É domingo de manhã.

Está chovendo forte lá fora, mas já é outono na Inglaterra, então não há nada de surpreendente com o mau tempo, realmente.

A chuva bate palmas ao atingir o telhado da sua casa e a vidraça do seu quarto. Através de um canto da cortina que não está colocado direito para cobrir o vidro, você pode ver as gotas rolando pela superfície fria, traçando padrões irrealistas contra a janela.
Há um pouco de condensação ao redor da moldura, borrando as nuvens escuras do lado de fora e o topo das folhas da laranja da árvore em seu jardim. Não há muita luz na sala, por causa das nuvens escuras, mas também porque ainda é cedo, e além de toda a água escurecendo o céu, o sol só está tímido por enquanto.

Junto com o som da chuva, você pode ouvir o vento soprando de vez em quando, ficando preso nos galhos de sua árvore.

Está quente embaixo do edredom, mas você sabe que deve estar frio lá fora. Seu nariz está um pouco frio, desprotegido pelo cobertor que você puxou para baixo do queixo. Seu mundo inteiro, ao que parece, cheira a chuva, seus lençóis perfumados com a flor de laranjeira de seu amaciante e o perfume de Harry.

Sua colônia Tom Ford desperta seus sentidos, familiar, calorosa e reconfortante. Envolve você em um abraço apertado, quase como um casulo. É o seu perfume favorito no mundo, na verdade, porque significa que ele está aqui, ao seu lado, em vez de do outro lado do globo.

E ele está bem aqui, deitado ao seu lado na cama. Pela primeira vez, você é o primeiro a acordar, apesar de Harry ser madrugador. Ter dificuldade em dormir tem pelo menos um lado bom, você acha. Você pode vê-lo dormir então.

Seus olhos mal se movem sob as pálpebras, mas ainda tremem ligeiramente. Suas feições estão completamente relaxadas e a calma que ele usa o torna angelical. Seus cílios traçam duas linhas escuras acima das maçãs do rosto.

Ele não faz a barba há alguns dias e uma barba por fazer pinta suas bochechas, queixo e espaço entre seus lábios macios e nariz bonito. Seus lábios entreabertos movem-se um pouco durante o sono, como se ele fosse resmungar algo, fazendo com que a ponta do nariz se curvasse para acompanhar o movimento.

Ele está deitado de bruços, o rosto voltado para você e a mão escondida sob o travesseiro. Seu cabelo é uma bagunça selvagem, mas gloriosa de cachos castanhos que tanto sua noite de sono quanto suas mãos emaranharam. Você mal consegue ouvir sua respiração suave e regular escapar pelo nariz acima do som da chuva, mas é um som tranquilizador, no entanto.

Você pousa os dedos sobre o braço nu dele, a pele aveludada sob a ponta dos dedos.
Seu corpo é quente e convidativo, e você mal pensa enquanto se aconchega mais perto dele, procurando por sua proximidade como um planeta sendo puxado em direção a sua estrela.

Você distraidamente traça padrões sobre o braço dele, mas para quando ele muda sob seu toque, o músculo de seu ombro flexionando e estendendo enquanto ele empurra a mão ainda mais sob o travesseiro.

Você não quer acordá-lo ainda. Você quer continuar olhando para ele, aproveitar o momento frágil e usá-lo para esculpir a visão dele em sua mente: uma memória luminosa para lembrar.

Então, você para de se mover por completo, mal respirando, na esperança de não perturbar seu sono por mais um pouco, e apenas o encara, observando-o perdido em um sono tranquilo.

Amanhã, haverá mil tarefas esperando por você no trabalho. Amanhã, haverá um amanhecer para se preparar e se apressar em meio a ônibus e trens lotados para chegar ao trabalho. Amanhã haverá o estresse do fracasso e a pressa de muitas coisas para fazer. Amanhã, haverá um sanduíche engolido às pressas para não perder tempo no trabalho. Amanhã haverá ombros doloridos e dores de cabeça no meio da tarde. Amanhã, haverá uma viagem de volta para casa, gasta tentando lutar contra o cansaço para manter os olhos abertos nos transportes públicos. E amanhã à noite vai cair cedo na cama porque você está cansada demais para fazer qualquer coisa e mãos gentis o guiando em direção ao seu travesseiro e, finalmente, o cheiro da colônia Tom Ford o afogando em uma sensação de paz.

Mas esta manhã, não há nada além desta cama.

Seu trabalho estressante está longe por agora, e quase parece que você poderia esquecer que ele existe.

Se você pudesse ficar assim para sempre...
Mas eventualmente, depois de um longo tempo - são alguns minutos ou uma hora, você realmente não pode dizer - Harry começa a se mover um pouco mais, e você reconhece os primeiros sinais de que ele está prestes a acordar em seu arrastar silencioso.

E que melhor maneira de sair do sono do que beijos?

Em vez disso, você move sua mão pelo braço dele para descansar em suas costas nuas, sua mão apoiada entre as omoplatas enquanto você se inclina para beijar a bochecha que está exposta a você.

Você dá beijos suaves ali, a barba dele fazendo cócegas em você, movendo os lábios em sua bochecha, sua mandíbula e, finalmente, a ponta de seu nariz, o que o faz sorrir.

Você se afasta, esperando que ele acorde, mas ele não abre seus lindos olhos como você esperava. Em vez disso, ele franze a testa e geme para você, seus lábios se transformando em um pequeno beicinho.

"Não pare," ele reclama, sua voz áspera e rouca de sono, o som enviando eletricidade por sua espinha, apesar do travesseiro silenciar suas palavras.

Você ri dele um pouco, mas não consegue evitar obedecer, inclinando-se para dar beijos delicados em sua pálpebra. Ele solta um suspiro de satisfação desta vez, seu sorriso voltando aos lábios macios enquanto seu toque se move para sua têmpora e testa. Você beija os restos de sua carranca e, no momento em que seus lábios pousam na ponta de sua orelha, ele tem um sorriso no rosto.

"E o suficiente?" você pergunta com uma voz provocante, tendo beijado cada centímetro de seu rosto que você poderia alcançar.

"Hmm... há um ponto que você perdeu", ele responde, abrindo um olho para olhar para você.

"Mesmo? Qual deles?"

Ele lhe dá um sorriso ridiculamente brilhante, virando a cabeça um pouco mais para encará-lá, antes de apontar para os lábios.

Você ri de novo, mas tem que admitir que ele está certo, pois seus lábios estavam fora de alcance em sua maior parte, pressionados contra o travesseiro em vez de ficar de frente para você.

Seus olhos estão finalmente abertos, principalmente, pelo menos, pois o sono ainda pesa sobre ele. Ele não enxotou os últimos fragmentos dele ainda, mas isso não o impede de olhar para você com expectativa, esperando que você ceda, o que você faz facilmente.

Não há como você resistir a beijá-lo, especialmente agora, quando é uma manhã fria de domingo com chuva forte do lado de fora e você está aninhado na cama contra seu corpo quente.

Então, você o beija, lento, profundo e amoroso - com adoração, pode-se até dizer. É um pouco sonolento, mas é íntimo da maneira mais perfeita e faz com que ambos sintam o calor se espalhar por seus corações até parecer que os órgãos estão irradiando amor. É pacífico e completo, e tem o gosto e a sensação de estar em casa. É tudo que você realmente precisa, e Harry sente o mesmo.

O beijo dura, durando até que vocês dois estejam desesperados por ar. Você não tem certeza de quando Harry se mexeu o suficiente para puxar sua mão de debaixo do travesseiro e se enrolar em você, mas é bom ser segurada por ele. Seguro. Protegido. Um lugar onde você tem certeza de que nunca vai se machucar, aconteça o que acontecer no resto da sua vida.

Quando você finalmente se afasta, ambos sem fôlego, ele leva alguns segundos para preguiçosamente abrir os olhos novamente. Ele tem uma expressão sonhadora no rosto.

" Bem... aquele... foi um bom beijo... " ele diz, um sorriso estúpido aparecendo em seus lábios.

"Hmm... sim, foi", você concordou, roçando a ponta do nariz contra o dele.

"Foi uma maneira muito boa de acordar", elogia ele, e é a vez dele espalhar beijos carinhosos em seu rosto, fazendo você sorrir também.

"Aposto que foi..."

"Você sabe o que o tornaria ainda melhor?"

"Mais abraços?"

Ele abre a boca para responder, mas considera sua proposta primeiro.

"Sim, na verdade isso também", ele admite.
"Mas, em vez disso, estava pensando no café da manhã."

"Você quer que eu faça seu café da manhã?"

"Eu também vou ajudar!" ele se defende.

"Você poderia? Porque foi isso que você disse no fim de semana passado, senhor! E você acabou caindo no sono e não me ajudando em nada. "

"Eu não fiz de propósito!"

"Eu sei... só estou brincando. Vou preparar o café. "

Ele sorriu, beijando seus lábios novamente.

"Obrigado. Eu te amo, você é a melhor. Ao melhor! "

Ele envolve seus braços em volta de você, puxando-a ainda mais perto e enterra o rosto em seu pescoço, beijando ao longo de sua pele ali, beliscando algumas vezes para fazer você sorrir ainda mais brilhante.

"Bem, se você quiser café da manhã, então você tem que me deixar sair da cama e fazer isso!"

Ele cai ainda mais no travesseiro, permitindo que você se mova com mais liberdade novamente.

"Tudo bem, descerei em um minuto."

"Não me abandone desta vez!" você o avisa, cutucando seu lado para uma boa medida, fazendo-o se contorcer para longe de você e soltar uma risadinha adorável.

"Eu não vou! Eu não vou! Eu prometo!"

Você o beija uma última vez, antes de se sentar, procurando algo para vestir. Após as atividades da noite anterior, você não se preocupou em colocar uma roupa. Mas agora, você precisa ir à cozinha e pegar a camisa mais próxima que puder encontrar. É a camisa que Harry estava usando na noite anterior, sua Aproveite a saúde, coma sua camiseta de mel que foi deixada no chão porque você achou que beijar era muito mais importante do que arrumar suas roupas.

Você o coloca, virando-se para ver a reação de Harry. Mas seu namorado fechou os olhos novamente, e você acha que terá que esperar até ele chegar à cozinha.

Você desceu as escadas para a cozinha, a chuva ainda forte lá fora. No entanto, está quente em sua casa e, ao preparar um café, você admira a chuva que cai na calçada. Já formou poças na calçada e parece que o céu está escurecendo.

Você decide colocar um pouco de música enquanto reúne os ingredientes necessários para fazer alguns waffles. Você liga o rádio e alguma melodia aleatória que você não reconhece enche a sala, cobrindo o barulho da chuva.

" Huh... é a minha camisa que você está vestindo? - Harry pergunta, um sorriso presunçoso em seus lábios enquanto ele aparece vestindo nada além de uma cueca preta.

Ele ama isso. E você sabe que ele ama. Ele adora quando você veste suas roupas, e a maneira como ele envolve seus braços ao redor de sua cintura por trás enquanto se junta a você na cozinha é a prova final.

"Eu posso ter pegado emprestado", você responde com um sorriso.

"Hmm... pedir emprestado está bom, mas não roube esta aqui. Eu gosto muito dela."

"Não minta, você adora vê-la em mim."

Ele dá um beijo doce em seu cabelo.

"Sim. Fica bem em você. "

"Melhor do que em você?"

"Agora, não force..."

Vocês dois riem, enquanto ele se move para o lado para pegar algumas maçãs e uma faca e começa a cortar algumas frutas para vocês dois.

Há silêncio entre vocês dois enquanto cozinha e ouve música e a chuva constante. É confortável, a maneira como você e Harry podem ficar um ao lado do outro em silêncio, íntimo.

A melodia muda para a voz de Etta James.
Quente e profunda, sua voz ecoa pela cozinha e você começa a cantarolar junto com a melodia.

Sem aviso, a mão de Harry pousou sobre a sua enquanto você estava misturando os ingredientes para seus waffles. Você olha para ele interrogativamente, mas ele apenas sorri para você, puxando você para perto dele sem soltar sua mão.

Os dedos dele estão um pouco pegajosos com o suco das maçãs que ele cortou e os seus estão cobertos de açúcar e farinha, mas nenhum de vocês parece se importar e ainda é tão bom estar de mãos dadas.

O braço dele envolve sua cintura e, antes que você possa realmente entender o que está acontecendo, vocês dois estão cambaleando pela cozinha. Quando você finalmente percebe que está dançando com Harry, você sorri para ele.

"Música perfeita para hoje", ele sussurra em seu ouvido. "Você não acha, querida?"

Você cantarola em resposta. Seu coração erra uma batida cada vez que ele a chama com apelidos, não importa se ele fez isso milhares de vezes antes.

"Sim, acho que é."

Ele cantarola junto com a música, e você pode sentir a vibração do peito dele contra o seu.
Sua voz é uma verdadeira canção de ninar que pode embalar você de volta ao sono.

Você está seguro em seus braços, e ele está seguro nos seus. Sua mão se perde em seus cachos bagunçados, deixando pó branco em seu rastro, e ele pode jurar que nunca se sentiu mais como se finalmente tivesse voltado para casa.

Quando a voz no rádio muda e a batida muda para outra melodia, vocês dois silenciosamente concordam em ignorá-la. Em vez disso, você continua balançando lentamente no mesmo ritmo, sem querer desistir por enquanto.

E se o mundo está frio lá fora, nunca houve um lugar mais seguro e quente do que o seu abraço compartilhado nesta preguiçosa manhã de domingo.

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