𝙏𝙝𝙚 𝙜𝙤𝙤𝙙 𝙛𝙖𝙩𝙝𝙚𝙧

O bom pai

O castelo estava mórbido e frío, parecia que toda felicidade havia desaparecido assim como as bandeiras e simbolos da Casa Targaryen que foram substituidas pela estrela religiosa dos sete.

— Eu... Eu preciso de um pouco de ar. — Falei para meus irmãos sentindo uma claústrofobia tomar meus pulmões.

Eu sai correndo até o jardim de fora dando de cara com a grande Árvore-coração com seu rosto triste me encarando, o tempo havia sido gentil com ela, já que a árvore estava tão grande quanto da última vez que eu a vi.

— Também senti falta de admira-lá. — Uma voz feminina me fez se virar.

— Vó! — Eu corri para abraçar a mais velha que eu carregava o mesmo nome.

— Querida, olhe só para você, está belissíma como sempre. Eu estava tendo uma conversa com sua mãe, ela está te procurando.

— Depois eu falo com ela, mas me diga como a senhora está? Eu sinto muito pelo que aconteceu com o vovô. — Perguntei vendo o rosto cabisbaixo da mais velha.

— Não sabemos se ele vai sobreviver. Eu estou tentando lidar com tudo isso, mas agora vá conversar com sua mãe.
— Eu assenti deixa minha avó para trás indo novamente até o castelo.

Eu andei até o andar de cima indo ao quarto do Rei onde eu imaginei que encontraria a mais velha e ao chegar lá me deparei com a Rainha Alicent conversando com Daemon e minha mãe.

— Licença vossa graça. — Pedi a mulher de verde.

— Rhaenys! A quanto tempo, você está esplêndida. — Eu a agradeci com uma reverência. — Mas ainda bem que chegou, estavamos falando de você, e sobre a proposta de sua mãe.

— Proposta? — Perguntei desentendida.

— Você já tem dezessete anos Rhay, está em uma ótima idade para um matrimônio. — Daemon me respondeu com seu semblante sério.

— Ca-casamento? Mas vocês não haviam me contado nada sobre essa ideia...

— Eu propus um noivado entre Jace e Luke com suas primas de Driftmark a princesa Rhaenys II e ela pensou considerar, e agora propus a Rainha um noivado entre você e Aemond.

— Vossa alteza. Posso conversar a sós com minha mãe? — Alicent apenas concordou e saiu do quarto. — Como vocês podem fazer isso comigo? Nem ao menos me avisaram! Eu não sou uma moeda ds troca nem uma prostituta que vocês podem fazer oque bem entenderem!

— Rhaenys se acalme! Você parece não entender como esse é um momento decisivo. A Casa do Dragão está dividída e isso pode resolver futuros conflitos. Além do mais achei que você gostava do Aemond. — A loira falou.

— Gostar? A última vez que eu o vi eu acabei com uma cicatriz no ombro e ele sem um MALDITO OLHO! Você está fazendo isso por que está com medo mãe! Vai tentar me usar já que talvez amanhã não tenha nenhum aliado para nos defender! Defender os seus bastardos! — Uma ardência no meu rosto me fez parar de falar, e quando eu menos percebi havia recebido um tapa no rosto.

— Se falar isso denovo sobre você e seus irmãos eu irei deixar que cortem sua lingua! Alicent ainda nem sequer aceitou a propósta. Mas se ela aceitar você VAI SE CASAR querendo ou não. Você sempre foi leal a sua familia Rhay, então seja agora. — Eu apenas assenti com os olhos marejados.

— Você concorda com isso? — Perguntei a Daemon que apenas observava tudo calado.

Ele apenas não respondeu e desviou o olhar.

Eu me retirei do quarto onde os mais velho estavam e fui até os meus aposentos onde completamente chorei até cair no sono.

[...]

Na manhã seguinte bem cedo fui acordada pelas criadas, elas traziam contigo um vestido preto e vermelho que lembrava muito o que minha mãe vestiria, a grande diferença era que esse tinha os ombros completamente a mostra. Eu me arrumei deixando meus cabelos soltos com apenas duas tranças cruzadas na parte de atrás. Logo após terminar fui até o salão do trono se juntar a minha família.

Estavam todos lá, todos os meus tios que eu não via a anos, Aegon tinha seus cabelos médios e uma cara debochada de quem não queria estar ali, logo atrás dele estava Aemond com uma postura inigualável, ele estava com o cabelo cumprido e nitídamente havia ficado mais alto que o irmão. Nós trocamos breves olhares até eu desviar meu olhar para Haelena que vestia um belo vestido amarelo.

— Como Mão, falo como a voz do Rei sobre este e outros assuntos, estamos aqui para decidir a respeito da sucessão do trono da Casa Velaryon. Vaemond, a palavra é sua. — E assim Vaemond começou.

Ele falou em nome dele, que ele deveria ser o próximo lider da Casa dos mares, e como o esperado argumentou sobre a veracidade do nosso sangue Valíriano sendo cortado frequêntemente pela nossa mãe que sempre nos defendia.

Assim que ele terminou sua fala e foi a vez da mulher de preto de falar a grande porta do salão foi aberta revelando meu avô, o Rei que estava em estado deplorável caminhou com difículdade até o trono sendo ajudado por seu irmão.

— Admito que não entendo a confusão, a única pessoa que pode argumentar a respeito dos desejos da Casa Velaryon é a princesa Rheanys. — Dito isso a princesa foi até o centro, confirmando a sucessão de Luke ao trono, e finalmente aceitando a proposta de casamento de minha mãe.

— Quem é você para decidir a respeito do sangue Velaryon? Não. — Vaemond protestou em voz alta.

— Não? Não esqueça quem você é e de seu juramento.

— Ele não é um verdadeiro Valíriano! Você manda na sua Casa do jeito que desejar. Mas você não comandará a minha! Eu não verei o fim da minha Casa por conta dessa...

— Diga. — Daemon falou calmo.

— Os filhos dela são BASTARDOS! E ela é uma puta. — Todos olharam aflitos para o homem.

— Eu arrancarei a sua lingua. — Disse o Rei.

Mas quando menos esperavamos Daemon cortou a cabeça de Vhaemond em apenas um golpe com sua espada fazendo todos presentes se assustarem.

— Ele pode ficar com a lingua.

[...]

Mais tarde naquela noite o Rei fez questão de termos um jantar, o que para mim era tenebroso já que não era segredo para ninguém que completamente nossas familías estavam divididas entre os filhos de Alicent HighTower e nós filhos de Rhaenyra Targaryen.

Eu andava pelos corredores sozinha indo em direção a sala do banquete quando ouço passos atrás de mim que me fizeram se virar brevemente.

— Admito que fiquei entusiasmado em vê-la novamente. — Observei o homem alto de cabelos cumpridos se aproximar calmamente.

— Entusiasmado? Essa não me parece a palavra certa para descrever esse reencontro. — Voltei a caminhar, agora com Aemond ao meu lado.

— Você tem razão. Na verdade minha curiosidade é saber se você já sabe da proposta de sua mãe.

— Sim, eu já sei. E por mais que tenhamos nossas... Diferenças, fico um pouco mais aliviada em saber que é você.

— Devemos honrar nosso puro sangue Valíriano apesar de tudo. — Nesse momento eu parei para encará-lo.

— Apesar de tudo? Da última vez que eu o vi você chamou eu e meus irmãos de bastardos.

— Não é como se vocês não fossem não é mesmo? Mas você apesar de tudo é a mais pura dentre eles, todos sabem que seu verdadeiro pai é o Daemon. — Eu me segurei para não ir para cima do homem a minha frente que agora estava com o olhar preso no meu ombro desnudo, mais especificamente na cicatriz que ele mesmo fez.

Eu apenas neguei com a cabeça e voltei a ir em direção ao banquete.

Já estavam todos lá quando eu cheguei, Aemond chegou alguns minutos depois se sentando ao meu lado.

E então o Rei adentrou a sala em uma cadeira que era carregada por quatro homens, assim que ele fora colocado no chão meu avó se levantou chamando a atenção de todos.

— Meu coração fica tão feliz quanto se enche de tristeza, de ver todos esses rostos ao redor dessa mesa, os rostos mais queridos por mim em todo o mundo, que se distanciaram uns dos outros ao longo dos anos. — O mais velho logo tirou a mascará dourada que ele usava em metade do rosto, revelando sua aparência cadavérica. — Meu próprio rosto, não possui mais beleza, se é que algum dia possuiu. Mas nessa noite quero que vocês me vejam como eu realmente sou, não só um Rei, mas o seu pai, o seu irmão, o seu marido e o seu avô, que não permanecerá por muito mais tempo entre vocês. A coroa não deve permanecer forte se a Casa do Dragão permanecer divida, então eu e a Rainha aceitamos o noivado entre Aemond e Rhaenys. Deixem de lado suas queixas e se não for pelo bem da coroa que seja pelo bem desse velho homem que ama todos tão profundamente. — Dito isso a Rainha olhou para mim um pouco temerosa mas logo desviou o olhar para minha mãe que se levantou para oferecer um brinde a ela.

Acabei nem prestando atenção com as taças sendo levantadas pois minha cabeça estava a milhão nessa hora, apenas voltei a realidade no brinde de Haelena.

— Eu gostaria de fazer um brinde a Baela, Rhaena e Rhaenys. Vocês se casaram logo, e não é tão ruim assim, ele te ignora a maior parte do tempo, exceto quando está bebâdo. — Todos nós olhamos meio sem saber o que dizer mas no fim bebemos pelo brinde.

Logo os músicos começaram a tocar uma música animada que fez Jace se levantar e ir até a platinada de vestido amarelo para lhe oferecer uma dança, e talvez por conta do ciúmes, vi Aegon vir em minha direção com um sorriso sem jeito.

— Você está belissíma essa noite sobrinha, aceita uma dança? — Por reflexo eu olhei para Aemond que encarava o irmão de um jeito que eu não consegui decifrar.

— Claro!

Eu peguei em sua mão sendo guiada para o centro da sala onde começamos a dançar de forma descontraida.

— Você cresceu nesses anos sobrinha, está uma linda jovem, mas sabe... Se o meu irmão não for o bastante para você não a risco em vim me procurar. Eu sou seu tio e sempre estarei aqui para satisfazer suas... Vontades. — Aegon falou bem perto do meu rosto, mas o som de algo batendo na mesa logo após a saida do Rei fez ele se afastar.

— Um último brinde, para os meus sobrinhos Jace, Luke e Joffrey. Eles são bonitos, inteligentes... fortes como um Strong. — Isso foi o gatilho para que meus irmãos reagissem e tentassem ir de encontro com o platinado, e talvez por instinto tentei ir até Luke que havia sido impedido por um guarda mas ao sentir a mão forte Aegon segurando meu braço eu fui obrigada a recuar.

— Retire o que disse! — Falou Jace chegando perto do mais alto.

— O que? Você acha que não é um Strong? — Aemond acabou levando um soco no rosto do moreno, mas pareceu que ele nem havia batido pois o loiro empurrou o menor no chão no mesmo momento.

— O que você está fazendo? — Alicent falou indo de até o garoto.

— Estou apenas expressando meu orgulho com a minha família mãe, mas parece que eles não sentem o mesmo pela deles!

Antes que eu e os meninos fossemos de encontro com mais alto novamente Daemon interferiu.

Ele apenas encarou Aemond que por alguns segundos e eu achei que o mais novo peitaria o tio, mas assim como todos nós ele saiu do salão me encarando uma última vez antes de ir até seu quarto.

[...]



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