Deu certo... Ou não?
— Me deixa entrar!
Não pude deixar de esboçar um sorriso ao ver o desespero da Debrah no dia seguinte tentando passar pela diretora na porta da sala de aula.
— Eu já disse que você está expulsa!
Sim, é isso mesmo o que vocês estão imaginando: o plano deu certo.
Eu e Nathaniel fomos os primeiros a chegar na escola naquele dia. Ele me entregou os jornais impressos com a notícia fake da Debrah logo na capa. Para a minha sorte, a diretora foi a primeira funcionária a chegar, então eu lhe dei uma cópia do jornal. Quando fui questionada sobre a notícia da manchete eu respondi que não sabia explicar direito, apenas me ofereci para entregar os jornais naquela manhã e ela caiu como um patinho na minha desculpa esfarrapada.
Assim que alguns alunos começaram a chegar, foi dado um aviso pelos alto-falantes que a aluna Debrah deveria comparecer à diretoria antes de ir para a sala de aula. E assim que ela apareceu, algumas pessoas a cercaram para lhe passar o recado.
Debrah saiu da sala da diretora alterada depois disso, e a mais velha a seguiu. Tentou entrar na nossa sala de aula mas foi barrada na porta. E nós, alunos, que estávamos no meio de uma adorável aula de Química, tivemos a infelicidade de sermos interrompidos pelo drama da nossa ex-colega de classe.
— Eu já disse para ir pra sua casa! Não quero que volte mais aqui sem a presença de seus pais! — a diretora a alertou mais uma vez e fez um sinal para que ela saísse do corredor. Vendo que Debrah ainda se recusava a deixar o local, ela pressionou a garota: — Se você não se retirar eu serei obrigada a chamar a polícia!
Por fim, a ex-aluna se deu por vencida. Saiu da escola batendo os pés e bufando, e nós finalmente pudemos voltar a assistir a aula, mas dessa vez todos os envolvidos no plano estavam com sorrisinhos irônicos no rosto. O Trio eram as únicas da classe qye não estavam envolvidas na história, então elas nos olhavam com semblantes confusos e cochichavam entre si.
Sabe, eu cheguei a pensar nessa hora na proporção que aquela história de vingança tinha tomado. A princípio eu e meus amigos não queríamos envolver nada relacionado a escola, mas a Debrah começou a envolver, então nós também envolvemos! Acabou que ela foi expulsa por ter começado toda essa guerra.
A manhã passou até rápido. Tirando o fato de termos tido muitas aulas chatas, era sexta-feira, no dia seguinte eu poderia dormir até mais tarde! Sem contar que naquele dia tinha saído uma temporada nova de uma série que eu gosto muito, assim que chegasse em casa eu ia maratonar.
Isto é, se eu chegasse em casa. Eu fui barrada justo na saída da escola.
Eu me esqueci de um pequeno detalhe no meio dessa história toda: justamente O Trio. Desde quando eu passei no teste da gravadora, elas se aproximaram da Debrah e se tornaram as "novas melhores amigas" dela. Não sei se por interesse ou se simplesmente pelo fato de cobras serem propícias a atraírem cobras, mas sinceramente? Não quero nem saber.
Elas sabiam que eu sempre era uma das últimas a deixar a escola. Assim que pus os meus pés fora, as quatro já me esperavam lá de braços cruzados. Acho que a partir de agora eu deva começar a me referir à elas como O Quarteto.
Ambre e Charlotte me agarraram pelos braços, me imobilizaram e me puseram de frente com a Debrah, sem que eu tivesse alguma chance de me defender sequer.
— Veja só se essa não é a nossa querida Flaysa… — a moça disse de maneira sarcástica assim que fui largada na sua frente.
Olhei para as quatro reunidas ali e seus semblantes entregavam que elas estavam realmente de complô contra mim.
— O que é que vocês querem comigo? — eu entrei no meu modo defensivo, o qual raramente entro. Eu só sentia que tinha que ficar alerta com qualquer passo que aquelas meninas dariam naquela hora.
— Olha como ela está nervosinha…
A Ambre tentou se aproximar de mim de novo e passar a mão pelo meu cabelo, mas o meu reflexo foi mais ágil e eu consegui me afastar dela. No entanto a Debrah foi mais esperta do que eu e conseguiu se aproximar por trás, segurou as minhas duas mãos atrás das minhas costas como se tivesse me algemado.
— A gente só quer te dar um aviso… — apesar da sua fala, eu não sabia se queriam isso mesmo. O jeito delas entregava que estavam prestes a me bater, e eu não era muito forte naquela época, quatro meninas contra uma faz a gente imaginar como ia terminar o placar em uma briga. — Eu já sei o que você fez e acho melhor que peça desculpas, caso contrário a sua vida se tornará um verdadeiro inferno.
— Mais do que já se tornou? — não tentei esconder o meu sarcasmo. — Você ainda não notou que cada vez que tenta me fazer mal, é você quem acaba saindo com a barra suja? — virei o meu olhar na sua direção. — Você não se cansa de ser tão medíocre?
Senti ela apertar ainda mais os meus pulsos com as suas mãos, de raiva. Antes eles estavam apenas imobilizados, mas agora, com o seu gesto, já estavam doendo.
— Para a sua sorte… — ela deu uma breve pausa na fala e o seu tom se voz ficou mais grave. — Eu não quero revidar, por enquanto. A menos que você fique longe do Castiel.
— Sem chance! — era uma piada? — O Castiel é meu amigo! Eu não vou me afastar dele porque você quer!
Ela apertou ainda mais os meus pulsos, me fazendo soltar breves gemidos de dor. Olhou para a Ambre, Li e Charlotte à sua frente, paradas, com os braços cruzados, como se estivessem esperando uma ordem, e deve lhes ter feito um sinal, porque no segundo seguinte as três avançaram na minha direção.
Sabe quando você acredita que existem anjos na Terra que sempre aparecem nas melhores horas? Lysandre era um desses anjos, com certeza. As meninas só não me bateram porque neste exato momento nós ouvimos a voz dele, ao fundo, dizendo:
— Larguem ela!
Lysandre foi tão silencioso que ninguém percebeu a sua presença ali até o momento em que ele se pronunciou. Automaticamente todas nós olhamos em sua direção, eu soltando um suspiro de alívio e as outras quatro aterrorizadas por terem sido flagradas em uma péssima hora.
— Lys? O que você faz aqui? — ainda sem me soltar, Debrah perguntou. Tinha uma pitada de receio na sua voz e, pelas suas mãos, eu pude sentir que ela estremeceu.
— Eu mandei soltar a Flaysa.
Lysandre ainda assim foi firme e seco nas suas palavras, fazendo O Trio recuar e a Debrah me soltar. Assim que me vi livre eu fui correndo dar um abraço no garoto.
— O que vocês iam fazer com ela? — enquanto me retribuía o gesto, ele perguntou para as quatro.
— Nada. — a resposta foi da Ambre, e foi imediata. — Nós estávamos apenas conversando com ela.
— Conversando? — eu a olhei com desdém e depois voltei a minha atenção ao meu amigo. — Elas iam me bater!
Quando olhei para Ambre de novo, ela me encarava com muita raiva. A partir daquele momento eu percebi que não poderia mais andar sozinha em momento algum.
Lysandre também percebeu a fúria da garota sobre mim, eu acho, já que ele a fitava atentamente. Não respondeu nada por alguns segundos, mas quando falou, passou a mão em volta dos meus ombros em sinal de proteção.
— Vamos embora.
Depois dessa frase dele ninguém disse mais nenhuma palavra. Eu me retirei do lugar acompanhada do rapaz e fomos caminhando em direção ao parque em frente à escola, que era um dos atalhos que eu conhecia para chegar em casa mais rápido.
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Genteeee, a Flaysa tem que começar a ficar mais esperta, não é?
As meninas quase bateram nela!
Se eu pudesse dar um conselho para a protagonista, eu falaria: anda com um crucifixo, água benta e contrata seguranças.
Kkkkkkk, qual conselho vocês dariam à ela?
Aliás, vocês votaram no capítulo de hoje?
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