🌙 Remus Lupin- Minha voz (oneshot)

Pessoinhas, hoje trouxe algo um pouco diferente, que me veio a cabeça de repente e teimou em não sair.

Vocês nunca se perguntaram como os surdos e mudos vivem no mundo bruxo?

Bem, eu tenho uma amiga minha que é surda e que é obcecada por HP assim como eu, então foi graças a ela que tive essa ideia. Sei que é claro que muitos de vocês não vão se identificar muito por isso, mas mesmo assim espero que gostem porque escrevi tudo com carinho rsrs afinal tenho a intenção de fazer imagines mais inclusivos, sabe?

E por ser um imagine do divo do Remus, o dedico a laratsoliveira, meduzaatrevida e Vega_Lestrange que pediram <3

Obs: eu sei que libras não é a língua de sinais da Inglaterra, mas usei ela mesmo assim.

Obs 2: Sempre que a fala estiver entre aspas ("."), significa que a frase está sendo dita em libras. Já quando estiver com travessão (-) significa que foi falada em voz alta.

E OUTRA COISA IMPORTANTE (LEIAM PLS): Eu tô pensando em fazer algo diferente e especial como um tipo de comemoração pelos 1K de votos, e gostaria da sugestão de vocês, já que sou nada criativa haushaush
ENT PFV MANDEM SUGESTÕES OBG

. . .

"Será que você pode me deixar sozinha por mais de DEZ SEGUNDOS?!" Gesticulo agressivamente com as mãos.

Meu irmão ao meu lado, Sirius Black, me olha com uma careta.

"E deixar que aqueles idiotas da sonserina te perturbem de novo? Nem pensar!" Ele diz na linguagem de sinais, com seu olhar firme e protetor de sempre.

Ultimamente meu irmão tem permanecido ao meu lado o tempo inteiro, como um guarda costas, e só faltava rosnar para qualquer um que se aproximasse. Quer dizer, eu não via problema nele sendo protetor de vez em quando, mas aquilo já estava passando BASTANTE dos limites.

E enquanto discutimos e gesticulavamos fervorosamente, os alunos a nossa volta nos olhavam com curiosidade, se perguntando o que diabos estava acontecendo.

"Por favor, tudo o que eu peço é que pare de me tratar como uma criança! Sou só uns meses mais nova que você".

"Mas é uma garota, o que te torna mais delicada e..."

"Não ouse terminar! Por acaso esqueceu quem ganhava todos os duelos em nossa casa?"

Vejo com deleite o rosto do meu irmão ficando vermelho.

"Eu deixava você ganhar de propósito" é o que diz, mas sorrio sabendo que sua expressão indicava o contrário.

É então que ele aparece, fazendo meu coração bater mais rápido.

Remus Lupin, um dos melhores amigos do meu irmão, era simplesmente a pessoa mais gentil que eu já havia conhecido, e era por esse e muitos outros motivos que eu gostava dele.

.

Tudo começou no meu primeiro ano, um pouco depois do grande choque que minha família sofreu ao saber que Sirius havia entrado na Grifinoria.

Lembro-me dos meus pais brigando furiosamente, enquanto via o que eles diziam por trás da porta usando meu feitiço interpres (para interpretar os sons em libras em tempo real).

"Fomos amaldiçoados, só pode ter sido isso!" Exclamou minha mãe, que sempre fora mais dramática. "Não basta termos uma filha defeituosa e sermos obrigados a criá-la; Nós ainda temos que ter um filho da grifinória!"

"Tem razão" concorda meu pai "Se a Lua quem tivesse entrado na casa, tudo bem, mas o Sirius..."

E depois disso eu decidi desfazer o feitiço de interpretação, pois não suportava mais. Subi rapidamente as escadas e chorei em meu quarto, encharcando meus travesseiros. Mais tarde, Sirius apareceu, aflito e ainda em choque pela maneira com que nossos pais haviam ficado furiosos.

Ele não falou nada, apenas se deitou ao meu lado e me abraçou, deixando que eu chorasse mais em seus ombros.

Depois desse dia, prometemos um para o outro que não importava o que acontecesse: iríamos nos proteger.

.

Não demorou para eu começar a sofrer na mão dos sonserinos. Se eu já era deslocada na escola inteira por ser surda, imagine sendo uma aluna de uma das casas mais preconceituosas.

Sempre que eu passava pelos corredores, eu ouvia as típicas pessoas me chamando de "defeituosa" ou gritando em meus ouvidos, me fazendo ouvir um chiado horrível e que me causava uma dor de cabeça lacinante pelo resto do dia.

Mas eu não me importava, já passava por esse mesmo tratamento em casa. Ou pelo menos me esforçava para não me importar.

Passei quase um mês inteiro sem amigos e qualquer companhia além do meu irmão, até que ele me apresentou para o seu grupinho.

Eu estava comendo em um canto isolado da minha mesa, quando de repente senti meu irmão praticamente me carregando até a sua mesa. No caminho eu lhe dei alguns chutes e fiquei bastante satisfeita ao perceber que ele fazia uma careta de dor.

Assim que me sentei, sem entender bem o que estava acontecendo, Thiago apareceu a minha frente de repente e olhou para Sirius ao meu lado.

- Mas ela é tipo, 100% surda?

- Praticamente, mas ela tem uma pequena porcentagem na orelha esquerda, só que não consegue ouvir nada além de um zumbido.

- Ahh entendi. Então ela não fala?

Olho irritada para meu irmão e gesticulo com as mãos.

"Eu posso ouvir vocês, sabia?" Não como se eu já não estivesse acostumada com as pessoas conversando e esquecendo da minha existência.

Sirius sorri e diz o mesmo para Thiago, que arregala os olhos surpreso.

- Mas como...?

- Ela faz leitura labial.

- Uau, que demais! O Lupin precisa ver isso. EI LUPIN!

Estremeço ao sentir o chiado no meu ouvido, e Thiago percebe e pede desculpas culpado.

É então que um garoto devastadoramente bonito e de cabelos e olhos castanhos senta conosco. Suas feições eram harmoniosas, e ele tinha olhos gentis e com um ar divertido. Mas o que me chamou atenção de verdade foram as várias cicatrizes espalhadas pelo seu rosto, despertando minha curiosidade.

- O que foi agora?- perguntou parecendo cansado.

- Você já conheceu a irmã do Sirius? Ela é...

- Ah sim, eu já vi ela algumas vezes pelos corredores.

E então ele me olha, me pegando desprevinida, e diz "é um prazer te conhecer" na linguagem de sinais, fazendo meu coração retumbar loucamente.

Senti minhas bochechas ficando vermelhas e perguntei, surpresa:

"Você sabe falar em libras?"

"Só o básico" gesticula com um sorriso fofo e sem graça "Sempre achei muito interessante e quis aprender".

"Eu posso te ensinar" digo, e só depois percebo o quão ousado havia sido minha proposta e sinto minhas bochechas esquentarem. Me apresso em acrescentar "Se você quiser, é claro".

Ele ri, e sinto uma tristeza tremenda por não conseguir ouvir nada além de um pequeno chiado.

"Eu ficaria honrado, se você realmente estiver disposta a prometer que vai ser uma professora paciente".

Thiago transita o olhar entre nós dois, com uma expressão cômica e confusa.

Depois desse dia, sempre que eu e Lupin nos víamos nos corredores ele fazia questão de me cumprimentar e me pedir para lhe ensinar algo novo. E aos poucos, a cada sorriso, palavra e gesto, eu fui me apaixonando.

.

No presente, Lupin me lança um sorriso lindo, deixando minhas pernas bambas.

"Deixa eu adivinhar, ele tá dando uma de cão de guarda de novo?" Pergunta com uma cara de deboche.

"Pois é, não quer largar do meu pé por nada"

"Eu posso entender vocês, sabe?" Reclama Sirius nos olhando furioso.

"Droga, é mesmo" Lupin mostra um sorriso forçado "Enfim, Lua, é melhor evitar ficar ao máximo perto dele, a não ser que queira de tornar uma deliquente..."

- O que disse seu fedido?- meu irmão sorri maldoso e o pega pelo pescoço- É VOCÊ quem deve parar de dar em cima da minha irmã.

Sinto o rosto esquentar, pois consigo ler claramente seus lábios.

Vejo Lupin ficar vermelho também.

- Cala a boca, idiota.

É então que Sirius fica sério e sussurra algo no ouvido dele e ainda tapa um lado da boca para que eu não lesse seus lábios. Fico irritada e observo os dois com atenção, curiosa. Então contenho um sorriso e, só para me vingar, eu pego o pequeno commentari que tinha em meu bolso do uniforme e gravo tudo o que dizem. Era um pequeno dispositivo semelhante a um pomo de ouro que eu ganhei do meu irmão e estava sendo bastante útil, tendo a função de um gravador.

Afinal, mais tarde, eu poderia usar meu feitiço de holograma, interpres, que eu costumava usar nas aulas e funcionava como um tipo de intérprete: ele gerava automaticamente a tradução em libras do que era dito em voz alta e em tempo real.

Assim que eles terminam de trocar sussurros eu lhes mostro um sorriso inocente e digo que devo ir logo para a aula. Para minha surpresa, meu irmão não me segue.

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A noite, quando todas as minhas colegas de quarto estão dormindo, eu pego meu commentari e uso interpres, com um medo absurdo de acordar alguma delas.

Mas graças a Merlin isso não acontece.

"Ei, como você está?" Perguntou, presumo, meu irmão. Afinal o feitiço só me mostrava gestos, me impedindo de distinguir quem falava o que.

"Nervoso, como sempre".

"Não se preocupa, nós três vamos estar lá para te ajudar, como sempre, assim que a lua cheia aparecer ".

E então acabou.

Faço uma careta, confusa. O que aquilo queria dizer? Ele e os outros garotos iriam se encontrar na lua cheia? E para onde? Por que?

Seja o que fosse, estava me deixando terrivelmente curiosa.

Então, sem pensar duas vezes, me levantei da cama e sai.

.

Assim que me vejo nos corredores de Hogwarts, sou tomada por arrependimento. Como diabos eu iria me deslocar naquela escuridão?

Então, por mais que fosse a coisa mais burra a se fazer, eu gesticulo minha varinha e mentalizo a palavra "Lumus" em minha cabeça, gerando uma pequena luz na sua ponta. Como não falava, a minha concentração e dedicação para realizar um feitiço era 10 vezes maior.

Ando cuidadosamente, temendo que estivesse fazendo alguns barulho.

É então que vejo um leve movimento a minha direita, fazendo meu coração disparar. Mentalizo "nox" rapidamente e já com os olhos acostumados com a escuridão sigo a silhueta.

Então a pessoa para de andar e a vejo se aproximar de mais três. Me escondo e logo reconheço que eram Lupin, Sirius, Thiago e Pedro. O que é que eles estavam aprontando daquela vez?

Assim que eles começam a se deslocar os sigo, poucos passos atrás, até o lado de fora do castelo. Fico mais cuidadosa assim que somos iluminados pela luz da lua cheia.

O tempo se passa e percebo confusa que eles se aproximavam cada vez mais do Salgueiro lutador. Então, ninguém menos que meu irmão se aproxima perigosamente da árvore.

Estou prestes a correr em sua direção e dar-lhe um tapa para ver se ele recupera algum juízo, mas então o Salgueiro que já deveria ter lhe jogado para longe fica completamente imóvel.

Os quatro se agacham e somem dentro de um túnel debaixo da árvore.

É naquele momento que eu percebo: eles sabiam muito bem o que estavam fazendo, e mais importante de tudo, estavam escondendo alguma coisa.

E como eu era intrometida e teimosa, os segui.

.

Quando sai do túnel, vi que estávamos em uma casa podre e velha. Continuei seguindo os garotos até precisar me esconder quando eles pararam em um quarto.

Ativei meu feitiço interpres para ver o que eles falavam.

"Vocês têm certeza de que isso é necessário?"

"Pelo menos até você parar de gritar e se espernear feito um louco".

"Tudo bem... Mas vocês juram que não vão me deixar fazer algo...?"

"Claro que não, Aluado, estamos aqui por você".

Franzi as sobrancelhas. Havia descoberto recentemente que meu irmão e seus amigos de chamavam por apelidos, que por sinal eram um tanto estranhos, principalmente o de Lupin que era Aluado.

Fui atingida por preocupação. O que iria acontecer com ele?

"Daqui a pouco a lua aparecerá. Devemos nos preparar. Rabicho, pegue as correntes. Pontas... Você tenta segurar o Aluado antes que ele comece a se transformar" fala quem eu concluo ser meu irmão.

Sem entender absolutamente nada, eu fico encolhida em meu esconderijo por um tempo. Meu feitiço fica paralisado, sem detectar qualquer som para interpretar. Podia sentir minha respiração descompassada, meu peito descendo e subindo de maneira irregular...

Foi então que meu ouvido esquerdo foi tomado por um zumbido forte e incomodo, que me fez gemer de dor. Algo ou alguém estava fazendo um barulho alto.

Foi então que uma energia estranha fluiu pelo meu corpo, me dando coragem (e quem sabe estupidez) para decidir que eu iria me levantar e ver o que acontecia.

Assim que entrei fui tomada por confusão. Nenhum dos garotos estavam lá. Em vez disso, haviam um cervo, um rato, um cachorro e...

Prendi o fôlego.

Bem a minha frente estava Remus, mas era claro como a lua que ele estava sentindo uma dor agonizante, enquanto camadas e mais camadas de pelos surgiam em sua pele e seu rosto se distorcia cada vez mais, formando um focinho e dando-lhe um par de orelhas de lobo.

Os outros animais olham para mim, e por incrível que pareça quase vejo um brilho desesperado em seus olhos, principalmente no cachorro negro a minha direita.

É então que percebo: de alguma forma, aqueles animais eram Thiago, Pedro e meu irmão. E o cachorro, que provavelmente era Sirius, estava latindo para mim como se me implorando para que eu fosse embora.

Mas eu não podia, não conseguia deixar Remus sofrer daquela maneira... Ele parecia prestes a morrer.

E antes que eu pudesse me arrepender de ter ficado, já era tarde demais. Ele havia se transformado completamente e agora seus olhos brilhantes e predatórios estavam fixos em mim, me deixando paralisada.

As correntes que o envolviam se quebraram em um simples movimento e foi somente aí que consegui me mover e comecei a correr com todas as minhas forças.

.

Por mais que eu tivesse corrido até a floresta proibida, ainda podia senti-lo no meu encalço. A vibração de seus passos na terra, seu cheiro podre de sangue. Garanti a mim mesma que, se a vida me desse mais uma chance, eu prometeria NUNCA MAIS me meter onde não devo.

Foi então que eu tropecei em uma raiz, causando uma dor insuportável em meu tornozelo e me fazendo cair no chão. Observei em pânico a criatura que antes era Remus se aproximar de mim, com um fio de saliva pingando de sua boca com dentes afiados.

Em um ato de desespero, eu estico as mãos e o olho suplicante. Seria loucura demais tentar me comunicar com ele por libras, então, pela primeira vez em anos, eu abri a boca para falar.

Na última vez que tentei falar com alguém em voz alta, as pessoas fizeram uma careta para mim e pude ler seus lábios dizendo "aberração". A minha família (tirando Sirius é claro) também fazia-me a mesma expressão.

Mas naquele momento era tudo o que eu tinha, então tentei sussurrar "Remus, sou eu, Lua".

Por um milésimo de segundo tenho a impressão de que ele me entendeu.

- Por favor- imploro, com as lágrimas escorrendo por minhas bochechas- Tente se lembrar.

Ele se aproxima ao ponto que posso sentir seu hálito quente em meu rosto. Tento esconder o medo e percebo que parecia até mais calmo que antes, e quem sabe com menos vontade de me devorar. Estico minha mão novamente. Estou prestes a tocá-lo.

Mas então o ouço rosnar e abrir a boca. Estremeço e penso "é isso, esse é meu fim", quando um vulto negro passa por nossa frente e derruba Remus no chão.

A criatura e ele começam a brigar e a se morderem agressivamente.

- Sirius!- grito com o choro na garganta, percebendo que era ele- Por favor não o machuque!

Vejo pelo canto dos olhos James e Pedro na forma de seus respectivos animais. Eles tentam se intrometer e ajudar Sirius, mas os dois não passavam de uma confusão de pelos e garras se rasgando.

Eu SABIA que deveria fazer algo, mas não sabia o que. Em pânico, me encolhi no chão e comecei a chorar, sentindo-me inútil e desejando que aquilo não passasse de um pesadelo prestes a acabar.

Só então percebo uma ardência absurda em meu braço direito. Olho para ele e minha visão fica borrada ao ver a quantidade de sangue que saia dele.

Minha pálpebras pesam, e tudo escurece.

.

Quando acordo, estou com uma dor de cabeça terrível. Sequer consegui abrir os olhos de imediato com a luz cegante vinda das janelas. Mas depois de me acostumar notei que estava na enfermaria, deitada em uma das camas, e meu braço direito estava com um curativo meio ensaguentado.

É então que lembro de tudo, e fico em pânico. Minha respiração acelera e olho em volta procurando por Remus, meu irmão, qualquer pessoa.

Sou invadida por alívio ao ver Sirius chegando. Ele se aproxima de mim com um sorrisinho fraco.

"Você tá bem, maninha?"

Em vez de responder, eu o puxo para um abraço apertado. Ele o corresponde no mesmo minuto. Quando nos separamos eu o olho furiosa.

"Nem pense que isso significa que não estou com raiva por vocês terem escondido algo tão importante de mim". Meu irmão me olha com culpa.

"Desculpa por isso, mas o Aluado não queria que contassemos para mais ninguém, principalmente para você".

"Mas por que?!"

"Ele tinha medo de te assustar e afastar. E sim, eu sei que você nunca faria isso, mas você sabe bem que quando aquele cara enfia algo na cabeça não tira por nada".

"... E onde ele está?"

"Humm, exatamente três camas a direita"

Arregalo os olhos, e só então percebo que de fato uma das camas estava escondida por cortinas.

"Eu quero vê-lo".

"Lua, você precisa descansar".

"Besteira, eu estou perfeitamente bem" minto e me levanto, apesar dos seus protestos.

"Será que algum dia você vai finalmente me obedecer?".

"Não conte com isso, maninho" digo com um sorriso travesso e dando um beijo em sua bochecha, para então correr até Remus.

Meu coração se aperta assim que abri as cortinas e vejo seu estado. Seu rosto estava com ainda mais cicatrizes do que antes e ele estava terrivelmente pálido, com o suor brilhando na testa.

Sento ao lado da cama, admirando seus traços. Se ele realmente achou que eu iria me afastar por saber que era um lobisomem... Me seguro para não rir de tamanho absurdo.

Estico a mão para ajeitar seu cabelo grudado na testa, e imediatamente sua mão me impede. Pulo de susto e vejo seus olhos abertos e assustados. Ele me solta e suas bochechas coram.

"Desculpa, eu tive um pesadelo".

"Tudo bem" sorri "Como se sente?"

"Sinceramente? Horrível. Mas já foi pior".

Nós ficamos em silêncio por um tempo.

"Me desculpa, Remus. Eu não deveria ter seguido vocês, eu..."

"Para, não é culpa sua. Você iria acabar descobrindo, uma hora ou outra..." Ele desvia o olhar, com uma expressão infeliz "Eu vou entender se não quiser mais falar comigo"

"Do que está falando?"

Ele me olha confuso. "Você não está... Com medo de mim?"

Suspiro irritada. "Remus John Lupin, como você pode ser tão estúpido ao ponto de pensar uma coisa dessas? Se achou que eu iria fugir que nem uma covarde por saber a verdade, é porque você não me conhece. Se eu já amava você antes, imagine agora que eu sei que passou por tanta coisa e ainda assim continua a ser uma pessoa maravilhosa?!"

Ele arregala os olhos, surpreso, e vejo suas bochechas pálidas tomando um leve tom de rosado.

"Você me ama?" Ele gesticula nervosamente.

Eu arregalo os olhos, e sinto como se meu coração tivesse parado de bater.

Aimerdaoqueeufiz?

Suspiro, tentando me acalmar. Não havia como fugir agora, então tudo o que me restava era contar a verdade.

"Não é óbvio?" Eu desvio de seu olhar constrangida "Claro, você não precisa me dar uma resposta, eu só quero que saiba. Na verdade eu nem sei de onde veio a coragem para falar isso do nada, mas acho que a noite passada me fez perceber que a nossa vida é mais preciosa do que parece e que ela pode acabar em um instante e agora eu estou falando demais e não CONSIGO parar porque acabei de me dar conta do que falei e tô tipo MUITO nervosa e..."

Ele sorri, e pega minhas mãos me impedindo de continuar.

"Eu também te amo. Você é literalmente a única Lua que sou capaz de amar."

Eu travo. Sinto meu coração acelerar como um maluco e todo o meu sangue sobe as bochechas fazendo minha cara parecer um tomate.

"Jura? Está falando sério, tipo, sério mesmo?"

Ele ri. Seus braços me puxam para um abraço e eu não reclamo, apesar da dor em meu braço com curativo. Percebo ele cheirando meu cabelo e me pergunto se está falando algo.

Estar em seus braços era simplesmente a melhor sensação de todas.

Quando voltamos a nos olhar, me aproximo hesitante para beijá-lo, mas vejo um pânico repentino tomar conta dos seus olhos.

"Ah, merda, cedo demais, me desculpa".

"Não! Não é isso, é só que eu percebi..." Ele me olha tristemente "Que não sou capaz de fazer isso com você, Lua. Eu te adoro demais e não suportaria ver você se obrigando a permanecer o resto da vida ao meu lado tendo que suportar tanto sofrimento. Eu não passaria de um fardo".

"Acho que sua mente ainda está sofrendo com a transformação, Remus" digo brincalhona e o olhando com carinho "É claro que você não será um fardo. Você foi literalmente a primeira pessoa que me passou a tratar como uma pessoa norm, quando sempre fui vista como estranha. Você, ironicamente, foi quem me deu voz e não hesitou em me ouvir. Por isso e por muitas outras razões eu farei qualquer coisa para te ter ao meu lado, porque é tão difícil fazer com que entenda isso?"

"Lua..."

Antes que ele continue eu o beijo. Ele hesita no início, mas logo me beija de volta e me puxa para perto, fazendo-me ficar praticamente deitada em cima dele. Seus braços vão até minha nuca e o sinto morder meu lábio inferior, me fazendo estremecer com uma onda repentina de desejo.

Pela barbas de Merlin, eu estava beijando REMUS LUPIN. Era bom demais para ser verdade.

Arquejo de surpresa quando ele desce as mãos e vai até minha bunda, a apertando. Então volto a beijá-lo com ainda mais intensidade.

E é justamente naquele momento que ninguém menos que meu irmão decide aparecer.

Me sinto ser puxada repentinamente para trás e o vejo começar a gritar com Remus, vermelho de raiva, enquanto o amigo sorria como se estivesse contando alguma piada.

Leio seus lábios. "Seu TRAIDOR! Se não estivesse queimando de febre nesse momento eu iria te quebrar inteiro! Você quebrou a regra número um!"

"Do que está falando, que regra?!"

"Da regra em que não podemos beijar a irmã do nosso melhor amigo!"

"Mas nós nunca nem criamos essa regra!"

"Porque nós não PRECISAMOS CRIAR, não é algo que alguém precisa falar você simplesmente SABE."

Eu assistia a tudo, morta de vergonha, e me perguntava porque Lupin não sentia o mesmo. Ele parecia estar bastante acostumado com os surtos de raiva do meu irmão.

Quando Sirius parece estar prestes a socá-lo, a enfermeira aparece revoltada.

- Pela última vez, isso aqui é uma enfermaria! EN-FER-MA-RI-A- berrou, expulsando eu e meu irmão dali.

Mas antes que eu passasse pela porta, olho uma última vez para Remus, ainda deitado na cama. Ele da uma piscadela, e eu rio.

Então, saio saltitante pelos corredores, ignorando completamente um Sirius indignado ao meu lado.

. . .

AAAAA FOI ISSU AMORECOS

Gostaram ou não? Rsrs

Se sim não esquece da starzitaaa e vejo vocês na próxima. Já tenho um monte de imagine pronto então ainda não decidi qual posto primeiro mas enfim iabsaibs

Beijos estrelados 🌟

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