𝟶𝟷𝟻

- Tá sabendo que hoje tem prova? - Han Seo-jun parou em frente à minha cadeira com um olhar desesperado.

- É claro que eu to, né? Que tipo de idiota não sabe... Você não sabia? - Olhei para ele com os olhos arregalados.

- E como você acha que eu iria saber? - Deu de ombros indo se sentar atrás de mim. - Me fala um número de um à cinco?

- Três?

- A Ju-kyung disse cinco, mas vou confiar mais em você, acho que é mais inteligente que ela, né?

- Não era você que só ia ouvir a Ju-kyung? - Brinquei engrossando a voz para ficar mais parecida com a dele. - Mas se você reprovar, eu não tenho culpa. Como você quer namorar com ela se você nem cofia?

- E se... você tentar me passar cola? - Olhei para Seo-jun que piscava varias vezes enquanto me encarava.

- Ta tentando ser fofo pra me convencer? - Perguntei confusa.

- Talvez. Vai passar ou não?

- Eu vou deixar a prova um pouco pro lado. - Demonstrei com um papel que estava na minha carteira. - E você olha. Entendeu?

- Ta bom. Valeu, gatinha. - Seo-jun bagunçou meus cabelos como de costume.

*****

- Han Seo-jun. - Me apressei indo até ele pisando forte no chão. - Você é maluco? - Fiz todos os amigos que estavam lá me olharem.

- O que eu fiz? - Ele levantou as mãos em sinal de redenção.

- O que você fez? Seu idiota! - Puxei ele para longe dos amigos, que não demoraram nem um pouco para começarem a cochichar. - Quase fez eu ser pega. Não sabe colar não?

Seo-jun ficou a prova inteira me cutucando e chutando minha cadeira. Isso fez o senhor Han ficar de olho na gente o tempo inteiro. Fora que ele não estava sabendo disfarçar que estava olhando.

- Mas você não foi. - O garoto deu de ombros. - E eu quase não peguei nada seu. Tive que chutar três na maioria.

- Nunca mais te ajudo então. - Virei as costas para ele, pronta para sair andando.

- Ajuda sim.

- Quer apostar, é? - Me virei para ele novamente.

- Claro. Fique sabendo que eu vou ganhar. Afinal eu sou o Han Seo-jun. - Ele arrumou o colarinho da camisa, me fazendo revirar os olhos.

- Seu... - Fingi que ia dar um soco no Seo-jun e logo os amigos correram para perto de nós.

- Ei,ei, ei. Calma. Por que você quer bater no nosso Han Seo-jun? - Kim cho-rong entrou na frente para o defender.

- Porque o amigo de vocês é um burro que não serve nem pra colar. - Disse irritada e sai andando.

Colar em uma prova é uma das coisas mais fáceis do mundo, digo isso porque na minha antiga escola eu passava cola para a maioria dos amigos. Que no final não eram tão amigos assim. Mas a questão é, você só precisa observar discretamente e nem isso o Han Seo-jun sabe fazer.

*****

- Notas não determinam felicidade mas boas notas deixam a gente feliz. - O professor disse. - Lee Su-ho, primeiro lugar. Parabéns. Palmas.

- Você pode ir mal na prova da semana que vem para eu subir algumas posições? Eu faço o que você quiser. - A voz de Soo-jin ressoou na minha cabeça enquanto eu olhava a prova.

10° posição.

Sabe quando você ta com raiva de uma pessoa, mas mesmo assim faz algo significante pra ela? Foi isso que eu fiz.

- Eles confundiram a Ju-kyung com a sua namorada e a Na-yeon foi de brinde. - A voz dela ressoou de novo.

Passei as mãos pelos meus cabelos, frustada.

- Eu tirei 50! - A voz do Han Seo-jun me tirou dos meus pensamentos.

- O que? - Olhei para ele confusa.

- Eu tirei 50. E você tirou quanto? Ficou em segundo? Se não fosse você eu teria reprovado. - Seo-jun segurou minhas bochechas.

Afastei as mãos deles e me levantei indo até a cadeira da Kang Soo-jin.

- Ta satisfeita? - Joguei minha prova na mesa dela enquanto olhava sua nota? - É sério? Fui mal por sua causa e você conseguiu ser pior ainda? - Soltei um riso irônico. - Que palhaçada.

Fui até o banheiro apressada e por sorte não tinha ninguém. Lavei meu rosto e me encarei no espelho.

Soo-jin não me deu boas explicações para eu fazer isso por ela. Mas sei que deve ter um motivo descente, né? Ela não faria isso apenas por status. Ou faria? Nem eu deveria estar me importando tanto com isso. O senhor Han já disse inúmeras vezes que as notas não definem a capacidade de uma pessoa.

Mas eu sabia tudo...

Depois que o Han Seo-jun entregou a prova dele, eu mudei algumas respostas para ficar errado Isso fez eu perder um tempo. Não quis prejudicar o Seo-jun com isso, então fiz a prova certa, deixei ele olhar e então mudei a maioria. Mesmo eu sabendo todas.

- Foi de brinde - A voz dela passou pela minha cabeça de novo.

Lavei meu rosto mais uma vez tentando parar de pensar nisso.

Acho que eu não estaria me importando tanto com a nota se ela não tivesse falado isso.

'' Foi de brinde" Brinde? Um brinde? Então é assim que todos me veem? Um mísero brinde?

Um brinde nunca é melhor que o presente principal. Um brinde é aquele presente simples que não faz diferença na vida e ninguém precisa de verdade, ele apenas está lá. Um brinde é algo facilmente esquecido ou substituído com facilidade.

É isso que eu sou para todos. Um brinde que surgiu junto com a Ju-kyung, o presente principal. E entre o brinde e o presente todos escolhem o que? ...

Já fiz tanta coisa por eles e é assim que eu sou vista?

Tantas coisas para me comparar e tinha que ser com um brinde?

Sem pensar duas vezes, peguei a saboneteira que estava em cima da pia e a arremessei na parede. Um pouco da minha raiva foi junto com ela. Sai do banheiro batendo a porta atrás de mim e caminhei até minha sala.

Quando entrei todos me olharam curiosos provavelmente querendo saber o que aconteceu. Não vai demorar muito para as especulações começarem, to curiosa pra ver o que vão inventar dessa vez.

- Lim Ju-kyung! Ju-kyung! - Uma menina entrou gritando na sala me fazendo revirar os olhos. Pra que esse escândalo?

- Hyeong-jin? - Soo-ah gritou se levantando da cadeira.

Me virei para olhar e um homem alto e sem uniforme passou pela porta chamando a atenção de todos. Ele caminhou até a Ju-kyung com toda a confiança do mundo.

- O que você faz aqui? - Ju-kyung perguntou confusa.

- Eu vim te ver. - O homem respondeu simples.

- Que palhaçada é essa? - Han Seo-jun levantou a cabeça.

- E você acha que eu sei? - O respondi. - Quem é esse?

- Ele é um jogador meia boca. - Seo-jun respondeu com desdém.

- Acho que já ouvi falar. - Concordei com a cabeça. - Ele joga basquete né?

- Beisebol.

- Da na mesma. - Dei de ombros voltando a prestar atenção

- Toma. - O jogador entendeu uma bola de basquete na direção dela. - Essa aqui é minha bola da sorte e eu não consigo lançar sem ela.

- Então você não pode dar ela pra mim. - Ju-kyung empurrou a bola em direção à ele novamente, mas o garoto foi mais rápido e segurou a mão dela.

- É pra você vir me ver na final. Olha eu quero te dizer uma coisa quando a gente ganhar. - Isso fez algumas garotas soltarem um gritinho. Ju-kyung respondeu, mas não consegui ouvir. - Claro que não. Isso não é jeito de chamar você pra um date.

Os outros alunos surtaram, quase todos, tirando eu, o Seo-jun e a própria Ju-kyung.

Seo-jun se levantou rápido fazendo a cadeira até cair. Ele caminhou até o tal de Hyeong-jin todo confiante. Tentei impedi-lo de passar vergonha, mas não deu certo.

- Lim Ju-kyung, você é popular. Até pouco tempo falavam que você namorava comigo. Não se supera tão rápido. Você ta sendo malvada com seu ex. Não se supera tão.

Cobri o rosto de tanta vergonha que senti por ele.

- O que é isso? - O coordenador entrou na sala nos assustando. - Seus malandros. Quem é você? - Se referiu ao jogador.

O jogadorzinho meia boca - como diz o Seo-jun - saiu correndo e aproveitei para ir até Seo-jun e puxá-lo de volta.

- Vem aqui. Você já passou vergonha de mais. - Arrastei ele até a mesa, levantei a cadeira e fiz ele se sentar, enquanto o mesmo observava Ju-kyung sair correndo.

- Como ele ousa? Quem ele pensa que é? - Seo-jun me encarava com os olhos arregalados enquanto eu ria.

- Ta com ciúme?

- Claro que não. - Ele me olhou com os olhos arregalados. - Quem você acha que eu sou? Eu sou o Han Seo-jun! Mais aquilo foi um absurdo, não foi?

- Quer que eu fale que foi um absurdo só pra você se sentir melhor? - Perguntei com um sorriso de canto fazendo o garoto revirar os olhos. - Foi um absurdo mesmo. - Dei batidinhas no cabelo dele para tentar consola-lo.

Sem nenhum aviso, Lee Su-ho entrou na sala apressado e logo atraiu meu olhar. Pensei que ele fosse se sentar no lugar, mas ao invés disso, parecia que ele estava vindo na direção.

Tirei a mão da cabeça de Han Seo-jun rapidamente, enquanto encarava Su-ho, que realmente estava vindo até mim. Ele agarrou meu pulso e me puxou, me fazendo levantar e segui-lo.

Andamos até um corredor mais afastado que não tinha ninguém e só aí ele finalmente me soltou.

- O que foi? - Perguntei realmente confusa.

- O que ele queria com a Ju-kyung? - Su-ho perguntou se aprovando de mim e eu me encostei na parede revirando os olhos.

- Quem? O jogador de basquete?

- De beisebol. - Ele me corrigiu.

- Da na mesma. - Dei de ombros. - Ele meio que chamou a Ju-kyung pra sair. Acho que eles vão namorar.

E aí você namora comigo. Deixei um riso escapar com os meus próprios pensamentos.

- Acha mesmo? - Su-ho se aproximou mais de mim e eu concordei com a cabeça.

Ele me olhava de um jeito diferente, de um jeito fofo, com olhos de cachorrinho. A cada medida que ele se aproximava, meu coração ia acelerando ainda mais.

O que tá acontecendo? Olhando assim até parece que ele quer me beijar.

Su-ho colocou a mão na parede sem quebrar o contato visual. Não ousei fechar os olhos, vai que ele só tá me enrolando e isso é uma pegadinha besta.

- O-o que você tá fazendo - Perguntei quando ele se afastou de mim rapidamente.

- Tava testando uma coisa... - Su-ho falou sem me encarar, se virou e foi embora me deixando ali sozinha.

Passei de brinde à animalzinho de teste.








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Bom dia gente. Como vão?

Se tiver algum erro me perdoem e me avisem 🙏🏻 revisei meio correndo pq dps do almoço eu vou ter que sair, mas eu quero ver my demon antes

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