𝙈𝙤𝙢𝙚𝙣𝙩𝙨 𝙗𝙚𝙛𝙤𝙧𝙚 𝙩𝙝𝙚 𝙨𝙩𝙤𝙧𝙢

Momentos antes da tempestade

Por mais que eu tentasse, eu não conseguia dormir.

Esse castelo não é mais como eu me lembrava, agora ele parece mais assustador e sombrío.

Eu me sentei na cama suspirando e olhando ao redor, estava uma noite fría semelhante as noites de Outono e isso me fez se levantar e vestir meu robe de cetim por cima da camisola que eu vestia. Sai de modo silêncioso pelos corredores escuros indo até o jardim onde eu me sentei observando o céu.

Eu estava com tanto medo do futuro e a ansiedade parecia que ia comer minhas  veias, eu gostaria que a lua e as estrelas pudessem me salvar desse mundo. Como eu seria a esposa perfeita e talvez futura Rainha? Além disso, posso não não ser a mais observadora, mas eu sabia, assim como todos que o jantar que havia ocorrido a minutos atrás era apenas fachada para o que estava por vim, os HighTower nunca irão deixar minha mãe governar e tenho um presentimento que tempos difíceis estão por vim.

Bastava o meu avô fechar os olhos para sempre que tudo poderia mudar, e eu não estou pronta para isso.

Coisas ruins costumar acontecer com donzelas sozinhas a noite. — Me virei assustada observando o causador da briga de hoje mais cedo.

Sei me defender sozinha. Aliás acho que o principe deveria estar dormindo a essa hora. — Falei voltando a olhar para os céus ignorando a presença do mais velho.

— Digamos que eu seja um homem de hábitos noturno. — Eu o vi se apoiar na árvore ao meu lado me encarando. — E enquanto a você sobrinha, o que está fazendo acordada a essa hora?

— Apenas pensando em como vingar o nome de meus irmãos dos seus insultos do jantar. — Falei se levantando e ficando frente a frente a Aemond.

— Você até que tem coragem Rhaenys, mas acho que você não vá fazer nada vestida assim... — O vi me análisar de cima a abaixo me fazendo ficar desconfortável mas não perdi a postura.

— Você é um pervertido igual ao seu irmão, tem sorte do meu dragão não estar aqui se não eu lhe daria de comida para ele! — Ele sorriu de canto ainda me encarando.

— Ah minha querida noiva acho que nós dois sabemos que Vhagar pode destroçar o Canibal facílmente, assim como se eu fosse um pervertido poderia te atacar agora, até que é um bom lugar não é? Estamos sozinhos ne um jardim escuro onde ninguém lhe ouviria gritar. — Sua fala junto de alguns passos mais pra perto de mim me fizeram recuar para trás.

— Vhagar pode até ser maior que o Canibal, mas o meu dragão é o mais selvagem de Westeros. E sobre você, sua fala não me intimida, não tenho medo de você Aemond. Eu até te convidaria para um duelo se eu estive vestida apropriadamente. — Falei com convicção tentando esconder a realidade de que, sim, ele conseguiu me assutar.

— Oh que suas vestimentas não sejam o problema. — O vi tirar a parte de cima de seu casaco e vim em minha direção. — Coloque e vamos ver se é tão boa em batalha quanto fala!

Peguei a veste sem o questionar, e por mais que tivesse ficado um tamanho nitidamente maior que eu, apenas arregaçei as mangas vendo o loiro ir buscar duas espadas e voltando logo em seguida.

— Como nos velhos tempos não é mesmo? — Falei empunhando a lâmina e ficando em posição de luta.

— Como nos velhos tempos.

Eu o ataquei com golpes rápidos, mas diferente do cavaleiro que eu costumava treinar Aemond era mais rápido e habilidoso e logo me encurralou perto da árvore que havia ali, sem desistir bati minha espada contra a sua fazendo um barulho ardido de metais se chocando e logo voltando a ficar na vantagem quando em um golpe desprevinido vou ao chão sentindo o gelado da lâmina em minha garganta.

— Você é melhor do que eu imaginava, mas ainda tem muito a aprender. — Ele retirou a espada do meu pescoço me puxando pelo braço para levantar, fazendo nossos corpos ficarem bem próximos. — Você não tem a malícia de uma luta de verdade, precisa ser mais cruel em seus ataques. — Falou se afastando.

— Não sou uma pessoa cruel, treino apenas para auto-defesa.

— Você sabendo só o básico ainda consegue ser melhor do que os bastardos. — Nesse momento eu o encarei, negei com a cabeça e joguei a espada no chão.

— Sabe... Por um momento eu tinha minha esquecido de quem você realmente é... — Retirei o casaco que ele havia me emprestado o entregando indelicadamente e fui a caminho dos meus aposentos.

Conseguindo ainda sentir o olhar do mais velho em mim conforme eu andava.

[...]

Dois dias haviam se passado desde a noite com meu encontro com Aemond, e desde então eu não havia mais visto o mesmo. Eu andava ocupada cuidando de Viserys e Aegon os meus irmãos mais novos enquanto minha mãe cuidava dos assuntos do reino.

— A saúde do Rei está cada vez pior, sinto que talvez ele não sobreviva nem mais um mês. — Ouvi o miestre falando para meu padrasto que estava no mesmo comôdo que eu.

— Eu entendendo. — Falou antes do curandeiro sair da sala deixando apenas nós e as crianças. — Marcelle! Leve as crianças agora. — Falou para uma das criadas que rapidamente levou os meninos para fora da sala.

— Ele vai ficar bem.

— Não, creio que dessa vez não tenha jeito. Mas mudando de assunto eu gostaria de conversar com você. — Falou se levantando e vindo sentar ao meu lado. — Está animada para a festa de casamento? Já é daqui a uma semana.

— Eu não sei bem o que te dizer, acho que estou feliz por estar honrando minha Casa e minha família mas, ao mesmo tempo, não sei se estou pronta para conviver com um homem que eu nem conheço direito, ter filhos, ser uma boa esposa... — Daemon colocou a mão no meu ombro me olhando profundamente.

— Não fique pensando assim, quase todos nós da nossa Casa já tivemos que nos casar com pessoas que nós nem conheciamos. E você não precisa amar o Aemond, o casamento é só uma questão de obrigação, você pode procurar o amor em outros lugares.

— Está me dizendo para ter um amante? — O homem soltou uma risada, voltando a me encarar.

— Estou apenas dizendo para ir buscar sua felicidade Rhay, nós Targaryen podemos fazer tudo o que desejamos. Nunca se esqueça disso, e se for um amante que te fará feliz que assim seja, eu sempre estarei aqui para te apoiar e te defender em qualquer decisão. — Ele me puxou para um abraço apertado e demorado que me fez sentir um grande alivio no peito.

— Obrigada Deamon, suas palavras realmente importam muito para mim...

— Você é minha filha Rhaenys, e eu sempre estarei aqui por você. E se aquele sem olho fizer algo com você, eu arranco a cabeça dele! — Falou fazendo eu soltar uma risada baixa.

E foi nesse momento, nessa simples conversa que eu descobri que realmente todos os boatos estavam certos. E finalmente me permiti se sentir feliz por saber a verdade que por muitos anos fora ocultada de mim. Daemon Targaryen era sem dúvidas o meu pai.

[...]


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