044
"Me dê sua confiança, olhe nos meus olhos e revele seus desejo."
Observo de longe todos os movimentos de Diana, ela é esperta e sabe distrair um homem. Óbvio. Qualquer mulher com a aparência genuína igual a dela deixaria qualquer homem aos seus pés. Eu sabia que ela conseguiria sem nenhum problema.
Fico preocupado quando ela se afasta e segue Lorenzo, a última pessoa que sobrou para pegar o celular. Claro que eu fui atrás, confiava em Diana, mas não naquele homem, não deixaria ela sozinha com qualquer pessoa desse lugar, prometi sempre estar por perto.
Subo as escadas logo depois deles, observo-os de longe da sacada, os dois estão conversando e ele parece ter gostado. A proximidade deles não me agrada, aquilo me irrita um pouco. Não sei porquê estou tão incomodado.
Diana não para de olhar para o loirinho cabeludo, seus rostos ficam perto um do outro. Muito perto. Irritantemente perto.
Travo meu maxilar e fecho os punhos, quando vejo aquela cena ridícula dos dois se beijando, a minha vontade é de ir lá e matar aquele filho da puta com minhas próprias mãos, ameaço de ir lá até que vejo Diana arrancando o celular do bolso dele.
Assim que ela sai de lá e eu também, a puxo para um quarto da mansão. Ela se assusta com meu ato, mas depois que vê que sou eu, se acalma.
- Que porra Vinnie, quer me matar de susto? - ela coloca a mão no peito.
Meus olhos estão fervendo de raiva, se eu começar falar, posso acabar fazendo uma besteira.
- O celular. - digo simplesmente, ela franze o cenho raiva.
- O que aconteceu com você? - ela pergunta, não respondo.
Desligo o celular para que ninguém ligue nele, assim como fiz com os outros. Faço uma armação com os três celulares como uma cinta esses celulares precisam sair daqui, mas não será nos nossos bolsos, se alguém resolver revistar nós dois, não encontraram nada.
- Vinnie. - ela chama meu nome. - Você está bravo? - ela pergunta. - O que você está fazendo? Caralho, responde!
Depois que termino de fazer a armação, viro-me para ela.
- Tira a roupa.
- O que? - fraze o cenho.
- Tira tudo. - repito.
- Tá de sacanagem? - ela fica confusa.
- Preciso colocar essa cinta em você.
- Não, não, não. - ela se afasta para trás. - Isso não fazia parte do plano.
- Agora faz. - digo curto e grosso.
- Que porra aconteceu com você, por que está bravo? Não entendo fiz tudo o que você me pediu, porque caralhos tá falando desse jeito comigo?
- Beijar aquele cara também não fazia parte do plano, agora tira a porra da roupa. - ando em direção a ela, a mesma se afasta para trás novamente.
- Ham? Achei que pegar o celular de qualquer jeito era a porra do plano.
- Isso não incluía agarrar aquele filho da puta! - grito.
- Não grita caralho! - ela diz no mesmo tom que eu.
Se tem um coisa que me deixa puto, é quando alguém me desafia ou grita comigo.
- Quem você pensa que é para falar desse jeito comigo? Não me peça para não gritar. - ando em sua direção com fúria nos olhos, ela anda para trás até bater na parede e não ter para onde ir, coloco meus dois braços um de cada lado da sua cabeça.
- Qual a porra do seu problema, seu idiota?! Por que você está assim?
- Porque eu estou com ciúmes, porra! - soco a parede perto dela, a mesma acaba se assustando.
Diana não diz nada, ela me encara com a sobrancelhas juntas, confusa com o que acabei de dizer. Aquilo tava queimando dentro de mim, foi como se eu tivesse tirado um lodo da minha garganta. Foi um impulso, algo que eu não deveria ter admitido em voz alta.
Porra, eu daria tudo para ela dizer algo aleatório para acabar com esse maldito silêncio entre nós.
Diz alguma coisa.
Por favor diz.
Não consigo parar de olhar em seus olhos, ela também não. Consigo ver perfeitamente o quanto seu rosto transparece confusão.
Sua boca está tão perto da minha, perigosamente perto, a única coisa que ecoa por esse quarto são as nossas respirações, que é evidente como estão desreguladas. A tensão é forte, até um cego veria.
Eu quero beija-la. Céus. Como eu desejo isso agora mais que qualquer outra coisa. O desejo se mistura com a raiva, quando estou assim meu cérebro não pensa com clareza. A boca de Diana é tudo o que eu penso nesse momento. Quer saber, foda-se, não me importo com a porra das consequências, eu disse que a beijaria de um jeito ou de outro.
Em um maldito impulso, a beijo como se fosse última vez. Nossas bocas estão grudadas, perfeitamente encaixadas. Por favor Diana não retribua o beijo, não retribua o beijo. Para a porra da minha tentação ela não se afasta, entrelaço meus dedos em seus cabelos e dou uma leve puxada, Diana geme no meio do beijo.
Não. Não faça isso comigo.
Quando suas mãos pensam em me tocar, eu agarro-as pelo pulso e coloco por cima da cabeça, enquanto a minha outra mão segura firme a sua cintura. Nossas línguas brincam uma com a outra, aprofundo ainda mais o beijo até a minha boca começar a doer. Eu preciso de mais. Eu quero mais.
Essa garota está mexendo com a minha cabeça.
Diana provoca-me, mordendo meus lábios inferiores, aquilo me excita pra caralho. Nossas respirações estão ofegantes, mas nenhum de nós dois pensa em parar, na verdade essa é a última coisa que passaria pela minha cabeça agora. Se eu dissesse em voz alta toda porra que estou pensando em fazer com Diana, ela se assustaria.
O calor do meu corpo aumenta, o quarto parece ficar pequeno para nós dois. A mão que estava em sua cintura passeia pelo seu corpo, a mesma desce até a barra do vestido, levanto-o para que eu toque a sua pele macia e lisa.
Aperto sua coxa, novamente ela geme entre minha boca, nos separamos um pouco para respirar, mas ainda continuamos colados corpo a corpo, os pulsos de Diana estão presos, minha mão ainda aperta sua coxa e sinto a respiração quente e ofegante dela, assim como ela a minha. Quando penso em subir mais o meu toque, sou interrompido por uma batida na porta.
Nos separamos por completo, Diana recupera o fôlego parada no mesmo lugar, incapaz de se mover. Vou para o mais longe possível dela.
- O que foi? - pergunto puto.
- Eu preciso usar o banheiro. - uma voz masculina surge do outro lado da porta.
- Aqui não é o banheiro. - digo.
Aqui é um quarto que tem banheiro, mas ele não precisa saber disso.
- Ah ok, me desculpe então. - ouço os passos se afastando.
Olho para Diana que ainda está respirando fundo para conseguir o ar de volta. Ela me olha sem nenhuma expressão, talvez esteja tentando assimilar o que acabou de acontecer.
Não deveria ter feito isso. Eu sou muito burro. Porra. Caralho.
- Me desculpe. - desvio o olhar.
- O que foi isso? - ela pergunta.
- Foi um erro.
- Erro? - sua voz sai confusa.
- Eu não deveria ter feito isso. - passo a mão no cabelo.
- Ok... - ela sussurra. - Você é tão babaca. - olho para ela, mas desvio novamente. - Erro foi eu ter arriscado a minha vida por esse seu plano idiota.
Céus, o que eu fiz?
- Primeiro você diz que podemos ficar com quem nos der na telha, depois que eu faço isso você vem agindo como um maridinho ciumento?
Sou incapaz de olhar para ela nesse momento.
- Você me beija como um louco e diz que foi a porra de um erro, qual é seu problema, Vinnie? Agora você não tem o mínimo de respeito de pelo menos olhar na minha cara. Da próxima vez que eu beijar alguém, faz um favor, não faz cena, e nunca mais ouse tocar em mim de novo!
Próxima vez?
Respira.
Só respira.
- Faça o que você quiser da sua vida, Diana, aja como uma puta se é o que quer, isso não é problema meu.
É claro que é problema meu. Estou querendo enganar quem?
- Eu preciso colocar esse caralho de cinta em você, agora tira a porra da roupa ou eu mesmo irei tirar e, acredite, não será muito legal. - ela fica atônita com as minhas palavras, até abre a boca para falar, mas não diz nada. Por alguns segundos me arrependo.
Diana olha nos meus olhos com raiva e começa a tirar o vestido, ela leva a mão até o zíper e abre o mesmo, depois abaixa a alça de seus ombros, e nenhum momento ela deixa de me olhar com ódio nos olhos.
Quando ela ameaça de tirar todo o vestido, desvio o meu olhar, sei que ela não está com nada na parte de cima e a última coisa que eu quero é deixa-la constrangida, mais do que já está.
Viro-me para ela que já está com a peça de roupa nos seus pés e tampando os próprios seios com as mãos. Me aproximo dela e me abaixo para ficar na altura da sua barriga.
Passo a cinta dos celulares em volta dela e prendo bem, para que não solte, depois que termino deixo que ela coloque o vestido novamente.
- Espero que os celulares ajudem em alguma coisa. Para isso aqui ter valido apena. - ela me olha com desprezo assim termina de subir o zíper do vestido, eu não digo nada.
Saímos do quarto e fomos para o andar de baixo onde estava todos os convidados, andamos entre as pessoas em direção a saída, logo ouço alguém me chamando. Alguém notou.
- Vinnie. - um dos responsáveis pelo evento, Antônio, chama-me. Olho para Diana que tem expressão de aflição. - Já está indo? - ele franze o cenho.
- Infelizmente, minha mulher não está se sentindo muito bem. - minto.
- Assim, eu entendo. - ele assente. - Espere só alguns segundos, é rápido. - ele some entre os convidados.
Bom, pelo menos não foi por causa dos celulares.
- Pessoal um minutinho da atenção de vocês. - Antônio diz, ele está em um palco improvisado com um microfone na mão. - Queria agradecer a todos vocês que estão aqui e a cada doador. - as pessoas o aplaudem.
Eu espero que ele não diga meu nome, não quero ser o centro das atenções.
- E principalmente a uma pessoa muito importante, ele é um dos nossos doadores. Nesse evento Vinnie Hacker doou mais de cinco milhões para nossa instituição. Aplausos para ele. - todos olham na minha direção e batem palmas, eu aceno com a cabeça agradecendo.
Vai se foder Antônio!
Até chegar na porta da saída as pessoas iam nos cumprimentando e falando o quão bom foi a minha ação, eu só dizia: "obrigado, não foi nada eu gosto de ajudar". Diana, mesmo mordida de raiva por ter que me dar a mão, sorria genuinamente para as pessoas.
Mas lá fora, longe de tudo e todos, ela solta a minha mão e fecha a cara. Destravo o alarme do carro e ela entra atrás ao invés de se sentar na frente junto comigo.
Sem contestar vou para o volante e dou partida no carro, olho ela pelo retrovisor e sua expressão ainda está fechada, eu falei o que não deveria agora estou arrependido.
Vejo ela mesma tentando tirar a cinta por baixo do vestido até ela conseguir e jogar no banco da frente.
- Diana... - a chamo. Odeio brigar com ela e odeio mais ainda esse silêncio.
- Não fale comigo. - ela me corta.
• • •
Meu deus, como odeio Vinnie, eu o odeio com todas as forças. Ele é um idiota, não sei como ele consegue deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente sabendo que é tão babaca com as pessoas.
Se eu tivesse coragem o mataria sufocado enquanto dorme, eu faria isso com prazer. Como ele ousa me beijar e cuspir na minha cara que sou uma puta? Depois de Roger, ninguém mais falou dessa maneira comigo, Talvez Vinnie seja igual a ele...
Saio do carro e bato com força a porta do carro, entro para dentro de casa pisando duro.
- Diana, onde está Vinnie? - Jaden me encontra no hall da casa.
- Não sei. - passo reto por ele.
- O que aconteceu? - ele fica confuso.
- Pergunte para seu irmão. - subo as escadas e vou direto para meu quarto.
Entro no meu closet e tiro aquele maldito vestido, meus sapatos e desfaço o penteado que levei horas para fazer. Me arrumei atoa, maldito seja Vinnie.
Ele não tinha moral nenhuma para ficar todo bravinho, foi um beijo insignificante e só fız isso para pegar a porra do celular que ele pediu, fiz um favor e nem um "obrigado Diana" eu recebi.
Ao invés disso sou chamada de puta. Aquilo acabou com a minha noite, acabou com o pouco de respeito que eu ainda tinha por ele. Posso ser qualquer coisa, menos puta, não fiz nada para merecer esse título.
Eu esperava isso de qualquer um, menos dele. Dele não. Não do cara que me ajudou nas minhas crises, que segurou a minha mão em um momento difícil da minha vida, que cuidou de mim, que me tratou como parte da família. Desse cara eu não esperava que tais palavras sairiam de sua boca como lâmina.
Eu só quero dormir e esquecer essa noite horrível que eu tive, principalmente aquele caralho de beijo. Coloco uma camisola e meu roupão de cetim, quando eu ia me deitar na cama, alguém bate na porta, vou até a mesma e torço para que não seja Vinnie.
Minhas esperanças vão por água a baixo. Reviro os olhos quando o vejo.
- O que você quer? - falo grossa.
- Eu não quis falar aquilo. - sua voz está calma, diferente de horas atrás.
- Ah você quis sim, a boca fala o que o coração tá cheio.
- Me desculpe, eu estava nervoso e falei bobagem.
- Bobagem você fala todo dia, aquilo que você disse não foi uma simples bobagem.
- Sabe que eu não quis te chamar daquela palavra, eu disse que você poderia agir com uma puta, e não que você é uma.
- Me fale Vinnie, o que eu fiz de errado para você dizer com a boca cheia o quão puta eu sou? Me diz. O que eu fiz para merecer essa porra de título?
- Não acho que você é uma puta...
- Você não acha, você tem certeza.
- Não, eu falei muita merda e me arrependo. - reviro os olhos novamente. - Você sabe o quanto é difícil para mim estar aqui me humilhando para te pedir perdão.
Céus, Vinnie consegue ser ainda mais babaca?
- Esse é seu pedido de desculpa? Caralho. - passo a mão nos meus cabelos. - Faz o seguinte Vinnie, não perca seu tempo, não gaste sua saliva. Agora quem está nervosa sou eu e, diferente de você, eu prefiro ficar com a porra da boca fecha do que falar merda e magoar alguém.
- Diana...
- Tenha uma boa noite, Vinnie. - fecho a porta na cara dele.
Uma relação de amor e ódio por esse homem.
Diana perfeita, maravilhosa, esplèndida. Nunca errou!
Por essa vocês não esperavam, não é mesmo? Aguardem os próximos capítulos galerinha, tem muito mais de onde veio isso,
Amo ler os comentários de vocês, juro KAKAKAKAKAKAKKA, o jeito que vocês são carinhosos comigo é diferente. Cada hora uma ameaça nova, um xingamentos, é sobre isso kkkkk.
Próximo agora só segunda. Bjss da Dudinha! ♡
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