𝙎𝙠𝙮 𝙗𝙚𝙡𝙤𝙣𝙜 𝙩𝙤 𝙪𝙨
O céu pertence a nós
Na manhã seguinte da minha conversa com Deamon o sol nasceu quente me fazendo despertar assim que seus primeiros raios encontraram meu rosto.
E logo cedo eu já estava vestida para treinar. Eu nunca deixaria Aemond ser melhor que eu em batalha.
— Bom dia princesa, a senhorita parece estar disposta em treinar a uma hora dessas. O café da manhã ainda nem foi servido. — Falou Sir Criston.
— Oh me desculpe se o acordei cedo demais Sir, mas digamos que eu queria que você me treinasse compensando todos os anos que você me renegou de sua aula. — O cavaleiro sorriu pegando um arco e flexa e me entregando.
— Eu peço perdão pelo passado, mas em minha defesa a coroa não costuma gostar que suas donzelas lutem, eles normalmente preferem que elas façam bordados. — Antes mesmo dele terminar sua fala atiro uma flexa bem ao seu lado, acertando o centro do alvo, fazendo ele me olhar surpreso.
— Talvez nós mulheres da realeza apenas não tenhamos opção. — Falei sorrindo e vendo o homem começar a bater palmas.
— Certo, novamente peço desculpas princesa, dessa vez por tê-lá subestimado.
— Não precisa se desculpar Sir, apenas me ensine a ser a melhor! Assim como os meus tios. — Dessa vez foi Criston que atirou uma flecha, também acertando o centro do alvo.
— Quando você diz seus "tios" você se refere apenas a Aemond não é? Já que o principe Aegon não tem mais tanto interesse nos treinos.
— É acho que sim... - O cavaleiro veio em minha direção pegando o arco de minhas mãos para guarda-lo e logo me entregou uma bainha de couro preto, era uma espada, mas uma espada diferente de todas as outras que eu já havia visto, ela continha o tamanho menor do que a maioria e tinha uma empunhadura prateada junto de um pomo com uma grande pedra vermelha cravejada.
— É um presente, mandei forjarem especialmente para você, as espadas comuns costumam ser pesadas demais para uma dama. Os ferreiros a apelidaram de Rainha Escarlate. — Observei novamente a espada sorrindo para o mais velho e logo caminhei até ele o dando um leve abraço de agradecimento.
— Obrigada Sir ela é linda! — Ele se afastou de mim voltando a empunhar sua lâmina.
— Agora ao treino, quero que me mostre como você costuma golpear seus inimigos.
Avançei na direção ao moreno tentando ataca-lo, o vendo desviar facilmente.
— Sua postura e agilidade são muito bons princesa, mas falta malícia em seus golpes.
—Claro... — É a segunda vez que me dizem isso. E dessa vez com um pouco de raiva novamente ataquei o cavaleiro só que dessa vez com espadadas mais diretas e em locais mais certeiros.
— Isso! Bem melhor, mas bom você é uma garota franzina uma boa dica é usar isso ao seu favor, ataque mais a região do abdômen e pescoço. — Eu assenti fazendo os movimentos que ele havia mandado o fazendo sorrir. — Você aprende rápido. Agora vamos testar sua defesa.
Antes mesmo de eu me preparar vi a espada do mais velho vindo em minha direção me fazendo desviar diversas vezes, mas por conta decsua rapidez acabei perdendo o equilíbrio e cai para trás.
— Defesa é algo que iremos precisar trabalhar melhor. — Ele falou me encarando no chão.
— Não valeu, você nem me avisou que já estava valendo.
— Seu inimigo não vai te avisar quando for tentar tentar arrancar sua cabeça.
— Disse me oferecendo a mão para se levantar.
Nós contianuamos a lutar até o momento em que desviei o olhar para cima da grande varanda que dava visão para o pátio dos treinos podendo ver Aegon e Aemond nos assistindo.
— Atenção princesa. — Quando percebi já estava no chão denovo, após ter levado uma rasteira do cavaleiro. —Acho melhor pararmos por hoje. Vá descançar e comer alguma coisa.
Eu apenas concordei me levantando dando um último sorriso de despedida para o moreno que logo me retribuiu.
Mas antes que eu pudesse entrar devolta ao castelo fui parada por minha mãe que me parou me analisando de cima abaixo.
— Ah pelos deuses parece que você estava rolando na lama. Mas não foi por isso que vim aqui. Bom hoje um barco te levará para casa para você ir buscar o Canibal e alguns pertences, seu casamento está chegando e como você sabe vai ter que se mudar para cá.— Assenti concordando com a mais velha, vendo ela olhar leventemente para trás de mim onde Sir Criston estava. Eu sabia que eles não se gostavam, mas eu nunca soube o motivo.
— Se me permitir princesa Rhaenyra. Posso levar sua filha voando, será bem mais rápido e a poupará de viajem exaústiva. — Nossa atenção agora estava no loiro de cabelos cumpridos que vinha caminhando calmamente em nossa direção.
— Ah não precisa se encomodar principe, o barco já está vindo. — Minha mãe falou um tanto séria. Eu sei que no fundo, apesar de tudo, ela tem um pouco de ciúmes de mim por eu ser sua única filha mulher.
— Eu insisto, não quero que minha noiva vá sozinha para uma ilha onde no navio terão apenas homens desconhecidos. — Ele disse também sério e minha mãe desviou seu olhar para mim e eu apenas concordei de leve, fazendo a mais velha voltar a olhar para o garoto.
— Tudo bem então, mas quero ela aqui antes do anoitecer, certo principe? — Disse ainda mais séria e ele apenas concordou.
— Ah... Certo, irei tomar um banho antes de irmos. - Falei saindo as pressas de perto dos dois que pareciam que iam se matar a qualquer momento.
[...]
Após um banho rápido fui de encontro com Aemond que já me esperava na saida do castelo.
— Está muito bonita princesa. — Falou enquanto caminhavamos.
— Nem vem com essa, quem mandou você vir me oferecer a viajem? Sua mãe? Ou seu avô? Quem sabe Aegon?
— Talvez eu esteja apenas querendo ter um bom relacionamento com minha futura esposa.
— Ah concerteza esposo. — Falei sorrindo em tom de deboche.
Mas então meu sorriso sumiu e deu lugar para uma cara de surpresa ao ver Vhagar após tantos anos, eu havia me esquecido do quão grande ela era.
— Não precisa fazer essa cara, ela não morde, a menos que eu peça. — Dessa vez foi ele quem sorriu de canto.
Ele se aproximou do grande dragão o acariciando e logo o montou sem muita dificuldade apesar do tamanho e logo me oferencendo a mão para me ajudar a subir já que aquele animal parecia uma montanha que precisava até de uma escadinha de madeira para monta-la.
— Se segura... Vamos Vhagar!
Agarrei forte no loiro vendo o dragão levantar voo, mas assim que já estavamos no ar eu soltei um pouco o mais velho pois percebi que o estava apertando muito forte.
— Achei que estivesse acostumada a voar.
— Eu estou... Mas tenta um dia ser o acompanhante.
Aemond fez Vhagar planar sob o mar a fazendo levemente encostar as assas sobre a água, e nesse momento me permiti sentir a sensação gostosa que os ventos traziam, sentir meus cabelos voarem e alguns respingos tocando minha pele era algo que me fazia se sentir realmente viva.
Nós voamos por mais alguns longos minutos até chegarmos em Pedra do Dragão onde eu desci do animal e fui até o castelo sendo acompanhada pelo loiro.
— Você também sente essa sensação não é? — O vi me olhar meio confuso. — Eu não sei explicar bem, mas é aquele sentimento de que você é capaz de tudo quando está voando, tudo parece tão intenso e o tempo parece parar...
— Acho que todos que já subiram em cima de um dragão já tiveram essa sensação. É sem dúvidas, única.
— Concerteza é. — Falei ainda sorrindo de modo bobo vendo o mais velho me encarar com sua cara fechada de sempre.
— Eu já volto, pode ficar avontade, não irei demorar.
Fui correndo para o segundo andar onde meu quarto ficava pegando apenas alguns vestidos, desviando olhar para o canto do cômodo podendo ver minha antiga espada, ela sem dúvidas nem se comparava com a que Sir Criston tinha me dado.
— Uma espada foi um belo presente. — Me virei vendo Aemond encostado na porta me encarando. — Na verdade até que vocês parecem bem intimos, ele por acaso é o homem que você se diverte a noite?
— Sir Criston tem idade para ser meu pai, e respondendo sua pergunta, não, eu não tenho nenhum tipo de intimidade com ele, ele é apenas meu o professor. — O loiro assentiu.
— Eu sei como é a mente dos homens Rhaenys, e sei que Sir Criston não lhe daria um presente sem desejar algo em troca. — Falou se aproximando e ficando bem próximo de mim. — Você é minha noiva, e se eu suspeitar que está dormindo com ele, eu arranco a cabeça dele e penduro na sua porta.
— Não sabia que era tão possessivo tio. — Falei em tom de provocação conseguindo sentir sua respiração próxima ao meu rosto.
— Não sou possessivo, apenas estou preservando o que logo será meu.
— Eu sorri o ainda encarando. — Mas agora, acho melhor irmos, daqui a algumas horas já vai anoitecer.
Ele se retirou do quarto antes mesmo de eu o responde-lo.
— A gente vai acabar se matando certeza... — Falei ainda olhando para a porta.
[...]
Fui caminhando saltitante até a caverna que Canibal costumava ficar ainda sendo acompanhada pelo loiro mal-humorado logo avistando o dragão adormecido.
— Acho melhor você voltar com Vhagar, o Canibal não costuma ser muito sociavel ainda mais com estranhos. Eu te encontro no caminho.
— É percebi. — Ele falou olhando para os ossos pelo chão.
Deixando o mais velho para trás caminhei até a criatura negra o acordando calmamente, e por mais que eu tentasse ser delicada, a fera ainda assim me estranhou apenas relaxando quando ouviu minha voz.
— Hey... Sou eu! Sentiu minha falta? — Falei me passando a mão por suas escamas negras como o carvão, o montando logo em seguida. — Vamos Canibal!!
A criatura subiu voo e quando chegamos ao ar vi Aemond se aproximar com seu dragão esverdeado se aproximar fazendo o Canibal rosnar alto.
— Calma, eles são amigos.
E assim seguimos a viagem de volta, com eu e o Targaryen mais velho trocando breves sorrisos e fazendo algumas competições bobas com nossos dragões.
Talvez pudessemos dar certo...
[...]
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