resumo: Os Marotos guardam um rancor silencioso contra você por se apaixonar pelo Black mais jovem, até que um dia tudo sai em uma discussão, e Sirius não tem escolha a não ser encontrar seu irmão e ver por si mesmo o quanto ele te ama.

avisos: xingamentos, discussões, pânico/ansiedade

Você nunca falou sobre seu relacionamento com seus amigos.

Eles nunca faziam perguntas quando você ia embora, dizendo que você tinha planos, eles não se aproximavam de você quando a viam de mãos dadas nos corredores, um sorriso radiante em seu rosto.

Mas você viu o ressentimento.

Você viu Sirius ranger os dentes toda vez que seu nome acidentalmente escapava de seus lábios.

Você viu os olhos de Remus caírem quando ele viu você com ele no pátio.

Você viu o sorriso falso de James quando lhe mostrou suas novas joias e vestidos que ele sabia que você não comprou para si mesma.

Você ouviu os sussurros de desaprovação das garotas quando saiu do seu dormitório para encontrá-lo.

Partia seu coração todas as vezes. Você queria poder falar livremente sobre seu amor sem se sentir culpada, queria trazê-lo para suas noites de jogos semanais, queria ir a Hogsmeade durante o Natal com todo mundo e tomar cerveja amanteigada e rir enquanto flocos de neve grudavam em todos os seus cílios. Você queria compartilhar essas coisas com ele.

Mas você amava Regulus mais do que qualquer uma dessas coisas.

A forma como seus dedos finos aliviaram seus músculos doloridos no final de uma longa semana, a forma como seus lábios macios tocaram os seus, a forma como ele nunca falou em nada além de um tom gentil com você, a forma como seus olhos olhavam para você com tanto adoração que você acha que pode derreter.

Isso era muito mais para você do que qualquer coisa que seus amigos pudessem oferecer.

Você os amava, com cada fibra do seu ser você os amava tanto, mas eles simplesmente não podiam se comparar ao seu Regulus.

"O que você está fazendo hoje, senhorita (S/n)?" James perguntou enquanto descia as escadas do dormitório da Grifinória, um sorriso no rosto enquanto se preparava para pedir a você para passar o dia com ele e os meninos. As meninas estavam fazendo compras em Hogsmeade, você já havia recusado aquele convite no início da manhã.

"Tenho planos com Reg, James." Você disse, um sorriso culpado no rosto enquanto mordia o lábio.

James era o único com quem você podia falar um pouco sobre ele, o único que colocava seus sentimentos pelo Black mais jovem de lado por sua causa, mas mesmo assim era quase nenhum.

Mas você não tinha percebido Sirius e Remus descendo as escadas atrás dele.

"Passar o dia com meu irmãozinho?" Sirius perguntou, sua voz afiada.

Você assentiu. Afundando ainda mais no sofá da sala comum, tentando tanto evitar o conflito.

"O que diabos está errado com você?" Ele estalou, sua voz ficando mais baixa, seus dentes cerrados com tanta força que você estava preocupada que eles pudessem quebrar.

"Sirius!" James repreendeu, empurrando levemente o ombro de seu amigo.

"Não, você sabe o quê? Estou tão cansado disso. Estou cansado de manter minha boca fechada por causa de seus sentimentos estúpidos quando você está sendo imprudente e estúpida!"

"Você não tem ideia do que está falando, seu idiota!" Você se levantou de sua posição afundada no sofá, o esconderijo e a ignorância acabaram.

"Claro que eu faço! Meu irmãozinho conquistou você com seu sorriso encantador e suas palavras vazias e estou farto disso! Ele é incapaz de amar!"

"Você só está provando meu ponto de vista." Você ferveu.

"Merlin, você é tão idiota que nem consegue ver o que está bem na sua frente!" Sirius gritou, suas mãos correndo pelo cabelo e pelo rosto enquanto ele as agitava em frustração.

Remus colocou a mão no ombro de Sirius. "Ele é duro, mas ele está certo, querida."

"Ah, foda-se, Remus!" Você jogou a cabeça para trás e esfregou duramente os olhos em frustração. "Todos vocês mascarando seu julgamento como apenas se preocupando comigo, é besteira!"

"Não, foda-se!" A voz de Sirius ressoou nas paredes da sala comunal, chacoalhando em seus ouvidos. "Você sabe o que eles dizem sobre as garotas que Regulus namora, você sabe quantas vezes nós defendemos você pela escola?!" Seu peito arfava e seu rosto estava vermelho, e você jurou que nunca teve tanto medo de seu melhor amigo em sua vida. Seu peito começou a apertar e você sentiu que mesmo que tentasse falar nada sairia.

"Sirius-" James avisou.

"Cala a boca, Potter!" Ele rosnou antes de continuar. "Talvez você seja exatamente como eles dizem, querida. Talvez você seja apenas uma vagabunda superficial que não a distingue da esquerda da direita..."

Lágrimas quentes ameaçaram sua linha d'água e seus dedos começaram a tremer.

"Sirius." James disse novamente, mais exigente.

"Talvez você seja apenas uma cadela estúpida!"

"Sirius!" Desta vez foi a vez de James fazer sua voz chacoalhar os ouvidos de seus amigos, ele havia notado seu estado, mas era tarde demais, você estava longe demais. Suas mãos estavam agarrando seu estômago, tentando desesperadamente aliviar os incômodos, os nós de estresse que estavam começando a se formar ali.

James lançou um olhar para Sirius antes de ficar na sua frente, tentando o seu melhor para acalmar suas respirações irregulares e gritos estrangulados.

"Você foi longe demais desta vez, Pads." Remus disse, usando sua melhor voz de pai desapontado.

"Amor, por favor, acalme-se, por favor." James implorou, suas mãos apertadas nas dele, mas você não podia ouvi-lo, suas súplicas entravam por um ouvido e saíam pelo outro. Você mal conseguia registrar onde estava, cada palavra e cada movimento era gorjeado.

"(S/n/n), ei, é o Rem. Você pode olhar para mim, querida?" Remus perguntou, sua voz suave como seda quando ele estendeu a mão para você, apenas para você se afastar tanto dele quanto de James.

"Eu estava progredindo, seu idiota." James murmurou e Remus revirou os olhos.

"Querida, você vai desmaiar. Por favor, olhe para mim." Remus tentou novamente, tentando ao máximo ignorar os dois garotos ao seu lado.

Mas seus gritos não paravam, você eventualmente caiu de joelhos, seu corpo sobrecarregado com a exaustão de seus músculos tensos e todo o seu corpo tremendo, mas ainda assim, você não os deixou perto de você, apenas se afastando com força e chorando mais quando tentaram consolá-lá.

"(S/n), por favor, foda-se! Por favor, você está nos assustando, amor." Remus implorou, sua própria voz começando a tremer ao ver você.

"Por que você não desistiu quando eu disse para você?!" James se virou e empurrou Sirius, fazendo suas costas baterem contra a parede mais próxima.

"Tudo o que você disse foi meu nome, como eu deveria saber?!" Ele argumentou, franzindo as sobrancelhas.

"Ah, sua melhor amiga não ser capaz de respirar bem na sua frente não te deu a porra de uma pista?"

Seus gritos só pioraram quando os meninos começaram a gritar um com o outro, se encolhendo para longe da cena e fechando os olhos e cobrindo os ouvidos.

"Pare com isso! Malditos idiotas, vocês estão assustando ela!" Remus gritou. Ele estava tão bravo com o descuido de seus dois melhores amigos, arrastando você para o inferno.

"Sirius, você precisa encontrar Regulus." Remus disse, mais calmo dessa vez.

Remus levantou um dedo antes que seu amigo pudesse argumentar, e lentamente apontou para seu estado frágil, completamente inconsolável.

E a lâmpada em seu cérebro acendeu.

"Preciso encontrar Regulus." Sirius disse, não dando aos outros dois a chance de responder antes de sair pela porta. Ele estava tão preocupado que estava fazendo com que ele se sentisse doente, e embora ele odiasse, Remus estava certo, ele tinha que encontrar seu irmão.

O garoto de cabelos pretos voou pelos corredores do castelo e entrou na biblioteca, onde tinha certeza de que o encontraria, mas sem sucesso. Ele gemeu de frustração e girou seu corpo, correndo mais uma vez, em direção ao pátio, onde felizmente o encontrou sentado debaixo de uma árvore, nariz em um livro enquanto comia uma maçã.

"Regulus" Sirius respirou, descansando as mãos nos joelhos na frente de seu irmão, ruidosamente ciente de que seu estado estava ficando cada vez pior a cada segundo.

O irmão mais novo olhou para cima, levantando uma sobrancelha confusa com o estado cansado do mais velho. "O que? Você veio aqui para..."

"É (S/n)." Era tudo o que Sirius tinha a dizer antes de Regulus se levantar e correr ao lado de seu irmão para a sala comunal da Grifinória, ganhando alguns olhares de desaprovação das pinturas.

O coração de Regulus nunca doeu mais do que quando ele viu você encolhida em um canto, os olhos fechados e as mãos pressionadas com força contra suas orelhas, balançando-se para frente e para trás enquanto lutava para respirar.

"Afaste-se, por favor." Ele disse, o mais educadamente possível para James e Remus, que imediatamente obedeceram. Ele sabia que os dois estavam apenas tentando o seu melhor para ajudar.

Ele se sentou na sua frente colocando as mãos sobre as suas e lentamente tirando-as de suas orelhas para que você pudesse ouvir a voz dele.

"Oi, pomba." Sua voz tão gentil e adornando até mesmo James sentiu seu coração inchar.

Você imediatamente entrelaçou seus dedos nos dele, ainda sem abrir os olhos, mas permitindo que Regulus a consolasse.

"É isso, querida. Fazendo tão bem. Você pode continuar respirando?"

Você assentiu, tentando o seu melhor para respirar firme no colo do seu namorado.

"Lá vai, lá vai você." Ele arrulhou antes de pressionar um beijo em sua cabeça e desvincular seus dedos dos seus para que ele pudesse puxar seu corpo levemente trêmulo em seu colo, descansando sua bochecha em cima de sua cabeça. "Continue assim, você está indo tão bem." Ele elogiou, começando a balançar você suavemente para frente e para trás.

Os três grifinórios ficaram atordoados. Ele foi tão gentil, tão atencioso, tão amoroso com você.

Ele te amava, ele realmente te amava muito.

E Sirius se sentiu um idiota.

Seu namorado se levantou com você em seus braços com facilidade e acenou para os Marotos. "Com licença, senhores."

Os três se afastaram e permitiram que Regulus a levasse até seu dormitório. Todos ficaram sentados em silêncio, seus pensamentos girando em torno de suas cabeças a um milhão de quilômetros por minuto, até que Regulus voltou, sozinho.

"Ela se recusa a me dizer o que aconteceu, o que só me leva a acreditar que vocês cabeças-duras disseram alguma coisa. Então vão em frente. Estou ouvindo." Ele cruzou os braços e ergueu as sobrancelhas, esperando uma explicação.

"Não disse merda nenhuma que não fosse verdade." Sirius murmurou, cruzando os braços e bufando como uma criança.

"Sério?" Respondeu James exasperado, sua boca aberta. "Depois de fazê-la passar por aquele pesadelo, você ainda vai agir assim?!" James zombou quando Sirius não respondeu, mas o menino moreno perdeu o menor sinal de culpa nos lábios de seu amigo quando ele se virou para Regulus, contando a ele tudo o que aconteceu, Remus entrando na conversa de vez em quando.

"Você é inacreditável, irmão." Regulus cuspiu assim que os outros dois garotos terminaram de explicar.

"Não queria fazê-la chorar."

"Bem, você fez!" Regulus deu um passo à frente enquanto gritava, fazendo Sirius recuar. "Na verdade, você não apenas a fez chorar. Você deu a ela um maldito ataque de pânico! Achei que ia ter que levar minha pobre garota para a Madame Pomfrey!"

Regulus deu uma risada sem humor, passando a mão pálida pelos cachos grossos e negros.

"Tudo o que ela sempre quis foi a aprovação de vocês três. Para você amá-la e apoiá-la. Mas tudo o que ela consegue é um balançar a cabeça com palavras de desaprovação e seus ombros frios!" Sua voz estava ficando mais alta com cada palavra que ele falava, mas ele não se importava.

"E olha o que você fez com ela!" Ele gesticulou para as escadas, os meninos não precisavam ver você para saber que você era um desastre. "E vocês dois também não são inocentes." Regulus apontou um dedo para Remus e James. "Eu esperava mais de vocês dois, realmente."

"Eu não quero nenhum de vocês tentando falar com ela até que ela esteja pronta. E não quando ela diz que está pronta, quando ela está realmente pronta para isso."

E com isso ele girou nos calcanhares e subiu as escadas, certificando-se de olhar para seu irmão uma última vez antes de desaparecer.

Se olhares pudessem matar, Sirius estaria morto.

Regulus abriu a porta do seu dormitório com o máximo de cuidado possível, choramingando baixinho ao ver você enrolada na cama, seu rosto marcado com rastros de lágrimas e olhos e lábios inchados, fungando.

"Minha linda menina." Regulus cantou enquanto subia em sua cama com você, segurando você contra ele.

"Eu só quero que eles me amem."

Seu coração afundou.

"Eles amam. Eles têm um jeito de merda de mostrar isso, mas eles amam, tanto, meu anjo."

Você assentiu, aconchegando-se ainda mais em seu namorado.

"E eu também."

"Eu te amo mais do que o mundo, Reg."

"Te amo mais."

"Não é possivel." Você disse, com a voz mais baixa que ele já tinha ouvido quando suas pálpebras começaram a cair, a exaustão começando a tomar conta do seu corpo.

"Ok, eu vou deixar você ganhar esta."

"Obrigado."

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