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"Roubei sua carteira,mas você roubou meu coração."

Em toda minha miserável vida,fui mantida em cativeiro, em uma prisão. Era assim que eu me sentia em minha própria casa, eu sou humilhada pelo homem que deveria me amar incondicionalmente, que deveria dá exemplo de um verdadeiro homem do lar,afinal, é isso que um pai faz, não é mesmo? Infelizmente não sei o que é isso, porque nunca tive amor, carinho ou atenção. Sou controlada todo o tempo,nem mesmo consigo usar minhas próprias roupas sem ser julgada, não posso andar pela minha própria casa, não consigo comer da minha própria comida.

Por um prevê instante da minha infância eu achei que o problema era meu pai,mas aí cheguei na minha adolescência, agora na maior de idade, e percebo que o problema está em mim, sempre esteve em mim,pois minhas irmãs mais velhas, Maggie e Bella, sempre foram tratadas como princesas. Comecei a reparar como eu era tratada com indiferença por todos a minha volta. Então um dia eu soube o motivo da revolta,a morte da minha mãe era o motivo. Ela morreu por minha causa, no parto porém tinha mais motivos. Meu pai me odeia pois ele estava esperando um menino, o homem que honraria a família, mas aí veio a Helle Diana, eu mesma.

Primeiro foi as indiferenças, até então eu não ligava, mas então, veio as humilhações, ameaças e depois ações. Eu odeio meu pai, desde da vez que ele ousou a levantar a mão para mim, e eu odeio minhas irmãs por não fazerem nada sobre isso. Maggie e Bella foram criadas para serem boas esposas, meu pai praticamente as vendem mandam elas usarem roupas que realçam suas curvas e que deixam com as suas pernas nuas. Claro. O que ele não faria para conseguir dinheiro para suas dívidas.

Roger acha que ninguém sabe que nos mudamos para um fim de mundo porque ele estava devendo para gente grande, pessoas que o matariam em um estalar de dedos, e só não matara-lhe ainda por pena de nós, suas três filhas. Ele já anunciou que tem um homem a procura de uma esposa e que estaria disposto a pagar todas as suas dívidas por uma de nós. Quero dizer, uma das minhas irmãs. Meu pai deixou bem claro que nunca entregaria algo quebrado, inútil, para trazer mais vergonha a ele. Então isso significa que não estou a venda. Dou graças aos céus.

Eu tenho apenas dezenove anos, sou jovem, porém não vivo como uma. Até eu decidir ligar o foda-se. Já que eu sou a vergonha da família, a ovelha negra, então é isso que eu vou ser, irei dar um motivo para eles se envergonhar de mim. Nunca tive nada na minha vida, porque segundo meu pai, estamos sem dinheiro, e eu estou muito afim de sair dessa maldita casa e viver a minha vida. Estaria fazendo um favor para todos. Então descobrir uma nova habilidade, além de tocar piano e violino, tenho as mãos leves, consigo pegar qualquer coisa sem ser notada.

Quando tem algum evento na cidade de Edimburgo¹, e quando somos convidados, coisa que é bem rara de se acontecer, eu aproveito a vulnerabilidade e a inocência das pessoas para poder roubar suas carteiras gordas de dinheiro. Venho juntando tudo o que consigo pegar já tem um bom tempo e quando consegui o suficiente para comprar uma boa casa e conseguir me sustentar até eu arrumar um trabalho, eu saio de onde não sou bem vinda.

Hoje iremos em uma inauguração de um restaurante - que a propósito já ouvi falar muito sobre - meu pai disse que é muito importante nossa presença,até mesmo eu, mas é claro que eu deveria seguir suas exigências, nada de roupa curta, decotada ou muito sexy, nada que chame mais atenção que minhas irmãs, se possível algo que cobrisse meus braços para ninguém ver as marcas de agressão que ele deixavam em mim, apesar de não gostar,eu aceitei. Essa era uma oportunidade perfeita para conseguir mais carteiras, ainda mais, porque esse restaurante é elegante e chique e provavelmente está cheio de burgueses.

Eu coloquei algo bem discreto, um vestido rosa básico, de manga e gola alta, que ia até os joelhos, e nos pés um salto não muito alto. Assim que nós ficamos prontos fomos para tal inauguração, o lugar estava relativamente cheio, alguns carros estacionados em frente, muito deles que valem todos os meus órgãos e se duvidar até minha vida.

Nós entramos no restaurante e tinha muitas pessoas em pé conversando, algumas tomando champanhe, outras ocupavam algumas mesas. Meu pai saiu cumprimentando algumas pessoas e apresentando minhas irmãs, não ousei chegar nem perto. Não demorou muito para eu perder-los de vista, então fui colocar meu plano em prática, observei bem quem estava com bolsa, com suas carteiras em seus bolsos, terminei de observar, fui colocar meu plano em prática.

Foram uma, duas, daqui a pouco três, até cinco consegui pegar. Foi até mais fácil do que imaginei. Quem desconfiaria de uma dama com uma carinha de inocência? Ninguém.

No corredor do banheiro avistei um velhote, aparentava ter sessenta anos, estava vestindo um terno preto e calça cinza, uma camisa branca e uma gravata preta, ele usava em seu pulso um Rolex Day-date 40² cor de ouro e preto. O coroa é um rico fodido. Deveria roubar o objeto em seu pulso do que a própria carteira. Me andei até o homem de cinza, e quando fiquei perto dele fiz o de sempre, trombei com ele para disfarçar enquanto pegava sua carteira. Ele franziu o cenho e fechou a cara.

- Me desculpe senhor. - dei um sorriso falso e fingi está sem graça, depois corri em direção a porta do banheiro.

Mas antes que eu pudesse entrar, eu senti meu braço ser agarrado com força. O velho rico desgraçado.

- Sua ladra desgraçada. - merda. Era só o que me faltava.

- O que? Me solte senhor. - fingi não está entendendo nada.

- Agora vai se fazer de inocente sua vadiazinha? - ele apertou mais meu braço e me trouxe mais para perto dele. - Devolva o que você roubou!

- Eu não roubei nada, acho que ouve um equívoco. - menti. - Será que o senhor poderia me soltar? Está me machucando.

- Escuta bem sua cadela mal criada, não vou falar duas vezes. Me dê a minha carteira ou eu mesmo a pego de você. - disse bufando de raiva. E agora meu Deus? Eu precisava sair dessa situação.

- Eu não peguei nada de você. Não se atreva me tocar, e eu sairei gritando que o senhor passou a mão em mim sem meu consentimento. Veremos que os homens que tem o dobro do seu tamanho irá fazer com você. - o desafiei.

- Veremos em quem vão acreditar. - ele ameaçou a passar a mão em mim. Eu recuei.

- Não me toque. Ou eu esfrego esse Rolex de duzentos mil na sua fuça. - lhe ameaçei.

- Posso saber o que está acontecendo aqui? - um homem apareceu de braços cruzados e com uma cara fechada. Ele me deu medo. Merda. Agora sim fudeo.

Será que eu digo que esse velho está me assediando? O homem alto e musculoso acreditaria em mim? Com a presença dele eu fiquei coagida, não sei o que faço. Se bem me lembro eu peguei a sua carteira também. E se eu tiver roubando a pessoa errada? O que ele irá fazer comigo?

- Essa cadela roubou minha carteira. - ele disse ainda segurando meu braço e apontando pra mim.

- Eu já disse que não peguei nada. Eu tenho cara de ladra agora? - falei indignada. O homem olhou pra mim sem nenhuma expressão, mas aquele olhar me deu arrepios, parece que ele sabia dos meus pecados.

- Acho que deveria escolher melhor quem convida para seu restaurante senhor Hacker. - o velho disse.

Hacker?? Não é possível. Ele é o dono do restaurante? Eu roubei a carteira do dono desse maldito restaurante? Merda. Agora sim estou fudida.

- Solte-a. - o homem de preto que tinha um olhar assustador ordenou. O velhote me largou na mesma hora sem nem hesitar.

- Você vai deixar que ela roube em seu próprio restaurante? - se eu não fosse uma dama eu estaria no pescoço desse velho filho da puta. A minha vontade era mandar ele calar a boca.

O homem de preto se aproximou de nós e lançou um olhar mortal para o velho reclamão, e depois olhou pra mim, eu estremeci. O homem chegou mais perto de mim,perto o bastante que dava pra sentir o seu perfume,e então rancou a carteira de mim e jogou para o velho. Eu não me movi. Não conseguir falar e muito menos me mexer.

- Pegue esta merda e vaza daqui. - ele falou em um tom rude.

- Você não vai fazer nada com sua cadela? Sabe-se lá quantas carteiras ela ja deve ter roubado. - mesmo com a carteiras em mãos ele continuou reclamando. Parece que não era só eu que estava a fim de pegá-lo em seu pescoço.

- Eu disse que é pra você se mandar daqui, ela é problema meu agora. - disse sem paciência. Agora sim eu sei que estou morta. Meu coração acelerou. Minha cabeça começou a passar os maiores horrores que alguém poderia fazer com uma pessoa.

Ele contaria para o meu pai? Ou me mandaria para uma penitenciária?

Esse homem de cabelo claros,olhos castanhos e vestido todo de preto,tem cara de ser muito poderoso. Poderoso o bastante para acabar com a minha miserável vida. - que não estão aquelas coisas - e mais, ele parecia um mafioso. Queira Deus que eu esteja errada.

- Como é seu nome? - disse encarando minha alma.

- Diana.

- Você é bem corajosa para uma garota de pouca idade, Diana. - disse simplesmente. Ele encostou na parede a minha frente e cruzou os braços, sem tirar os olhos de mim. Eu não sabia o que dizer, então fiquei em silêncio,apenas olhando pra ele com vergonha. - O que aconteceu com sua coragem agora? - Deus, ele tava me intimidando muito! - Pelo visto, você não sabe quem eu sou.

É. Eu realmente não sabia,até agora.

- O que devo dizer? - dei de ombros.

- Desculpas talvez? - ele levantou as sobrancelhas. - Aliás... Quero minha carteira de volta. - ele estendeu a mão.

Uma situação mais vergonhosa que isso? Não existe. Com a minha cara, queimando de constrangimento eu devolvi sua carteira. Não consegui olhar em seus olhos.

- Admito que você foi bem inteligente. Muito inteligente. Porém, não mais que eu, princesa. Você deveria analisar suas vítimas antes de rouba-las. As vezes você pode está roubando no território de outra pessoa, isso acabaria mal pra você.

- Você está me dando aulas de como roubar? - perguntei confusa mas meu tom de voz saiu como arrogância.

- Não, estou te alertando.

- O que você vai fazer comigo? - meus olhos transmitia medo.

- Não vou fazer nada. - por que eu não acreditei?

- Sério? - franzi o cenho.

- Pode ficar com as outras carteiras que roubou. Eu não me importo, contanto que não faça mais isso no meu território.

- Como sabe que eu roubei outras, contando com a sua e do velhote?

- Diana... - ele soltou um sorriso de lado. - Eu andei observando você desde da hora que você trombou comigo, um truque bem barato,falando nisso.

- Devo mudar minhas táticas então.

Por que eu disse isso? Melhor eu ficar quieta.

- Deve! - ele disse. - Seu pai é rico, senhorita Castelli De Angelis.

Ele conhece meu pai. Merda. Ele me conhece.

- Não conte nada a ele. - pedi.

- Por que rouba? Isso é algum tipo de rebeldia para puni-lo?

Ele deve ler meus pensamentos, né possível.

- Não conte nada a meu pai, por favor! - pedi mais uma vez.

- Não irei contar. - ele me olha com curiosidade. Talvez ele deve está pensando muito mal de mim.

- O que foi? - perguntei.

Na verdade, ele parecia está mais me analisando. Como uma máquina de raio x.

- Estranho. - disse simplesmente. - Quantos anos tem?

- Tenho dezenove. - respondi.

- Suas roupas me dizem ao contrário. Curioso uma moça como você está vestida com uma roupa tão... - ele procura a palavra certa. - Longa. Estamos no verão e está de noite. Está não é uma vestimenta adequada para a ocasião. - eu revirei os olhos e evitei o contato visual. - Aproveita a festa senhorita Castelli De Angelis. - ele deu uma última olhada em mim e se retirou.

Por um momento,achei que estaria morta agora.

Feliz Natal meus amores, trouxe finalmente o primeiro capítulo de presente pra vocês! Espero que gostem!

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