Fúria do dragão

O dia amanheceu cinzento como a alma de Rhaenyra, a mulher nem ao menos dormiu a noite ficando ao lado da filha enquanto as damas silênciosas preparavam o corpo da garota Targaryen que a Rainha exigiu que não fosse enfaixado por ataduras, e sim fosse deixado de forma bela e imaculada, com um vestido preto reluzente.

O corpo da jovem foi levado até o lado de fora da Fortaleza Vermelha no mesmo lugar que um dia a mãe Rhaenyra fora cremada. Flores foram postas em volta da menina e o sol saiu do meio das nuvens para vê-la partir.
Um velória para a princesa que não queimava.

Daemon e Rhaenyra nem sequer conseguiam se olhar nos olhos, apenas para o corpo da filha onde uma tampa de vidro foi posta sobre sí. Eles a enterrariam na tumba ao lado do crânio de Balerion e Canibal, mas ainda não estavam preparados para dizer adeus.

A Fortaleza Vermelha chorava a morte da Rhaenys Targaryen, a amante do povo, a princesa quebrada, montadora do dragão mais feroz de Westeros.

Luto esse que deu oportunidade para Joanna a antiga dama de compania da princesa mandar um corvo escondido para Harrenhal. E também a dando oportunidade para fugir do castelo e espalhar a noticia para toda King's Landing, que só precisava de um estopim para uma revolta.

Rhaenys, sem que desejasse deixou uma memória na mente de todos. Canções seriam cantadas a sua homenagem, crianças carregariam seu nome e sua imagem se tornaria um simbolo quase que santo aos olhos da história. Um legado de fogo e vingança.

[...]

Aemond derrubava uma taça de vinho com força no chão enquanto era consumido pela raiva.

Harrenhal estava vázia. E já fazia uma semana que ele não recebia notícias de sua esposa e da capital, ele se sentia frustrado, se sentia feito de idiota por Daemon a quem ele tanto deseja ter a cabeça em uma uma estáca.

E se levantando e saindo do quarto onde ele estava, foi até o salão principal do castelo em ruinas vendo Sir Criston com um pergaminho em mãos assim que chegou.

O cavaleiro não sabia como dizer, não sabia como entregar tal notícia ao principe. Cole tinha os olhos marejados e isso fez com que o Targaryen sentisse uma estranha pontada em seu peito.

E andando até o moreno ele pegou o pedaço de papel das mãos do cavaleiro e sentiu seu coração despedaçar a cada palavra que lia, sentia seu único olho se encher de lágrimas a cada letra da carta e quando finalmente a terminou sentia seu mundo destruido.

O Targaryen saiu da sala andando pelos corredores até a saida do local, onde ele caiu de joelhos na grama, soltando um grito de sofrimento que foi ouvido por todo o exército Lannister.
A única pessoa que ele amou, a única pessoa que o fazia sorrir e o entendia, agora estava morta. Ela fora tirada dele por aqueles que diziam ser seus pais.

Ele pensou em como ela deve ter se sentido sozinha, como ela dever ter pensando que ele também a havia abandonado e como ela deveria ter sentido medo. A culpa o consumiu, mas mais forte que a culpa só sentimento de vingança que pareceu consumir o peito do principe.

Ele vingaria sua amada, vingaria a família que foi tirada de sí, e nada mais o empediria de queimar o mundo por ela.

E subindo em Vhagar ele voou alto seguindo rumo a Darry, a cidade de Lorde Harroway onde ele incendiou tudo sem se importar com retalhações. Depois Mill, Blackbuckle, Bluck, Claypool, Swynford e por fim Spiderwood.
Não havia nada que saciasse a sede de sangue do dragão.

Aemond só foi parar de destruir todas as vilas e cidades que ele considerou ser alidas dos pretos quando Vhagar já estava exausta e voltou para Harrenhal fazendo então o Targaryen dar de cara com Sir Criston.

— Aemond, já chega! — Falou segurando o braço do mais novo.

— Amanhã voarei devolta para King's Landing, e eu vou matar cada um que apoie Rhaenyra! — Disse alto para todos a sua volta o ouvirem, soltando seu braço de Cole e olhando em volta por um momento. — Eu havia sido piedoso com os Strongs. Agora não quero mais nenhum vivo! — Ordenou aos guardas que fizeram o que o principe mandou, indo até as masmorras do castelo de pedras e assascinando todos lá presentes. Aniquilando toda a Casa Strong.

— Ela não iria querer isso! — Cole falou  novamente fazendo o loiro parar o seu caminho.

— Ela entenderia. Acho melhor você ir embora, vá marchar com seu exército. — Disse adentrando para dentro da Fortaleza retirando sua espada da cintura para também participar do massacre.

Nada poderia parar a fúria do dragão.

[...]

A Rainha estava em uma posição delicada, ela mantinha mais de 9 mil homens defendendo a cidade de Tumbleton no Norte da Campina. Era o último bastião dos pretos contra a que era considerada a maior ameaça ao reinado de Rhaenyra. O grande exércicito que Lorde Ormund HighTower trazia atravessando a Campina.

— Mande Assa-Prata e Vhermitor para lá, creio eu que Hugh Martelo e Ulf o Branco deem conta do HighTower. — Falou a Rainha a seu marido e a Corlys Velaryon que planejavam o ataque.

— Certo, e quanto a Aemond e Criston Cole? — Perguntou o Velaryon.

— O exército do Cole está marchando para fora de Harrenhal, eles vão dar de cara com os Cães do Inverno e dúvido que eles deem conta dos nortenhos. — Respondeu Daemon dando uma pequena pausa. — Agora o Aemond, ele é um problema, assim que souber da morte de Rhaenys vai...

A porta foi aberta por Sor Luthor, um guarda que agora era aliado dos negros e tinha o rosto pálido como se tivesse visto um fantasma.

— Recebemos um corvo de Harrenhal, de algum jeito a notícia da morte princesa saiu dos muros da Fortaleza, o principe Aemond queimou sete vilas e cidades que ele considerou que fossem seus apoiadores Rainha. Ele massacrou toda a Casa Strong. — Todos na sala se entreolharam em assombro.

— É questão de tempo que ele venha para a capital, e creio eu que nada vai poder para-lo. — Falou mais o uma vez o Velaryon fazendo Rhaenyra e Daemon se encarem.

— Resolveremos isso mais tarde, agora, quero que mandem executar Neetles, ela foi a responsável pela morte da minha filha. — a Rainha disse derrepente, fazendo seu marido dar um passo até ela.

— O que? Você não pode fazer isso, estavamos em uma luta e Rhaenys nos atacou, Neetles apenas lutou em seu nome! — O principe falou alto, fazendo a mulher o olhar com desprezo.

— Ela matou a MINHA FILHA! Eu já me livrei de Otto HighTower e de diversos outros inimigos, e agora como sua Rainha eu ordeno que a execute! — Rhaenyra sabia, no fundo ela tinha a sensação de que Daemon estava dormindo com a bastarda de cabelos curtos. Mas ela nunca soube se era realmente verdade.

O Targaryen a encarou como se não a reconhecesse mais, ele a amava, mas não mataria Neetles, e já tinha tomado sua decisão.

— Chamarei Aemond para um duelo em Harrenhal, se ele tiver coragem vai me enfrentar, se não, não passa de um covarde sádico. — Falou o principe sem esperar resposta indo até a saida do castelo.

O momento de acertar as dividas estava próximo. E a morte da princesa não foi o fim, e sim apenas o começo de um longo rastro de sangue.

[...]