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O dia finalmente chegou. Ivy abriu os olhos com a luz suave do amanhecer entrando pela janela de seu quarto. Aquele não era apenas mais um dia — era o dia. Depois de meses de tratamento e de dedicação, ela estava pronta para voltar ao palco.

Sua companhia de balé estava apresentando O Quebra-Nozes, e Ivy, com seu talento e determinação inegáveis, conquistara o papel principal: Clara. Era um papel cheio de graça e emoção, com momentos que exigiam não apenas técnica, mas também alma — algo que Ivy tinha de sobra após tudo o que havia enfrentado.

Os bastidores estavam cheios de energia. Dançarinas ajustavam seus figurinos, maquiadores corriam de um lado para outro, e o som dos passos ecoava pelos corredores. Ivy estava em frente ao espelho, com seu figurino impecável: um delicado vestido branco com detalhes dourados, decorado com bordados que brilhavam sob a luz. Seu cabelo loiro estava preso em um coque clássico, adornado por pequenas flores de cristal que davam um toque mágico à sua aparência. Seus olhos castanhos, destacados por uma maquiagem leve, transmitiam serenidade e determinação.

No enredo de O Quebra-Nozes, Clara é transportada para um reino mágico, onde vive aventuras inesquecíveis.

Enquanto ajustava os últimos detalhes, sentiu um toque leve em seu ombro. Era Mason. Ele estava na área reservada para visitantes, com permissão especial para desejar boa sorte. Vestindo uma camisa azul escura e jeans, com os cabelos cacheados em um estilo casual, ele parecia ainda mais encantador do que de costume.

“Você está pronta para brilhar?” ele perguntou, um sorriso caloroso iluminando seu rosto.

Ivy assentiu, sentindo o coração acelerar. “Estou nervosa, mas acho que sim.”

“Você vai arrasar. Eu sei disso. Estou lá fora, torcendo por você.”

Ele tocou de leve a mão dela, transmitindo confiança e calma, antes de sair para ocupar seu lugar na plateia.

...

Quando as luzes se apagaram e a música começou, Ivy sentiu a magia tomar conta. A cortina se abriu, revelando um cenário encantador: uma sala de estar decorada para o Natal, com uma árvore iluminada e presentes empilhados ao redor. O palco estava vivo com a energia dos outros dançarinos, mas foi quando Ivy entrou em cena que o público prendeu a respiração.

Ela era Clara. Cada movimento era gracioso e delicado, desde os saltos suaves até os giros perfeitamente executados. Quando a história avançou e Clara recebeu o Quebra-Nozes, Ivy conseguiu transmitir, com expressões sutis, a inocência e o encantamento da personagem.

A transição para o Reino Encantado foi um dos momentos mais emocionantes. A música de Tchaikovsky encheu o teatro, e Ivy flutuava pelo palco como se fosse parte da melodia. No segundo ato, quando Clara dançou com o Príncipe, interpretado por um dos bailarinos principais, Ivy se destacou ainda mais. Sua química com o parceiro era impecável, mas o que realmente encantava era a emoção crua que ela transmitia em cada passo.

...

Após o último acorde da música e o salto final, o público explodiu em aplausos. Ivy estava de pé no centro do palco, ofegante, mas com um sorriso que irradiava felicidade. Enquanto os aplausos continuavam, ela fez uma reverência junto aos outros dançarinos, sentindo o calor da aceitação e do reconhecimento.

...

Quando tudo terminou, Ivy voltou para o camarim, exausta, mas realizada. Estava trocando de roupa quando uma assistente entrou com um sorriso. “Tem alguém esperando por você lá fora.”

Ela saiu do camarim, ainda com os cabelos presos e a maquiagem leve, e encontrou Mason. Ele segurava um grande buquê de flores vermelhas e brancas, combinando perfeitamente com o espírito natalino do espetáculo.

“Você foi incrível”, ele disse, aproximando-se dela.

Ivy sorriu, sentindo o calor subir ao rosto. “Obrigada, Mason.”

Sem dizer mais nada, ele entregou as flores e a puxou para um abraço. Uma das mãos dele foi para a cintura dela, enquanto a outra segurava delicadamente o rosto de Ivy. Ela, surpresa, tocou a nuca dele, os dedos deslizando levemente pelos cabelos cacheados.

“Você foi maravilhosa”, ele sussurrou, sua voz suave. “Não apenas no palco, mas em tudo. Você é incrível, Ivy.”

Antes que ela pudesse responder, ele inclinou a cabeça e a beijou. Foi um beijo terno, repleto de carinho, como se ele quisesse transmitir tudo o que sentia por ela naquele momento. Ivy fechou os olhos, entregando-se àquele instante. Seus dedos tocaram os cachos dele com leveza, e a mão de Mason na cintura dela a segurava como se ele nunca quisesse soltá-la.

Quando o beijo terminou, Mason encostou a testa na dela, ambos respirando fundo.

“Você é mais forte do que imagina”, ele disse, com um sorriso suave.

Ivy sorriu de volta, sentindo-se completa pela primeira vez em muito tempo. Por mais que o espetáculo tivesse terminado, ela sabia que algo novo e mágico havia começado entre eles.

Ivy e Mason ainda estavam próximos, seus rostos iluminados por um brilho que não vinha das luzes do teatro, mas da conexão que sentiam um pelo outro. Ela deu um passo para trás, com um sorriso tímido, e ajustou o buquê de flores em seus braços, como se fosse um escudo para conter as emoções intensas daquele momento.

De repente, a voz familiar de sua mãe interrompeu a cena.

— Ivy, aqui está você! — disse a mãe, aproximando-se apressada. Ela tinha um sorriso largo, mas era evidente que estava tentando conter a emoção. — Você estava incrível, minha filha. Não há palavras para descrever o quanto estou orgulhosa de você.

Ivy engoliu em seco, surpresa pela reação da mãe. Desde o diagnóstico e os meses difíceis que seguiram, a relação entre elas havia melhorado, mas ainda havia um abismo de sentimentos não ditos. Porém, naquele momento, sua mãe parecia genuinamente tocada.

— Obrigada, mãe — Ivy respondeu, suavemente.

— E essas flores? — perguntou ela, com um olhar rápido para Mason.

— Foram do Mason — Ivy respondeu, desviando os olhos, um sorriso corando suas bochechas.

A mãe de Ivy lançou um olhar avaliativo para Mason, mas em vez de parecer desconfiada, ela relaxou. — Muito gentil da sua parte, Mason. Obrigada por cuidar da Ivy durante esses tempos difíceis.

— Eu só fiz o que qualquer amigo faria, senhora Carter — ele respondeu educadamente, mas com um brilho divertido nos olhos.

— Amigo? — Sua mãe sorriu de lado, claramente percebendo algo mais.

Antes que a conversa pudesse ficar mais constrangedora, Ivy interveio. — Mãe, Mason sugeriu que fôssemos jantar para comemorar. Está tudo bem?

Sua mãe hesitou por um momento, mas então assentiu. — Claro. Você merece. Só não cheguem muito tarde, ok?

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Pouco tempo depois, Ivy e Mason saíram juntos, caminhando pelas ruas iluminadas da cidade. A noite estava fria, mas Ivy sentia-se aquecida, não apenas pelo casaco que usava, mas pela companhia ao seu lado.

Eles escolheram um pequeno restaurante italiano com uma atmosfera acolhedora e intimista. Sentaram-se em uma mesa perto da janela, onde podiam ver as luzes natalinas piscando do lado de fora. Ivy pediu uma massa leve, ainda se acostumando a retomar uma alimentação mais balanceada, enquanto Mason escolheu uma lasanha.

A conversa fluiu naturalmente. Eles riram, relembraram momentos engraçados do parque de diversões e falaram sobre o espetáculo. Mason elogiou cada detalhe de sua performance, e Ivy, que normalmente teria se sentido desconfortável com tantos elogios, aceitou com um sorriso sincero.

— Sabe, Ivy — Mason disse enquanto mexia no guardanapo sobre a mesa. — Ver você dançar hoje foi como assistir a alguém alcançar a liberdade. Parecia que você estava exatamente onde deveria estar.

Ivy sentiu os olhos se encherem de lágrimas, mas não de tristeza. Era gratidão. — Obrigada por sempre acreditar em mim, mesmo quando eu não conseguia fazer isso por mim mesma.

Mason pegou a mão dela sobre a mesa, os dedos entrelaçando-se delicadamente. — Sempre vou acreditar em você, Ivy. Você é incrível.

Quando o jantar terminou, eles saíram do restaurante, o ar frio da noite os envolveu novamente. Mason tirou seu cachecol e colocou em torno do pescoço de Ivy, provocando um riso leve dela.

— Você vai congelar, Mason.

— Prefiro congelar a deixar você passar frio — ele respondeu, com um sorriso malicioso.

Eles caminharam lado a lado, compartilhando momentos de silêncio confortável e pequenos comentários sobre as luzes e o movimento da cidade. Ivy sentiu que, pela primeira vez em muito tempo, sua vida estava entrando em um ritmo que ela podia aceitar. Não era perfeita, mas era boa.

E, com Mason ao seu lado, parecia ainda melhor.

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1398 palavras

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