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Convidei Lim Ju-kyung para ir à escola junto comigo hoje. Mas não falei nada sobre o suco e rezei para Su-ho também não ter falado nada sobre. Mas caso ele fale, já planejei uma desculpa. Vou falar que esqueci na geladeira de casa. Mas eles não fariam tudo isso por causa de um suco né?
Bom eu espero mesmo que não.
Passamos pelos portões da escola e os cochichos começaram. Ainda não me acostumei com isso. Mas pelo menos não estão falando mal de nós e sim que éramos deusas e coisas assim.
Enquanto caminhávamos, Han Seo-jun jogou alguma coisa para Ju-kyung e ela pegou. Era a chave da moto dele.
— O que? — Ela perguntou confusa.
— Você mandou eu não andar de moto. A partir de hoje, eu vou ouvir você, tá bom? — Ele se aproximou bem do rosto dela para dizer isso.
— O que foi isso? — Ju-kyung perguntou olhando para mim confusa. — Eu não quero isso não.
— Sei, lá. Ele deve gostar de você. — Dei de ombros. — Me dá isso aqui. — Peguei a chave e joguei nele.
— Aí. — Ele reclamou e voltou até nós.
— Ju-kyung, eu tô te dando. Aceita. — Ele entregou a chave pra ela mais uma vez.
— Ai, vocês que se resolvam aí. Eu vou pra sala. — Sai andando deixando eles sozinhos lá.
Entrei na sala e olhos de todo mundo já pararam em mim. A fofoca nessa escola corre mais rápido que o normal. A maioria estava falando que Seo-jun estava apaixonado por Ju-kyung e que eu estava com inveja, por isso joguei a chave nele. É cada coisa que esse povo inventa.
Minutos depois da minha chegada, Ju-kyung entrou e por incrivel que pareça, ela está com a chave. Se ela não quer porque ela não joga fora ou algo assim?
— Pega isso de volta. — Ju-kyung esticou a chave para Seo-jun quando ele passou por ela. — Por que me daria isso?
— Você precisa ficar com isso, pra eu não andar de moto. Eu só to ouvindo você — Seo-jun emporrou a chave para ela de volta.
— É assim que vai se vingar de mim? Por ter ameaçado mostrar as suas fotos na moto? — Ju-kyung parecia realmente com medo disso. Enquanto o pessoal da sala encarava tudo chocado.
— Isso não é vingança não. — Ele sorriu e colocou um suco na mesa dela. — Eu achei isso por aí. Toma.
Ele começou a caminhar calmamente até o devido lugar enquanto o povo da sala comentava sobre. É incrível como esses fofoqueiros de plantão não sabem nem disfarçar que estão fofocando.
— Eu prefiro de morango. — Ju-kyung falou fazendo todos rirem, até eu.
— O que deu em você em? — Me virei para o Seo-jun. — Ta no cio?
— Não se mete não ta.
— Cavalo... — Murmurei baixinho.
Quando a primeira aula acabou, corri para o banheiro e depois para o laboratório, fui uma das últimas a chegar. Então não tinha muitos lugares vagos.
— Toma aí. — Su-ho esticou o suco que Seo-jun tinha dado à Ju-kyung na minha direção.
— Eu não quero isso não. — Desviei e ele esticou o suco para outra pessoa.
Caminhei até a única mesa vaga, me sentei e passei a mão pelos meus cabelos.
— Então agora você quer me dar um suco, né? Aí que odio. — Resmunguei para mim mesma.
— O que? Ta com ciúme do suco que eu dei pra Ju-kyung? — Seo-jun perguntou rindo enquanto se sentava do meu lado. — Quer que eu compre um pra você também? Sabe, pra você não ficar triste. Se bem que naquele dia no hospital..
— Cala essa boca. — Rasguei uma folha do meu caderno e enfiei dentro da boca dele.
Han Seo-jun começou a fazer inúmeras reclamações, as quais eu nem dei ouvidos e fingi que não era comigo.
A aula passou lentamente, talvez seja porque eu não tenha prestado atenção, honestamente odeio a professora.
Agora é hora do intervalo, finalmente. Peguei um pouco de comida, já que não me agradou muito e fui até a mesa onde Ju-kyung estava para me sentar ao lado dela.
Mas Han Seo-jun entrou na minha frente me fazendo sentar na cadeira do lado.
— Han Seo-jun, se for pra incomodar ela mete o pé. — Soo-jin avisou assim que ele se sentou ao lado de Ju-kyung.
— Bom, eu só quero ouvir a Lim Ju-kyung.
Os amigos dele começaram a gritar atrás da gente e eu revirei os olhos. Vou ter que aguentar isso por mais quantos dias?
— Me faz um favor? — Ju-kyung pediu para ele.
— Manda a ver.
— Vaza daqui. — Ela soltou e eu ri.
— Oi? — Ele disse confuso. — Eu faço tudo, menos isso.
— Então pode parar de falar comigo? — Ju-kyung falou e as pessoas começaram a rir.
— Isso também não.
— Ai, olha o que você tá falando.
Ju-kyung se irritou e começou a comer ignorando o Seo-jun.
— Você não gosta disso né? — Ele pegou a carne de porco da Ju e comeu.
— Eu adoro! Eu tava guardando isso pro final. — Ela disse meio chateada.
— Tá tudo bem, Ju-kyung. Pode pegar os meus. — Coloquei minhas três carnes na bandeja dela.
— Calma aí. Não precisa disso. — Seo-jun colocou a carne de volta no meus prato. — Aí. — Ele chamou os meninos. — Tragam costelas de porco.
Aparentemente os meninos são os servos dele. Já que na mesma hora eles se levantaram e pegaram um monte de costelas da porco e ofereceram para Ju-kyung.
— Vê se come tudo pra crescer. — Seo-jun falou pra ele.
Ju-kyung abaixou a cabeça já cansada dessa situação.
— Ei. Ei. — Han Seo-jun passou o braço pelo ombro dela e segurou o cabelo que estava dentro do pote.
— Pega essa chave e some daqui. — Ju-kyung se soltou dele e entregou a chave pela décima vez.
— Mas o que adianta a chave... se a moto tá estacionada na sua casa.
Não sei nem explicar o que aconteceu. Acho que foi por impulso ou algo assim, mas ela acabou cuspindo todo o arroz que estava na boca nele.
— Perdi a fome. — Empurrei minha bandeja um pouco para frente após ver um arroz no meu prato.
— Mandou bem Ju-kyung. — Soo-jin falou rindo.
— Desculpa. Eu sinto muito. — Ju-kyung estava tentando segurar a risada, mas estava falhando.
Han Seo-jun se virou para mim devagar e eu olhei para o rosto dele, todo cheio de arroz. Ao invés de sentir vontade de rir igual todos. Senti uma vontade de vomitar.
Peguei um guardanapo e comecei a passar no rosto dele tentando não ter uma ânsia. Mas foi difícil.
— Lava seu rosto no banheiro. — Falei e sai dali rapidamente.
*****
Durante o resto da aula Han Seo-jun continuou com a patifaria de perseguir Ju-kyung. E simplesmente todos começaram a falar disso.
Sai da escola e fui direto para a aula de dança e assim que acabou parti correndo para o trabalho. A professora ficou enrolando para dispensar eu e as outras alunos e isso acabou fazendo eu chegar atrasada.
Se tem uma coisa que eu odeio é voltar sozinha para casa de noite. Quando Min-soo está em casa ele vem me buscar. Mas agora ele vive viajando e minha mãe se recusa a me buscar.
Não é nem um pouco perto da minha casa. Mas tudo bem. É bom fazer uma caminhada sozinha em um lugar escuro e possivelmente perigoso.
Passei por uma quadra e percebi que tinha pessoas ali. Preferi passar o mais longe possível deles, vai que são ladrões ou coisa pior.
— É que a bola tá murcha. — Reconheci a voz na hora.
— Su-ho? — Perguntei à mim mesma.
Me aproximei um pouco mais para tentar falar com
ele, mas parei quando percebi que ele estava com
Lim Ju-kyung.
Que merda.
Todo dia vai ser assim agora? Vou ter que ficar vendo esses dois juntos?
Sai correndo dali pra chegar o mais rápido possível em casa.
Senti meu corpo se colidir com algo e percebi que era uma pessoa. Um home, para ser mais exata.
— Desculpa, senhor. — Me curvei sem olhar ele nos olhos e sai correndo.
Mas o homem me puxou pela alça da bolsa que estava nas minhas costas. Me virei para ele sem encara-ló e com a cabeça baixa.
— Na-Yeon? — Reconheci a voz na hora.
— Han Seo-jun, não me assusta assim. — Empurrei ele de leve.
— Tava correndo por que?
Preciso pensar em desculpa rápida.
— É... tinha um ladrão. E ele tentou me assaltar. — Menti.
— O que? Um ladrao? — Ele pareceu ficar assustado.
Seo-jun segurou minha mão e começou a correr me puxando junto.
Depois de quase um minuto correndo, soltei minha mão na dele e parei para respirar. Não sou sedentária, mas eu cansei pra caramba.
— Ai meu Deus. — Falei tentando respirar.
— O que você tá fazendo essa hora da noite sozinha? — Seo-jun perguntou arrumando o cabelo.
— Tô voltando do trabalho. E você? Tá fazendo o que? — Perguntei me escorando na parede para descansar.
— Tava indo pra casa.
— Ótimo. Então você vai levar em casa. — Sai andando mas ele não me seguiu. — Anda.
— Por que? — Ele cruzou os braços.
— Porque você é homem e ninguém vai mexer comigo se eu estiver andando com um homem.
— Mas a minha casa é pro outro lado. — Seo-jun resmungou batendo o pé no chão.
— Então se eu morrer a culpa é sua. Tchau. — Comecei a andar esperando que ele viesse atrás.
— Que saco. — Ele suspirou e começou a andar.
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