𝟢𝟣 ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ 𝘵𝘩𝘦 𝘧𝘪𝘨𝘩𝘵


❝ 𝗛𝗲 𝗶𝘀 𝗲𝗺𝗼𝘁𝗶𝗼𝗻;
𝘀𝗵𝗲 𝗶𝘀 𝗿𝗲𝗮𝘀𝗼𝗻𝗶𝗻𝗴. ❞

O dojo Cobra Kai era um santuário de disciplina e força, onde cada detalhe era uma extensão da filosofia implacável de Kreese. As paredes eram adornadas com pôsteres de campeonatos passados e fotos de alunos que haviam se tornado campeões, cada imagem uma promessa silenciosa de glória para aqueles dispostos a se esforçar. O tatame, desgastado pelo uso constante, ainda mantinha a rigidez necessária para suportar os embates diários.

O ar estava impregnado com o aroma de madeira e linimento, uma combinação que falava de anos de suor e lágrimas derramadas em busca da perfeição. O som dos golpes e bloqueios se misturava com o ranger do piso de madeira, uma sinfonia de dedicação e dor. No canto, um conjunto de nunchakus repousava sobre um pedestal, não apenas como um instrumento de treino, mas como um símbolo do legado marcial.

A luz entrava pelas janelas altas, filtrada pelas cortinas parcialmente fechadas, lançando um padrão de sombras que dançavam com o movimento dos alunos. O ambiente era austero, mas cada elemento, desde os espelhos até os pesos, era meticulosamente colocado, refletindo a ordem e o controle que Kreese exigia de seus pupilos.

Para Carrie, cada respiração no dojo era um lembrete de onde ela estava e o que ela buscava alcançar. A atmosfera carregada e o olhar penetrante de Kreese serviam como um desafio constante, não apenas para superar os adversários, mas para dominar a tempestade de dúvidas dentro de si.

Kreese dava ordem aos alunos quando o sino da porta ecoou, denunciando a entrada dos irmãos naquele local.
Os alunos e o sensei os observaram a espera de alguma palavra sair dos lábios deles, mas apenas ficaram parados sem saber o que falar. Ao ver a expressão de impaciência de Kreese, Carrie decidiu falar algo.

— Queremos entrar para o dojo. — explicou, não se preocupando em falar saudações sem sentido quando educação não era o foco daquela conversa.

— Não temos vagas, estamos prestes a entrar no campeonato e não precisamos de inexperiência aqui. — Kreese respondeu antes de tentar voltar a dar sua aula, mas Carrie segurou o pulso do irmão quando o mesmo fez menção de sair do local.
Ao sentir o olhar do irmão mais velho em si, ela balançou a cabeça em negação indicando para ele ficar no devido lugar. Isso fez o maior ajeitar a postura, voltando a ficar atrás da menina.

— Como sabe que somos inexperientes se não nos testou? — a voz de Carrie chamou atenção para si novamente, que logo continuo após lançar um olhar desafiador para o mais velho — O cobra kai teria honra em ter dois Ferrari lutando em seu nome novamente. — Ela afirmou com certeza

— Ferrari? — Kreese perguntou, parecendo pensar um pouco. — Então, vocês são nosso legado. O que os traz ao Cobra Kai?

— Queremos ser os melhores, senhor. — Stuart falou pela primeira vez desde que chegaram no estabelecimento

Carrie hesitou por um momento; seus pensamentos tomando voz.
'Será que ser o melhor significa seguir seus métodos?'

— Estamos aqui para aprender, e aprender com o melhor. — ela proferiu em voz alta, sabendo o quanto aquilo facilitaria sua entrada no local.

Kreese acenou com a cabeça, satisfeito, e os conduziu ao tatame. — A primeira lição do Cobra Kai é atacar primeiro. Vamos ver o que vocês têm.

Os irmãos trocaram olhares em quanto subiam no tatame; era o momento de provar seu valor. Enquanto Stuart avançava com confiança, Carrie sentia o peso do olhar de Kreese sobre ela, como se ele pudesse ver através de suas dúvidas. Ela sabia que não era apenas sobre lutar; era sobre enfrentar seus próprios medos. E com cada golpe e bloqueio, ela não estava apenas treinando seu corpo, mas também sua mente, forjando-se na filosofia do dojo, mesmo que seu coração hesitasse em avançar no próprio irmão.

A luta entre Carrie e Stuart foi um espetáculo de técnica e emoção. Ambos avançaram um contra o outro ao mesmo tempo, e desviaram ao mesmo tempo também, em sincronia.

Carrie, sempre calculista, analisava cada movimento de Stuart, que, por sua vez, era impulsionado por uma tempestade de sentimentos. Eles se moviam com uma sincronia quase perfeita, como se estivessem dançando uma dança perigosa.

Carrie pensava em cada golpe antes de executá-lo, sua mente funcionava como um supercomputador, avaliando probabilidades e consequências. Ela sabia que Stuart era impulsivo e tentava usar isso a seu favor, antecipando seus movimentos e contra-atacando com precisão.

Stuart, embora dominado pela emoção, não era desprovido de habilidade. Seus ataques eram poderosos e apaixonados, cada soco e chute carregado com a esperança de vencer, não apenas a luta, mas também as próprias inseguranças que o levavam a lutar com tanto fervor.

Enquanto isso, Kreese, observando do canto, tinha um olhar intenso, seus pensamentos eram um misto de preocupação e orgulho. Ele sabia que tinha treinado os Ferrari bem, e sabia que eles haviam deixado o talento para seu legado, mas também reconhecia a imprevisibilidade do combate. Seu rosto permanecia impassível, mas por dentro, ele torcia para que a estratégia superasse a emoção, ou talvez que a paixão pudesse quebrar o gelo da lógica.

A luta prosseguia com Carrie desviando de um gancho de direita e respondendo com um chute baixo, calculando o tempo necessário para Stuart recuperar o equilíbrio. Stuart, sentindo a dor, mas também a adrenalina, lançava-se novamente na batalha com um grito, tentando surpreender Carrie com uma série de jabs rápidos.

A cada troca de golpes, a tensão aumentava. Carrie mantinha-se focada, seu pensamento estratégico a guiava através da tempestade emocional de Stuart. E Stuart, com cada ataque, colocava mais do seu coração na luta, determinado a superar a barreira fria da lógica de Carrie com a força bruta de sua paixão.

No final, a luta não era apenas um confronto físico, mas uma batalha de duas filosofias: a mente sobre a matéria, a emoção sobre a estratégia. E enquanto os golpes continuavam, o resultado permanecia incerto, cada irmão representando uma metade do eterno conflito humano entre razão e sentimento.

O golpe decisivo veio de uma mistura de técnica e oportunidade. Carrie, com sua mente analítica, esperou o momento exato em que Stuart deixou sua guarda baixa após um ataque emocionalmente carregado. Ela executou um movimento de pivô, girando fora do alcance de Stuart e, ao mesmo tempo, aplicou um contragolpe preciso, um chute lateral que atingiu Stuart no abdômen, tirando seu fôlego e equilíbrio.

Stuart, surpreendido pela velocidade e precisão do ataque, não conseguiu se recuperar a tempo. O impacto do chute foi amplificado pela própria força de Stuart, que avançava, tornando-o um golpe decisivo. Carrie observou, quase em câmera lenta, enquanto Stuart cambaleava para trás, a expressão de surpresa e admiração misturada com a dor em seu rosto.

Kreese, do canto, não pôde deixar de sentir uma pontada de respeito pela estratégia de Carrie. Ele sabia que a luta tinha sido decidida não apenas pela força ou emoção, mas pelo momento perfeito de clareza e execução. O pensamento estratégico de Carrie havia triunfado, mas a paixão de Stuart havia deixado uma impressão indelével.

Assim, com um único golpe, a luta foi decidida, e os irmãos compartilharam um momento de reconhecimento mútuo, sabendo que ambos haviam dado tudo de si.

Quando o golpe decisivo foi dado, Kreese não pôde evitar um breve aceno de aprovação.

Ele se aproximou dos irmãos, olhando para eles com um olhar que transmitia mais do que palavras poderiam dizer.

— Bem feito, — ele disse, sua voz carregada de respeito. — Vocês dois lutaram com honra e mostraram o verdadeiro espírito do nosso ensino.

Kreese sabia que a luta entre razão e emoção era uma metáfora para a vida, e ele esperava que os irmãos levassem essa lição consigo. Ele os encorajou a aprender um com o outro, a combinar a estratégia de Carrie com a paixão de Stuart, para se tornarem não apenas lutadores melhores, mas pessoas melhores.

No final, Kreese estava orgulhoso, não apenas pela lógica vencer, mas porque ambos tinham seus pais dentro de si, e o mais velho não pode deixar se sentir nostalgia ao observar aquilo.

Após a luta, um silêncio respeitoso se instalou no dojô.

Os alunos ao redor começaram a se aproximar, aplaudindo e expressando sua admiração. Eles não apenas viram uma exibição impressionante de habilidade marcial, mas também uma demonstração de crescimento pessoal e respeito mútuo.

Kreese aproveitou o momento para falar sobre a importância de equilibrar a disciplina mental com a paixão do coração. Ele enfatizou que a verdadeira maestria vem da harmonia entre os dois e que cada aluno deveria se esforçar para encontrar esse equilíbrio em sua vida e treinamento antes de encerrar a aula.

O crepúsculo tingia o céu de tons de laranja e púrpura enquanto Kreese, Carrie e Stuart permaneciam no dojô vazio, cada um perdido em seus próprios pensamentos. O silêncio era pontuado apenas pelo som suave dos passos de Robby ao se trocar.

— Espero que isso tenha sido o suficiente para ver o benefício que traremos. — disse Carrie, sua voz carregada de sarcasmo, mas com um brilho de desafio nos olhos. Ela cruzou os braços, uma postura que falava tanto de sua defesa quanto de sua determinação.

Kreese, com a sabedoria de anos de ensino, respondeu com uma calma que contrastava com a energia vibrante de Carrie. — De fato, vocês são bons o suficiente para o triunfo, mas temos que melhorar algumas coisas. — ele disse, ignorando deliberadamente o revirar de olhos de Carrie, uma expressão que ela não conseguia esconder.

Stuart interveio, sua voz firme e confiante. — Estaremos aqui no próximo treino, sensei. Se pode apontar nossas falhas, deve ser capaz de melhorar elas. — ele argumentou, mostrando que, apesar de jovem, tinha a maturidade para aceitar críticas e a vontade de superar suas limitações.

Kreese assentiu, satisfeito com a resposta de Stuart, e com um simples — Então, até amanhã. —, ele encerrou a conversa, deixando os irmãos para refletirem sobre suas palavras enquanto se afastava.

Os irmãos trocaram um olhar cúmplice quando Robby passou por eles, um breve aceno de cabeça foi trocado entre os irmãos e o jovem lutador, uma comunicação silenciosa de camaradagem e respeito mútuo. Lá fora, a familiaridade do gesto de dar as mãos trouxe um conforto silencioso entre eles.

— Tia Carmen vai surtar. — murmurou Carrie, quebrando o silêncio que se formara entre eles, sua voz baixa, mas carregada de preocupação.

Stuart suspirou, um som que carregava mais do que apenas cansaço. — Eu sei. O leite de casa acabou. — ele disse, sua mente já antecipando a reação de Tia Carmen.

Carrie assentiu, compartilhando a mesma previsão. — Ela vai tentar nos tirar do dojo. — ela disse, a determinação em sua voz deixando claro que não se renderia facilmente.

Stuart riu, um som que parecia dissipar a tensão do momento. — Eu sei disso. Também sei que não vamos sair. Os ovos também acabaram. — ele brincou, tentando aliviar o peso da conversa.

Carrie olhou para ele, incrédula, mas não pôde evitar uma risada. — Está mesmo preocupado com a geladeira em vez de se preocupar com a Tia Carmen? — ela perguntou, seu sorriso iluminando o rosto.

— Eu estou com fome. — Stuart respondeu, colocando a mão livre sobre a barriga, dramatizando sua fome de uma maneira que fez Carrie rir novamente.

— Então você fala com ela e eu compro as coisas. — sugeriu Carrie, pronta para dividir as responsabilidades.

— Tudo bem, justo. — concordou Stuart. — Nos encontramos em casa. — ele se despediu, seguindo seu caminho, enquanto Carrie se virava e caminhava em direção ao mercado, pronta para enfrentar a próxima tarefa do dia.

A luz do entardecer banhava as ruas enquanto Carrie caminhava em direção ao mercado, a brisa suave trazendo um alívio bem-vindo após a intensidade da luta. Ela repassava mentalmente a lista de compras: leite, ovos, e talvez algo a mais para aplacar o apetite voraz de Stuart. Ela sorriu, pensando na preocupação dele com a geladeira vazia, uma preocupação tão mundana que contrastava fortemente com a seriedade do dojo.

Chegando ao mercado, Carrie moveu-se com eficiência entre as prateleiras, pegando os itens necessários. Ela não demorou, consciente do tempo e da conversa pendente com Tia Carmen. Ao sair, sua bolsa cheia, ela esbarrou em alguém.
Ela olhou para o chão, observando como uma lata de refrigerante rolou até seus tênis brancos.

— Desculpa, eu não te vi... — começou o menino, mas parou ao reconhecer o rosto diante dele.

Anthony LaRusso a observava com um olhar curioso. Ele tinha ouvido falar dela, claro, e a reconheceu imediatamente como uma Diaz. Havia algo nela, uma mistura de força e graça, que o fez hesitar antes de falar.

— Não tem problema, eu que estava distraída. — disse Carrie, recuperando-se. — Bom, até mais. — se despediu antes de retomar o caminho até sua casa.

— Você é a Carrie, certo? Miguel falava muito de você. — Anthony reconheceu em quanto apressava o passo para ficar ao lado da menina. Carrie assentiu, surpresa por ser reconhecida.

— Sim, sou eu. E você é...? — ela perguntou.

— Anthony LaRusso. — ele respondeu com um sorriso fechado.

— Ah sim, o irmão da Sam. — ela reconheceu recebendo um aceno positivo em resposta. — Você está bem diferente.

Houve um momento de silêncio antes de Anthony oferecer um sorriso tímido.

— Posso te acompanhar até em casa? — perguntou ele. — Se não for incômodo, claro.

Carrie considerou por um instante e então concordou com um aceno. Juntos, eles caminharam pelas ruas que lentamente se enchiam de sombras, a conversa fluindo com uma facilidade surpreendente.

— Então, você gosta de música? — perguntou Anthony, tentando encontrar um terreno comum.

— Claro, quem não gosta? — respondeu Carrie, curiosa sobre onde aquela conversa os levaria.

— Você já ouviu Taylor Swift? — indagou ele, esperando compartilhar seu entusiasmo.

Carrie riu, balançando a cabeça.
— Não, nunca parei para escutar. Por quê? Ela é boa? — a menina perguntou curiosamente.

Anthony parou, olhando para ela com uma expressão de incredulidade.

— Como assim você nunca ouviu Taylor Swift? Ela é incrível! Você não sabe o que está perdendo. — Ele divagou e Carrie deu de ombros, um sorriso divertido nos lábios.

— E você, já viu Pânico? — ela retrucou, desafiando-o.

— O filme de terror? Não, nunca vi. — admitiu Anthony, um pouco envergonhado.

— Então, estamos quites. — concluiu Carrie, satisfeita com a troca.

Eles continuaram a conversar, discutindo suas preferências culturais e descobrindo mais sobre um ao outro. Anthony, apesar de não verbalizar, achava Carrie bonita, e havia algo em sua presença que o fazia querer conhecê-la melhor.

Ao chegarem à casa de Carrie, Anthony hesitou antes de se despedir.

— Foi bom te conhecer melhor, Carrie. — disse ele, sinceramente.

— Igualmente, Anthony. — ela respondeu, com um sorriso genuíno. — Talvez você possa me mostrar algumas músicas da Taylor Swift algum dia, e eu te faço assistir Pânico.

— É, seria muito legal. — O menino concordou com um sorriso. — Seu primeiro dia de aula é amanhã, né? — Perguntou, não ligando para o fato de já estarem no destino dela.

— Sim, e o seu também. — ela teve certa já que eram da mesma escola.

— Exatamente. — ele concordou antes de hesitar um pouco em falar — Você poderia me dar seu número? Aí eu te adiciono no grupo da sala. — Ele arrumou uma desculpa, e a menina observou como a hesitação de Anthony era adorável, e Carrie não pôde evitar um sorriso ao anotar seu número no celular dele.

— Tudo bem. — ela riu um pouco pela gagueira do menino, mas logo anotou seu numero no celular dele. — Obrigada por me acompanhar, Anthony.

— Não foi nada. — ele sorriu.

— Não foi nada? Sua casa e bem longe daqui. Não vai se perder? — Ela franziu a testa, preocupada

— Não vou não, venho bastante na pista de skate da rua de trás. — ele explica e ela assente

— Isso pode ser meio chato, mas me manda mensagem avisando que chegou? — ela pediu incerta

— Ah, claro! Mas não vou me perder. — ele garantiu

— Não é só sobre você se perder. Pode ser assaltado ou algo do tipo. Quero saber que está bem. — ela explicou e ele a encarou surpreso

— Ja está preocupada comigo? — ele franziu a testa, confuso com isso.

— Óbvio. É meu amigo agora, certo? — ela se encostou na porta

— Sim! Somos amigos agora. — ele sorriu bobo — já vou indo, te aviso quando chegar. — ele se afastou de costas

— Obrigada. — ela sorriu e viu ele acenando antes de virar e começar a ir embora.
Ela esperou ele virar a esquina antes de entrar no apartamento, se preparando mentalmente para a conversa com Carmen.
𝘜𝘮𝘢 𝘨𝘳𝘢𝘯𝘥𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘷𝘦𝘳𝘴𝘢.


Reescrevendo pela décima vez em 2 anos, quem amou?

Para quem não pegou as versões antigas, eu lhes apresento Carrie Ferrari 5.0!

Eu estava seriamente pensando em deletar essa aqui, mas acho que vale a pena tentar continuá-la.
Detalhei até o talo pois estava um capítulo MUITO curto. Juro que não faço isso nos outros.

Foi isso! Tchau.

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