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Os dias seguintes ao encontro casual de Ivy e Mason no corredor da escola foram uma mistura de nervosismo e expectativa para ela. Desde o primeiro momento em que Mason sugeriu a ideia de saírem juntos, Ivy sentia-se dividida entre a excitação de ter uma pausa na rotina e o receio das cobranças que sempre pairavam sobre ela. Mesmo sem ver Mason por alguns dias, seu convite parecia ecoar na cabeça dela, a ideia de um "passeio" ganhando mais significado do que ela esperava.

Finalmente, na sexta-feira, Mason a abordou novamente na saída da aula, com o mesmo sorriso amigável e despreocupado de sempre.

- Ivy! Que tal hoje? - Ele perguntou casualmente, mas havia uma expectativa leve em sua voz. - Pensei em darmos aquele passeio que comentei, o que acha?

Ela hesitou por um momento, mas acabou assentindo, forçando-se a relaxar. Havia algo na presença dele que a fazia sentir um pouco mais leve, como se, por um instante, ela pudesse deixar de lado as preocupações.

Eles caminharam em direção a uma pequena praça que ficava a alguns quarteirões da escola, uma área que Mason costumava visitar nos dias em que precisava de inspiração para os ensaios. As árvores altas e os bancos de madeira criavam um cenário tranquilo, quase isolado do barulho urbano. Ivy se surpreendeu com o quanto era agradável estar ali, fora dos ambientes em que costumava estar.

- Esse é um dos meus lugares favoritos - comentou Mason, olhando ao redor. - Gosto de vir aqui antes das audições... me ajuda a relaxar, sabe?

Ela assentiu, imaginando como seria ter um espaço de refúgio assim, onde pudesse respirar e se sentir em paz. Depois de alguns minutos caminhando, Mason sugeriu uma lanchonete perto da praça, um lugar simples e aconchegante, onde ele gostava de ir com a irmã, Brooke.

Ao entrarem, Ivy observou o ambiente acolhedor, decorado com fotos antigas e objetos vintage, criando uma atmosfera leve. O aroma de café fresco e doces assados se espalhava pelo ar, e Ivy sentiu um misto de curiosidade e receio. Era raro ela sair para lugares assim, onde a comida fazia parte do cenário.

Eles se sentaram perto da janela, e Mason, ao pegar o menu, notou a expressão cuidadosa dela.

- Que tal algo leve? A gente pode pedir um lanche e conversar um pouco - ele sugeriu, sem pressão.

Ivy hesitou, mas acabou concordando com um sorriso discreto. Mason pediu uma xícara de chá para ela e um café para si, e eles dividiram um prato de torradas com geleia. Ivy relaxou ao perceber que ele não insistia nem fazia perguntas demais, apenas aproveitava a companhia.

- Então, você sempre gostou de balé? - ele perguntou casualmente, rompendo o silêncio.

- Sim - respondeu Ivy, olhando para a xícara em suas mãos. - Eu comecei quando era bem pequena... acho que, pra mim, o balé sempre foi uma maneira de me expressar, sabe?

- Isso é legal. Eu também sempre gostei de atuar, mas é engraçado, né? Quando você ama algo, às vezes parece que fica cada vez mais sério. Eu só queria me divertir no começo. - Ele deu um sorriso meio envergonhado.

Ela assentiu, concordando. A sensação era familiar para ela, embora no balé o peso das exigências fosse intenso e contínuo. De certa forma, ela invejava a leveza que Mason demonstrava ao falar de sua paixão.

- Deve ser incrível subir no palco - ela comentou, curiosa. - Não tenho coragem para isso. Com o balé, é diferente... eu quase me escondo nos movimentos.

Mason riu suavemente, apreciando a conversa. Era raro encontrar alguém que entendesse o quanto as artes podiam ser complexas e, ao mesmo tempo, gratificantes.

- Pode ser um pouco intimidante, sim - admitiu ele. - Mas é a sensação depois que vale a pena. Quando termina, sinto como se tivesse me libertado de algo. É engraçado, mas às vezes acho que, sem atuar, eu estaria perdido. - Ele riu, dando de ombros.

Eles continuaram conversando sobre seus sonhos e desafios, explorando a forma como cada um lidava com a pressão de suas próprias rotinas. Ivy se surpreendeu ao perceber que, apesar das diferenças, eles tinham muito em comum. Mason conseguia trazer uma leveza à conversa que fazia com que, por um momento, ela esquecesse das cobranças e dos julgamentos.

Em algum momento, Mason a encarou com um olhar brincalhão e perguntou:

- Ok, agora é minha vez de perguntar. O que você gosta de fazer quando não está ensaiando? Algo que ninguém imaginaria.

Ivy riu, surpresa com a pergunta. Pensou por um momento, lembrando-se de como costumava gostar de assistir a filmes antigos antes que a rotina do balé a consumisse completamente.

- Filmes antigos - confessou, com um sorriso tímido. - Não sei, gosto da ideia de que são de outra época, com outra velocidade. É como escapar para um mundo diferente.

- Sério? - Mason sorriu, parecendo animado. - Adoro filmes antigos também! Minha irmã acha que sou meio esquisito por isso. Às vezes, coloco preto e branco só pra ela ficar brava. - Ele riu, e Ivy riu junto, imaginando a cena.

A conversa continuou fluindo, e Ivy se viu rindo mais do que esperava. Estava tão acostumada com a pressão e com a seriedade do balé que havia esquecido como era se divertir de maneira tão simples. Mason falava sobre os filmes de comédia que ele e Brooke assistiam em família, sobre as piadas internas que ele criava com a irmã, e Ivy se pegou sorrindo, imaginando como seria ter uma família tão descontraída e acolhedora.

- Você e sua irmã parecem próximos - comentou ela, admirada.

- Ah, sim - ele disse, com um sorriso sincero. - Claro, a gente briga também, mas acho que ela é minha melhor amiga. Ela é quem mais me apoia nos meus ensaios, sabe? Sempre me dá aqueles conselhos "brilhantes" de irmã mais velha.

Ivy sorriu, achando aquela relação algo especial. Mesmo sem falar muito de sua própria família, Mason parecia entender quando ela se calava. Talvez fosse por isso que ela se sentia tão bem na presença dele.

Quando terminaram de lanchar, o céu já começava a tingir-se com tons de rosa e laranja do pôr do sol. Ivy olhou para o horizonte, sentindo-se estranhamente leve, como se estivesse carregando um pouco menos de peso.

- Obrigada por isso, Mason - murmurou ela, enquanto caminhavam de volta para a praça.

- Por nada - respondeu ele, com aquele sorriso despreocupado. - Sabe, você devia fazer isso mais vezes. Todo mundo precisa de um tempo pra respirar.

Ela assentiu, mas em seu coração, sabia que esses momentos ainda eram raros. Mesmo assim, surpreendia-se ao perceber que ansiava por mais dias assim, ao lado dele.

Ao se despedirem, Ivy sentiu que aquele passeio era mais do que um simples passeio. Era uma nova abertura em sua vida, uma possibilidade de que talvez, aos poucos, ela pudesse aprender a equilibrar as cobranças e o desejo de encontrar pequenas alegrias.

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1138 palavras

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