𝙏𝙝𝙚 𝙜𝙧𝙚𝙚𝙣 𝙗𝙚𝙩𝙧𝙖𝙮𝙖𝙡

A traição verde

— Você tem mesmo que ir? — Falei abraçando minha mãe.

— Você sabe que sim querida, mas não se preocupe voltamos para o seu casamento. — A mais velha me olhou me dando um beijo de despedida na testa.

Logo após me separar da mulher fui até Daemon o abrançando também.

— Mas por que vocês tem que ir tão tarde? Eu acabei de voltar de Pedra do Dragão...

— Vamos aproveitar que já tinhamos chamado o barco para você e voltar para casa, mas você se lembra do que conversamos né? — O mais velho falou dando uma leve encarada para Aemond que estava atrás de mim junto de sua família.

— Sim. — Falei baixinho dando uma leve risada, depois fui até meus irmãos puxando Luke e Jace também para um abraço apertado. — Vou sentir tanta saudade de vocês...

— A gente também. — Disse Jace me apertando ainda mais forte.

— Se ele fizer algo que você não goste eu arranco o outro olho dele! — Nós rimos da frase do mais novo e eu apenas deixei um selar no rosto dos dois me separando logo em seguida e indo me despedir das crianças.

Eu nunca imaginei que aquele momento chegaria, ver todos que eu amo ir embora ne um navio era algo que me quebrava por dentro, a única coisa que me deixava mais tranquila nesse momento era saber que minha avó Rhaenys ainda estava no castelo. Ela era a única que eu realmente confiava nesse lugar.

— Ah já está tarde, acho melhor irmos nos preparar para dormir. — Disse Alicent HighTower voltando para dentro da fortaleza.

E assim como ela, voltei ao meu quarto me jogando sobre na cama e começando a encarar o teto.

— Por que essa sensação ruim não vai embora? — Falei colocando as mãos no rosto tentando aquetar minha mente.

Isso era terrivel talvez eu devesse mandar o Canibal me queimar toda igual a Laena fez, pelo menos foi um final digno de verdade. Mas a é, eu não queimo...

E seria bobo e infantil demais eu fugir apenas por que estou com medo de ficar sozinha nesse lugar.

— Espero não estar te encomodando. — Me levantei no susto vendo Aemond encostado na porta.

— Ah não se preocupe, acho que se você não tivesse chegado eu teria me atirado pela janela. — Falei com um sorriso.

— É tão ruim assim a idéia de morar aqui? Comigo?

— Não é sobre você ou o castelo, como eu já havia te dito, eu prefiro me casar com você do que qualquer outro, é só que... Ando sentindo um prescentimento ruim no peito só isso. — Ele se sentou na cama a pouco centimetros de mim.

— Tudo vai ficar bem Rhaenys, acho que você está apenas ansiosa por conta da mudança.

— É acho que acho que sim.

Um silêncio constrangedor tomou conta do quarto. Eu apenas encarei o loiro por alguns segundos até eu sentir sua mão subir para o meu pescoço me puxando de leve para ele, fazendo nossos lábios se encostarem em beijo lento. Aquela sensação, tão quente e intensa diferente de tudo que já senti, mas que logo foi separado pelo mais velho que se afastou rápidamente.

— Desculpe, acho melhor eu deixa-lá descançar.

Ele saiu do quarto antes mesmo de me deixar responde-lo, denovo. Mas ali, ainda encarando a porta fechada eu passei os dedos sobre meus lábios ainda sentindo meu corpo cheio de euforia.

— Como você pode se apaixonar por alguém tão babaca logo no seu primeiro beijo? — Falei ainda na mesma posição, mas logo me joguei devolta na cama voltando a olhar para o teto.

Em apenas alguns dias em King's Landing pude sentir sentimentos que eu nunca havia sentido antes. Perda e paixão, tão avassaladores e implacáveis que me faziam até perder o ar.

[...]

O som da porta do meu quarto sendo trancada me fez despertar, acompanhada de diversas vozes que iam e vinham sem parar.

Eu me levantei indo até a estrutura de madeira a chaqualhando diversas vezes com força, mas foi obviamente não deu muito certo, e a porta continuou trancada, então logo fui até a janela vendo várias pessoas andando frenéticas pelo castelo.

— Vô. — Minha voz saiu como um sussuro fazendo aquela sensação ruim ir embora, como fumaça pelo ar,o Rei... O Rei estava morto.

Me virei indo em direção ao guarda-roupa me vestindo rapidamente com meu vestido preto de mangas cumpridas que lembrava uma versão feminina do que a que Daemon usava mas fui interrompida pela Rainha que adentrava o quarto com uma feição séria.

— Rhaenys, tenho que conversar com você. — Me virei para observa-lá logo me aproximando da mais velha.

— O Rei está morto não é? — Ela me olhou um pouco surpresa, mas logo continuou.

— Sim. E em seu último suspiro ele desejou que Aegon fosse coroado.

— Você só pode estar enlouquecendo. Minha mãe Rhaenyra Targaryen é a herdeira legítima do trono de ferro e a verdade protetora dos sete reinos.

— Não, ela não é. E por isso, por eu ser uma pessoa justa e por você ser a futura mulher do meu filho, venho pedir que jure lealdade a Aegon. — Eu passei a mão no rosto indignada dando alguns passos para trás.

— Lealdade? Vocês estão usurpando o trono de minha mãe nesse exato momento e quer que eu jure LEALDADE?

— Rhaenys, a decisão é sua, mas já estou lhe avisando que se não concordar pode estar cometendo um grande erro. — Novamente me aproximei da Rainha ficando bem perto de seu rosto.

— Isso é uma ameaça? — Ela me encarou profundamente e me afastou com a mão.

— É apenas um aviso, quero que pense bem princesa, toque o sino quando tiver uma resposta. Apenas pense no seu futuro com Aemond, sua futura família e seu futuro reino. Não destrua tudo por nada.

Ela saiu do cômodo me deixando completamente sem reação. Eu sabia, eu sabia que isso aconteceria, meu corpo estava tentando me avisar o tempo todo e eu apenas me deixei levar por uma paixonite idiota.

O tempo passou até a noite chegar, e como o imaginado eu não conseguia nem ao menos fechar os olhos, eu estava em estado de alerta com minha espada em mãos e sentindo minhas pernas tremerem em enquietação, mas logo o som de minha porta sendo aberta me fez relaxar ao revelar Sir Erryk o ex-protetor de minha mãe junto de minha avó que correu para me abraçar.

— Temos que ir agora! — Falou me dando uma capa cinzenta para me esconder.

— Vó! — De forma apressada ela apenas agarrou meu braço com força me guiando pelos corredores junto do cavaleiro.

A Fortaleza Vermelha estava mais sombria do que nunca, os corpos pendurados de Lordes opositores deixados pelos cantos do palácio deixava o lugar ainda mais aterrorizante, nós fugimos pelos fundos, rapidamente indo até a Baixada das Pulgas. Nessa hora o sol já estava nascendo me fazendo ver pela primeira vez as ruas fora do castelo.

— Temos que chegar até a baia de Black Water, lá vocês irão entrar ne um barco antes que eles notem que fugiram. — O Sir falou, mas logo nosso caminho foi empedido por uma multidão fazendo eu me separar dos dois mais velhos.

Eu não sabia o que fazer, eu tentei encontra-los com o olhar mas era impossivel com tantas pessoas ao meu redor, e para piorar eu não conhecia nada fora da fortaleza, eu nem se quer já estive ne um lugar tão lotado e por conta disso quase acabei caindo várias vezes entre o povo enlouquecido.

Mas eu sabia onde tinha que ir, eu precisa encontrar o meu dragão que estava junto de Vhagar perto da praia. E correndo contra a cidade inteira, eu avistei um beco vazio logo o adentrando para fugir daquele mar de gente.

— Princesa Rhaenys? — Fui agarrada por um guarda da patrulha que estava acompanhado de mais dois homens.

— Me soltem! Eu preciso ir!

— Não. Você não vai a lugar algum, deveria estar no castelo. — Os homens sorriram uns para os outros e me encararam. — A coroação está acontecendo nesse exato momento, talvez essa seja nossa única chance de transar com uma princesa, acho que ninguém vai dar falta de você hoje.

Aquilo só podia ser um pesadelo, eu não poderia imaginar o que estava acontecendo, os homens me empurram contra a parede me cercando e arrancando a capa que eu usava para me esconder, me fazendo ficar totalmente congelada e sem reação. Mas então, as palavras de Daemon passaram como um flash sobre meus olhos " Nós Targaryen podemos fazer tudo o que desejamos".

E eu desejava aqueles homens mortos!

Em um único movimento puxei minha espada da cintura a cravando no olho de um dos guarda por cima de seu capacete, logo sentindo um soco ser desferido no meu rosto por outro deles, mas eu me recusei a fraquejar e devolvi o soco com a maior força que eu tinha no homem a minha frente o fazendo bambiar para trás logo cravando minha lâmina bem em seu pescoço. Eu já estava coberta de sangue quando senti o último deles enfinhar uma adaga em minha barriga me fazendo gemer de dor.

O cavaleiro me encarou por alguns segundos assustado com o que tinha feito e logo retirou seu punhal do meu ventre me fazendo cair no chão.

— Eu-eu lamento princesa. Eu não queria, eu não queria fazer isso! Fique aqui, eu irei chamar ajuda. — O homem de armadura saiu correndo, me deixando para trás enquanto eu o praguejava começando a sentir a dor subir pelo meu corpo.

Coloquei as mãos por dentro da parte de cima do meu vestido fazendo pressão na ferida que vazava liquído vermelho sem parar, logo encostando minha cabeça na parede e fechando os olhos.

— Não... Eu não posso morrer aqui...

[...]

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