025

"Você é motivo do meu sincero riso Angel, você me diverte mais do que ninguém."

Nunca vi meu irmão tão feliz como hoje, quando Nessa revelou que estava grávida. Addison e Bryce deram os parabéns, assim como eu, Diana não parava de sorrir. Quando ela me contou não conseguir disfarçar como fiquei feliz com a notícia que nossa família está aumentando. Sempre desejei ter um filho com minha noiva, Catalina, mas aconteceu o que aconteceu e eu não conseguir realizar esse desejo. Odeio me lembrar dessa merda.

O jantar acabou, Bryce e Addison foram para casa, meu irmão e sua esposa foram para o quarto. Jaden já era baba ovo da Nessa, agora que ela carrega seu herdeiro, ele terá mais cuidado do que nunca. Diana foi praticar em seu piano novo, percebi que ela está trabalhando em alguma melodia, pois toca e anota em seu caderno. Nunca vi alguém tão concentrada em algo, como ela com as teclas. Deixei que Diana se concentrasse no que estava fazendo e fui me trancar no meu escritório, precisava resolver a papelada da minha mercadoria para serem entregues até um de seus aliados, aos Als Capones.

O problema é que eu preciso analisar bem o caminho que vamos fazer, o território que vamos entrar para fazer a rota, as fronteiras que teremos que atravessar. Só espero que não tenha nenhuma merda no meio do caminho. Charlotte Lopez, a mafiosa do Als Capones, garante que não terá problemas, já que as cargas estarão fortemente escoltadas pelos seus homens.

Terminei de resolver isso um pouco tarde, amanhã seria um longo dia e eu precisava descansar. Organizei o escritório, pois gosto das coisas do lugar e coloquei as papeladas no meu cofre. Assim que pisei meu pé para fora do cômodo, percebi que Diana ainda estava tocando. Aproximei para observa-la, quando ela percebeu minha presença parou de tocar na hora.

- Me desculpe. Eu sei que está tarde e o barulho está atrapalhando. - ela diz, baixando suas mãos da tecla.

- Não estou preocupado com isso Angel, todos os cômodos dessa casa são a prova de som. Estou preocupado com você acordada desde do jantar ensaiando.

- Eu nem vi o tempo passar. - ela olha o celular que estava ao seu lado. - Caramba, duas da manhã?

- Poisé. - coloco as mãos no bolso. Passo por ela e vou até o lado da fachada. - Agora entendo porque você escolheu esse canto para colocar o piano. - olho para o céu.

- É perfeito, não é? - ela se levanta do banco e vem perto de mim para observar o céu também.

- Um grande espetáculo. - concordo.

- Aquela estrela. - ela aponta para uma no meio de várias. Eu olho. - É a mais brilhante daquele grupo.

- Eu percebi.

- Sabem o que dizem sobre a estrela mais brilhante? - ela pergunta olhando para o céu.

- O quê? - digo.

- Que a estrela mais brilhante é alguém muito importante e amada que você perdeu. - ela diz em um tranquilo. Não triste. Olho pra ela que ainda olhava estrela fixamente. - Você já perdeu alguém que amava Vinnie?

- Já. - respondo. Ela encara meu olhar. - E você?

- Não exatamente. - ela responde, agora olhando fixamente para meus olhos.

- Como assim? - encaro seus olhos verdes.

- Eu perdi a minha mãe antes de conhecê-la. Não tive a chance de ama-la. - ela dá de ombros. - Não é justo que o universo arranque esse direito seu. Todos deveriam amar e ser amado. Principalmente pela família... - ela baixa o seu olhar.

Aquilo aperta meu peito, porque me trás péssimas lembranças e me sinto culpado por está usando a Diana. Ela é igual pra mim, nunca teve amor do próprio pai. Mais ainda sim, eu tenho o meu irmão, não é de sangue, mais eu morreria por ele, sangraria por ele, andaria no fogo por ele. Jaden é minha família e sempre será. Agora que terei um sobrinho, eu sangrarei por ele se for nescessário.

Mas e Diana, o que ela tem? Por quem ela sangraria e quem sangraria por ela? Não há ninguém. E por que estou negando a amizade de Addison e Nessa? Estou tendo a mesma atitudes que seu pai ou meu pai. Se sou igual a eles, isso me torna um grande idiota de merda.

- Você tem uma família agora, Angel. - digo com sinceridade.

Ela encontra meu olhar novamente. Mas agora seu olhar está com um brilho diferente. Algo genuíno.

- Obrigada. - ela diz com um pequeno sorriso.

- Não me agradeça. É como se eu estivesse fazendo um favor por receber você como parte da família.

- Mas mesmo assim... Obrigada. Estou reconhecendo tudo o que está fazendo por mim. É difícil para algumas pessoas admitirem isso.

Ficamos ali um bom tempo se olhando, sem dizer nada, em um silêncio profundo.

- De manhã pretendo fazer algum exercício. Quer vim comigo? - pergunto quebrando o silêncio. Me afasto dela pois estávamos muito próximos. Uma proximidade desnecessária.

- Quero. - ela responde.

- Fique pronta a seis. - digo e me afasto indo para o meu quarto.

• • •

Acordo antes mesmo do sol nascer, a intenção era descansar, mas dormir três horas apenas. Me levanto e coloco uma roupa para ir correr, hoje o tempo estava um pouco frio, então coloquei um moletom. Saio pra fora e dou de cara com Diana saindo do quarto junto comigo.

- Estava indo te chamar. - falei.

- Você disse a seis, sou pontual. - ela dá um sorriso convencido.

- Ah claro. - levanto as sombrancelha. - Espero que seja rápido quanto é pontual. - fecho a porta do meu quarto e vou andando. Ele me segue logo atrás.

Quando não estou afim de correr tanto e me cansar, fico pelo quarteirão, mas quando estou animado vou até uma trilha que fica a quilômetros longe de casa. E é pra lá que eu queria ir hoje.

Gosto de trilhas, porque é mais tranquilo e eu tenho mais contato com a natureza. Normalmente venho quando estou com a cabeça quente e não quero ficar perto de nenhum ser humano que não seja eu mesmo.

- Ok... Você me trouxe para o meio do nada. Eu deveria ficar preocupada, Vinnie? - ela coloca as mãos na cintura e me olha com os olhos estreitos. Sorrio de lado.

- Sim. É agora que vou te desossar e enterrar seus restos em qualquer buraco que estiver por aqui, Angel. - dou um sorriso sarcástico e continuo andando.

- E se eu correr? Tenho habilidade de uma atleta. - ela me segue.

- Te alcançaria de qualquer jeito.

- Você é bem convencido.

- Sou eu né? - olho por cima dos ombros. - Já estamos chegando na trilha.

Dois minutos que estávamos na trilha correndo, as vezes eu me esquecia que eu tinha as pernas mais longas do que de Diana e ficava muito mais a frente do que ela. Ela também não estava acostumada a correr, então eu tinha que acompanhar o seu ritmo, até ela pegar o jeito.

- Pelo amor de Deus, me dê alguns minutos, eu não aguento mais correr. - diz ofegante. Ela se agacha no chão com a cabeça baixa. Paro de correr e volto para trás onde ela estava.

- Toma. - lhe entrego uma garrafa de água.

- Obrigada. - ela se levanta e pega a garrafa.

- Com o tempo você se acostuma. - ela dá um gole na água.

- Como que pode? Você não está nem suado ainda, olha meu estado. - ela me entrega a garrafa.

- Eu faço isso a anos. - tomo da mesma água.

- Acho que já deu por hoje né? Acredito que você já tenha se aquecido, se exercitou. Deu. - ela diz com cara de exausta.

- Não corremos nem dez minutos.

- Qual é? Tá de sacanagem! - sorrio de lado. É engraçado ver ela toda suada, quase morrendo de tanto correr. - Eu vou embora sozinha.

- Boa sorte para lembrar o caminho. - ela olha em volta e se frusta ao ver que não se lembra do caminho que fizemos até aqui.

- Você é um babaca. - ela diz.

- Hum, agora que eu não volto mesmo. - viro de costa pra ela e começo a andar.

- Não. Espera! - ela vem correndo atrás de mim.

- Precisa ter bons modos Angel. Você me rouba, não uma, mas duas vezes, te dou meus cobertores, minha blusa, e é desse jeito que você agradece? Me chamando de babaca? Beleza então.

- Eu não quis dizer babaca. - ela me alcança.

O mais engraçado é que ela anda rápido para tentar me alcança, e eu ando normal sem esforço nenhum.

- Eu quiz dizer... É... - ela pensa no que vai dizer. - Bacana. Você é muito bacana Vinnie.

- Não achei conveniente. Pense em outra coisa.

- Vinnie por favor, não faz isso comigo, eu não aguento mais! - Pado de andar e ela bate seu rosto no meu ombro. - Ai!

- Vamos fazer assim. - me viro para encara-la. - Uma corrida até aquela árvore. - apontei para a mesma. - Se você ganhar de mim, vamos para casa, eu te faço uma limonada e parou de te chamar de Angel. Mas se eu ganhar, caminhamos por amai quarenta minutos e você faz a lindona pra mim. - ela começa a rir.

- Ata. Tá bom. - ela coloca um sorriso sarcástico no rosto. - Tenho cara de Usain Bolt agora? Flash? Tá bom, eu nunca ganharia de você, não tenho chance nenhuma.

- Te deixo dez passos a frente. - ela estreitas os olhos para mim.

- Que jogo é esse? Você está querendo tirar uma com minha cara?

- É pegar ou largar. - sorrio de canto para ela. - Eu dou a minha palavra que isso não é nenhum tipo de brincadeira.

- Ok. - ela concorda. Porém um pouco desconfiada.

Como prometi, fiquei dez passos para trás e ela na frente. Nos preparamos para começar a correr.

- Eu dou o sinal. - ela disse, tomando a rédia.

- Tudo bem. - dei de ombros.

- Já! - Diana gritou e saiu correndo.

Eu ri, porque ela estava tão empenhada, que parecia mesmo que ia ganhar de mim assim tão fácil. Não demorou nada e eu já estava perto dela, depois ao lado, e então na frente. Até que ouvi ela gritar um merda antes de eu chegar na árvore onde tinha marcado.

Olhei para trás e lá estava ela ainda correndo, coloquei um sorriso vitorioso no rosto enquanto via ela se esforçando para chegar até mim. De repente ela tropeça em um galho de árvore e cai no chão. Aquela cena aconteceu pra mim em câmera lenta, automaticamente comecei a gargalhar de quase rolar no chão junto com ela, foi mais forte do que eu. Meu deus, eu nunca vi alguém tão sem jeito como ela. Fui até ela para oferecer minha ajuda, depois de ter ficado cinco minutos só rindo

-

Você está bem? - tento ajuda-la a levantar, mas continuo rindo.

- Tire sua maldita mão de mim. - ela se esquiva e se levanta sozinha. - Não sei qual é a graça. Idiota! Tem algum palhaço aqui? - ela começa se limpar das folhas que ficaram grudadas nela.

- Isso melhorou muito meu dia. Muito obrigado! - tento me controlar, respiro fundo, mas aí me lembro da cena e volto a rir novamente.

- Haha, espero que tenha se divertido, imbecil, pois eu não vou fazer merda nenhuma de limonada e muito menos continuar correndo igual uma retardada. Nem que eu me perca nessa porra, mas eu vou voltar pra casa. - ela diz muito irritada e saiu andando sem mais nem menos.

Diana ficou muito puta comigo, mas que culpa eu tenho se ela é desengonçada e tem as pernas parecida a de um smorf?

- A saída não é por aí, é por aqui. - falei indo na direção contrária dela.

Será que Vinnie vai se arrepender em usar a Diana?

A queda de Diana gente! KAKAKA scrr eu tô morrendo.

Esse foi o capítulo mais divertido que eu já fiz! Juro.

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