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∯﹒🎥 ⁺ ﹒ ◍ ﹒ 𝑰 𝑪𝑨𝑵 𝑺𝑬𝑬 𝒀𝑶𝑼 ﹒ ﹒ ♪
⠀۪ 💜 ♡ ۫ ´ “os falsos vão fingir, bom… rio vidal é falsa”
❛ postado em 07/02/2025
Porque os paqueradores vão paquerar (paquerar, paquerar, paquerar, paquerar)
('Cause the players gonna play (play, play, play, play))
E os invejosos vão invejar (invejar, invejar, invejar, invejar)
(And the haters gonna hate (hate, hate, hate, hate))
Amor, eu só vou deixar (deixar, deixar, deixar, deixar)
(Baby, I'm just gonna shake (shake, shake, shake, shake))
Eu deixo pra lá, eu deixo pra lá
(I shake it off, I shake it off)
shake it off — taylor swift
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A COBERTURA DE AGATHA HARKNESS ESTAVA EM EBULIÇÃO. Era como se um pequeno exército estivesse em operação: assessores correndo de um lado para o outro com tablets e pastas, seguranças verificando cada entrada e saída, e Sharon, a governanta, tentando manter alguma ordem no caos.
No centro disso tudo, Agatha estava em sua sala de estar, vestindo um elegante terninho cinza claro de corte impecável, feito sob medida. Ela segurava o telefone em uma mão enquanto folheava papéis com a outra, mantendo a expressão calma, apesar da evidente pressão ao seu redor.
─── Natasha ─── ela disse ao telefone, enquanto lia uma das páginas. ─── Certifique-se de que o discurso está na pasta do teleprompter. Não quero surpresas.
A resposta de Natasha foi clara e firme, embora Agatha mal a ouvisse enquanto gesticulava para um de seus assessores.
─── Você. Diga ao comitê que o cronograma precisa ser revisado. Se o evento atrasar, perde-se o impacto ─── ela disse, cortante, antes de voltar sua atenção ao telefone. ─── Sim, Natasha, eu entendi. Vejo você no Plaza em breve.
Ela desligou, suspirando profundamente. Mesmo com toda sua experiência, dias como aquele exigiam mais do que foco – exigiam paciência. Nicky entrou na sala naquele momento, segurando um pequeno desenho na mão.
─── Mamãe! Olha o que eu fiz!
Agatha abaixou os papéis, olhando para o filho com um sorriso suave.
─── O que é isso, querido?
─── É você dando um discurso ─── ele disse, mostrando o papel com entusiasmo.
No desenho, Agatha estava em um palco, cercada de pessoas e com um grande balão de fala que dizia: "Vote em mim!" Agatha riu levemente, ajoelhando-se para ficar na altura dele.
─── Está perfeito, Nicky. Eu vou guardar esse desenho como meu amuleto da sorte.
─── Você vai ganhar, mamãe? ─── ele perguntou, com olhos brilhantes.
Agatha suspirou suavemente, colocando uma mão no ombro de Nicky enquanto olhava para ele com um sorriso caloroso, embora levemente cansado.
─── Vou fazer o meu melhor, querido. Mas, sabe, às vezes o mais importante não é ganhar, e sim o que a gente aprende e como ajuda as pessoas no caminho.
─── Mas você vai ganhar ─── Nicky insistiu, com a confiança inabalável de uma criança que via a mãe como uma super-heroína. ─── Porque você é a melhor!
Agatha não pôde deixar de sorrir, inclinando-se para beijar a testa dele.
─── Obrigada, meu amor. Você sempre sabe o que dizer para me dar forças.
Nicky sorriu largamente, mas antes que pudesse dizer algo mais, Sharon apareceu na porta da sala, segurando uma bandeja com uma xícara de chá e um olhar de desaprovação direcionado para Billy, que a seguia de perto.
─── Senhora Harkness, ele ainda não trocou de roupa ─── Sharon anunciou, olhando para Billy.
─── Billy ─── Agatha disse, levantando-se e cruzando os braços. ─── A gente já falou sobre isso.
─── Tá bom, tá bom! Eu vou me trocar ─── Billy respondeu, erguendo as mãos como se estivesse sendo injustamente acusado. ─── Mas só porque o Nicky fez aquele desenho fofo e eu não quero estragar o dia dele.
─── Muito nobre da sua parte ─── Agatha respondeu, arqueando uma sobrancelha.
Billy deu de ombros e se virou para ir ao quarto, murmurando algo sobre "sociedade opressora". Nicky riu, achando graça nas reclamações do irmão mais velho.
Sharon aproximou-se de Agatha, entregando-lhe a xícara de chá.
─── Você precisa de algo para acalmar os nervos antes do evento, querida ─── Sharon disse, com um sorriso maternal.
─── Obrigada, Sharon ─── Agatha respondeu, pegando a xícara e dando um pequeno gole. ─── Pelo menos alguém nesta casa sabe como me ajudar.
─── É meu trabalho ─── Sharon respondeu, mas o brilho em seus olhos mostrava que era mais do que isso.
Agatha deu mais um gole e respirou fundo, aproveitando o breve momento de tranquilidade antes de se voltar para Nicky.
─── Certo, pequeno artista. Agora vá com a Sharon e certifique-se de não sujar sua roupa antes de irmos, está bem?
─── Tá bom, mamãe! ─── Nicky respondeu, correndo em direção à cozinha com Sharon atrás dele.
Quando ficou sozinha na sala, Agatha fechou os olhos por um momento, permitindo-se alguns segundos para organizar os pensamentos. O evento seria um marco, não apenas em sua campanha, mas em sua carreira política – e ela sabia que cada detalhe importava.
Ela colocou a xícara de lado, endireitou-se e ajustou o blazer, sentindo o peso da responsabilidade sobre os ombros.
─── Hora de fazer história ─── murmurou para si mesma, antes de se preparar para o próximo passo em direção ao que seria um dos dias mais importantes de sua vida.
(...)
O Grand Ballroom do Plaza Hotel estava um cenário de puro luxo. Lustres de cristal pendiam do teto alto, refletindo a luz em brilhos suaves por todo o espaço. Jornalistas, influenciadores, figuras públicas e apoiadores de Agatha Harkness já começavam a ocupar o salão, conversando animadamente enquanto aguardavam o início do evento.
Quando Rio Vidal entrou, ela imediatamente roubou a cena.
Vestindo um vestido longo preto de veludo com um corte lateral elegante que deixava uma de suas pernas à mostra, ela parecia ter saído diretamente de uma capa de revista. O tecido brilhava levemente sob as luzes, e o corte do vestido acentuava sua silhueta de maneira impecável. Seus cabelos platinados estavam perfeitamente penteados em ondas soltas que caíam sobre os ombros, um contraste que parecia quase etéreo com a maquiagem impecável que destacava seus olhos castanhos.
As conversas ao redor pareciam diminuir por um momento enquanto olhares se voltavam para ela. Não era apenas a roupa ou o cabelo – era a confiança que ela exalava ao caminhar pelo salão, seu salto alto ecoando no mármore enquanto ela segurava uma pequena clutch dourada em uma mão.
─── Isso é o que eu chamo de entrada ─── Rio murmurou para si mesma, mas o sorriso em seus lábios mostrava que ela estava mais do que ciente do impacto que estava causando.
Alguns jornalistas cochichavam, claramente reconhecendo-a. Mesmo entre os grandes nomes do evento, Rio Vidal tinha uma presença que era difícil de ignorar. Do outro lado do salão, um dos assessores de Lilia a avistou e imediatamente começou a caminhar em sua direção.
─── Senhorita Vidal, que bom que conseguiu chegar ─── disse o jovem assessor, apertando a mão dela com um sorriso nervoso.
─── Você achou que eu perderia isso? ─── Rio respondeu, piscando para ele enquanto aceitava o crachá de imprensa que ele oferecia.
Ela pendurou o crachá no pescoço com um movimento casual, mas antes que o assessor pudesse dizer qualquer coisa, Lilia surgiu, claramente exasperada.
─── Finalmente ─── Lilia disse, segurando Rio pelo cotovelo e afastando-a do assessor. ─── Por que você sempre tem que fazer entradas tão dramáticas?
─── Porque eu posso ─── Rio respondeu, com um sorriso provocativo. ─── E, admita, funcionou. Todo mundo notou que eu cheguei.
─── Não estamos aqui para você ser o centro das atenções, Rio. É o lançamento da campanha de Agatha Harkness ─── Lilia retrucou, embora seu tom mostrasse que já sabia que argumentar seria inútil.
─── Eu sei disso ─── Rio disse, ajustando a clutch na mão. ─── Mas você precisa admitir, Lilia. Se alguém neste lugar pode captar a atenção dela, sou eu.
Lilia suspirou, mas não conseguiu evitar um leve sorriso. Era difícil discutir com a autoconfiança de Rio, especialmente quando ela estava, de fato, deslumbrante.
─── Tudo bem, apenas... lembre-se de por que você está aqui.
─── Estou completamente focada ─── Rio respondeu, embora seus olhos já estivessem vagando pelo salão, claramente à procura de Agatha.
Lilia olhou para ela com ceticismo.
─── Certo. Mas, por favor, não transforme isso em um espetáculo.
Rio apenas sorriu, ajustando os cabelos e endireitando-se.
─── Um espetáculo? Não. Mas uma impressão duradoura? Com certeza.
Lilia olhou para Rio com um misto de ceticismo e resignação enquanto um assessor se aproximava, com o profissionalismo impecável que parecia ser exigido de todos que trabalhavam para Agatha Harkness.
─── Senhoras, por favor, me acompanhem ─── ele disse, fazendo um gesto para que o grupo o seguisse.
Rio lançou um último olhar para Lilia, um sorriso travesso nos lábios.
─── Está vendo? Nada de espetáculo. Tudo muito tranquilo.
─── Ainda ─── Lilia respondeu baixinho, ajustando a bolsa no ombro enquanto seguiam o assessor.
O grupo foi conduzido por um corredor elegante que levava a uma área reservada para a coletiva de imprensa. O ambiente estava repleto de energia: jornalistas ajustavam equipamentos, fotógrafos encontravam os melhores ângulos e assessores verificavam os últimos detalhes antes do início do evento.
No centro do espaço, havia um palco elevado com um pódio decorado com o slogan da campanha: "Agatha Harkness: Um Futuro Justo para Todos". Atrás do pódio, uma cortina de seda azul-marinho e uma série de bandeiras americanas completavam o cenário cuidadosamente planejado para transmitir poder e sofisticação.
─── Uau ─── Rio murmurou, olhando ao redor. ─── Isso é... impressionante.
─── Claro que é ─── Lilia respondeu, observando com o mesmo olhar crítico de sempre. ─── É Agatha Harkness. Tudo tem que ser impecável.
Rio balançou a cabeça levemente, um sorriso surgindo em seus lábios enquanto seus olhos vagavam pelo espaço. Ela não podia evitar; estava procurando por Agatha. O que seria a deputada e futura governadora de Nova York estar fazendo naquele momento?
Eles foram direcionados para a fileira reservada à imprensa, e Rio sentiu-se privilegiada por estar tão perto do palco. Ela ajeitou a clutch na mesa à sua frente, os olhos ainda atentos a cada canto do salão.
─── Rio ─── Lilia sussurrou, inclinando-se para ela. ─── Lembre-se, o foco aqui é o evento, não... você sabe quem. Ela não é para seu bico.
─── Eu sei disso ─── Rio respondeu, sem tirar os olhos da multidão. ─── Eu sou profissional, Lilia.
─── Você é um furacão com uma câmera ─── Lilia corrigiu, cruzando os braços.
Antes que Rio pudesse retrucar, um burburinho começou a se formar no salão. A atenção das pessoas voltava-se para uma das entradas laterais, onde uma equipe de seguranças surgiu, seguida por Natasha Romanoff, impecável como sempre, e, finalmente, Agatha Harkness.
Rio congelou. Era impossível não notá-la. Vestindo um terninho cinza claro perfeitamente ajustado e com os cabelos impecavelmente arrumados, Agatha parecia carregar toda a autoridade do mundo em seus ombros, sem esforço algum. Ela caminhava com confiança, acenando educadamente para algumas pessoas enquanto Natasha falava algo em seu ouvido.
─── Lá está ela ─── Rio murmurou, quase sem perceber.
─── Não faça nada estúpido ─── Lilia sussurrou, como uma advertência prévia.
Rio, no entanto, estava completamente hipnotizada. Agatha era ainda mais impressionante em ação – uma força da natureza que parecia comandar qualquer sala que ocupasse.
Ela observou enquanto Agatha subia ao palco com a elegância de quem havia feito aquilo mil vezes antes. Agatha posicionou-se atrás do pódio, ajustou o microfone e lançou um olhar breve, mas impactante, para a multidão.
─── Boa tarde ─── Agatha começou, sua voz firme e clara preenchendo o salão. ─── Obrigada a todos por estarem aqui hoje.
Rio sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Era isso. O momento que ela havia esperado. Tudo o que precisava agora era sua chance de se destacar – e, quem sabe, ser notada por Agatha Harkness de um jeito que ninguém mais seria.
O salão estava em completo silêncio enquanto Agatha Harkness começava sua fala. Cada palavra parecia cuidadosamente escolhida, cada frase carregava o peso de uma política experiente que sabia como comandar uma sala.
─── Hoje, mais do que nunca, precisamos de líderes que não apenas ouçam, mas que também representem as vozes de todos ─── Agatha começou, suas mãos pousadas no pódio com confiança. ─── Líderes que entendam que justiça e progresso não são privilégios, mas direitos fundamentais.
Rio, sentada na primeira fila da seção da imprensa, estava absolutamente fascinada. Ela não podia evitar; cada palavra parecia um golpe de carisma, cada gesto de Agatha era feito com propósito.
─── Minha campanha não é sobre promessas vazias ou discursos políticos convencionais ─── Agatha continuou, sua voz clara ecoando pelo salão. ─── É sobre construir um futuro onde cada pessoa, independentemente de sua origem, possa prosperar.
As câmeras capturavam cada movimento dela, mas Rio quase esqueceu que estava ali para trabalhar. Ela mal percebeu Lilia lhe lançando olhares significativos para se lembrar de tomar notas.
Agatha fez uma pausa, olhando diretamente para a multidão com aquele olhar intenso que parecia alcançar cada indivíduo.
─── Não estou aqui para repetir o que já foi feito. Estou aqui para mudar o que precisa ser mudado.
A sala explodiu em aplausos, e Rio percebeu que estava segurando a respiração. Ela se inclinou levemente, os olhos fixos em Agatha enquanto as perguntas dos jornalistas começavam.
Um repórter de um grande jornal levantou-se primeiro.
─── Deputada Harkness, sua campanha tem focado bastante em justiça social e igualdade. Como pretende abordar essas questões de forma prática, especialmente em áreas historicamente negligenciadas?
Agatha assentiu, como se já estivesse preparada para a pergunta.
─── Essa é uma excelente questão ─── ela começou. ─── Minha equipe já está trabalhando em um plano abrangente que inclui aumento de financiamento para escolas públicas, investimentos em infraestrutura em áreas desfavorecidas e programas de apoio ao empreendedorismo local. Meu objetivo não é apenas corrigir erros do passado, mas garantir que essas comunidades tenham as ferramentas necessárias para prosperar no futuro.
Os aplausos voltaram a preencher o salão, e Rio sentiu seu coração acelerar. Era impossível ignorar o magnetismo de Agatha – a autoridade natural, a calma sob pressão, e a maneira como ela fazia cada resposta parecer pessoal.
Rio levantou a mão hesitante, como se não tivesse certeza se seria notada em meio aos outros repórteres. Para sua surpresa, Agatha olhou diretamente para ela e fez um pequeno gesto de aprovação.
─── Sim, senhorita. ─── Agatha disse, seu tom neutro, mas com um leve toque de curiosidade.
Rio sentiu o estômago revirar enquanto se levantava. Era a primeira vez que estava cara a cara com Agatha Harkness, e agora todas as palavras que ela havia planejado pareciam ter evaporado.
─── Rio Vidal, da The Avenges. ─── ela começou, tentando parecer profissional. ─── A senhora mencionou a importância de justiça social e progresso. Como pretende garantir que essas iniciativas sejam sustentáveis a longo prazo, especialmente em um ambiente político tão volátil?
Agatha inclinou ligeiramente a cabeça, como se estivesse avaliando Rio.
─── Sustentabilidade é a chave para qualquer mudança significativa ─── Agatha respondeu, sua voz firme e sem hesitação. ─── Por isso, meu plano não é baseado apenas em políticas de curto prazo, mas em parcerias público-privadas, auditorias regulares e transparência total. Só assim podemos construir algo que perdure.
Rio assentiu, tentando não sorrir demais enquanto se sentava novamente. Era claro que Agatha tinha respostas para tudo, mas o fato de ela ter mantido contato visual direto durante a resposta deixou Rio em um estado de euforia silenciosa e, se fosse sincera, com uma situação pegajosa lá em baixo.
Lilia, ao lado dela, sussurrou baixinho.
─── Bom trabalho. Não estrague agora.
O restante da coletiva passou como um borrão para Rio. As perguntas dos outros jornalistas, as respostas articuladas de Agatha, os aplausos ocasionais – tudo isso parecia acontecer em um plano distante. Para Rio, o verdadeiro foco estava nos pequenos gestos de Agatha.
O jeito como ela ajustava o microfone, o movimento sutil de seus dedos ao virar uma página de notas, até mesmo o leve arquear de sobrancelhas quando uma pergunta exigia um pouco mais de diplomacia... Para Rio, cada ação parecia calculada e, de alguma forma, irresistivelmente sensual.
Ela se pegou mordendo o lábio inferior enquanto assistia, totalmente absorta.
─── Isso não é saudável ─── Rio pensou consigo mesma, mas não conseguiu desviar os olhos.
Foi só quando ouviu a voz de Agatha novamente – dessa vez mais descontraída, mas ainda carregada com aquela autoridade natural – que ela despertou de seu transe.
─── E com isso, encerramos a coletiva de imprensa. Obrigada por estarem aqui hoje e por seu interesse em nosso trabalho e objetivos para o futuro ─── Agatha disse, olhando brevemente para a plateia antes de continuar. ─── Gostaríamos de convidar todos vocês a se juntarem a nós no salão ao lado para uma pequena celebração.
Rio piscou, sentindo como se tivesse sido puxada de volta à realidade.
─── Celebração? ─── ela murmurou, olhando para Lilia. ─── Isso não estava no cronograma.
─── Claro que estava. Você simplesmente não leu direito ─── Lilia respondeu, ajustando os óculos enquanto guardava algumas anotações. ─── E, honestamente, acho que isso é bom. Uma chance de você socializar sem parecer... você sabe, obcecada.
─── Eu não estou obcecada ─── Rio retrucou automaticamente, embora seu tom fosse menos convincente do que ela gostaria.
Lilia a olhou com ceticismo, mas antes que pudesse dizer algo, os jornalistas começaram a se levantar e se dirigir para o salão indicado. Rio seguiu o fluxo, tentando parecer natural enquanto ajustava a clutch e passava a mão pelos cabelos.
Quando entraram no salão de celebração, ela ficou momentaneamente impressionada. Era uma extensão luxuosa do ambiente anterior, com mesas de coquetel decoradas com arranjos florais discretos e garçons circulando com bandejas de champanhe e canapés.
─── Não faça nada estúpido ─── Lilia sussurrou ao lado dela, como se lesse sua mente.
Rio olhou para Lilia e abriu um sorriso travesso.
─── Eu nunca faço nada estúpido, só coisas memoráveis.
Lilia suspirou, mas antes que pudesse responder, Rio já estava caminhando na direção de Agatha, com um sorriso confiante nos lábios e determinação brilhando em seus olhos.
(...)
RIO ESTAVA PARADA PRÓXIMA A UMA DAS MESAS DE COQUETEL, segurando uma taça de champanhe na mão e olhando ao redor como se estivesse em uma missão. Agatha Harkness estava cercada por uma pequena multidão de apoiadores e políticos, rindo educadamente de algo que um homem grisalho havia dito.
Rio suspirou e tomou um gole do champanhe, sentindo o líquido gelado descer pela garganta. Não era suficiente para acalmar seus nervos, mas ajudava a passar o tempo enquanto tentava encontrar uma brecha.
─── Então ─── Lilia começou ao lado dela, pegando sua própria taça de uma bandeja que passava. ─── Qual é o plano? Ficar parada e olhar para ela como uma stalker ou realmente se aproximar?
─── Eu estou esperando minha oportunidade ─── Rio respondeu, sem tirar os olhos de Agatha. ─── Não posso simplesmente interromper. Ela está cercada de pessoas importantes.
─── Você é importante ─── Lilia retrucou, dando de ombros. ─── Ou pelo menos tenta parecer.
─── Muito engraçado ─── Rio murmurou, tomando outro gole do champanhe.
Ela continuava observando, mas a cada momento que passava, sentia sua confiança diminuir. Agatha parecia tão inacessível, tão completamente à vontade naquele ambiente que fazia Rio se sentir... deslocada.
─── Isso está demorando muito ─── Rio disse finalmente, sua frustração começando a transparecer. ─── Eu preciso encontrar um jeito de falar com ela antes que ela vá embora.
Lilia deu um leve sorriso, claramente se divertindo com o nervosismo de Rio.
─── Relaxa. Ela não vai a lugar nenhum tão cedo. Mas, enquanto isso, eu preciso resolver uma coisa.
Rio olhou para Lilia, confusa.
─── Resolver o quê?
Lilia apontou discretamente para Birdie Jay, que estava gesticulando animadamente do outro lado do salão, cercada por um pequeno grupo de admiradores.
─── Birdie está aqui. Preciso falar com ela sobre um evento que estamos organizando. Você vai ficar bem sozinha por alguns minutos?
─── Claro ─── Rio respondeu, embora sua voz soasse mais ansiosa do que gostaria. ─── Vai lá. Eu me viro.
─── Ótimo. Não faça nada que me faça me arrepender de te deixar sozinha ─── Lilia disse, com um sorriso irônico antes de se afastar em direção a Birdie.
Agora sozinha, Rio olhou ao redor novamente, sentindo o peso da situação aumentar. Ela tomou mais um gole de champanhe, mas percebeu que sua taça estava quase vazia.
─── Ótimo. Isso é exatamente o que eu precisava ─── murmurou para si mesma, colocando a taça vazia em uma mesa próxima.
Ela cruzou os braços, tentando parecer casual, mas o nervosismo estava claramente começando a tomar conta. Cada vez que olhava para Agatha, parecia que o círculo ao redor dela crescia, tornando ainda mais difícil se aproximar.
─── Vamos, Rio. Você consegue ─── sussurrou para si mesma, fechando os olhos por um momento para se recompor.
Rio continuava parada próxima à mesa, observando Agatha Harkness como um falcão observa sua presa. Cada gesto, cada sorriso educado, cada troca de palavras parecia estudada, e isso só tornava Agatha ainda mais fascinante para ela.
No entanto, algo chamou sua atenção. Um garotinho de cabelos castanhos claros e olhar curioso surgiu no salão, movendo-se com confiança surpreendente para alguém de sua idade. Ele parecia estar à vontade naquele ambiente formal, e Rio estreitou os olhos, curiosa, enquanto ele se aproximava de Agatha.
A interação foi rápida, mas intrigante. O menino tocou suavemente no braço de Agatha, que imediatamente interrompeu a conversa com Natasha para se abaixar e ouvi-lo. Rio não conseguiu ouvir o que ele dizia, mas a expressão de Agatha mudou. Seu rosto, normalmente sério e controlado, suavizou-se completamente. Ela colocou uma mão carinhosa no ombro do menino, trocou algumas palavras com ele e depois se levantou novamente, olhando para Natasha.
Rio franziu a testa enquanto observava o menino dar meia-volta e desaparecer por onde veio. Natasha e Agatha trocaram algumas palavras rápidas antes de Agatha acenar para as pessoas ao seu redor e começar a se mover em direção à saída do salão.
Rio sentiu um lampejo de pânico. Ela estava prestes a perder sua chance.
─── Espere, o que acabou de acontecer? ─── murmurou para si mesma, seus olhos ainda fixos em Agatha.
Antes que pudesse pensar melhor, ela acenou para um dos garçons que passava por perto, equilibrando uma bandeja de taças de champanhe.
─── Com licença ─── Rio disse, parando-o. ─── Quem é aquele garotinho que estava falando com a deputada Harkness?
O garçom a olhou por um momento, claramente confuso com a pergunta, mas respondeu educadamente.
─── Ah, aquele é Nicholas Harkness, filho da deputada.
Rio congelou por um momento, piscando enquanto processava a informação.
─── Filho dela? ─── ela repetiu, incrédula.
Rio piscou algumas vezes, processando a informação. Nicholas Harkness, filho de Agatha. Era a chance perfeita – se ela fosse esperta o suficiente para usá-la. Sem perder mais tempo, ela puxou sua clutch e tirou cinco notas de 100 dólares, segurando-as casualmente entre os dedos.
O garçom parou em seu trajeto, confuso, quando ela chamou por ele novamente.
─── Aqui está o que vai acontecer ─── Rio disse, baixando a voz, mas mantendo um sorriso amigável. ─── Você vai fazer um favor para mim.
O garçom olhou para as notas e depois para Rio, hesitando.
─── E o que seria isso?
─── Você vai até o Nicholas Harkness e dizer a ele que a babá dele está esperando no saguão com doces e talvez... brinquedos. Algo convincente.
─── Babá? ─── O garçom perguntou, com um misto de confusão e preocupação. ─── Ele nem parece ter uma babá.
─── Não é importante ─── Rio respondeu, balançando as notas ligeiramente. ─── É só um favor simples. Leva menos de um minuto, e essas notas são todas suas.
O garçom olhou para o dinheiro, claramente tentado.
─── Isso não vai causar nenhum problema, vai?
─── Nenhum ─── Rio garantiu, sorrindo. ─── Apenas diga que alguém pediu para entregar a mensagem. Ele é só uma criança.
Depois de uma pausa que pareceu durar uma eternidade, o garçom suspirou e pegou as notas.
─── Tudo bem, eu faço isso.
Rio deu um passo para trás, sorrindo satisfeita enquanto observava o garçom se aproximar do menino. Ela sabia que precisava agir rápido – essa era sua chance de se aproximar de Agatha sem precisar lutar contra a multidão que a cercava.
Ela respirou fundo, sentindo o coração bater mais rápido. Tudo dependia de como Nicholas reagiria à mensagem e se o plano funcionaria. Se desse certo, ela teria um momento de vantagem. Caso contrário... bem, ela tentaria outra coisa.
(...)
NICHOLAS HARKNESS, com sua curiosidade natural e confiança infantil, não hesitou ao ouvir a mensagem do garçom. Babá? Doces? Talvez até brinquedos? Era uma combinação irresistível.
Ele rapidamente deixou o salão principal, desviando das pernas dos adultos e caminhando com passos determinados em direção ao saguão do hotel.
Rio, mantendo uma distância segura, observava enquanto ele desaparecia pelas portas duplas. Com um sorriso sutil, ela deixou sua taça de champanhe na mesa mais próxima e seguiu atrás dele, seu salto alto ecoando suavemente no mármore.
O saguão do Plaza estava movimentado, como sempre. Turistas e convidados do hotel iam e vinham, e o som de conversas, malas rodando e a música ambiente criavam uma cacofonia que podia ser avassaladora para alguém pequeno como Nicholas.
Ele olhou ao redor, franzindo a testa enquanto procurava por sinais de sua suposta babá. Havia adultos em todas as direções, mas nenhum parecia estar ali por ele.
─── Vovó Sharon? ─── ele murmurou baixinho para si mesmo, começando a dar pequenos passos em círculos.
Rio observava de perto, posicionada estrategicamente atrás de uma coluna. Ela não podia deixar de notar o momento exato em que Nicky começou a ficar nervoso – seu olhar ficou mais ansioso, e seus pequenos ombros se contraíram.
Era o momento.
Rio saiu de trás da coluna com passos calculados, seu rosto exibindo uma expressão amigável e levemente preocupada.
─── Ei, ei, garotão ─── ela disse suavemente, se abaixando para ficar na altura dele. ─── Você está perdido?
Nicholas virou-se para ela, seus olhos arregalados, claramente aliviado por ver alguém que parecia estar ali para ajudá-lo.
─── Eu... Eu estava procurando minha babá ─── ele disse, a voz trêmula. ─── Ela disse que estaria aqui, mas eu não consigo encontrá-la.
Rio fingiu pensar por um momento, como se estivesse tentando resolver o mistério junto com ele.
─── Hmm... isso é estranho. Eu não vi nenhuma babá por aqui. Mas sabe o que eu acho? Talvez ela tenha se confundido e ido para outro lugar. Quer que a gente procure juntos?
Nicholas hesitou, mas Rio parecia tão segura e acolhedora que ele assentiu lentamente.
─── Tá bom...
Rio sorriu, oferecendo a mão para ele.
─── Vamos lá. Eu sou boa em encontrar pessoas perdidas.
Nicholas segurou sua mão, e eles começaram a caminhar pelo saguão juntos. Rio sentiu um pequeno lampejo de culpa por usar a confusão dele a seu favor, mas ela também sabia que não faria nada para machucá-lo.
No fundo, ela estava convencida de que esse encontro improvisado acabaria sendo algo bom para ambos – especialmente para ela.
Enquanto eles caminhavam, Rio começou a puxar conversa, querendo ganhar a confiança do menino.
─── Então, você é o Nicholas, né? ─── ela perguntou, sorrindo calorosamente.
─── Sim. Como você sabe? ─── ele perguntou, franzindo a testa levemente.
─── Bem, você é meio famoso, sabia? ─── Rio respondeu, rindo levemente. ─── Quero dizer, você é o filho de uma mulher incrível.
Nicholas sorriu timidamente, mas parecia mais à vontade.
─── Minha mãe é mesmo incrível ─── ele disse, com um brilho de orgulho nos olhos. ─── Ela é a melhor.
Rio sentiu o coração derreter um pouco, mas manteve o foco. Essa era a oportunidade que ela precisava para se aproximar de Agatha – mesmo que fosse através de um caminho um pouco menos convencional.
Vidal caminhava ao lado de Nicholas pelo saguão do hotel, levando-o intencionalmente para áreas pouco movimentadas e aparentemente irrelevantes. O garoto olhava ao redor, cada vez mais inquieto, enquanto a confiança que tinha inicialmente começava a se dissipar.
─── Acho que ela não está aqui... ─── Nicholas disse, sua voz soando mais ansiosa a cada segundo. ─── Eu quero minha mamãe.
Rio parou, abaixando-se para ficar na altura dele novamente. Sua expressão era cuidadosamente composta, mas ela não conseguiu evitar um pensamento travesso ao ver os olhos grandes e preocupados do menino.
“Eu também quero sua mamãe”, ela pensou, com um sorriso sutil que manteve para si mesma. Mas, ao invés disso, ela sorriu de forma reconfortante e disse:
─── Tudo bem, campeão. Acho que isso nós podemos resolver. Vamos até ela agora mesmo.
Nicholas assentiu, segurando a mão dela com força, como se estivesse buscando segurança. Rio o guiou com determinação em direção ao elevador privativo que levava às suítes reservadas para os membros da campanha de Agatha Harkness e seus convidados mais próximos.
Quando chegaram, dois seguranças imponentes estavam bloqueando a entrada, ambos com expressões sérias e atentos ao ambiente ao redor.
─── Olá, senhores ─── Rio disse, parando diante deles e oferecendo seu sorriso mais charmoso. ─── Estou com o filho da deputada Harkness. Ele se perdeu e quer muito ver a mãe.
Os seguranças trocaram olhares rápidos antes de olharem para Nicholas.
─── É verdade, garoto? ─── um deles perguntou, inclinando-se levemente.
─── Sim, eu quero minha mamãe ─── Nicholas respondeu, segurando a mão de Rio com mais força.
Os seguranças hesitaram por um momento, claramente treinados para não permitir que qualquer pessoa subisse sem autorização, mas a presença de Nicholas parecia validar a situação.
─── Tudo bem, mas só um momento ─── um deles disse, pegando um rádio para confirmar a permissão. ─── A senhora Harkness foi informada de que o garoto está com você?
Rio sorriu, mantendo um tom despreocupado.
─── Ainda não, mas tenho certeza de que ela vai querer vê-lo imediatamente. Não acha?
Os seguranças trocaram mais um olhar antes de um deles responder pelo rádio, informando que Nicholas estava voltando com uma "convidada desconhecida".
Após alguns momentos de hesitação, os seguranças finalmente abriram as portas do elevador privativo. Rio sentiu uma onda de alívio e excitação ao entrar com Nicholas, segurando firmemente sua mão.
Enquanto subiam, o silêncio foi interrompido pela voz trêmula do garoto.
─── Você acha que minha mamãe vai ficar muito preocupada?
Rio abaixou-se ligeiramente, ainda mantendo o sorriso reconfortante.
─── Acho que ela vai ficar aliviada por te ver. E, além disso, eu estou aqui para garantir que tudo fique bem, certo?
Nicholas assentiu, mas continuava balançando levemente as pernas, um claro sinal de nervosismo.
Quando as portas do elevador se abriram no andar reservado, o corredor à frente era uma combinação de luxo e eficiência. Assessores e membros da equipe de campanha de Agatha moviam-se rapidamente, carregando pastas, tablets e documentos, enquanto a atmosfera era marcada pelo som de conversas apressadas e passos decididos.
Rio guiou Nicholas até a porta de uma suíte grande, onde dois assessores estavam em pé, prontos para anunciar qualquer visitante. Um deles entrou rapidamente para informar a presença de Nicholas e Rio.
Dentro da sala de reuniões improvisada, Agatha estava cercada por Natasha e outros membros de sua equipe, analisando documentos e verificando detalhes finais do evento. Quando o assessor entrou e mencionou Nicholas, Agatha ergueu a cabeça imediatamente, os olhos arregalados.
─── Nicholas? Ele está aqui?
O tom de alarme em sua voz fez Natasha levantar-se ao mesmo tempo.
─── Sim, senhora Harkness. Ele está no corredor com uma convidada.
Sem perder tempo, Agatha caminhou rapidamente até a porta, o blazer impecável flutuando levemente com o movimento. Quando abriu a porta, viu Nicholas parado ali, claramente agitado, segurando a mão de uma mulher que... parecia familiar.
─── Nicky! ─── Agatha exclamou, abaixando-se imediatamente para abraçá-lo. ─── Meu querido, você está bem? O que aconteceu?
─── Eu estava procurando a vovó Sharon... ─── Nicholas começou, mas sua voz tremeu enquanto ele se apertava contra o abraço de Agatha.
─── Está tudo bem agora ─── ela murmurou, segurando-o firmemente antes de levantar os olhos para Rio. ─── E você deve ser a pessoa que o encontrou. Espere, lembro de você! Rio Vidal, daquela noite na casa de Anthony Stark.
Rio sentiu o coração acelerar ao ser fixada por aquele olhar intenso, mas manteve a compostura – ou pelo menos tentou.
─── Sim, eu mesma. ─── Rio sorriu. ─── Eu o vi no saguão, perdido. Ele parecia nervoso, então achei que deveria trazê-lo de volta.
Agatha levantou-se, ainda segurando a mão de Nicholas, e deu um passo em direção a Rio, o rosto suavizando-se levemente.
─── Eu nem sei como agradecer ─── ela disse, com sinceridade em sua voz. ─── Ele é tudo para mim. Não sei o que teria feito se algo acontecesse.
─── Não foi nada ─── Rio respondeu, tentando soar casual enquanto sentia o peso da presença de Agatha. ─── Ele é um garoto incrível. Sabia que você ficaria preocupada, então quis trazê-lo de volta o mais rápido possível.
Nicholas olhou para Rio e sorriu timidamente.
─── Ela foi legal comigo, mamãe.
Agatha deu um leve sorriso, abaixando-se para beijar a testa do filho antes de voltar a olhar para Rio.
─── Mesmo assim, eu realmente aprecio o que você fez. Há algo que eu possa fazer para retribuir?
Rio quase engasgou. Essa era a oportunidade perfeita, mas ela sabia que precisava escolher suas palavras com cuidado.
─── Bem... ─── ela começou, sorrindo enquanto jogava o cabelo para trás casualmente. ─── Talvez só uma conversa, quando você tiver um momento. Você sabe… Rio Vidal, da The Avengers. Uma grande admiradora do seu trabalho.
Agatha inclinou ligeiramente a cabeça, como se estivesse avaliando Rio.
─── Uma conversa, hm? ─── ela respondeu, seu tom neutro, mas com um leve toque de curiosidade. ─── Acho que podemos marcar algo. Natasha pode cuidar disso.
Natasha, que observava a interação com um leve sorriso divertido, deu um passo à frente e assentiu.
─── Claro, eu cuidarei disso.
Rio sentiu uma onda de satisfação misturada com nervosismo. Ela tinha conseguido entrar no radar de Agatha – e agora era questão de tempo até que essa conexão se aprofundasse.
─── Obrigada, deputada Harkness ─── Rio disse, estendendo a mão para um aperto firme.
Agatha aceitou, apertando sua mão com profissionalismo, mas havia algo nos olhos dela – algo que fez Rio sentir que aquele momento era muito mais significativo do que qualquer outra coisa que já havia experimentado.
(...)
AS PORTAS DO ELEVADOR PRIVATIVO SE ABRIRAM NO SAGUÃO DO HOTEL, e Rio Vidal saiu com um sorriso tão largo que poderia iluminar o ambiente. Sua postura era relaxada, mas seu andar tinha uma confiança que claramente dizia: Eu acabei de ganhar o jogo.
Lilia, que estava de pé perto de uma das colunas, olhava em sua direção com uma expressão de pura incredulidade. Quando os olhos dela encontraram os de Rio, Lilia largou sua taça de champanhe na bandeja de um garçom que passava e caminhou rapidamente até ela.
─── Eu não acredito no que acabei de ver ─── Lilia disse, com as sobrancelhas erguidas. ─── Você saiu do elevador privativo da deputada Harkness. Como... como você conseguiu isso?
Rio parou na frente de Lilia, segurando a clutch com uma das mãos enquanto fazia um gesto exagerado de vitória com a outra.
─── Digamos que o destino gosta de mim ─── Rio respondeu, mal conseguindo esconder o tom de satisfação em sua voz.
─── Não me venha com destino ─── Lilia retrucou, cruzando os braços. ─── Quero saber o que você fez, porque eu sei que você aprontou alguma coisa.
Rio inclinou a cabeça, fingindo pensar.
─── Aprontar é uma palavra tão... feia. Eu prefiro dizer que fui estrategicamente criativa.
Lilia piscou algumas vezes, claramente tentando não perder a paciência.
─── Rio, só diga logo o que aconteceu.
Rio sorriu ainda mais, inclinando-se levemente para frente como se estivesse prestes a revelar um grande segredo.
─── Ok, aqui vai: eu encontrei o filho dela perdido no saguão e o levei de volta. E, como agradecimento, a própria Agatha Harkness me ofereceu uma conversa extraoficial amanhã, às seis da tarde.
Lilia ficou boquiaberta, a boca abrindo e fechando algumas vezes antes que conseguisse formular uma resposta.
─── Você está dizendo que... ─── ela começou, mas Rio a interrompeu com um aceno triunfante.
─── Isso mesmo. Eu, Rio Vidal, tenho um encontro com a deputada.
─── Não é um encontro ─── Lilia corrigiu automaticamente, mas seu tom traía o choque que ainda não havia superado. ─── É uma conversa profissional, provavelmente cheia de limites e regras.
─── Talvez ─── Rio respondeu, com um brilho travesso nos olhos. ─── Mas quem sabe o que pode acontecer?
Lilia balançou a cabeça, soltando um longo suspiro.
─── Você é insuportável. Mas... eu admito que estou impressionada.
─── Eu sempre impressiono ─── Rio disse, jogando o cabelo para trás dramaticamente.
Lilia olhou para ela por um momento antes de finalmente rir, balançando a cabeça em descrença.
─── Tudo bem, Vidal. Você conseguiu o que queria. Só não estrague isso amanhã, ou eu juro que vou te deserdar como cliente.
─── Relaxa, Lilia ─── Rio respondeu, colocando uma mão no ombro dela. ─── Eu sei exatamente o que estou fazendo.
Mas, no fundo, ela sabia que precisava pensar em como lidar com Agatha Harkness no dia seguinte. Porque, apesar de sua confiança, Rio Vidal estava entrando em território desconhecido – e mal podia esperar para ver onde isso a levaria.
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