𝒊𝒏𝒗𝒂𝒔𝒊𝒐𝒏

Capítulo 2
— Princesa? — perguntou uma serva entrando no quarto.
— Sim? — respondeu Visenya se levantando da cama.
— A sua mãe a chama. — respondeu a serva.
— Posso saber o porquê? — perguntou Visenya.
— A rainha apenas pediu para lhe chamar princesa. — respondeu a serva.
— Entendo, obrigada então, podereis
ir. — disse a princesa para a serva, que saiu, deixando Visenya curiosa.

— Ainda não se sabe bem como a Fortaleza foi violada. O rapaz foi decapitado. Milhares assistiram à procissão. — disse o meistre.
— E acusam-me de estar por trás
disso? — perguntou Rhaenyra.
— Parece que sim. Foram enviadas mensagens nesse sentido para todo o
Domínio. — respondeu o meistre.
— Temos de enviar as nossas próprias mensagens negando esta vil
alegação. — respondeu Rhaenyra.
— Fá-lo-ei de imediato, mas não sei se serão recebidas de boa fé. — disse o meistre.
— E temos de reforçar as sentinelas, aqui e em Derivamarca. Vai haver uma resposta rápida, de uma forma ou de outra.. — disse Rhaenyra.
— Já tratei disso. — disse um Lorde.
— Deixai-nos voar em Vermax e Dranys. A Rhaenys é precisa na Goela e podemos detetar manobras de Porto Real. — disse Visenya.
— Não. — respondeu Rhaenyra.
— Deve-se dizer que a nossa posição foi imensuravelmente prejudicada, numa altura em que mais precisamos de lealdade para com a nossa
causa. — disse o Lorde.
— Mas é uma mentira. Tendo perdido o meu próprio filho, como infligiria tal coisa? E à Helaena, ainda por cima. Uma
inocente. — respondeu Rhaenyra.
— A morte do Príncipe Lucerys foi um choque e um insulto. Uma mãe tão magoada pode..consolar-se com a
vingança. — disse Sir Alfred.
— Estais a sugerir, Sir Alfred, que a minha dor me levou a ordenar a decapitação de uma criança? — disse Rhaenyra se levantando.
— Apenas pensei que, talvez, uma ação irrefletida..
— Tende cuidado, Sir. Um lugar à mesa da rainha não o põe como tal. — disse Visenya.
Rhaenyra voltou a sentar-se, olhando para Daemon, esperando alguma reação.

Visenya estava agora, em uma montanha, aproveitando a paz, enquanto ela existia. Quando viu Caraxes e seu pai com ele.
— Caraxes? Pai? — perguntou-se baixo.
— Onde vais? — sussurrou Visenya.
— Daemon está indo para Harrenhal,
suponho. — disse Maelor parando ao lado de Visenya.
— Certo.. — concordou Visenya.
— Ele não me disse nada. — disse Visenya.
— Daemon pensa que estás chateada com ele. — respondeu Maelor.
— E estou..parcialmente. — disse a princesa.
— Achas que foi ele que.. — sussurrou Visenya mudando de assunto.
— Dameon pediu o Aemond, não
Jaehaerys. — respondeu Maelor.
— Como sabes? — perguntou Visenya, não obtendo resposta.
— Eu..posso ter ajudado
Daemon. — respondeu Maelor.
Visenya não respondeu, ficando apenas olhando Maelor.
— A ajuda que resultou na decapitação do teu sobrinho. — respondeu Visenya.
— Porquê? — perguntou a platinada.
— Eu fi-lo por ti, Nya. Por ti. — disse Maelor.
Visenya apenas abraçou Maelor, que retribuiu o abraço.
— Não podemos cometer mais
erros. — disse Visenya com a sua testa encostada à de Maelor.

— Eu não tenho um dragão. — disse Maelor em valiriano sentando-se na cama de Visenya.
— Não importa. — respondeu Visenya acariciando os cachos de Maelor.
— Não? E quando a verdadeira guerra começar? Como lutarei ao seu
lado? — perguntou Maelor.
— Ainda há dragões sem montadoras, tentaremos em breve. — respondeu Visenya.
Os dois jovens conversavam quando foram interrompidos por Elimda entrando nos aposentos apressada.
— Meu príncipe e minha princesa, houve uma invasão, Sir Arryk está tentando matar a rainha, Sir Erryk e ele estão lutando. — disse Elinda.
— Chamai Sir Lorent. — essa foi a única coisa que Visenya disse antes da mesma saír dos aposentos a correr, indo em direção dos aposentos de Rhaenyra, deixando Maelor pra trás.
— Mãe! — gritou Visenya ao entrar, encontrando Sir Erryk e Sir Arryk lutando.
— Visenya! — disse Rhaenyra passando por trás dos gémeos indo até à filha.
Um dos irmãos conseguiu acertar o outro, fazendo-o cair, Visenya não sabia qual deles era, mas assim que ele tentou acertar sua mãe, soube logo que era Sir Arryk.
De repente, Sir Arryk foi atirado ao chão, por Maelor que tinha uma adaga na mão. Maelor socava Sir Arryk com toda a sua força, deixando o seu ódio sair, depois de segundos, golpe atrás de golpe, o rosto de Sir Arryk já não existia, Maelor só parou quando sentiu o chão, já que não havia mais nada para socar.
Sir Erryk estava paralisado, o seu irmão, a sua metade havia morrido, mas não era ele que o ia tentar matar? Não importava, Sir Erryk não conseguiria viver em um mundo no qual o seu irmão não vivia.
— Vossa Graça. — disse Sir Erryk se aproximando de Rhaenyra que agora estava atrás de Sir Lorent, que havia chegado à pouco tempo.
— Erryk.. — disse Visenya compreendendo a dor que Sir Erryk sentia, perder um irmão não era algo fácil de se aguentar.
— Perdoai-me. — disse Sir Erryk pondo a sua espada virada contra a sua barriga, e logo, se mandando para a frente, caindo no chão, morto.
— Não, não.. — disse Rhaenyra em choque.
— Visenya, meu amor. — disse Maelor cheio de sangue se aproximando de Visenya.
— Estás magoada? — perguntou Maelor segurando o rosto de Visenya.
— Não, não. Estou bem. — respondeu Visenya com um pequeno sorriso, abraçando Maelor.
— Eu entendo-o, quando disseram-me que Luke..tinha morrido, o meu primeiro pensamento foi em..atirar-me de uma torre ou saltar de um dragão, não o culpo, ele morreu por
lealdade. — sussurrou Visenya.

Visenya estava agora sobrevoando as terras dos Blackwood e dos Bracken. Tinha vindo porque sua mãe precisaria de apoio de outras casas, e a princesa decidiu começar por duas. Conseguia ver várias pessoas, mas a sua atenção foi atraída por um grupo de jovens vestido de amarelo, e outro grupo que se aproximava, mas estes estavam vestidos de vermelho.
Visenya não ouvia o que falavam, mas pelo que sabia, as duas casas sempre estiverem em discordância, por isso o diálogo não devia ser agradável.
— Pose, Dranys. — pediu Visenya, decidiu que queria ser discreta, e tentar ouvir a conversa de ambos os grupos.
— Fica aqui. — disse Visenya acariciando a sua dragão.
Uma jovem com cabelos platinados chamaria muito atenção, por isso decidiu tapar-lo.
— Que se foda o tribunal. — essa foi a primeira coisa que Visenya conseguiu ouvir, foi dito por um dos de vermelho, que parecia ser o líder.
— E fodam-se vocês também. Esta terra é nossa. — continuou o jovem.
— É a terra dos Bracken. — respondeu o de amarelo se virando.
— Assassino de bebés. — sussurrou o de amarelo, e Visenya não havia gostado desse comentário e decidiu aproximar se um pouco mais.
— O que disseste? — perguntou o jovem de vermelho, um Blackwood.
— A tua falsa rainha Rhaenyra é uma matadora de parentes. — disse o Bracken. E Visenya estava se segurando para não o matar.
— O teu tio jurou fidelidade ao Aegon, não foi? Então, deixa-me que te diga que Aegon Targaryen não é um verdadeiro rei. — Visenya não conhecia o jovem, mas já gostava muito dele.
— Tal como tu não és um verdadeiro
cavaleiro. São ambos uns cobardes, uns cabrõezinhos! — gritou o Blackwood empurrando o Bracken que puxou a espada fazendo o de vermelho rir.
— Não te atreverias. — disse se aproximando.
— Ouvindo esta conversa, acho que posso contar com os Blackwood, mas não com os Bracken. — disse Visenya pela primeira vez
— Quem é você? — perguntou o Bracken.
— Sou Visenya Targaryen, filha da verdadeira Rainha dos Sete Reinos, ao seu
serviço. — respondeu com ironia.
— E vós? Quem seria? — perguntou Visenya.
— Sou Ae.. — tentou dizer o Bracken.
— Não falava contigo. Tu. — apontou para o de vermelho.
— Benjicot Blackwood, minha
princesa. — disse Benjicot.
— Aegon Targaryen..o verdadeiro
reu. — disse Visenya rindo.
— Dizem que os Targaryen tem sempre os seus dragões consigo, mas agora, só vejo uma jovem totalmente
indefesa. — disse o Bracken com a sua espada se aproximando de Visenya.
Antes de ele pudesse fazer algo, Visenya deu-lhe um pontapé, tirando-lhe a espada e a enfiando no pescoço do Bracken.
— Ninguém fala da minha família e
vive. — respondeu Visenya largando a espada.
— Mais alguém quer dizer algo sobre os Targaryen? — perguntou, mas não obteve resposta, que fez a princesa sorrir.
— Benjicot. — chamou.
— Por favor, chame-me Ben minha
princesa. — respondeu nervosa.
— Espero contar com a vossa casa, em caso de guerra. — disse Visenya.
— Sim! Quer dizer, sim princesa. — disse fazendo Visenya rir.
— Bracken's! Desapareçam! — disse alto fazendo os rapazes restantes correrem.
— Dranys! — chamou Visenya, e alguns segundos depois a grande dragão apareceu.
— Dragão! — alguém gritou fazendo todos correrem.
— A minha mãe conta com vocês,
Ben. — disse antes de montar Dranys.
— Vamos para casa, garota. — disse já montada em Dranys.
— Provavelmente o meu pai quererá falar com vosso pai, não temas, ele não morde. — gritou Visenya antes de comandar para que Dranys levantasse voo.

— Os Blackwood apoiam minha mãe, já os Bracken apoiam Aegon. — disse Visenya sentando-se no colo de Maelor.
— Já é algo. — disse Maelor.
— E por favor, não digas nada sobre a minha saída para minha mãe, ela não sabe. — pediu Visenya para Maelor que acenou.
— Pelo que ouvi, sai mesmo a tempo, logo depois as duas casas
lutaram. — disse Visenya.
— O que? Nya! Podias ter
morrido! — disse Maelor preocupado.
— Mas não morri, nem
lutei! — respondeu Visenya se levantando.
— Da próxima vez, irei contigo. — disse Maelor.
— Porque? Não sou fraca! Não preciso de proteção. — disse irritada.
— Eu não te protejo por achar que és fraca, protejo-te por seres minha mulher. Tu, Visenya Targaryen, és a pessoa mais forte que alguma vez conhecerei. — disse Maelor segurando o rosto de Visenya.
— De verdade? — perguntou Visenya com um pequeno sorriso.
— Sim. — respondeu Maelor iniciando um beijo com Visenya.

— O Otto Hightower nunca permitiria
isto. — Visenya ouvir Rhaenys dizer, enquanto aproximava-se, ficando um pouco atrás de sua mãe, não deixando que as duas mulheres reparassem na sua presença.
Quando olhou para o buraco, estavam lá os gêmeos, Sir Erryk e Sir Arryk, sendo enterrados.
— Acho que foi alguém mais impulsivo. Os jovens rebelam-se, querem punir, vingar. Em breve, nem se lembrarão do que levou ao início da guerra. — disse Rhaenys.
— Isso é fácil. Usurparam o meu
trono. — respondeu Rhaenyra.
— Isso é uma resposta. Ou terá sido a decapitação da criança? Ou quando Aemond matou Luke? Ou quando Luke tirou o olho de Aemond? Em breve, nada disso importará. Quando o desejo de matar e incendiar prevalecer e o bom senso for esquecido. Pode haver outra forma. A Alicent Hightower. — disse Rhaenys.
— Da última vez, a Alicent disse que eu daria uma boa rainha. E o que aconteceu desde então? — disse Rhaenyra.
— Ela veio ter comigo horas depois da morte de vosso pai. Sabe que vem aí uma guerra e que vai ser bárbara como nunca se viu. Não há guerra mais odiosa para os deuses do que uma guerra entre família. E não há uma guerra mais sangrenta do que uma entre dragões. Não creio que ela a queira. — explicou Rhaenys.
— Ela enviou um corvo. Não quero ler a mensagem dela. O que ela fez.. — disse Rhaenyra.
— Não é ela, mas os homens que a rodeiam que querem sangue. — respondeu Rhaenys.
— Ela permitiu-o. — disse Rhaenyra.
— Como permitistes o assassinato de um menino a dormir? — rebateu.
Visenya não queria ouvir mais a conversa, por isso virou-se para ir embora.
— A Alicent está em Porto Real.. O filho dela ocupa o trono da minha mãe. Para mim, esse é o problema, e eu irei resolvê-lo. — disse Visenya antes de ir embora, chamando a atenção das mulheres.

Rhaena estava com Visenya conversando quando foram interrompidas por Rhaenyra.
— Rhaena. Nya. — disse ao entrar.
— Vossa Graça. — disseram as duas simultaneamente.
— Decidi enviar o Joffrey para a guarda da minha prima, a Lady Jeyne Arryn. Ela prometeu um exército em troca de um dragão. Por isso, vai ter um. O Aegon e Viserys vão acompanhá-lo, até se encontrar um lugar mais
seguro. — informou Rhaenyra.
— O Tyraxes ainda é um bebé. E o Stormcloud..
— Vai com eles. A Fortaleza Vermelha está um caos. Enviaram um assassino e têm os dragões perto. Tens de levar os pequenos para longe, para
Pentos. — continuou Rhaenyra.
— Onde a minha mãe
morreu. — relembrou Rhaena.
— É mais seguro do que Westeros,
Rhae. — disse Visenya.
— Escreve ao Príncipe Reggio. Se ele concordar, vão ter com ele. Desculpa fazer-te isto. Parte-me o coração mandá-los embora sem saber quando os voltarei a ver, mas viram o que lhes pode acontecer aqui. — continuou Rhaenyra.
— Rhaena. — chamou.
— Preciso que sejas a mãe que eu não posso ser. Ensina-os, treina-os, defende-os como um dragão defende os ovos. — disse Rhaenyra.
— E as minhas irmãs? — perguntou Rhaena.
— Preciso da Baela e da Visenya
aqui. — respondeu.
— Porque têm dragões. — disse Rhaena.
— Não te posso prometer a felicidade, mas peço-te para fazeres este sacrifício de boa vontade. Por todos nós. — disse Rhaenyra.
— Vossa Graça. — disse Rhaena antes de sair.
— É muito difícil para ela, ter um dragão é tudo o que ela mais deseja. — disse Visenya para sua mãe que deu um sorriso triste.

Perdoem-me se houver erros,
espero que gostem.
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