🧡 George Weasley- Festa
Só tenho uma explicação: eu sonhei com o George ontem, e foi maravilhoso.
É isso (・﹏・)
Não foi nenhum um pedido, só senti que precisava escrever algo com ele. Mas espero demais que gostem ♡
Alerta: esse imagine contém MUITO diálogo, então se você não é muito fã temo que não irá gostar muito (mas eu pessoalmente AMO). Até porque se tem uma coisa que eu lembro nos meus sonhos são as falas ksksks
Aiai, se os sonhos fossem reais :'D
(Ah, e se virem algum erro sintam-se a vontade para me corrigir, porque sou uma revisadora PÉSSIMA kkkk)
. . .
- E aí, você vai?
Olho confusa para minha M/A, que praticamente esfregava um planfleto na minha cara do outro lado da mesa do salão.
- Se você afastar mais um pouquinho, quem sabe eu consiga ler- digo sarcástica.
Ela obedece, e então sou capaz de ler em letras douradas e que se moviam vagamente os dizeres "A festa mais incrível de Hogwarts". Me seguro para não rir
- Quem foi o maluco que escreveu isso?
- Quem mais seria? O Lino, é claro. Ele e os gêmeos vivem fazendo festas secretas na sala precisa.
- Pois é. E nós nunca fomos convidadas- fiz questão de lembrá-la.
Ela fez uma expressão contrariada, e só então lembrei que ela na verdade era SIM convidada. E o fato dela ser namorada de Cedrico, um dos caras mais gatos e populares da escola, facilitava BASTANTE as coisas.
Não que eu a invejasse. Na verdade era esperado.
Além de que muito provavelmente os garotos convencidos e encrenqueiros da Grifinória sequer sabiam meu nome. Nunca fui do tipo que se destaca na multidão, por causa da minha personalidade fechada e tímida.
Mas voltando ao panfleto da festa...
- Enfim, eles nunca ME convidaram, então não vejo porque dessa vez seria diferente.
- Mas eles me convidaram, o que significa que você vai comigo.
- Desculpa, M/A, mas que eu saiba deixar de convidar alguém é praticamente uma maneira de falar "não te queremos por perto" ou "não fazemos a menor questão da sua presença".
- Vala S/n, para de ser dramática menina- ela me dá um empurrão no ombro- Você também não pode culpar os coitados. Nunca dá brecha pra qualquer um se aproximar.
- Pra você é fácil falar, senhorita beldade sociável. Tem duas características que eu nunca vou possuir: carisma e beleza.
M/a revira os olhos, o que me faz sentir culpada. Não gostava de perturba-la com minhas inseguranças, mas era inevitável não cita-las naquele assunto.
- Tá bom, vamos fazer um combinado. Você vai parar de se isolar do mundo pelo menos UMA VEZ na sua vida, vai me deixar te arrumar para ficar uma gatissima e iremos nessa bendita festa. Também vai beber pelo menos UMA cerveja amanteigada para ver se gosta e vai tentar aproveitar um pouco. Que tal?
Encaro meu purê de batatas, hesitante.
- Quando vai ser isso?
- Amanhã a noite. E não se preocupe, ainda teremos uma semana para estudar para a prova de adivinhação.
A olho por uns segundos, vendo seus olhinhos brilhantes e esperançosos. Mais uma vez, suspiro.
- Tá.
- Uhul!- ela grita, fazendo todos os outros da mesa da Lufa-lufa nos olharem como se fossem malucas. Menos Cedrico, claro, que a olhava com uma cara de bobo apaixonado em meio aos membros do time de quadribol.
M/a lhe mandou um beijo em resposta e eu reviro os olhos, fingindo desgosto.
. . .
Sigo M/A as cegas pelos corredores. Era um tanto difícil, com aquele vestido pinicando e apertando o alto das minhas coxas. Rezava que sua cor azul cintilante não pudesse ser visto na escuridão.
Engraçado que, quando me olhei por um segundo no espelho antes de sair, me senti de fato bonita com ele. E apesar de não gostar muito do meu corpo, M/a insistiu dizendo que eu estava "gostosissima".
Volto a realidade ao tropeçar, e só não caio porque ela me segura.
- Desculpe- falo sem graça- Não sou acostumada com saltos.
Assim que digo isso, percebo que estamos em frente ao fim de corretor que levava até a sala precisa. Engraçado que, algum tempo atrás, essa sala era um mistério para todos. Agora praticamente metade dos alunos do sexto e sétimo ano a conheciam, por conta dessas benditas festas...
Minha amiga sussurra a senha.
Minhas mãos começam a suar.
A porta se materializa.
E nós entramos.
. . .
Um caos.
Isso define exatamente aquela festa.
Há música e pessoas dançando bêbadas por toda parte. Me pergunto se é isso mesmo que as pessoas consideram normal.
Logo Cedrico aparece e beija M/a, sem nem mesmo cumprimentá-la. Fico constrangida de presenciar aquela cena tão de perto, e tento soar descontraída.
- Céus, Diggory, já chega assim? Nem pra cumprimentar primeiro...
Cedrico para de engolir minha amiga e sorri para mim, contrangido.
- Foi mal, S/n, é que sua amiga me deixa louco.
- Não precisava ter parado, na verdade- M/a morde os lábios e o puxa pela gola da camisa.
Eu engulo em seco.
"Por favor, que eles não comecem a se pegar loucamente. Não sei se vou conseguir suportar esse caos sozinha".
E minhas preces parecem ser ouvidas, porque M/a me olha um tanto culpada e sussurra algo no ouvido de Cedrico, que assente compreensivo.
- Ei, S/n- ele se volta para mim, e eu fingo que não percebi eles sussurrando sobre mim há poucos segundos- Quer uma dose de whisky de fogo? Eu posso pegar pra você. Os Weasley conseguiram um barril inteiro, não me perguntem como...
Solto uma risada.
- Não sei porque não me surpreendo.
- Ela adoraria uma dose, Ced- M/a sorri para ele, que logo se afasta. Ela então cruza o braço com o meu- Vem, vamos sentar um pouco. Conhecer pessoas novas antes de você ficar loucamente bêbada.
Rio, sarcástica.
- Amiga, eu vou ficar tudo, menos bêbada.
- Está insinuando que vai ficar chapada, S/n?
A empurro pelo ombro, rindo.
. . .
Tentamos passar em meio a multidão, e finalmente encontramos um sofá confortável para sentarmos. M/a faz questão de afastar um casal que praticamente se engolia ao nosso lado.
- Vão para um quarto, pelo amor de Merlin!
- Suas bebidas, senhoritas- Cedrico aparece, nos oferecendo dois copos de whisky.
- Não poderia nem ser uma cerveja?
- Vai, S/n, só experimenta.
- Tá, tá...- dou um gole, e praticamente engasgo. Falo com ironia- Delicioso.
Ela e Cedrico riem.
- Depois você se acostuma- ele fala, e então sussurra algo no ouvido da minha amiga, que fica com uma expressão contrariada.
- O que foi?
- É que... Você ligaria se eu saísse só por uns minutos?
Ela parecia absurdamente culpada em perguntar aquilo. E por mais que ficasse em pânico só de me imaginar sozinha ali, não queria ser um fardo.
Engulo em seco. Ela deveria aproveitar a festa, mesmo que eu não conseguisse fazer o mesmo.
- Relaxa, pode ir. Eu vou ficar observando as pessoas bêbadas. É mais interessante do que eu esperava, elas agem como animais enlouquecidos.
- Você mente muito mal, S/n- ela me olha com carinho, e beija minha testa- Mas obrigada. Juro que não vou demorar.
Assinto, mesmo não acreditando.
Então ela pega na mão de Cedrico, e ambos somem da minha vista.
Minutos depois, uma garota se aproxima com um mini barril.
- Whisky de fogo?
Olho para meu copo, e fico surpresa ao ver que estava vazio com as bebericadas que dei enquanto morria de tédio.
Dou de ombros.
- Pode ser.
. . .
Não sei porque, mas estou rindo.
Tipo, muito mesmo.
Não sei quantos copos já tomei, já que continuo com o mesmo. Só sei que já conversei e gargalhei com umas 10 pessoas aleatórias que ficaram por uns segundos no sofá. Finalmente eu falava como alguém normal. Ou pelo menos como uma bêbada normal.
Foi então que percebi.
- Merda. Acho que tô- soluço- bêbada.
Ouço uma risada ao meu lado.
- Você jura?
Estou prestes a me virar para a pessoa, mas tenho medo de ficar ainda mais zonza do que já estou.
Rio.
- Mas tá tão óbvio assim?
- Quantos copos você bebeu?- pergunta a pessoa, e percebo que é um garoto.
- Hmm- faço um beicinho, pensativa. Então jogo a cabeça para trás, com um sorriso idiota- Não tenho a menor ideia.
Mais uma vez, ele ri.
- Você veio sozinha?
- Isso é uma cantada?- pergunto, tentando soar sedutora mas falhando miseravelmente- Porque se for, eu... Não sei como responder na verdade, nunca fui cantada antes.
- Na verdade, eu queria saber se veio com alguma amiga, mas se quer interpretar como uma cantada...- ele fala maliciosamente.
- Hmm, seu danadinho, eu não sou tão fácil assim ok?- solto uma gargalhada- Tenho expectativas altas depois de ler tantos romances trouxas.
- Então você gosta de ler?
- Gostar é pouco. Quando não estou sendo obrigada a estudar para os exames ou socializar, eu só faço ler.
- Hum, deixa eu adivinhar. Você veio contra sua vontade?
Suspiro.
- Exatamente.
- Mas alguma amiga sua disse que não poderia perder a oportunidade de se divertir e agir como uma adolescente normal?
Me viro para olhá-lo, surpresa. Minha visão está levemente borrada, então não consigo enxergá-lo com clareza.
- Você também veio contra sua vontade, então?
Ele ri sem graça, e assente.
- Não é que eu odeie festas. Só prefiro passar meu tempo planejando pegadinhas com meu irmão. Fred por sua vez é muito mais extrovertido.
- Fred? Espera...- forço a visão, e só então percebo, estupefada- Você é um dos gêmeos!
Ele sorri maliciosamente.
- Falar que sou um deles é fácil. Quero ver você adivinhar qual.
- Hã... George?
Ele ri.
- Mas assim não vale, acabei de citar meu irmão.
- Nada a ver. Eu nem prestei atenção- digo, mas estou rindo também.
Depois disso, ficamos em silêncio por um tempo. Por um segundo, acho que ele vai embora, se levantar e começar a dançar com alguém, mas em vez disso permanece ao meu lado.
Sinto que estou ficando sóbria aos poucos, ou pelo menos o suficiente para vê-lo com clareza, seus olhos castanhos percorrendo a sala de maneira distante.
Então vejo-o por inteiro. Usava uma camiseta folgada, com mangas compridas por baixo, calças compridas e sapatos sociais, que normalmente não combinariam com o resto do traje mas por alguma razão ficavam bem nele. Então olhei para seus cabelos, prestes a alcançar seus ombros. Como era um Weasley, as madeixas eram tipicamente ruivas e refletiam as luzes piscantes do cômodo.
Ele ficava bem mais bonito de perto, percebi com divertimento.
E me vi envergonhada, querendo puxar assunto. Falei a primeira coisa que me veio a mente.
- Isso aqui parece um cabaré- e logo me repreendo mentalmente, urrando um palavrão.
Ele gargalha.
- É basicamente isso.
- Por que vocês sempre fazem essas festas?
Ele se ajeita no sofá, jogando os braços compridos para trás. Um deles encosta em minha nuca, e eu me inclino para frente automaticamente. Logo me sinto idiota por ter me assustado com o simples contato do braço dele atrás de mim.
- Ninguém suporta mais Hogwarts sendo comandando pela Dolores, então fazemos isso para descontrair. Logo será nosso último ano, então devemos aproveitar, não é? Mas tudo bem caso alguém prefira ficar sozinho, lendo um livro. Diversão é um termo relativo.
Pela primeira vez, seu olhar se encontra com o meu, e eu prendo o ar.
- V-verdade- é tudo que consigo dizer.
"Droga, S/n, aprenda a socializar!" E pensando nisso, eu não hesito em aceitar mais uma dose de whisky de uma pessoa que passa.
George me olha com certa desaprovação.
- Tem certeza que quer beber isso?
- Por que eu não teria? É uma delícia.
- Sei- ele me olha sem acreditar, e volta a se afundar no sofá- Você ainda não me disse com quem veio.
- Vim com minha amiga, M/a. Namorada do Cedrico. Todo mundo conhece ela, você deve conhecer também.
Ele pondera uns instantes.
- Na verdade não.
O olho, surpresa.
- Ah.
Então viro o copo em um gole. Ele arregala os olhos assim que eu começo a tossir, batendo levemente suas mãos largas em minhas costas nuas.
Ok, isso foi uma maneira bastante estranha de descrever. Mas seria mentira que eu dissesse não ter sentido um leve calor vindo de sua pele.
George toma o copo da minha mão.
- Acho melhor jogar esse copo fora.
- Nãooooo- choramingo, tentando pegá-lo de volta- Me dá!
- Nada disso- ele me fala, como se estivesse se dirigindo a uma criança- E você precisa comer algo, S/n. Vem, vamos pegar alguma coisa- e dizendo isso, ele envolve o braço em minhas costas para me levantar.
Não sei o que me desconcerta mais. O fato dele saber meu nome ou a maneira com que ele me envolve firmemente, como se estivesse disposto a me proteger.
- Como você sabe- soluço- meu nome?
- Por que não saberia? A gente sempre estudou no mesmo ano- ele fala confuso, enquanto nos dirigimos para a mesa de comida.
- Mas... Eu sempre fui...
- Foi o que?
Desvio o olhar do seu, constrangida.
- Invisível- sussurro.
Ele continua a me encarar profundamente. Sinto meu rosto corar. Para descontrair, começo a rir.
- Olha só, acho melhor você parar de me olhar como se fosse algum Darcy de Orgulho e Preconceito. Os olhos intensos dele são minha fraqueza.
George ri, e então me oferece um bolinho. Contrariada, eu o mordisco na inocência, sem pensar por um segundo que ele poderia explodir.
- Não tenho ideia de quem ele seja, mas pelo visto tenho uma concorrência a altura- diz.
Sinto um frio na barriga, e sorrio feito boba.
- Você sempre tem uma resposta para tudo?
- Na maioria das vezes, sim. A não ser quando estou diante de uma linda moça que me deixa sem palavras.
- Ok, essa foi bem brega na verdade.
- Pelo menos eu tentei- ele sorri brincalhão, dando de ombros.
- Por isso vou te dar um ponto.
- Quantos eu tenho até agora?
- Dois. Por ter se preocupado com uma estranha e por essa cantada de agora.
Sem me dar conta, nós havíamos sentado no chão, encostados na parede e com nossos ombros se tocando. Poderíamos parecer dois malucos, mas me senti absurdamente segura ali. Continuamos a conversar, e fiquei impressionada com o quão eu me sentia confortável com ele, sem precisar forçar e pensar demais no que responder.
- Mas eu já falei que você não é uma estranha- ele diz depois de um tempo, lembrando que referi a mim mesma como tal.
- Como não? A gente nunca nem se falou.
- Mas eu te conheço. Te vejo todo dia, no meio das aulas de história da magia e vôo, lendo um livro no canto. Eu e meu irmão poderíamos estar explodindo a sala, jogando sapos em cima de todo mundo, o que for, mas você permanecia lendo- ele sorri, encarando as próprias mãos- Sempre me perguntei como era esse mundo onde você entrava, que fazia esquecer de tudo a sua volta, como se nada mais importasse...- ele se cala de repente, e me pergunto se estava contrangido pelo que falou ou era o efeito do álcool que distorcia tudo em minha mente.
O encaro por uns segundos, sem ter certeza de como me sentir sabendo que ele prestava tanta atenção em mim.
Nunca dei atenção as pessoas porque achei que elas faziam o mesmo...
- Você é bem diferente do que eu achei que fosse, George Weasley.
Ele ri.
- Quer dizer mais bonito? Sempre soube.
- Isso também- rio, e ele sorri- Mas quando Fred não está por perto você é... Bem agradável até.
- Está se fazendo de difícil, S/n? Por que não admite de uma vez que se apaixonou por mim?
- Quem sabe mais tarde, quando eu não estiver bêbada para falar besteira. Por enquanto não vou admitir nada.
Ele ri.
- Pois você também é bem diferente do que eu imaginava.
Reviro os olhos.
- Isso é porque estou bêbada.
- A bebida ajudou, verdade, mas tenho certeza que você é do mesmo jeito sóbria. Só precisa vencer a timidez.
Dou de ombros.
- Talvez esteja certo... Ou talvez não. Talvez, se você tentar conversar comigo amanhã, eu irei agir feito uma maluca e saia correndo.
Ele ri.
- E o que vai fazer se eu correr atrás?
- Vou te azarar.
Ele ri mais alto. É um som tão gostoso de ouvir que eu pela primeira vez sinto a sensação estranha de borboletas na barriga.
Droga, eu não tinha ideia de que ele podia ser tão charmoso. E fofo, e prestativo, e...
Não sabia do futuro, mas naquele momento eu estava com MUITA vontade de beijar ele.
Estico minhas pernas, aproveitando que algumas pessoas já tinham ido dormir e o quarto estava menos cheio. George faz o mesmo, suas pernas muito mais compridas que a minha. Dou uma cutucada em seu joelho com o pé, e ele me cutuca de volta com os ombros. Rimos feito idiotas.
- 2 galões pelos seus pensamentos- digo.
- Estou pensando que não foi tão ruim ter vindo, depois de Lino e Fred encherem tanto meu saco.
- Não sabia que gostava tanto de cuidar de garotas bêbadas. Só não espere que eu vá aceitar entrar com você em um beco ou algo do tipo.
Ele gargalha.
- Não se preocupe com isso. Sua companhia é mais do que suficiente.
- Tá bom, se liga tanto assim para os seus pontos, vou te dar mais 2. Agora você tem 5- falo, vermelha.
- Nem me lembrava mais dos pontos.
- Mentiroso.
- Ok, ok. Mas eles são meus pontos com você, então valem a pena.
- Você é impossível, George Weasley.
- E se eu te dissesse que te enganei esse tempo todo e na verdade sou o Fred?
- Nah. Você é definitivamente o George. Sempre percebi que era o mais quieto. Perto do seu irmão, claro, porque você com certeza é tão doido quanto.
- Isso é um elogio?- ele pergunta maliciosamente, se inclinando em minha direção. Prendo o ar.
- T-talvez- digo, desviando o olhar.
- S/n- ele cutuca o ombro no meu, de novo, me fazendo olhá-lo.
- Oi.
Ele sorri.
- Oi.
Sorrio de volta.
- Você é um bobo.
- Olha quem fala- ele cutuca a ponta do meu nariz, me pegando desprevinida- Sua boba.
- Ok, agora estamos parecendo duas crianças- digo, mas rio.
- No fundo, ainda sou uma. E você?
Suspiro.
- Acho que sim. Não sei porque as pessoas acham isso ruim. Não consigo me ver como adulta, cheia de responsabilidades...
- Trabalhando em um escritório sem graça do Ministério- ele acrescenta.
- Exatamente! Eu iria enlouquecer.
- Não se preocupe, prometo que vou te resgatar caso tente seguir esse caminho.
Deito em seu ombro, e de repente me sinto melancólica.
- Mas sério, por que você tá sendo tão legal comigo?
- Nem eu sei, para ser sincero. Eu só te vi naquele sofá, tão linda de azul, mas tão solitária. Pensei "bem, se ninguém vai aproveitar para se aproximar dela, não perderei a chance".
Retiro a cabeça de seu ombro.
- Certo, Weasley, agora que estou começando a me recuperar...- eu me afasto para olhá-lo séria- O que você quer de mim? Não é nenhuma das suas pegadinhas de mal gosto, é?
Ele suspira.
- Eu não te culpo por pensar assim- ele se aproxima, seu rosto tão próximo ao meu que posso sentir sua respiração em minha bochecha- Mas eu juro que não é pegadinha, S/n. Não seria louco de brincar com uma garota tão legal quanto você. Deixo pra fazer isso com as cobras.
- Que maldade! Eu tenho uma prima da Sonserina que é um amorzinho.
- Toda casa tem suas exceções, é verdade- ele da de ombros, mas não deixa de sorrir- Mas você não é uma.
Cruzo os braços.
- O que quer dizer com isso?
Ele se aproxima mais, seus lábios agora encostando em minha orelha e me fazendo arrepiar por completo. Fico ofegante.
- Que você é gentil e inocente, assim como sua casa promete.
E, com a ousadia que não sei de onde tirei, falo:
- Gentil até posso ser, inocente é outra história.
Ele arqueia uma das sobrancelhas, malicioso.
- Jura? Dessa eu não sabia.
- Quer provas?
Ele sorri, e quando me dou conta suas mãos estão em minha cintura, me puxando para mais perto. Fico praticamente em seu colo, sua mão pesada em minhas costas enquanto a outra segura meu queixo, me fazendo encarar seus olhos castanhos e com um brilho de desejo. Estremeço.
- Eu te quero tanto, S/n. Você não tem ideia- ele fala com a voz rouca.
- Na verdade, tenho. E eu estaria mentindo se dissesse que não sinto o mesmo, George.
Ele sorri, me provocando com seus lábios a milímetros dos meus.
- Gosto da forma como diz meu nome.
E falando isso, cola sua boca a minha. É um contato carinhoso, e sinto cada toque e movimento de suas mãos em minhas costas.
Porém nosso beijo inicialmente carinhoso começa a esquentar, e eu sinto um frio delicioso na barriga quando o ouço suspirar contra meus lábios, e então pedir passagem com a língua. Logo ele está explorando cada centímetro da minha boca, passando as mãos largas por cada parte do meu corpo. Uma delas fica na minha coxa, acariciando a pele pouco abaixo do vestido e me fazendo arrepiar inteira.
Não beijei muitos garotos durante a vida, mas duvidava muito que existissem mais beijos como aquele. Eu me sentia submersa em um sonho, não me importando com nada mais além do seu corpo se pressionando contra o meu.
Cheguei no meu limite quando ele mordeu meu lábio inferior, e então desceu os beijos até meu pescoço. Provavelmente faria uma marca, mas como eu disse, não me importava.
Porém, como tudo que é bom dura pouco, logo ouvimos uma voz ao longe.
- Ei, George!
George interrompe o beijo subitamente e olha furioso para o amigo, Lino, há poucos metros de nós e segurando três garrafas de cerveja amanteigada. Só então ele nota o que estava acontecendo, arregalando os olhos e sorrindo maliciosamente.
- O que foi, Lino?- perguntou entredentes.
- Pra alguém que não queria vir, você tá aproveitando bem mais do que eu e o Fred juntos.
Meu rosto esquenta, e eu encaro minhas próprias mãos perdendo completamente a capacidade de fala.
Sinto os braços de George ao meu redor, aproximando meu corpo do seu de maneira protetora. Esboça um sorriso brincalhão.
- Não é atoa que sou o mais cobiçado.
Solto uma risadinha e dou um tapa no seu peito.
- E humilde, pelo visto.
Lino ri e, sem aviso, se senta do meu lado.
- Não sei o que vocês vêm de tão confortável em se sentar no chão, meu traseiro começa a doer como o inferno.
- Por que não vai para o sofá então?
- Fred já tá lá. Nós estávamos cantando karaoke até a Angie aparecer e ele esquecer do mundo.
- Karaoke? E nem me convidaram?
- Foi bem merda na verdade, cantamos uns poemas medievais. Aliás- ele se vira para mim, com um sorrisinho charmoso- Sou Lino Jordan, e você?
- É bem difícil não saber quem você é- sorrio, nervosa, e estendo minha mão- Sou S/n S/s.
Ele a beija de maneira brincalhona, e noto George se remexendo inquieto ao meu lado.
É então que ninguém menos que Fred aparece, com um sorriso bobo nos lábios. Por um segundo fico surpresa com o quanto ele e o irmão são idênticos, até que viro novamente para George e percebo: ele tinha uma leve falha na sobrancelha esquerda. Sorri com esse detalhe.
- E aí?- Fred sorri para mim, e se senta ao lado do irmão, apoiando as pernas longas por cima das dele- Fred. Você?
- S/n- rio da sua voz excessivamente formal.
- Pare de fazer essa careta, Georgie, ninguém vai roubar sua namorada- o irmão o provoca, cutucando sua bochecha. O mesmo revira os olhos, mas não nega sobre eu ser sua namorada. Pode ser uma razão boba, mas isso me faz sorrir feito idiota.
- Não sabia que George era do tipo ciumento.
- Ah, minha cara, então você ainda tem muito o que descobrir. E antes de qualquer coisa, preciso que faça algumas promessas.
- Promessas?
- Fred, não começa...
- Sim, nós chamamos de Mandamento Weasley. Qualquer pessoa que desejar se envolver com nossa família de alguma forma deve respeitá-lo. Depois vou lhe mostrar a lista completa, mas os principais são: Você deve se dar bem com nossa mãe. Deve usar suéteres, mesmo que não goste. Deve odiar os Malfoy com todo o seu ser. Deve gostar de uma casa cheia. Deve se dar bem com nossa mãe. Deve prometer que não vai, de maneira alguma, magoar um de nós caso não queria sofrer as consequências. Deve gostar ou pelo menos aturar pegadinhas. E... Já disse que deve se dar bem com nossa mãe?
Solto uma gargalhada.
- Acho que umas três vezes.
- Bem, é porque você deve mesmo- ele sorri divertido.
- Mentindo ele não está- George ri, então olha para mim- Mas não se preocupe, não vamos te forçar a seguir os mandamentos. Pelo menos não enquanto ainda não tivemos um encontro.
- E-e nós vamos ter um?- pergunto, animada com a ideia.
George cutuca a ponta do meu nariz.
- Só se você quiser, sua boba.
- Pois eu quero demais- sorrio- seu bobo.
- Céus, que gay- Fred ri, se virando e deitando por cima das nossas pernas.
- Olha quem fala- Lino revira os olhos- Vocês não têm ideia das coisas que eu tive que suportar dele com a Angelina.
Nós quatro rimos, e só então percebo que alguém vinha em nossa direção.
- S/n!- M/a se aproxima- Me desculpa, me desculpa, me desculpa MESMO ter demorado tanto! É que eu e o Ced...
Até que ela termine, para de correr, parecendo surpresa com a cena.
Só então me dei conta que Lino havia espreguiçado as pernas, a colocando em cima das minhas. Ao mesmo tempo George envolvia meus ombros, e Fred estava praticamente com a cabeça em meu colo.
Rio.
- Ei! Vocês vão acabar me esmagando, seus relaxados!
- Isso mesmo, xô seus urubus, o coração dela já é meu- George diz, segurando minha mão. Eu coro e volto a olhar para a minha amiga que estava confusa como nunca.
- Amiga, o que diabos tá acontecendo?
- Desculpa, moça, mas nós roubamos a S/n de você- Lino sorri maliciosamente.
M/a ri, ainda sem acreditar.
- Caramba, o que o álcool não faz?
- Na verdade... Eu me sinto praticamente sóbria agora.
- Sério?
- Sérissimo.
- Quem diria- ela ri- Bem, eu vou para o quarto agora. Você vem?
- Eu posso te deixar- George me olha intensamente- Se você quiser.
Correspondo seu olhar. Mais uma vez, sou atingida pela sensação de borboletas na barriga.
E agora que eu tinha melhor controle dos meus pensamentos, sabia bem que esses sentimentos que eu estava começando a nutrir por aquele ruivo não eram um simples efeito do álcool.
Solto uma risadinha. Nunca, em toda a minha vida de garota tímida e antissocial, pensei que eu iria me envolver com alguém como George Weasley.
Mas no fim das contas, nós não éramos assim tão diferentes.
E tendo ele aqui, ao meu lado e se oferecendo para me deixar em meu quarto, percebo que o desejo mais do que nunca, e que estou absurdamente ansiosa para nosso encontro.
Sendo assim, respondo para M/a com um sorriso maroto:
- Acho que vou ficar mais um pouco.
. . .
Espero que tenham gostado, meus amores! Como eu disse esse cap foi praticamente um surto por conta de um sonho (aff, queria tanto conseguir ir pra minha dr...) que tive, então a opinião e os votos de vocês são muito importantes para saber se ficou uma merda ou não kkkkk <3
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