saímos do shopping longos minutos depois, Seo-jun demorou mais do que eu esperava. Estava mais frio do que eu pensei, senti meu corpo inteiro se arrepiar, mesmo eu estando com um casaco enorme.
— Obrigada por hoje. Até segunda. — Agradeci à Seo-jun pronta para ir para a minha casa e tomar um banho bem quente.
— Espera, Maluca, eu vou levar você. — Seo-jun começou a andar atrás de mim, me deixando confusa. — É meio perigoso.
— Não é não, é super iluminado e nem tem ninguém da escola por perto. — Dei de ombros e ele continuou caminhando ao meu lado.
— E se um homem estranho aparecer ou pior a assombração que você foi no filme. — Olhei para Seo-jun com os olhos arregalados.
— Meu querido, ultimamente eu prefiro ver até o diabo na minha frente do que um homem estranho. Mas já que você insiste...
Caminhamos conversando sobre o filme a cada minuto tenho mais certeza de que não vou conseguir dormir a noite.
Mas realmente o caminho até a minha casa não é perigo, eu não moro longe do shopping, então é bem movimentado.
Paramos em frente ao meu portão e eu o abri.
— Obrigado por hoje. — Sorri entrando para dentro. — Me leva um suco na segunda, eu gosto de uva. — Pisquei e fechei o portão sem esperar resposta.
*****
Oioi gente como vão?
Acho que a maioria das aulas voltaram hoje né
Como foi o primeiro dia de aula de vocês? O meu foi péssimo. Tô estourando de dor de cabeça mas revisei aqui rapidinho pra postar
Faz mil e duzentos anos que eu postei um vídeo no ttk que deu 11 mil curtidas e ate hj esse povo chato to carai surge de um buraco pra falar mal dos meus queridos
Na minha cabeça esse capítulo tinha ficado mais legal, então me perdoem por essa bomba atômica.
Achei que vocês reagiram de outra forma no outro capítulo e surtariam mais pelo beijo akkakakakaka, mas tudo bem
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