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∯﹒🎥 ⁺ ﹒ ◍ ﹒ 𝑰 𝑪𝑨𝑵 𝑺𝑬𝑬 𝒀𝑶𝑼 ﹒ ﹒ ♪
⠀۪ 💜 ♡ ۫ ´ “rio vidal foi atrás de migalhas, mas saiu com o pão inteiro”
❛ postado em 07/02/2025

Meu benzinho, como você me atrai, aha, meu benzinho
(Honey, honey, how you thrill me, aha, honey, honey)
Meu benzinho, eu quase morro, aha, meu benzinho
(Honey, honey, nearly kill me, aha, honey, honey)
Eu já ouvi falar sobre você
(I'd heard about you before)
Queria saber um pouco mais
(I wanted to know some more)
E agora eu sei o que eles querem dizer, você é um garanhão
(And now I know what they mean, you're a love machine)
Oh, você me deixa tonta
(Oh, you make me dizzy)

honey, honeyabba

. ݁ ٬٬ 𝐌𝐄𝐓𝐀 ִ ֗ ៵ʾ ▎42 votos
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O APARTAMENTO DE RIO VIDAL ESTAVA UM CAOS — mas, dessa vez, não por desorganização habitual. Pilhas de anotações, recortes de revistas, páginas impressas e até alguns post-its estavam espalhados pela mesa da sala, cobrindo quase toda a superfície. No centro de tudo, havia um quadro branco com várias informações sobre ela — Agatha Harkness.

Rio estava sentada no sofá, segurando uma caneta de quadro branco entre os dentes enquanto folheava um dossiê montado por Lilia. Seus olhos percorriam as linhas rapidamente, absorvendo cada detalhe com intensidade.

─── Certo, vamos lá... ─── murmurou para si mesma, puxando um marcador vermelho e circulando algumas palavras no quadro. ─── Harvard. Direito. Políticas Públicas. Yale. Professora de Direito Constitucional...

Ela fez uma pausa, mordendo a ponta da caneta, e olhou para uma seção do quadro rotulada como "Vida Pessoal".

─── Casou-se, divorciou-se, teve um filho... ─── ela leu em voz alta, inclinando a cabeça. ─── Ok, mas por que ela se divorciou? Isso ainda não está claro. Como eu posso saber como evitar se eu não sei o que ela fez?

Antes que pudesse se aprofundar mais, o som da porta do apartamento se abrindo interrompeu sua linha de raciocínio.

─── Rio! ─── a voz animada de Wanda Maximoff ecoou pelo ambiente.

Rio arregalou os olhos e, em um reflexo rápido, tentou esconder algumas das anotações como se estivesse lidando com informações confidenciais do governo.

─── Wanda?! O que você tá fazendo aqui? ─── Rio perguntou, tentando soar casual enquanto se colocava na frente do quadro branco.

Wanda entrou no apartamento, segurando uma garrafa de vinho e um saco de salgadinhos, claramente preparada para uma noite de diversão. Mas, ao perceber o caos espalhado pela sala, ela parou no meio do caminho, estreitando os olhos para Rio.

─── O que diabos está acontecendo aqui? ─── Wanda perguntou, olhando para as dezenas de anotações com suspeita.

Rio soltou uma risada nervosa e se encostou no quadro como se nada estivesse errado.

─── Ah, nada demais... só um pequeno projeto pessoal.

Wanda arqueou uma sobrancelha e desviou de Rio, observando o quadro mais de perto.

─── "Harvard, Yale, Políticas Públicas, ex-esposa burra" ─── Wanda leu em voz alta, apontando para um dos post-its rabiscados. ─── Rio... isso é um quadro de obsessão.

─── Não é obsessão! ─── Rio protestou, jogando as mãos para cima. ─── É preparação estratégica!

Wanda cruzou os braços e a encarou com um olhar julgador.

─── Isso aqui parece aquele episódio de Law & order: Special Victims Unit onde a Olivia Benson surta por algum motivo que não lembro.

Rio revirou os olhos.

─── Primeiro, obrigada pela referência cultural. Segundo, isso é totalmente diferente. Eu tenho um encontro com Agatha Harkness amanhã!

Wanda piscou lentamente antes de explodir em risadas.

─── Você tá brincando comigo. Um encontro!?

─── Não estou! ─── Rio respondeu, empolgada. ─── Okay, não é um encontro… eu tenho uma reunião extraoficial com ela hoje às seis.

Wanda balançou a cabeça, ainda rindo.

─── Oh, isso vai ser um desastre espetacular.

Rio colocou as mãos nos quadris, fingindo indignação.

─── Por que você sempre assume que eu vou falhar?

─── Porque eu te conheço ─── Wanda respondeu, dando uma mordida no salgadinho. ─── Você já deve ter planejado mil formas de flertar com ela, mas esqueceu que essa mulher é, tipo, um rolo compressor de controle e disciplina.

Rio suspirou dramaticamente e jogou-se no sofá.

─── Eu sei disso. Por isso estou estudando. Se eu for apenas a apresentadora estranha e caótica, ela vai me descartar imediatamente. Eu preciso entrar na mente dela.

Wanda olhou novamente para o quadro e pegou um dos post-its.

─── Você escreveu "Possíveis tópicos para impressioná-la" e um deles é "Mencionar transparência governamental de maneira sexy".

Rio riu e encolheu os ombros.

─── Eu sou criativa!

Wanda revirou os olhos e se jogou no sofá ao lado de Rio.

─── Escuta, eu te apoio em tudo, mas você precisa relaxar. Se você entrar nessa reunião agindo como uma stalker apaixonada, Agatha vai te enxergar como um risco à segurança nacional.

Rio suspirou e largou a caneta no chão.

─── Tá. Ok. Você tem razão.

─── Ótimo ─── Wanda disse, pegando a garrafa de vinho. ─── Agora, você vai beber uma taça comigo e, depois, eu vou te ajudar a não parecer uma maníaca na sua não-reunião romântica com a Agatha.

Rio riu, pegando uma taça.

─── Fechado.

Depois de um ou dois goles de vinho — e algumas tentativas fracassadas de convencer Wanda de que seu plano era genial —, Rio decidiu que precisava testar seus conhecimentos.

Ela pegou um bloquinho de anotações e uma caneta, sentando-se de pernas cruzadas no sofá.

─── Certo, Maximoff. Vamos fazer um jogo. Você me faz perguntas sobre Agatha e eu respondo.

Wanda, que estava recostada no sofá com a taça de vinho na mão, arqueou uma sobrancelha.

─── Isso vai ser divertido.

Ela pegou um dos papéis da mesa de Rio e folheou rapidamente antes de lançar a primeira pergunta.

─── Ok. Em que ano Agatha Harkness se formou em Harvard?

Rio sorriu, confiante.

─── Fácil. Dois mil e... ─── ela hesitou, franzindo a testa. ─── Dois mil e seis?

Wanda fez uma careta.

─── Dois mil e dois.

─── Ah, pelo amor de Deus! Isso foi quase certo! ─── Rio reclamou, jogando as mãos para o alto.

─── "Quase" não conta quando você está tentando impressionar uma mulher que provavelmente memoriza cada artigo da Constituição antes de dormir ─── Wanda retrucou.

Ela folheou os papéis novamente e lançou outra pergunta.

─── Qual foi o primeiro cargo público que ela ocupou?

Rio apertou os olhos, tentando forçar seu cérebro a lembrar.

─── Deputada estadual?

Wanda soltou uma gargalhada.

─── Pelo amor de Deus, Rio! Senadora!

Rio bufou e se jogou contra o encosto do sofá.
─── Isso não é justo. Eu sou uma mulher de instinto! Eu trabalho com carisma e charme, não com datas e títulos.

─── Bom, seu "carisma e charme" vão te fazer parecer uma idiota se você não souber o básico ─── Wanda zombou, tomando mais um gole de vinho.

Rio cobriu o rosto com as mãos, murmurando algo incompreensível.

─── Ok, chega de humilhação. Eu sou horrível com fatos frios.

Wanda pensou por um momento, depois sorriu de forma travessa.

─── Tudo bem, então vamos apelar para métodos alternativos.

Rio levantou uma sobrancelha, desconfiada.

─── Métodos alternativos?

Wanda se levantou, indo até a cozinha e começando a revirar os armários.

─── Se estudar não tá funcionando, você precisa de um empurrãozinho do universo.

─── Wanda, você não tá sugerindo o que eu acho que tá sugerindo...

Wanda virou-se, segurando um pote de canela e um copo de vidro.

─── Simpatia, querida!

Rio arregalou os olhos.

─── Isso é ridículo.

─── Bom, sua estratégia de "eu sou bonita, então ela vai gostar de mim" também é ─── Wanda retrucou.

Rio suspirou, mas sua curiosidade venceu.

─── Tá. O que eu tenho que fazer?

Wanda sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

─── Primeiro, escreve o nome dela num papel.

Rio pegou um post-it e escreveu cuidadosamente Agatha Harkness com sua melhor caligrafia.

─── Agora, dobra três vezes e coloca dentro do copo.

Rio obedeceu, jogando um olhar desconfiado para Wanda.

─── Agora, joga um pouquinho de canela dentro e mentaliza o que você quer.

Rio franziu o cenho.

─── Mentalizar?

─── Sim, imagina a Agatha te olhando como se você fosse a melhor coisa que já aconteceu na vida dela.

Rio sorriu.

─── Isso eu posso fazer.

Ela fechou os olhos e respirou fundo, imaginando Agatha olhando para ela com aquele olhar penetrante, talvez um sorriso misterioso nos lábios... quem sabe até algo mais.

Wanda bateu palmas.

─── Agora, vira o copo de cabeça pra baixo e deixa assim até a hora da sua reunião.

Rio fez o que Wanda mandou e depois cruzou os braços, olhando para o copo.

─── E agora?

Wanda deu de ombros.

─── Agora, você reza pro universo e torce para não passar vergonha amanhã.

Rio riu, mas algo dentro dela dizia que talvez – só talvez – um pouco de magia não faria mal algum.

(...)

O CARRO CORTAVA AS RUAS DE MANHATTAN COM EFICIÊNCIA ENQUANTO RIO VIDAL, sentada no banco de trás, se mexia inquieta, tentando se acomodar na sua roupa impecável.

Ela estava vestindo um conjunto Chanel azul-marinho de corte impecável, elegante o suficiente para parecer profissional, mas moderno o bastante para não parecer que estava tentando imitar a formalidade de Agatha Harkness. O tecido abraçava suas curvas com perfeição, e os saltos Louboutin que usava apenas reforçavam a confiança que, supostamente, deveria estar sentindo.

Mas, naquele momento, confiança era a última coisa que ela tinha.

─── Você pode parar de se mexer? ─── Hela Odinsdottir, sua motorista e segurança, resmungou do volante, os olhos fixos no trânsito. ─── Parece que você está tentando sair do próprio corpo.

Rio bufou, cruzando os braços e se encostando no banco.

─── Eu não consigo ficar parada. Estou indo encontrar Agatha Harkness para uma conversa privada, Hela. Isso é grande.

Hela revirou os olhos e fez uma curva fechada sem sequer piscar.

─── Você já entrevistou pessoas poderosas antes. Por que essa é diferente?

Rio abriu a boca para responder, mas depois hesitou. Ela sabia a resposta, mas dizer em voz alta parecia um pouco demais.

─── Porque... bom, porque ela é diferente ─── Rio admitiu, finalmente. ─── Não é só uma entrevista. É uma oportunidade.

Hela arqueou uma sobrancelha pelo retrovisor.

─── Uma oportunidade de entrevista ou uma oportunidade de sedução?

Rio lançou-lhe um olhar indignado.

─── Por que todo mundo sempre assume que eu tenho segundas intenções?

Hela ficou em silêncio por exatamente dois segundos antes de responder:

─── Porque você sempre tem segundas intenções.

Rio suspirou dramaticamente e olhou para a cidade passando pela janela.

─── Tá bom, talvez eu tenha um pequeno interesse extra na deputada Harkness. Mas quem não teria? Você já viu aquela mulher? Ela é um monumento nacional.

─── Eu prefiro armas a mulheres políticas ─── Hela respondeu casualmente.

─── Bom para você. Eu, por outro lado, tenho uma fraqueza enorme por mulheres que parecem que poderiam me arruinar financeira e emocionalmente.

Hela riu baixinho.

─── Finalmente, algo que você admite.

Rio bufou e checou o relógio em seu pulso. Estava a poucos minutos do encontro, e o nervosismo começava a se transformar em pura adrenalina.

Ela fechou os olhos por um momento, tentando se concentrar. Respirou fundo e relembrou o quadro branco cheio de informações que estudara com Wanda na noite anterior. Harvard, Yale, políticas públicas, divórcio...

Ela sabia o suficiente. Agora só precisava fazer isso funcionar.

O carro finalmente parou em frente ao hotel onde a reunião aconteceria – onde o comitê pessoal de Agatha estava trabalhando. Hela olhou para Rio pelo retrovisor.

─── Última chance de fugir.

Rio ajeitou os cabelos platinados e pegou sua clutch, dando um sorriso confiante – ou pelo menos tentando.

─── Fugir nunca foi uma opção.

Assim que Rio saiu do carro, o vento frio de Manhattan bagunçou levemente seus cabelos platinados. Ela puxou o blazer do conjunto Chanel para ajustá-lo ao corpo, mantendo a postura impecável enquanto Hela caminhava ao seu lado, observando o entorno com a atenção de sempre.

O saguão do hotel onde o comitê de Agatha estava instalado era movimentado, mas não caótico. Era um espaço refinado, onde cada funcionário parecia saber exatamente onde deveria estar e o que deveria fazer. O luxo era discreto, mas evidente — um reflexo perfeito da mulher que liderava tudo aquilo.

Rio caminhava com passos firmes, mas seu coração estava acelerado. Hela, ao seu lado, permaneceu estoica até que chegaram ao elevador privativo.

─── Daqui você se vira ─── Hela disse, encostando-se casualmente na parede próxima, como se estivesse pronta para entrar em ação a qualquer momento.

Antes que Rio pudesse responder, uma voz conhecida a interrompeu.

─── E não é que você realmente veio?

Rio virou-se e encontrou Natasha Romanoff parada ao lado do elevador, segurando um tablet e com um leve sorriso no rosto. Diferente da postura sempre imponente de Agatha, Natasha tinha um ar descontraído – mas seus olhos demonstravam que ela estava sempre calculando tudo.

─── Achei que talvez você desistisse no último minuto ─── Natasha continuou, analisando Rio de cima a baixo.

─── Desistir não faz parte do meu vocabulário ─── Rio respondeu, erguendo uma sobrancelha.

Natasha riu baixinho e balançou a cabeça.

─── Bom, pelo menos isso explica por que Agatha concordou com esse encontro.

Rio sorriu de canto, sentindo um leve orgulho ao ouvir aquilo.

─── Eu tenho esse efeito nas pessoas.

─── Veremos ─── Natasha disse, girando nos calcanhares e fazendo um gesto para que Rio a seguisse.

O elevador privativo abriu-se e elas entraram juntas. A viagem até o último andar foi silenciosa, mas Rio percebeu que Natasha a observava pelo reflexo do painel espelhado.

─── Você parece nervosa ─── Natasha comentou casualmente.

Rio virou a cabeça para encará-la, sem perder o sorriso confiante.

─── Eu pareço ansiosa ─── corrigiu. ─── Há uma diferença.

Natasha inclinou a cabeça, avaliando-a.

─── Se você diz.

As portas do elevador se abriram diretamente na suíte presidencial, um espaço amplo e sofisticado que servia como o centro de operações mais privado de Agatha Harkness. Uma equipe menor trabalhava ali, conversando em tons baixos enquanto digitavam em laptops ou analisavam documentos.

Natasha fez um sinal breve para um dos assistentes, que simplesmente assentiu antes de abrir uma porta ao fundo do ambiente.

─── Ela está esperando ─── Natasha disse, lançando um último olhar para Rio.

─── Alguma dica? ─── Rio perguntou, casualmente, enquanto ajeitava a lapela do blazer.

Natasha sorriu, mas seus olhos brilhavam com algo que Rio não soube decifrar.

─── Só tente não... exagerar.

Rio estreitou os olhos.

─── Isso parece um ataque pessoal.

─── Porque é ─── Natasha respondeu, rindo levemente antes de indicar a porta aberta com um gesto de cabeça.

Rio respirou fundo e, sem hesitar mais, atravessou a porta.

Do outro lado, o escritório era um reflexo perfeito de Agatha: minimalista, sofisticado e imponente. Uma grande janela oferecia uma vista panorâmica da cidade, e no centro, atrás de uma mesa de madeira escura organizada de maneira quase obsessiva, estava ela.

Agatha Harkness levantou o olhar do documento que lia, seus olhos encontrando os de Rio com aquele mesmo ar analítico da coletiva de imprensa.

─── Senhorita Vidal ─── Agatha disse, sua voz calma e controlada. ─── Que bom que pôde vir.

Rio sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas manteve o sorriso e deu alguns passos à frente.

─── Claro, deputada. Como eu poderia recusar um convite seu?

Agatha inclinou levemente a cabeça, e algo em seu olhar fez Rio sentir que estava prestes a jogar um jogo muito mais perigoso do que imaginava.

E ela mal podia esperar para ver até onde poderia ir.

(...)

RIO VIDAL NUNCA FICAVA NERVOSA. Ou, pelo menos, era isso que gostava de acreditar. Mas, sentada diante de Agatha Harkness, em um escritório tão impecável quanto a mulher à sua frente, ela sentia algo que não conseguia controlar — um nervosismo insistente que ameaçava desestabilizá-la.

Agatha estava sentada com a postura ereta, mãos elegantemente cruzadas sobre a mesa, e olhos fixos nela com um interesse que parecia clínico demais para ser casual. Havia algo na maneira como Agatha a observava — como se estivesse avaliando cada detalhe de sua presença, cada respiração, cada palavra antes mesmo de ser dita.

─── Espero que tenha sido bem recebida ─── Agatha disse, sua voz suave, mas carregada daquela autoridade natural que fazia Rio querer escutá-la falar por horas.

─── Muito bem recebida ─── Rio respondeu, cruzando as pernas com um cuidado calculado. Ela não queria parecer desleixada, mas também não queria parecer tensa. Encontrar o equilíbrio era essencial.

Agatha inclinou levemente a cabeça, os lábios curvando-se em um sorriso quase imperceptível.

─── Então ─── ela disse, apoiando um cotovelo no braço da cadeira e passando um dedo pelo próprio queixo de forma pensativa. ─── O que exatamente quer de mim, senhorita Vidal?

O jeito que Agatha formulou a pergunta fez um arrepio percorrer a espinha de Rio.

De você? Oh, tantas coisas.

Mas, em vez de dizer isso — porque ela gostava de viver e não queria ser jogada de um prédio por Natasha Romanoff —, Rio manteve a compostura e forçou um sorriso profissional.

─── Apenas uma conversa ─── ela respondeu, escolhendo cuidadosamente suas palavras. ─── Uma chance de conhecer um pouco mais sobre a mulher por trás da candidata.

Agatha arqueou uma sobrancelha, e Rio sentiu um calor subir por seu pescoço.

─── Interessante escolha de palavras ─── Agatha comentou. ─── Então, você quer algo mais pessoal?

Rio abriu a boca, mas hesitou. Era uma armadilha? Agatha estava testando-a? Ou será que ela estava... flertando?

O pensamento fez seu coração bater um pouco mais rápido.

─── Eu acho que as pessoas se conectam melhor com líderes que parecem... humanas ─── Rio disse, recuperando-se. ─── E, para isso, é necessário ir além dos discursos prontos.

Agatha sorriu de canto, como se tivesse previsto exatamente essa resposta.

─── E você acredita que pode fazer isso?

Rio se inclinou levemente para frente, sentindo a confiança voltando.

─── Eu sei que posso.

Houve um momento de silêncio carregado entre elas. O olhar de Agatha era intenso, afiado — e, pela primeira vez, Rio sentiu que talvez ela estivesse sendo analisada tanto quanto estava analisando Agatha.

─── Muito bem ─── Agatha disse, quebrando o silêncio. ─── Então me diga, senhorita Vidal... por onde quer começar?

Rio engoliu em seco.

Ela já esperava que Agatha Harkness fosse imponente, que tivesse aquele ar de poder e controle que a fazia parecer inalcançável. Mas o que ela não esperava era a leveza na postura da deputada, o jeito que ela parecia confortável demais naquela cadeira de couro, a forma como inclinava a cabeça levemente quando Rio falava, como se estivesse interessada.

E, acima de tudo, ela definitivamente não esperava aquele tom de voz...

Era algo sutil. Uma mudança quase imperceptível. Agatha não estava exatamente flertando, mas sua voz tinha um tom mais baixo, mais suave. Como se estivesse permitindo que aquela conversa fosse algo... íntimo.

Rio tentou disfarçar o impacto que isso estava tendo nela.

─── Certo ─── Rio começou, pegando seu caderno de anotações como se aquilo pudesse protegê-la. ─── Eu queria falar sobre a sua trajetória pessoal antes da política. Você sempre soube que seguiria esse caminho?

Agatha sorriu de canto, inclinando-se ligeiramente para frente, apoiando os cotovelos sobre a mesa.

─── Eu diria que sempre houve uma expectativa ─── ela respondeu, pausadamente. ─── Mas nunca foi uma certeza absoluta. Eu poderia ter seguido outros caminhos.

Rio piscou algumas vezes, tentando se concentrar na resposta e não na maneira como Agatha deslizou uma das mãos sobre a mesa, os dedos traçando um círculo quase distraído sobre a madeira polida.

─── Outros caminhos? ─── Rio repetiu, tentando soar neutra.

─── Direito foi um deles, claro ─── Agatha continuou, mantendo o contato visual de uma forma que fazia Rio sentir que estava sendo lida como um livro aberto. ─── Eu gostava da ideia de ensinar, de provocar pensamento crítico. Mas, no fim, política sempre foi um chamado difícil de ignorar.

Rio assentiu, rabiscando qualquer coisa no caderno apenas para manter as mãos ocupadas.

─── E você sentiu que teve que abrir mão de algo para isso?

Agatha sorriu um pouco mais, como se estivesse gostando da pergunta.

─── Sempre há sacrifícios.

Ela se inclinou levemente para trás, passando a mão pelos próprios cabelos de maneira quase displicente.

─── Quando você decide se tornar uma figura pública, sua vida pessoal inevitavelmente se torna parte do jogo.

Rio assentiu, sentindo a garganta seca.

─── Deve ser difícil manter uma parte sua só para si.

Agatha ergueu uma sobrancelha, e Rio imediatamente percebeu o quão ambígua sua frase soou.

─── É um desafio, como a senhorita deve saber. ─── Agatha concordou, a voz um pouco mais baixa. ─── Mas algumas coisas... eu gosto de manter em particular.

Rio piscou.

Isso é flerte? Isso é flerte!?

O ar no escritório parecia ter mudado. Talvez fosse a maneira como Agatha inclinou a cabeça, os olhos ainda fixos em Rio como se estivesse avaliando cada microexpressão sua. Ou talvez fosse porque, em algum momento da conversa, a dinâmica mudou, e Rio sentia que estava prestes a ser completamente devorada.

Agatha sorriu levemente, apoiando o cotovelo na mesa e levando uma das mãos ao queixo, os dedos tocando os lábios de forma quase distraída.

─── Senhorita Vidal ─── ela começou, sua voz ainda carregada de controle absoluto. ─── Você realmente achou que eu não perceberia?

Rio congelou.

─── O quê?

Agatha inclinou-se para frente, e, mesmo sem tocá-la, Rio sentiu que o espaço entre elas diminuiu drasticamente.

─── Meu filho não se perde ─── Agatha continuou, sua voz baixa e suave. ─── Ele pode se distrair, mas não se perderia. Ele sabe melhor.

Rio sentiu o coração martelando no peito.

Merda. Ela sabe.

─── Eu... ─── Rio começou, mas sua voz falhou. Pela primeira vez em muito tempo, ela não sabia o que dizer.

Agatha sorriu mais amplamente agora, e foi então que Rio percebeu: ela não estava irritada. Ela estava se divertindo.

─── Você achou que eu não notaria? ─── Agatha perguntou, sua voz quase indulgente.

Rio sentiu o rosto esquentar.

─── Eu só... queria uma chance de falar com você.

─── E não achou que simplesmente pedir funcionaria?

─── Eu imaginei que um toque dramático ajudaria ─── Rio murmurou, sem conseguir se conter.

Agatha riu — um som baixo e encantador, e Rio percebeu que estava perigosamente perto de perder qualquer senso de autocontrole.

Mas então, o sorriso de Agatha suavizou-se, e ela inclinou-se ainda mais, até seus cotovelos repousarem sobre a mesa. Seus olhos estavam escuros e inquisitivos, e Rio sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando a mulher disse, quase num sussurro:

─── Você tem noção de que eu poderia simplesmente te expulsar daqui agora mesmo?

Rio engoliu em seco, e sua mente imediatamente entrou em pânico.

─── Eu sei ─── ela respondeu rapidamente, sentindo o nervosismo tomar conta. ─── Mas, por favor... não faça isso. E-eu realmente preciso da entrevista.

Agatha ergueu uma sobrancelha, como se estivesse surpresa – ou talvez intrigada – com a súplica.

─── E por quê? Por que não te expulsar?

Rio umedeceu os lábios, sem saber como sair daquela situação sem parecer uma idiota.

─── Porque... porque eu só queria essa chance de estar aqui. Não foi por mal.

─── De estar comigo. ─── Agatha corrigiu.

Rio piscou, e sua respiração vacilou por um instante. Ela está brincando comigo. Ela sabe exatamente o que está fazendo.

─── Eu... ─── Rio tentou responder, mas Agatha já tinha decidido seu próximo movimento.

Ela levantou-se, sentando-se na mesa, em frente a Rio, e a proximidade era quase sufocante.

─── E se eu quisesse te humilhar, senhorita Vidal? ─── Agatha perguntou suavemente, e algo no tom dela fez um arrepio percorrer o corpo inteiro de Rio.

A respiração de Rio ficou presa na garganta.

Agatha estava sentada na mesa, perigosamente perto, as pernas elegantemente cruzadas e as mãos repousando sobre o tampo de madeira. A distância entre elas era mínima, e Rio sentia o calor da presença dela como uma ameaça doce e intoxicante.

O sorriso de Agatha era enigmático, uma mistura perfeita entre curiosidade e controle absoluto da situação.

─── Você gostaria? ─── Agatha repetiu, inclinando ligeiramente a cabeça, como se estivesse estudando cada pequena reação de Rio.

Rio engoliu em seco, sentindo o peso da pergunta pendendo sobre ela como uma lâmina prestes a cair.

─── Eu... ─── sua voz falhou por um segundo, e isso só pareceu entreter Agatha ainda mais.

A deputada não disse nada. Apenas esperou.

A tensão entre elas estava insuportável. Rio sentia cada batida de seu próprio coração, cada centímetro do espaço entre seus corpos, cada ínfima mudança na expressão de Agatha.

Ela sabia que deveria dizer algo inteligente. Algo perspicaz. Algo que a tirasse daquela armadilha com um mínimo de dignidade.

Mas tudo que conseguiu fazer foi respirar fundo e admitir: ─── Sim.

O sorriso de Agatha cresceu levemente.

─── É mesmo? ─── a voz dela era pura provocação, baixa e quase indulgente.

Rio sentiu um arrepio percorrer sua espinha, e a adrenalina misturada ao nervosismo fez com que sua pele formigasse.

Isso é um teste? Isso é uma armadilha? Isso é um jogo que eu posso ganhar?

Ela não sabia. Mas, por Deus, queria jogar.

Agatha inclinou-se um pouco mais, os dedos deslizando sobre a superfície da mesa até pararem a poucos centímetros da mão de Rio.

─── Diga-me, senhorita Vidal... ─── ela continuou, sua voz tão suave que Rio quase sentiu. ─── Você entrou aqui achando que poderia me manipular. Que poderia usar truques baratos para chamar minha atenção.

Rio abriu a boca para protestar, mas Agatha ergueu uma sobrancelha, silenciando-a imediatamente.

─── Mas agora... ─── Agatha sorriu, e havia algo absolutamente letal naquilo. ─── Parece que é você quem está presa aqui comigo.

Rio sentiu seu corpo inteiro esquentar. Ela queria negar. Queria dizer que ainda tinha controle. Que ainda podia virar o jogo.

Mas, naquele momento, diante de Agatha Harkness, que a olhava como se pudesse desmontá-la com um simples olhar, Rio percebeu a verdade brutal: Ela nunca teve o controle. Nunca. E, pior ainda… Ela adorava isso.

O silêncio entre elas era denso, carregado de algo que Rio não conseguia definir, mas que a fazia sentir como se estivesse pisando em uma linha tênue entre desejo e desastre.

Agatha continuava sentada sobre a mesa, observando-a com aquele olhar indecifrável – uma mistura perigosa de curiosidade e poder absoluto. Seus dedos tamborilavam levemente na madeira, como se estivesse esperando pacientemente pela resposta de Rio.

─── Então ─── Agatha disse, finalmente quebrando o silêncio, sua voz suave, mas cheia de intenção. ─── O que você quer de mim, senhorita Vidal?

Rio abriu a boca, mas hesitou. Porque essa era a pergunta, não era? Ela sabia a resposta. Sabia há muito tempo. Mas dizer aquilo em voz alta...

Agatha percebeu sua hesitação e sorriu de lado, inclinando-se um pouco mais para frente.

─── Não quero joguinhos ─── ela disse, e sua voz agora tinha um tom mais baixo, quase íntimo. ─── Quero que seja sincera.

Rio sentiu o coração martelando no peito. Suas mãos, antes firmes, agora estavam trêmulas sobre a mesa.

─── Eu... ─── Ela umedeceu os lábios, tentando encontrar as palavras certas.

Agatha esperava, implacável.

─── Eu quero... você ─── Rio finalmente admitiu, sua voz mais baixa do que pretendia, mas absolutamente verdadeira.

Os olhos de Agatha brilharam com algo perigoso, e Rio soube, naquele momento, que tinha acabado de atravessar um limite invisível.

─── É mesmo? ─── Agatha perguntou, e seu tom não era de surpresa. Era de confirmação. Como se soubesse o tempo todo e apenas quisesse que Rio tivesse a coragem de dizer.

Rio respirou fundo, reunindo qualquer resquício de controle que ainda tivesse.

─── Sim ─── ela reafirmou, mais firme agora.

Agatha inclinou a cabeça levemente, como se estivesse considerando suas palavras.

─── Isso é interessante ─── ela murmurou, seus olhos percorrendo o rosto de Rio com uma intensidade que fez cada parte do corpo dela se acender.

─── Por quê? ─── Rio perguntou, sem conseguir evitar.

Agatha sorriu, lenta e calculadamente.

─── Porque agora... ─── ela disse, aproximando-se apenas o suficiente para que Rio sentisse sua respiração contra sua pele. ─── Eu sei exatamente o que fazer com você.

Rio sentiu as pernas ficarem fracas. Ela estava perdida. Completamente. Irremediavelmente. E o pior? Ela ainda adorava isso. Rio sentia seu coração pulsar forte no peito, seu corpo inteiro em alerta, enquanto Agatha a observava com aquele olhar impiedoso, como se estivesse apenas esperando o momento certo para derrubá-la completamente.

E então, Agatha falou.

─── Debruce-se sobre a mesa.

A ordem veio firme, sem hesitação, sem espaço para questionamentos. Rio arregalou levemente os olhos, sua respiração presa na garganta.

─── O quê? ─── sua voz saiu mais baixa do que pretendia, traindo seu nervosismo.

Agatha não repetiu. Apenas inclinou levemente a cabeça, como se estivesse lhe dando uma última chance para obedecer sem resistência.

─── Faça ─── ela disse, e agora sua voz não era apenas um comando – era uma sentença.

Rio sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela deveria questionar? Negar? Dizer algo espirituoso para quebrar a tensão? Mas a verdade era que ela queria fazer isso. Queria ver até onde Agatha a levaria.

Engolindo em seco, Rio lentamente se virou, suas mãos tremendo levemente ao se apoiar na mesa de madeira bruta. Sua pele arrepiou ao sentir a superfície fria contra os braços, sua mente em um turbilhão de pensamentos. Por um momento, houve apenas silêncio.

Então, Agatha se aproximou. Rio não podia vê-la, mas podia sentir – o calor da presença dela logo atrás, a maneira como o ar ao seu redor parecia mais pesado, mais carregado.

─── Boa menina ─── Agatha murmurou, e o elogio, dito com uma calma cortante, fez Rio fechar os olhos, sua respiração trêmula.

Ela nunca esteve no controle. E agora não havia mais como negar. Ela nem queria.

Os dedos de Agatha deslizaram pelo seu pescoço antes de se fecharem em um aperto firme — não sufocante, mas o suficiente para que Rio sentisse o domínio. O suficiente para deixá-la completamente submissa àquele toque. A respiração dela vacilou.

─── Você fez tanta besteira, senhorita Vidal ─── Agatha murmurou, sua voz baixa e perigosamente controlada.

Rio apertou os olhos, sentindo o calor espalhar-se por sua boceta.

─── Esgueirando-se, manipulando situações, tentando me enganar... quando tudo o que precisava fazer era pedir como uma boa menina.

A frase, dita com aquela precisão cirúrgica que só Agatha conseguia, fez Rio estremecer contra a mesa. Agatha pressionou um pouco mais os dedos contra a base do pescoço dela, sentindo a pulsação acelerada sob sua pele.

─── Mas não. Você teve que ser teimosa. Rebelde. Queria chamar minha atenção do jeito errado.

Rio umedeceu os lábios, sua mente girando entre o nervosismo e uma necessidade que não sabia como controlar.

─── Você quer que eu te veja, senhorita Vidal? ─── Agatha perguntou, inclinando-se um pouco mais, para que sua voz roçasse o ouvido de Rio. ─── Porque agora você tem minha atenção.

Rio sentiu que sua respiração falhava completamente no momento exato que Agatha esticou seus dedos e roçou-os contra a pele macia das coxas de Vidal, bem sob o conjunto Chanel que a apresentadora usava. Harkness podia sentir os arrepios de excitação percorrendo os músculos da mais nova e isso a fez sentir um puxão no estômago.

Queria mordê-la, apertar a carne entre os dentes até parti-la. Mas não ainda, pensou. Primeiro precisava irritá-la, deixá-la quente, desesperada e molhada, para então a ensinar a lição que sabia que Vidal apreciaria.

───  Bem, eu tenho algo para te mostrar sobre o que acontece quando alguém tenta me enganar. ───  Agatha sussurrou, a mão que antes apertava o pescoço da mais nova movendo-se para os fios platinados, os puxando até ter Rio adequada sobre aquela mesa. ─── E algo me diz que você vai gostar.

O puxão nos cabelos de Rio foi o suficiente para a arrancar um gemido, sua respiração saindo em um suspiro trêmulo enquanto Agatha a mantinha firme contra a mesa. A dor era boa, não forte ou fraca demais, apenas o bastante para lembrá-la de que não estava no controle.

─── Você tem ideia do que fez, senhorita Vidal? ─── Agatha murmurou, os lábios perigosamente próximos ao ouvido dela.

Rio apertou os olhos fechados, tentando recuperar algum fragmento de compostura, mas a maneira como Agatha a segurava a fazia sentir-se frágil, quebrável.

─── Eu… eu só queria falar com você. ─── Rio respondeu, sua voz mais fraca do que pretendia. ─── Eu sabia que… que você gostaria de mim… se eu tivesse a chance.

Agatha riu baixinho, como se tivesse acabado de ouvir a mentira mais óbvia do mundo.

─── Não, querida. Você queria me manipular. Você queria burlar as regras. Talvez achando que eu sou como as garotas que você está acostumada, as que caem nesse seu jeito. ───  Ela puxou os cabelos de Rio um pouco mais, obrigando-a a inclinar o rosto para trás. ─── Mas você se esqueceu de uma coisa…

Rio prendeu a respiração, os olhos arregalados quando encontrou o olhar afiado e faminto de Agatha.

─── Eu sou quem faz as regras ─── Agatha completou, sua voz carregada de poder. Rio sentiu um arrepio percorrer seu corpo inteiro.

Ela deveria responder. Dizer algo espirituoso, uma provocação, qualquer coisa que lhe devolvesse um fragmento de controle. Mas, naquele momento, presa sob a força de Agatha Harkness, tudo o que conseguiu fazer foi encará-la, o coração batendo forte, os lábios entreabertos, a mente entorpecida.

E então, Agatha sorriu.

Ela permitiu que seus dedos arrastassem até o encontro das coxas, traçando levemente sobre o pequeno pedaço de tecido caro, parando no centro de seu monte para a dar um puxão forte, arrancando a lingerie negra do corpo de Rio, jogando o pano inútil e encharcado na mesa, bem ao lado da cabeça de Rio.

───  E como isso funcionou, humm? ───  Agatha questionou, a mão em seu cabelo descendo para os ombros de Rio, tirando o blazer que cobria a parte de cima de seu vestido sendo jogado longe. ───  Pensou que podia vir aqui, jogar seu flerte barato e conseguir o que queria? Eu não funciono assim, garota.

───  Pareceu funcionar bem no começo…

Rio disse, encontrando forças Deus sabe de onde para responder a deputada. Em resposta, Harkness soltou um riso rouco, suas unhas arranhando a pele recém exposta das costas de Rio com suas unhas curtas, suas mãos descendo até a lateral dos seios da mais nova. Seus lábios se moveram para perto do ouvido dela.

─── Mas então você soube que estragou tudo, não foi? ───  Agatha sorriu de lado, se sentindo vitoriosa. ───  Pensou que poderia me enganar, foi descuidada e agora tem que aprender uma lição.

Agatha mordiscou a ponta da orelha de Rio, sua língua traçando o lóbulo. Suas mãos deslizaram pela lateral do corpo da mais nova, até se firmarem em sua cintura.

─── Eu juro que enganar você não foi minha intenção... ─── Rio disse, com um gemido fraco ao sentir as mãos de Agatha. ───  Eu só queria uma entrevista e, com sorte... Talvez você visse que eu sou interessante e, com sorte, você... Me levaria para a cama.

Agatha sorriu com a confissão de Rio, achando divertido como ela estava desesperada para sua atenção. Ela continuou acariciando a pele das coxas da garota, seus dedos se movendo de forma provocante.

─── Ah, então a 𝘨𝘳𝘢𝘯𝘥𝘦 𝘙𝘪𝘰 𝘝𝘪𝘥𝘢𝘭 é só uma garotinha necessitada.

─── E-Eu… Eu só... ─── Rio respirou fundo ao sentir a mão de Agatha entre suas coxas subir, erguendo a saia do conjunto que usava até o enrolar em sua cintura, revelando sua bunda e boceta nua. ───  Eu só sei que você gostaria de mim se tivesse a chance

Agatha mordeu o lábio inferior ao olhar para a bunda exposta de Rio, seu desejo aumentando enquanto ela acariciava a pele macia. Ela puxou Rio contra seu corpo, as mãos possessivas percorrendo suas curvas.

─── E se eu dissesse que já estou interessada em você, hmm? Você se comportaria e seria uma boa menina para mim? Porque, juro por Deus, eu não tenho paciência ou tempo para as merdas que você fez.

─── Sim…

Rio choramingou sem um pingo de amor próprio, afinal, ela não mentiu para Hela mais cedo. Aquela era exatamente o tipo de situação que Vidal adorava: arqueada contra a mesa de uma mulher gostosa e poderosa, nua da cintura pra baixo, pronta para gemer sem se importar com quem estava do outro lado da porta.

Agatha sorriu, claramente satisfeita com a obediência de Rio. Ela se inclinou para frente, a voz profunda e baixa ao falar no ouvido da mais jovem.

─── É bom ver que você sabe seu lugar, querida

A mão de Agatha desceu pelas coxas de Rio, até a parte interna delas, enquanto ela acariciava a pele sensível. Um tapa forte e um gemido ecoaram pelo escritório e Rio arqueou seus quadris, sentindo a pele de suas coxas queimando devido a força utilizada Agatha deu um sorriso malicioso, apertando a coxa de Rio para repreendê-la por seu barulho.

─── Shh, você quer que alguém nos ouça? Você quer que todos saibam o que estamos fazendo aqui dentro?

Rio queria negar, queria dizer que não, que não queria que ninguém soubesse que Agatha Harkness estava a dando uma lição, mas... Porra. A ideia a deixou ainda mais molhada.

Agatha podia sentir a excitação de Rio aumentando com cada palavra que dizia. Ela sorriu, percebendo o efeito que suas palavras tinham sobre a garota.

─── Ah, parece que você gosta da ideia, não é? Que alguém possa entrar e ver você aqui, toda entregue a mim. Isso te excita, não é?

─── Não...

Rio tentou resistir, tentou manter alguma dignidade e sair daquela sala com a cabeça erguida, mas o tapa que se seguiu arrancou-a mais um gemido e, por um momento, a ideia de sair humilhada não pareceu tão ruim. Porra, porque ela tinha que gostar de coisas tão fodidas?

Agatha soltou uma risada baixa e arrogante, claramente desfrutando da situação. Ela moveu sua mão mais para baixo, agora tocando diretamente a pele sensível da boceta de Rio.

─── Você não pode me enganar, querida. Eu sei que está adorando isso.

Rio mordeu seu próprio pulso, segurando um gemido aos sentir Agatha a tocar ali, sua respiração ofegante e trêmula. Agatha observou a reação de Rio com um olhar de satisfação, enquanto continuava a acariciar sua boceta com dedos habilidosos.

─── Você é tão receptiva, querida. Está tão pronta para mim. Você realmente precisa disso, não é? Precisa que eu te toque.

─── Sim…

Agatha deslizou um dedo dentro de Rio, observando sua expressão enquanto ela gemia.

─── Oh, eu sabia. Você é uma mulher desesperada…

Rio gemeu um pouco mais alto, seu corpo sendo lançado levemente para frente na mesa, suas pernas tremendo levemente enquanto Vidal cravava as unhas na madeira. Aquilo era simplesmente transcendental.

Agatha adicionou outro dedo, começando a se mover lentamente dentro de Rio, ouvindo seus gemidos e pedidos desesperados por mais. Ela inclinou-se para frente, seu corpo pressionando contra as costas da mulher enquanto ela falava no ouvido dela novamente.

─── Shh, não seja tão barulhenta, querida.

Rio gemeu ofegante, balançando seus quadris de encontro aos de Agatha. Vidal não se controlava, gemendo sem pudor algum enquanto Agatha fodia seus miolos. Rio Vidal estava perdida em prazer, completamente absorta com as sensações que Agatha estava causando-lhe.

Seus sussurros, seus dedos, os sons que ela estava a arrancando. Estava tão perdida em Agatha Harkness que nem percebeu o momento que a deputada alcançou sua calcinha, largada ao lado de sua cabeça na mesa, e a enfiou na boca de Vidal.

Agatha riu maldosa ao ver a expressão de choque de Rio, imaginando como ela se sentia agora que sentia o sabor de sua própria umidade em sua língua. Harkness mordeu o lóbulo da orelha de Rio enquanto a fodia com seus dedos, sua voz e sensual.*

─── Você é tão boa assim, tão pronta para mim. É assim que você gosta, hmm? Está se sentindo cheia e completa agora, Vidal?

Rio não pode responder. Aquilo tudo era simplesmente… demais. O gosto em sua língua, as palavras de Agatha, a sensação de seus dedos a enchendo. Vidal gemeu contra o tecido, seus  olhos revirando-se de prazer enquanto ela jogava a cabeça para trás.

Agatha aproveitou a oportunidade para chupar o pescoço de Rio, deixando uma marca roxa visível. Enquanto seus dedos continuavam a se mover dentro dela, ela falou novamente.

─── É tão linda assim, toda desesperada e necessitada por mim. Você não quer que eu pare, não é?

Rio gemeu novamente com o chupão em seu pescoço, o som vibrando em sua garganta enquanto a mulher latina começava a balançar os quadris de forma mais desesperada, próxima de seu orgasmo.

Agatha notou a aproximação de Rio, sentindo como a garota estava se movendo contra ela. Ela acelerou o ritmo dos dedos, enquanto a mão livre subia para segurar o queixo de Rio, virando a cabeça dela para olhar em seus olhos.

─── Está perto, querida? Vai gozar só com meus dedos? Nem precisei chegar perto do seu clitóris, querida… tão receptiva.

Rio concordou com a cabeça, lágrimas já brilhando em seus olhos. Seus dedos estavam brancos devido a força do aperto que Vidal mantinha na mesa sob si, tentando se manter firme. Agatha observou o rosto de Rio, fascinada com a visão de sua completa submissão.

─── Venha, querida. Goze para mim.

Rio não aguentou mais, seu corpo tencionando enquanto ela gozava em torno dos dedos de Agatha. Seus olhos se fecharam, enquanto ela gemia e tremia, seu orgasmo sacudindo seu corpo e fazendo as lágrimas escorrerem por seu rosto enquanto a deputada começava a diminuir o ritmo. A roupa íntima finalmente caindo na mesa, libertando Rio.

O silêncio no escritório era quase ensurdecedor, preenchido apenas pela respiração entrecortada de Rio, que ainda estava deitada sobre a mesa, os músculos tensos e a mente em frangalhos.

O cheiro de madeira polida misturado ao perfume sofisticado de Agatha fazia sua cabeça girar. Sua pele estava quente, o corpo um misto de exaustão e adrenalina, e lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto sem que ela soubesse ao certo o porquê.

Ela sentia tudo. Sentia demais. E então, ela a ouviu.

O som úmido e lento da boca de Agatha se fechando ao redor dos próprios dedos. Rio abriu os olhos, ainda ofegante, virando levemente o rosto para vê-la.

Agatha estava em pé ao lado da mesa, seu olhar afiado fixo nela, os dedos que haviam tocado Rio momentos antes agora sendo levados aos lábios. Ela os envolveu com a boca com uma precisão luxuriosa, os olhos nunca deixando os de Rio, saboreando cada resquício daquela vitória.

Rio sentiu um tremor percorrer seu corpo. Ela não sabia se queria se esconder ou implorar por mais.

Quando Agatha finalmente soltou os dedos de sua boca com um leve estalo, um sorriso lento e predador surgiu em seus lábios.

Rio ainda estava deitada sobre a mesa, o peito subindo e descendo de forma irregular, os olhos fixos na figura impecável de Agatha Harkness. Seu corpo inteiro tremia, não de medo, mas de algo muito pior—ou melhor.

Agatha limpou os cantos dos lábios com o polegar, ainda sorrindo daquele jeito perigoso que fazia Rio querer se encolher e se oferecer ao mesmo tempo. O silêncio entre elas era espesso, carregado, e Rio sentia que, a qualquer segundo, seu coração poderia simplesmente parar.

─── Você tem noção de como fica linda assim? ─── Agatha disse finalmente, sua voz suave, quase indulgente.

Rio piscou lentamente, ainda sem forças para responder. Suas bochechas estavam úmidas por lágrimas silenciosas que ela nem percebera que haviam caído.

Agatha inclinou a cabeça, como se estivesse apreciando a visão diante dela.

─── Ofegante. Trêmula. Arruinada.

Rio engoliu em seco, um soluço travado em sua garganta.

─── Eu… ─── ela tentou, mas sua voz falhou.

Agatha riu baixinho, um som profundo e satisfeito, antes de se inclinar levemente para frente, os dedos deslizando sobre o cabelo bagunçado de Rio, como se estivesse apreciando seu próprio trabalho.

─── Não precisa dizer nada ─── Agatha murmurou, os olhos escuros e famintos. ─── Eu já entendi tudo.

Ela passou os dedos suavemente pela linha do maxilar de Rio, como se estivesse marcando seu território.

─── Você queria minha atenção, senhorita Vidal ─── Agatha continuou, baixando a voz para um sussurro. ─── Agora você tem.

Rio fechou os olhos, sentindo um arrepio percorrer sua espinha. Ela nunca esteve no controle. E agora, pela primeira vez, ela não queria estar.

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• 💜 . . OO1 ❜ Bom... Quem diria, né? Estou meio sem palavras, acho que escrevi alguns hots no período fértil e, bom... Vocês verão.

• 💜 . . OO2 ❜ No próximo capítulo: Rio tenta se recuperar.

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